O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Esse Cap. é um pouco mais tranquilo, mas o prox. tem muito mais ação então aproveitem.



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20 de outubro de 2015 – Dia 125 – 21h30min

Apesar de a tristeza reinar aqui na vila, voltamos aos nossos afazeres diários. Quase não temos que sair mais para buscar suprimentos, temos muita coisa plantada (leia-se: abóbora e ervilha), um pequeno galinheiro e duas vacas, além de um bom estoque de alimentos e água. O único problema é a busca por água. Apesar de termos um estoque grande, preferimos guardá-lo e buscar no lago, que fica a uns 2,5km, para regar as plantas e para os animais, já que a água para banhos e para preparar os alimentos vem de um poço. Eu, como sempre, fico na vigilância, pego o turno da manhã, é mais tranquilo, só fiquei vendo eles terminando de carregarem os corpos.

Vamos ver, vamos ver...

26 de junho de 2015 – Dia 8 – 19h11min – POV Viviane

Acordei meio zonza, acho que devia ter perdido muito sangue. Não fazia ideia de onde estava, a última coisa de que me lembro era de alguém ter me dado uma facada na perna, de alguém me socorrendo, e de uma luta contra zumbis. Ainda me sentia fraca, e morria de fome e sede. Olhei em volta e vi um jarro com água e um copo, além de uns poucos medicamentos. Me levantei pra beber um pouco de água quando escuto um disparo, parecia ser aqui perto, decidi por conferir.

Senti algo pegar as minhas pernas, caí no chão e gritei quando senti os dentes de um zumbi acabar com o meu tornozelo. Chutei o rosto dele até que ele me soltou, não sem antes arrancar a pele e tudo o mais. Tentei me levantar, mas não conseguia me manter de pé, então tentei me apoiar no criado-mudo. Ele já se arrastava em minha direção, peguei o abajur e o bati com força na cama. Por ser de madeira, o suporte quebrou ao meio, destruindo a lâmpada. Assim que ele chegou mais perto, eu o golpeei no olho com o suporte, matando aquela coisa definitivamente, mas perdi o pouco de equilíbrio que eu tinha e caí no chão. Consegui me colocar em cima da cama e comecei a chorar.

Escutei alguém abrindo a porta e vi Rita entrando e se sentando em cima da cama. Ela me perguntou o que aconteceu e eu apenas apontei pra mordida. Me sentia cada vez mais fraca e a dor só ia aumentando. Hoje não era meu dia de sorte. Tinha sido feita refém pelo Lucas, esfaqueada na perna direita, mordida na esquerda. Minha visão começou a ficar embaçada, até que eu apaguei.

26 de junho de 2015 – Dia 8 19h14min – POV Toni

Subi as escadas e encontrei a Viviane desmaiada com uma mordida no tornozelo, e todos ao redor, alguns chorando e a Clara examinando, ver o que podia ser feito. Depois, ela veio até mim e disse que não tinha nada pra ser feito. Nos afastamos um pouco e eu falei:

– Talvez tenha uma solução.

– E qual seria? Outro plano genial? – Ela ainda estava com raiva por causa do que aconteceu lá na fábrica.

– Podíamos cortar a região infectada.

– Como nos filmes? Acho que não daria certo. Além do mais, ela não resistiria, perdeu muito sangue por causa da facada e mais ainda por causa da mordida.

– E se alguém doasse sangue?

– Daria pra amputar, mas ainda sim não daria certo.

– Se continuar assim ela vai morrer, e se tem uma opção não custa nada tentar. Quando tempo ela aguentaria sem a transfusão?

– Cerca de duas horas, mas o tempo pra tirar o sangue e injetar nela... acho que uma hora e meia. Mas mesmo assim, não tenho material pra isso só no hospital. Mas não daria tempo.

– Vamos lá, eu vou com você, pegamos o material ou tiramos o sangue lá mesmo e voltamos pra cá.

– Mas quem é que vai doar o sangue?

– Eu. – Ela me olhou, acho que pela primeira vez eu a surpreendi. – Tenho sangue O negativo e era doador.

– Você? Doando sangue?

– É uma longa história. Vamos? – Ela parou e pensou um pouco.

– Tá certo. Mas eu não vou conseguir amputar.

– Deixa isso comigo.

Me dirigi para os outros e pedi para que eles levassem a Vivi até a mesa. Chegando lá procurei algo cortante enquanto a Clara limpava o ferimento e preparava para a amputação. Cheguei a cozinha, liguei o fogão e ia procurar um machado lá fora quando vi um cutelo em cima da mesa, junto com as facas da casa. Peguei, coloquei em cima do fogo pra esterilizar.

– Já tá tudo certo?

– Já sim. Tem certeza disso?

– A lâmina tá quente, mas vamos logo com isso.

– Vocês vão fazer o que? – Rita me olhava assustada.

– É a única chance dela. – Disse, levantando o cutelo, o corte precisava ser preciso. Me concentrei e golpeei, num movimento forte e seco.

26 de junho de 2015 – Dia 8 – 19h25min – POV Maria Clara

O golpe foi no local certo, com um único golpe ele amputou o pé e uma pequena parte da perna. Ele retirou o cutelo e eu comecei a estancar o sangramento, que foi muito pouco, graças ao cutelo, ele estava quente e acabou cauterizando o local. Depois disso, desinfetei o local, passei uma pomada para queimaduras e, por fim, coloquei as ataduras. Quando acabei, fui em direção à porta e já ia sair quando o Toni me chamou.

– Temos que falar dos soldados pra eles antes de ir.

– Mas é um longo caminho daqui até o hospital.

– Vamos de carro, e paramos um pouco antes, pra não chamar a atenção deles.

Acabei concordando e nos reunimos na sala. Fizemos um resumo do que aconteceu na fábrica e fizemos uma votação pra ver se os soldados podiam ficar junto com a gente no casarão. A resposta foi quase unânime quanto aos soldados, só faltava o voto da Vivi. Então decidimos por deixar eles se ajuntarem ao nosso grupo.

– Mas é melhor ficarmos alertas, não podemos confiar totalmente neles. – Disse o Bernardo, e de certa forma ele tinha razão. – Vamos ficar todos no andar de cima, junto com nossas coisas e fica sempre dois de nós vigiando, um vigia a casa dos zumbis e o outro vigia o corredor.

– Certo, o que vigia zumbis usa a arma branca e aquele que fica com o corredor com uma arma de fogo, todos de acordo? – Eu disse e todos concordaram. Subi pra ver o que mais podíamos pegar no hospital, já que deixei a sacola com o Roberto. Enquanto olhava o nosso pequeno kit, minha irmã entra no quarto e fecha a porta.

– Clara, posso te fazer uma pergunta?

– Já fez. – Dei um pequeno sorriso quando a outra revirou os olhos. - Mas o que você ia perguntar?

– Como vocês vieram pra cá?

– Em cima da bike que tá lá fora. Por quê?

– Então vocês vieram juntinhos?

– Sim, eu vim na parte da frente.

– Então veio na parte da frente, com ele bem perto do seu pescoço, bem juntinhos... Você gostou não foi? – Ela falava com um olhar malicioso.

– Sim... quer dizer não. – Eu devo ter corado, porque ela começou a rir sem parar. - Porque isso importa agora?

– Disse também que vocês dois foram pegar medicamentos. Mas o lugar é meio apertado, escurinho... – Senti meu rosto pegar fogo, não sentia isso muitas vezes, obviamente sempre me foquei nos estudos e no trabalho... então não estava acostumado com isso, e o pior é que ela não parava de rir.

– Olha você quer saber? Saí daqui, anda! Saí, saí, saí, saí, saí...

– É você que faz as coisas e sou eu que tenho que sair? – Ela disse isso abrindo a porta, ela passou e fechou a porta, por sorte o livro não acertou ela.

Me recompus e desci. O Toni conversava com a Tainá sobre algo e depois foi até o carro. Segui para o carro e ouvi minha irmã disser “se comportem, hein!”. Olhei pra ela furiosa e entrei rápido no carro. Tínhamos uma hora para pegar o sangue e salvar a Vivi.


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Notas finais do capítulo

Comentem o q acharam. Acho que vou add uma personagem que me enviaram. Mas será daqui a dois capítulos, então aguardem. Abraços e até o próximo cap.



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