Stand By Me. escrita por aliciamalicia


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Meus amores eu quero antes de tudo pedir desculpas pela demora para att tanto essa fic quando falling, eu tive que viajar as pressas e não pude nem avisar mas enfim eu voltei e agora vai desenrolar de vez! hahahaha obrigada pelos comentários e eu espero que vcs gostem desse capítulo que além da volta da Megan vai trazer também o primeiro encontro dela com o Davi!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511348/chapter/5

Eu abri os olhos enquanto a aeromoça pairava em cima de mim tocando meu ombro de leve para me avisar que tínhamos aterrissado. Me levantei da poltrona aconchegante e abri o compartimento de cima para agarrar minha mochila e a bolsa, andei calmamente me juntando a multidão que andava ansiosa para a sala de desembarque, quanto mais passos eu dava em direção a agora já visível porta mas apavorada eu me tornava. Eu estava vindo para um país que nunca tinha conhecido, indo para encarar meus pais e meu avô, indo para qualquer coisa que o destino reservasse pra mim e eu nunca tinha sido muito de confiar minha vida a qualquer outra pessoa. Puxei o celular do bolso da calça jeans que usava e bati uma mensagem rápida para Kathe avisando que estava em solo brasileiro e perguntando como Azalea e sua irmã estavam. As duas tinham se reencontrado dois dias antes da minha volta, eu tinha feito de tudo para que acontecesse e eu estava certa quando achei que ela iria receber Azalea cheia de amor, agora elas estavam juntas aproveitando o tempo que restava a minha velha preferida.

– Megan? Oh sweet! - Eu fui tirada dos meus devaneios quando uma figura pouco menor do que eu me atingiu enquanto me abraçava com força, abracei minha mãe e sorri feliz por estar presa em um abraço cheio de amor incondicional, eu não tinha um desses a longos 4 meses e eu morria de saudades.

– Hi mom, você está me sufocando um pouco. - Dei risada enquanto ela dava um gritinho e me soltava dando um passo para trás fazendo uma checagem rápida de como eu estava, me encolho rapidamente preocupada com o que ela diria da camisa branca sem detalhes, da calça jeans preta básica e do Louboutin vermelho nos pés, nada tão extravagante como antes mas eu me sentia confortável e não era completamente sem graça.

– Você está diferente, sweet. Está linda, de qualquer forma.

– Thanks. Podemos ir agora? Eu quero ver grandpa e dad. - Disse enquanto caminhava abraçada a ela até o estacionamento.

– Okay, vamos lá! - Nós duas entramos no carro e o motorista acelerou para o trafego conturbado da cidade.

– Senti sua falta, mom. - Eu disse enquanto deitava minha cabeça no ombro dela e cochilava rapidamente.

Quando nos chegamos a mansão eu andei pela casa inteira admirando o quão parecida ela era com a casa de San Francisco, era grande e realmente aconchegante embora ainda tivesse um ar impessoal, como se fossemos embora a qualquer minuto e não pertencêssemos ao lugar. Era a cara de dad. Me sentei no sofá e tirei o salto, guardei os dois na mesinha ao lado do sofá e me deitei lá, agarrei o celular e mandei uma mensagem para Kathe pedindo para que ela me ligasse quando estivesse livre. Fechei os olhos e antes que eu conseguisse em fim descansar mom entrou na sala praticamente saltitando com um sorriso enorme no rosto.

– Megan, será que agora você vai gostar de ir as ongs e tudo mais comigo? Falando nisso eu tenho que ir até uma ong depois das três da tarde, será que você pode ir comigo? Você vai amar, Megan! - Ela parecia tão feliz e eu realmente queria conhecer alguns projetos da cidade mas o cansaço era maior que eu. Acenei um sim sem abrir os olhos e ela riu alto sabendo que eu estava cansada demais pra responder, eu sempre ficava cansada depois de uma viagem longa.

Acordei no meu quarto algumas horas depois, eu sabia que dad tinha me levado até lá mesmo que na maior parte do tempo ele fosse quase alheio a mim ele sempre fazia qualquer coisa pelo meu bem estar, ele poderia ser o egoísta cretino mas ele me amava do jeito estranho dele. Eu sabia disso. Sempre soube. Encarei o relógio e vi que as três horas que mom tinha me avisado já tinham passado a meia hora atrás, levantei em um pulo e corri para o chuveiro, tomei um banho rápido e me vesti com a primeira calça jeans que encontrei e uma camiseta branca, calcei uma sapatilha pela primeira vez em anos e sequei o cabelo em tempo recorde, peguei minha bolsa e as chaves de um carro que alguém tinha deixado em cima da minha penteadeira, desci as escadas correndo e encontrei a moça que deveria ser uma das empregadas da casa.

– Hey honey, você viu minha mom por aí?

– Ela já foi, Miss Megan. - A garota parecia um tanto quanto apavorada, como e eu fosse surtar com ela a qualquer minuto. Bem, alguém tinha andado lendo sobre mim nos tablóides por aí.

– Eu não vou morder você, sweet. Você pode me explicar o caminho para chegar até onde ela foi? Você sabe onde fica a tal ong? - Eu perguntei mas foi Dorothy quem me respondeu e me entregou o meu celular com o gps já ativado com a rota até a tal ong, agradeci a ela com um beijinho na bochecha e corri até a garagem.

Eu dirigi o caminho inteiro escutando as musicas brasileiras que a minha mãe tinha me ensinado a amar desde cedo, eu gostava de ouvir algumas canções antigas e eu era realmente apaixonada por um pouco de mpb tanto quanto eu era apaixonada pelos grandes nomes da musica internacional. Segui o caminho que o gps indicava e comecei a entrar em ruas cada vez menos e estranhas. Ok Megan, mantenha a calma. Eu realmente não sabia lidar com comunidades carentes, eu me sentia mal por estar ali dirigindo um carro que custava mais de três casas e os salários de mais de cinco famílias, tudo junto. Me perguntei como mom lidava com isso o tempo todo, se ela não tinha remorso por ter tanto dinheiro e uma filha "mimada" que gastava tanto quanto queria. O gps apitou informando que eu tinha chegado ao meu destino. Destino... eu dei uma risada seca e encarei o lugar ao meu redor, eu realmente duvidada que o meu destino estivesse ali e ao mesmo tempo ria de como até mesmo o computador de bordo achava que tinha o direito de saber qual era o meu destino mesmo que fosse apenas metaforicamente. Desci do carro e olhei ao redor, um prédio mediano ostentava uma placa com o nome Plugar e eu me dirigi até lá, entrei e me apresentei para a secretaria que me deu um sorriso caloroso e me entregou um crachá de visitante, perguntei se ela sabia onde eu poderia encontrar minha mom e ela me explicou o caminho até a sala do dono da ong.

Andei pelo prédio e encontrei minha mãe e o tal Herval conversando em um dos corredores, mom me apresentou ao cara e eu ganhei um abraço apertado e um sorriso tranquilizador, era como se ele quisesse me dizer que eu podia contar com ele e eu realmente gostei daquilo. Conversei com os dois sobre como mom e eu poderíamos ajudar na ong ou com dinheiro para os projetos e Herval me pediu para que eu ficasse com as crianças da turma de programação por alguns minutos enquanto ele resolvia alguns problemas que surgiram de repente. Mom precisava ir então eu me vi aceitando e esperando a explicação para chegar até a sala, logo eu que não sabia nem minimamente como lidar com crianças ou programação de computadores. Eu sou filha de um gênio da informática mas isso não quer dizer que eu preciso ser uma também.

– Elas não vão te dar trabalho, Megan. Sério, elas vão ficar quietinhas esperando o professor. - Herval explicou enquanto saia e me deixava sozinha com os monstrinhos. Entrei na sala devagar e parei na frente do quadro branco.

– Hm... Olá. É, olá, eu sou a Megan. - Eu disse enquanto apertava meus dedos juntos e observava as crianças me encarando com os olhos cheios de perguntas. Eu quase podia ouvir o que elas estavam pensando "Quem diabos é essa loira metida a besta?"

– Cadê o Davi? - Uma garotinha morena gritou e o restante seguiu em uma confusão de vozes perguntando pelo tal Davi e quem era eu.

– Olha, vocês podem me dizer o que o Davi iria mostrar a vocês e então eu faço o que ele faria. - Tento barganhar e eles me olham meio em duvida mas a garotinha me responde que o professor iria ensinar a programar um computador para as suas necessidades. Okay, totalmente fora das minhas possibilidades. - Hm, isso eu não sei fazer mas eu posso ensinar a vocês como fazer uns origamis bem legais! Eu aprendi quando fui ao Japão.

– Você já foi ao Japão? De verdade? É mesmo do outro lado do mundo? - Um garotinho perguntou animado.

– Sim, se você mora no Brasil então o Japão é do outro lado do mundo, as pessoas são bem legais lá. Vocês querem que eu ensine? - Eu ofereci realmente animada por poder ensinar algo a eles.

– Ô criançada, eu sei que essa loira aí é bem mais bonita do que eu e aprender a fazer origamis é mais divertido mas eu cheguei e nós vamos voltar para o plano de aula, pode ser? - Um cara alto usando óculos de grau e uma barba por fazer apareceu na minha frente, eu o olhei com o nariz empinado realmente magoada por ele estar me impedindo de ensinar sobre os origamis para as crianças.

– Eu ia ensinar uma coisa pra eles.

– Você pode ficar e assistir a aula, se você fizer tudo certinho eu libero a sua aula de origamis e tudo mais, senta lá loirinha. - O "loirinha" me irritou acima de tudo mas então o cara realmente tinha um sorriso bonito. - Desculpa, eu sou o Davi e você é...

– Megan, eu sou a Megan. - Apertei a mão que ele estendia pra mim e tentei ignorar as crianças ao redor olhando e dando risadinhas.

– Olha o silêncio criançada! - Davi gritou e as crianças sorriram enquanto abriam as apostilas. - Então Megan, senta aí.

Sentei ao lado da garotinha do cabelo cacheado e esperei o tal Davi começar com as explicações, a garota ao meu lado me encarava como se eu fosse de outro mundo então eu decidi que eu realmente poderia ter uma conversa com uma criança e sorri pra ela que só me encarou e voltou a olhar para o caderno que ela tinha aberto sobre a mesa.

– Qual o seu nome?

– Lia, o seu é Megan, eu sei. - Ela sorriu e eu devolvi o sorriso.

– Você mora aqui tem muito tempo?

– Desde que eu nasci, você não é do Brasil né?

– Não, eu sou estrangeira. - Eu digo enquanto jogo o cabelo por cima do ombro e vejo ela estender a mãozinha para tocar uma das mechas do meu cabelo, eu paraliso com medo do contato, eu nunca realmente deixei alguém tocar em mim se esse alguém não era um cara por quem eu tinha tesão ou alguém da minha família.

– Queria que o meu cabelo fosse assim bonito, eu queria ser branquinha também... - Encarei Lia e tentei achar uma resposta correta para aquilo, era assustador ouvir isso de um ser pequenininho.

– Você é linda do jeito que é, Lia. E eu bem que queria ter um cabelo igual ao seu, ele é lindo! - Eu digo enquanto pego uma mecha do cabelo dela e enrolo ao redor do meu dedo. - Qual é o seu sobrenome?

– É Monteiro. Meu nome todo é Lia Monteiro. - Ela disse enquanto me encarava com os olhos verdes imensos. Deus, como uma coisinha linda como aquela poderia se sentir menos que perfeita? Não era problema meu mas eu assustadoramente queria que fosse, eu queria ajudar aquela menininha a entender o quão maravilhosa ela era e como a cor da pele não era um problema.

– Meu Deus! Lia eu acho que nós somos primas ou algo assim, eu também tenho esse sobrenome! OMG, será que somos primas, sweet? - Eu perguntei animada e ela sorriu de orelha a orelha enquanto os olhinhos brilhavam.

– Será? Eu vou perguntar a mamãe, eu acho que nós somos mesmo. - Ela pulou da cadeira e correu até onde o cara cujo nome eu tentava decorar estava, ele a pegou no colo e eu vi enquanto ela contava toda animada sobre como eu era sua prima ou algo assim. Ele encerrou a aula as crianças correram para o salão animadas demais para pensar em outra coisa que não fosse brincar.

– Então é prima da Lia ou coisa assim hein? - Eu corei pela primeira vez em anos e abaixei o rosto, eu não queria que ninguém dissesse nada sobre o modo ridículo que eu tinha usado para dar alguma auto estima a garota. Como se ser minha prima fosse algo demais.

– Ela pareceu gostar da idéia e tudo mais. - Prendi o cabelo e puxei a barra da blusa tentando disfarçar a minha falta de jeito.

– Então, Megan... Você é voluntária ou o que?

– Eu só fiz um favor para o Herval, ele precisou sair e eu estava livre e conhecendo o lugar então ele pediu e eu aceitei. Não pensei que essas coisinhas de oito anos iriam estar aprendendo sobre programação. - Eu disse e torci o nariz para a coisa sobre tecnologia e informática.

– Sabe, programação e informática não é tão ruim quanto você tá fazendo parecer que é. Se você continuar fazendo essas visitas eu posso tentar te ensinar alguma coisa como um agradecimento por ter tentando ajudar os meus pestinhas. - Ele sorriu e eu sorri de volta.

– Okay, babe boy, isso está me parecendo um flerte. - Eu disse enquanto enfiava as mãos nos bolso da calça e tentava arrumar a minha postura.

– Eu to sendo gentil. - Ele disse ainda sorrindo e coçando a nuca enquanto eu acenei um sim rápido.

– Bom, senhor extremamente gentil, eu tenho que ir agora. Foi bom conhecer você e as crianças, o projeto é bem legal. - Girei nos meus calcanhares e comecei a andar para a recepção.

– Ô gringa, isso não foi mesmo um flerte, eu tenho namorada sabe. - Ele disse enquanto enfiava a mão no bolso do short jeans.

– Whatever, talvez a gente nunca mais se veja mesmo. - Eu disse enquanto abria um sorriso e andava para longe dele. Eu nunca estive tão errada, e estar errada nunca tinha sido tão bom assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não tive tempo pra revisar direito e não sei o que vcs vão achar do capítulo mas espero que gostem, tem muita coisa pra desenrolar ainda e eu ia demorar mais para por esse encontro mais me deu a louca e eu decidi fazer pra ontem hahahaha enfim, espero as opiniões de vcs!