O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpa o tempo sem postar. Dessa vez foi por causa da internet, além de lenta, caí toda hora, isso quando não fica sem rede. Queria q vcs vissem as notas finais, tem algumas considerações minhas. Bom cap. p/ todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511343/chapter/6

19 de outubro de 2015 – Dia 124 – 21h31min

Determinamos que hoje fosse um luto oficial no refúgio. As únicas atividades exercidas foram à vigilância e a busca por água, que são fundamentais para a nossa sobrevivência. Tivemos o resto da manada chegando as nossas fronteiras, cerca de 100, mais da metade se arrastava então não foi grandes coisas. Já limpamos mais da metade dos corpos, levamos para um local bem afastado e incineramos todos, só pra ter certeza e o cheiro ruim não impregnar no local, mas não adianta muito.

Ainda é duro acreditar que eles morreram. Depois que adquiridos certa experiência, não temos tantas perdas e, sempre que perdemos alguém, principalmente nós, ficamos pensando se a gente não é o próximo, ou se vamos dar conta de proteger o resto. Espero que nos próximos dias tenha um pouco de paz pra nos acalmar e dar prosseguimento a nossa luta.

Deixa eu me concentrar e voltar ao que interessa...

26 de junho de 2015 – Dia 8 – 12h57min – POV Toni

Estávamos prestes a entrar no depósito quando dois dos soldados se levantaram. Por um instante tive a esperança de que eles ainda estivessem vivos, mas não estavam. Começaram a gemer e andar em nossa direção, com os dentes batendo e os braços estendidos, tentando conseguir uma refeição farta. Clara fez menção de atirar, mas fiz um sinal pra ela de que não atirasse, então ela e o Carlos deram conta dos zumbis usando suas facas. Não adiantou muito, outros corpos começaram a se reanimar e se levantar, cerca de nove soldados e seis seguranças vieram atrás de nós.

Não importava qual que era a situação de perigo, eu sempre pensava na situação como um campo de batalha, pensava calmamente e depois agia. Sempre fazia isso nos jogos de xadrez, nas aulas chatas de filosofia, em que tinha que convencer a turma de um ponto de vista, em tudo. Naquele momento não seria diferente. A coisa mais lógica a ser fazer era atirar, mas não queria chamar a atenção dos zumbis da fábrica e dos arredores. Observava o nosso campo de batalha e não encontrava uma solução a não ser essa. Os dois me olhavam, ansiosos, esperando que eu falasse do plano.

A distância entre nós e os zumbis se encurtava mais e mais. Até que eu percebi algo e bolei rapidamente um plano. Não daria tempo de explicar o plano, apenas falei para atacarem com as facas no momento que eu gritasse. Logo em seguida, saí correndo chamando a atenção dos zumbis, eles estavam meio dispersos, em pequenos grupos, mas iam se ajuntando. Agora, com a atenção dividida, iam ficar indecisos e se dividir, ficando mais fácil atacá-los. Corri até onde tinha dois soldados caídos. Esfaqueei a cabeça, só pra ter certeza, e peguei as duas facas. Não eram boas para arremesso, mas eu tinha que tentar.

Gritei um “Agora!” e arremessei a primeira faca, acertando em cheio. Caminhei com as duas facas na mão, de vez em quando parando e acertando um ou dois zumbis, voltava a correr e observava eles, um número pequeno foi até eles, mas vi que chegavam mais da fábrica e outros corpos reanimavam, vi que precisariam de ajuda, então comecei a me aproximar. Vi um zumbi morder em cheio a perna do Carlos, na altura da coxa. Peguei uma das facas e atirei na cabeça do zumbi e com a outra fui me protegendo dos que vinham em minha direção.

Ele urrou de dor e tentava inutilmente estancar o sangramento. Faltava poucos zumbis, mas já não me importava com isso. Ele caiu no chão, Clara parou e analisou o ferimento na perna.

– A mordida foi em cima de uma artéria, na verdade a principal artéria da coxa e ele já perdeu muito sangue. – ela olhou pra mim com um misto de raiva e pena, raiva pelo plano que eu bolei ter dado errado, e pena por ter perdido um aliado. – não há muito que fazer.

– Não... não quero virar uma dessas... uma dessas coisas. – Falou com muita dificuldade, era claro que ele sentia muita dor. – Atira logo na minha cabeça.

– Claro que não, você ain...

– Eu sei quando já era pra mim. – ele implorava pra mim fazer logo isso. – A dor só fica maior e eu sei que vou morrer, então atira logo.

– Mas...

– Atira! – Ele gritou comigo, era, era o último pedido dele e não tinha como negar. Já se escutava o barulho da arma da Clara, ela matava o restante dos zumbis enquanto conversávamos. Tinha deixado o rifle escorado em um dos caminhões junto com a bolsa, olhei ao redor encontrei um dos soldados. A arma dele ainda estava no coldre, peguei e vi que estava sem munição. Saí procurando um pente carregado, no terceiro soldado achei um. Carreguei a arma, mirei em sua cabeça e comecei a recitar um pequeno mantra que eu sabia de cor, era o símbolo da minha família há séculos.

Que Deus te guie, Que Deus lhe ouça,

Que lhe abençoe e que lhe proteja.

Para que o mal não te corrompa,

E que nem a luz lhe cegue;

Para que meu caminho possa trilhar

E somente a Ti glorificar.

Ele recitou baixinho, fechou os olhos e esperou.

– Descanse em paz, amigo. – O tempo parou um pouco antes do disparo. Um silêncio incomum naquele novo mundo aconteceu. Foi interrompido apenas pelo som do disparo da arma. Depois mais nada. Ficamos assim durante um tempo. Depois peguei a faca do Carlos e enrolei na sua blusa, coloquei dentro da bolsa. Peguei a pistola, guardei junto com as duas facas e entramos no depósito.

Era uma local grande era pra ter várias caixas, cheias de armas e munições, mas estava vazio, com prateleiras e caixas jogadas no chão, algumas abertas, deixando espalhadas pelo chão: armas, munições dos mais variados calibres e alguns acessórios, mas mesmo assim tinha muito pouco. Andamos durante um tempo e encontramos mais alguns zumbis, os matamos com as nossas facas.Checamos o depósito todo, faltava somente uma sala pequena. Ela andava com a pistola em mãos e eu com as duas facas. Assim que entramos na sala, fomos surpreendidos por dois soldados, com os fuzis apontados para nós.

– Quem são vocês e o que fazem aqui? – o soldado loiro de olhos verdes nos perguntou. O parceiro dele era negro, cerca de 1,80m, forte e muito mal encarado. Não notei, mas tinha uma mulher, oficial também, morena, da minha altura não parecia ser muito forte e estava desmaiada ou morta, em cima da mesa. – Anda fala logo quem são vocês.

– Eu sou Clara e esse é o meu... amigo Toni. Acho que é meio óbvio o que viemos fazer aqui, branquelo.

– Olha como fala mocinha! – o loiro retrucou. – Sabia que é crime roubar armas? Sabe, acho que devia de matar os dois agora.

Ele estava pronto pra puxar o gatilho quando a mulher atrás dele mandou não atirar. Coloquei a faca em posição de arremesso e esperei os dois decidirem.

– Mas tenente eles provavelmente iam nos matar.

– Como você sabe soldado?

– Mas...

– Chega de mas, - A voz dela era um pouco fraca, mas ainda autoritária. – Abaixem as armas e...

Ela parou de falar, acho que perdeu a consciência. Clara foi ver o que ela tinha, mas foi barrada pelo loiro.

– Eu sou médica, posso ver o que ela tem.

– Ela levou um tiro na barriga de um dos guardas, a bala atravessou e ela perdeu muito sangue. Estancamos o sangramento e já tá tudo resolvido.

– Deixa eu conferir, pode ter feito a bandagem errada e ela infeccionar e morrer.

– Deixa ela conferir Maicon. – Pela primeira vez o negro falou, e nos apoiando. O Maicon, meio contrariado, deu passagem a ela. Enquanto ela conferia, me aproximei do cara negro.

– Sabe que ao primeiro sinal de perigo eu atiro. – Ele disse sem me encarar.

– Não é o único. – ficamos em silêncio, observando a análise da Clara. - Qual é o seu nome?

– Soldado Roberto Torres, mas use só Roberto.

– Antônio de Souza, mas me chame de Toni.

– Sabia! Vocês fizeram a bandagem errada. Ela pode voltar a sangrar ou se infeccionar. – Clara dizia triunfante. – Não tem um kit de primeiros-socorros com vocês?

– Na pressa nossas mochilas ficaram no segundo caminhão. – Maicon ainda estava nervoso.

– Temos que ir a cidade pegar medicamentos para esterilizar o ferimento e fazer uma bandagem descente, se continuar assim, bom...

– Vamos usar o caminhão ou o jipe...

– Não dá. – Todos os olhares se voltaram pra mim. – Os pneus dos dois estão furados. Tem um ônibus na entrada, está em boas condições, acho que dá pra dirigir. Mas tem uma condição...

– Beleza. – disse o Roberto. – Eu dirijo. Mas qual é a sua condição?

– Me ajude a recolher alguns armamentos.

– Feito. Quando tempo você acha que temos pra isso?

– Acho que meia hora dá pra recolher alguma coisa. – Clara olhou pra mim e depois pra eles. – Vocês mexeram no museu?

– Não.

– Ótimo.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~

Recolhemos as armas dos soldados caídos e algumas do depósito, assim como munição e alguns acessórios como silenciadores, lunetas de precisão, lasers, baionetas e afins. Entramos no museu e levamos várias armas. Não englobava só armas da empresa, mas algumas outras também. Colocamos tudo dentro do ônibus, Maicon ficou e disse que ia conseguir algum pneu que dê pra substituir o do jipe.

Escolhi duas Colt M1911, calibre .40 e prendi uma em cada coxa, uma Berreta/Taurus M975 9mm, a que usei pra acertar o Carlos, e a prendi usando um coldre que fica na lateral esquerda do corpo. Coloquei o rifle no meu banco ao lado, colocaria preso a mochila depois. E por fim Prendi três facas no cinto. Espero que dê tempo de chegar ao hospital.

~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~

Cheguei ao hospital por volta das cinco da tarde, e decidiu que eu e Clara entramos. Fomos direto ao estoque, fazendo o mínimo de barulho possível. Chegamos lá sem maiores problemas, estava um pouco vazio e escuro, mas ela encontrou o que precisava, colocou dentro de um saco, pegou mais alguns frascos, colocou dentro de sacos de algodão e colocou dentro de outro saco, junto com esparadrapos, gazes, linhas de sutura e agulhas, material para esterilizar as feridas e equipamentos, aqueles sacos que ficam dependurados onde colocam o soro, seringas, enfim, tudo que pudesse carregar e nos ser útil.

Saímos de lá sem problemas, apesar dos zumbis nos virem, corremos até o ônibus a tempo e partimos para um local mais afastado. Entramos em uma casa simples, mas com muros altos e fortes. Matamos o único zumbi que tinha lá dentro e carregamos a tenente Rodriguez até o quarto. Só soube o nome dela porque estava escrito no uniforme dela. Clara cuidou dela durante um tempo e, quando acabou a entregou aos cuidados do Roberto e saímos.

– Aonde vocês vão?

– Encontrar com o resto do nosso grupo. – Disse sem me virar.

– E vocês vão nos deixar sozinhos?

– Vamos ver se os outros deixam que vocês fiquem com a gente, e ver se eles estão bem. É só por um tempo.

– Vamos voltar de qualquer jeito. – Disse a Clara.

Pegamos uma bicicleta que estava no quintal da casa e saímos até o casarão.

26 de junho de 2015 – Dia 8 – 19h12min – POV Maria Rita

Esperamos a morte quando ouvimos um disparo e a mordedora caiu. Nos viramos e vimos um garoto com um rifle nas mãos. Fiquei muito feliz. O Toni acertou um tiro certeiro na mordedora e nenhum de nós tinha morrido. Conferi o cadáver e era uma mulher de 21 anos. Como foi que ele entrou aqui? Será que não conferimos direito?

Ouvimos um grito vindo do quarto da Vivi. Corremos até lá, ouvimos algo sendo quebrado e um baque no chão. Abri a porta e vi um mordedor caído no chão e a Vivi deitada na cama, parecia chorar. Cheguei perto dela e perguntei o que aconteceu. Ela apenas apontou para a perna.

Ela tinha sido mordida. Acho que a nossa felicidade não durou muito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiro de tudo, ainda não decidi se a fic vai ser interativa. Por enquanto, vou continuar criando por mim mesmo, e no máximo abrir duas vagas, pra ter um personagem dos leitores (coisa que eu acho bem difícil de ocorrer)
Depois, esperem o inesperado de mim. Não crio personagens highlander ou imortais, qualquer um pode morrer a qualquer momento. É duro ter que matar um personagem, mas é necessário para novos surgirem.
E por último, devo postar as quintas ou sextas, devido a alguns problemas.
Se querem dar uma sugestão, criticar, dar sua opinião, ou só elogiar, comentem, sou todo ouvidos!! Abraço a todos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O começo do fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.