O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 20
Capítulo 3 - Second Season


Notas iniciais do capítulo

BOM CAP. PRA TODOS!!!!!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511343/chapter/20

1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 17h35min – POV Maria Clara

Faz algum tempo desde a despedida do Toni e desde que o Maicon morreu. Eu trabalhava no centro médico como clínico geral, já que não posso mais fazer nenhuma cirurgia por causa da minha mão. Acho que ficaria na guarda se eles não tivessem descoberto que sou médica e pedir “gentilmente” para trabalhar no hospital e, mesmo sem a mão, acabei sendo útil. Depois de quatro meses a minha barriga cresceu um pouco, mas falta muito pra ficar enorme e dar na vista, por enquanto dá pra esconder com alguns vestidos mais soltos.

Não que eu não sentisse nada pelo Toni, mas a morte do Maicon ainda era muito recente, e depois dela eu me fechei com o resto do grupo, só descobri que o Toni chegou devido à rádio corredor do hospital.

Estava andando pelos corredores, indo para o meu consultório, quando ouvi duas enfermeiras, elas vieram na minha direção comentando algo bastante animadas.

– Você viu menina, o tal Antônio chegou mais cedo do exílio.

– Duvido muito que vai mudar a nossa situação, tá ficando cada vez mais difícil de manter esse lugar. E o tanto de remédio que tá faltando?

– Ouvi dizer que ele é um daqueles infectados, ele consegue controlar a coisa toda.

– Mas não é perigoso deixar ele solto por aí?

– Eu o prendia fácil, fácil na minha casa. Que gato!

– E você Clara o que acha do “Caçador”?

– Hãn, o quê? – Eu nem prestava atenção na conversa, pensava na lista de remédios que eu tinha que entregar para o comandante.

– Desde a morte do Maicon você não se liga em mais nada. Tem que ficar mais esperta garota.

– O tal do Antônio chegou e a gente queria saber o que você achou dele?

– O Toni chegou? – Agora fui pega de surpresa, como assim ele chegou mais cedo e ninguém me avisou? – Quando?

– Lá pro meio dia, a gente tava em horário de almoço e fomos ver pessoalmente.

– Peraí, você já conhece ele? Me fala como ele é assim de pertinho? Quero detalhes... – Ela falou maliciosamente.

– E-Eu não sei do que você tá falando. Preciso levar essa lista pro comandante e meu turno acaba, bye bye.

Andei o mais rápido que pude até o quartel general. Abri a porta o mais forte que eu consegui, tinha alguns novatos na sala conversando, um deles, uma garota loira com as pontas dos cabelos ruivas, sacou uma faca e quase atirou em mim, um outro cara segurou o braço dela.

– A gente tá seguro agora, não precisa disso.

– Foi mal, ela me assustou. Mariquinha você hein.

– Onde é que ele tá? – perguntei pra garota.

– Eu não sou adivinha pra saber.

– Anda fala, cadê o Toni? – Ela se levantou e conferiu nos bolsos.

– No meu bolso ele não tá. Deve ta fazendo alguma vítima por aí. – Ela disse se sentando tranquilamente.

– Como é garota? Tá querendo brigar é?

– Eu? Não imagina...

– Lalá, para com isso, agora! – o cara olhou do mesmo modo que eu olho pra minha irmã.

– Já disse que odeio que me chame de Lalá. – Ela olhou pra mim e depois se voltou para o irmão. - Vou pro meu quarto, não sou obrigada a aturar vocês. – Ela subiu e esbarrou na Kim, ela descia apressada e com uma cara preocupada.

– Garota rabugenta. – Ela terminou de descer e me deu um abraço. – Clara, finamente acabou o seu turno. O que foi?

– Por que não me disseram que o Toni vinha hoje?

– Bom, você se afastou de todo mundo, o Maicon morreu... A gente não quis te incomodar.

– Como assim, isso é do meu interesse, preciso falar com ele, onde ele está?

– Com o Comandante, eles estão em reunião. – Sai do prédio precisava entregar aquela lista e, principalmente, falar com o Toni. – Ei espera, vou com você, me chamaram pra uma missão.

– Como assim? – já estávamos na direção do quartel.

– Me chamaram de última hora, parece que há sobreviventes a algumas quadras daqui e me mandaram pra conferir, junto com outros dois soldados que não conheço e o Roberto.

Chegamos ao quartel, a Kim se apresentou para missão e se armou rapidamente. Eu me despedi dela e segui para a sala do comandante. Abri a porta sem pedi permissão, lá esta dois oficiais sentados, o comandante em sua cadeira e um cara em pé, todos eles se viraram na minha direção. Nunca pensei que fosse ficar tão feliz em vê-lo novamente.

1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 18h05min – POV Toni

A Clara entrou de repente na sala, o comandante tinha recebido a mensagem de que podia ter sobreviventes nas proximidades e destacou u grupo para conferir o local.

Ela me olhou de cima a baixo, conferindo cada detalhe, percebendo cada mudança, depois me encarou olho no olho, começaram a vir algumas lembranças indesejadas, boas, mas que já acabaram e sabia que elas nunca mais iriam acontecer, não com os mesmos sentimentos. Desviei o olhar e encarei o comandante, ele não pareceu nada feliz com a intromissão da Clara.

– Não sabe bater na porta, garota! O que você quer?

– E-Eu só vim e-entregar a lista q-que o senhor pediu.

– Desculpa, mas não gosto que me interrompam. – Ele se sentou e indicou as duas cadeiras da sala. O coronel se sentou na primeira cadeira que viu, sem cavalheirismo nenhum. A Carmem revirou os olhos e cedeu o seu lugar a Clara. – Você ainda pode ser útil. A missão que tenho para os três é quanto aos nossos suprimentos. Eles estão em baixa e não tem com o repô-los na mesma proporção. Como sabem, não há muitos lugares onde se possa plantar, só temos fartura em água quando chove e os nossos medicamentos estão acabando.

Vocês vão até estes três pontos destacados no mapa – ele mostrou três alfinetes verdes, não era muito familiarizado com o centro da cidade, mas um eles era um grande hospital e uma farmácia de manipulação, o outro era um grande centro comercial, cheios de bares e lojas, e o último era uma distribuidora de bebidas. – recolher o possível e colocar nos caminhões. Cada um lidera um grupo de mais quatro pessoas. Alguma dúvida?

1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 18h16min – POV Kimberlly

Saímos atrás do tal grupo de sobreviventes, andamos por alguns minutos até encontrarmos um grupo bem armado, com cerca de 120 pessoas, todas bem armadas, isso sem contar algumas mulheres e crianças. Eles assim que nos viram atiraram em nós, não íamos em sã consciência enfrentá-los então recuamos. Os dois soldados morreram e o Roberto foi gravemente ferido, eu fui atingida de raspão no ombro, mas nada que eu não suportasse. Carreguei o Roberto até uma esquina, lá ele se desprendeu de mim, disse que já era pra ele e que ia morrer lutando, precisava chegar rápido à Resistência e avisar ao comandante sobre o ataque. Corri o mais rápido que pude, olhei pra trás e vi o Roberto deitado no chão, atirando com o fuzil.

Cheguei rapidamente a torre e ao quartel. O Comandante estava acertando os últimos detalhes da missão quando entrei.

– Mais uma interrupção! É bom que seja importante garota.

– Fomos atacados por um grupo muito grande, cerca de cento e vinte, agora uns cento e dez pessoas todas bem armadas. Eu fui à única que conseguiu escapar.

– Dê o alerta máximo! Quero duzentos soldados preparados pra ontem. Toni, Vá se armar Toni, precisamos de toda a ajuda possível. E você Kimberlly, cuide desse ferimento e descanse.

– Não, eu quero lutar, eles mataram o Roberto!

– De todo jeito cuide desse ferimento.

Saímos apressados da sala, o Toni me acompanhou até o hospital, antes de entrar ele me abraçou e disse:

–Eu sinto muito pelo Roberto.

– Não sei se sente tanto assim. – Me soltei do abraço e entrei, perto do balcão me virei e ele ainda estava lá. – Mas mesmo assim obrigada.

Ele acenou com a cabeça e correu até o QG. Depois do meu ferimento tratado, fui até o QG, todos já estavam armados e iam em direção ao portão principal. Estávamos prontos pra batalha.

1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 18h 59min – POV Toni

Subimos até o portão principal e vimos o grupo se aproximar da guarda. O Comandante se levantou de uma cadeira e perguntou:

– O Que vocês querem?

– Queremos abrigo, o seu abrigo, assim como a cabeça do Toni.

– Por que acha que ele está aqui?

– Temos os nossos informantes. Vão nos deixar entrar e ficar ou vamos ter que lutar?

– Apenas se não matar nenhum dos meus homens.

– Então não entregam o Toni? Vai nos negar abrigo?

– Se quiserem matá-lo, sim negamos.

– Então vocês escolheram lutar. Ataquem!

– Espera. – Eu me levantei e pulei a torre de guarda. – Eu me entrego se vocês os deixarem em paz. – Não queria ver um massacre rolando por minha causa.

– Não vou deixar você se entregar, se ele o matar, vamos revidar!

– Não vão não, deixa que isso eu resolvo. – O Comandante apenas acenou com a cabeça. Virei-me para o Adílson, ele fazia parte do conselho, era um dos primeiros a formar o Acampamento. – Por que você quer me matar?

– E isso lá é da sua conta?

– É quando é a minha vida que você vai tirar.

– Você arruinou os meus negócios “caçador”. Depois do ataque, íamos sofrer um segundo e depois nos aliaríamos aquele grupo e me tornaria o líder do acampamento, mas você tinha que estragar tudo!

– Peraí, - falei aumentando a voz, para que todos escutassem. – você quer me matar por que eu arruinei o seu plano de ser líder do acampamento e se juntar aquele bando de desgraçados que queria nos matar? Aí você retirou todo mundo do seu acampamento pra simplesmente me matar?

– Exatamente!

– Você tem consciência do que você fez, tiraram todos eles de um lugar seguro, e ia condenar todos a morte só pra uma vingancinha barata? E ainda se pergunta por que não é um líder? – Me virei para os outros. – Vocês concordam com isso? Sair de lá para matar alguém que sempre quis o bem de todos vocês? Quantas vezes eu ajudei vocês, seja montando uma defesa melhor ou buscando itens que me pediam, sem cobrar nada em troca? Tem certeza que vão querer me matar? – Alguns levantaram as suas armas e apontaram pra mim, mas a maioria abaixou as armas e começaram a cochichar. – Garanto que aqueles que se não querem lutar tem um lugar seguro na resistência. Apenas me acompanhem, mas aqueles que tentarem me matar, não vou poder zelar pelo seu bem estar.

Todos aqueles que abaixaram as armas vieram para o portão da resistência, inclusive o grupo de mulheres e crianças. No final ficou apenas um grupo pequeno de vinte a vinte e cinco pessoas. Depois que eles entraram, eu virei as costas e fui em direção ao muro, quando me chamaram. Me virei e, antes que eu reagisse, recebi um tiro no peito.

Santo colete me protegeu do que seria um disparo fatal, direto no coração.

Depois disso, a resistência revidou, não só pela minha suposta morte, mas pela morte do Roberto e dos outros soldados. Me arrastei até um lugar seguro, peguei a balestra e acertei dois deles. Quando restaram apenas três, eles se renderam. Os soldados os levaram até a prisão improvisada. Perdemos pouquíssimos soldados na batalha, acho que apenas dois. Alguns ficaram lá para recolher o espólio e pegar os veículos, os restos de nós entrou. Fui até a sala do Comandante, assim que entrei fechei a porta.

– Como sabia que a maioria ia se render?

– Não sabia. Apenas confiei que ele deve ter convencido o conselho que eu era culpado de alguma coisa e que se me matassem ficariam seguros aqui.

– Bom, agora que os números aumentaram meio que compensou as perdas. Mas a sua missão continua de pé. Amanhã você parte. Você vai com um grupo buscar suprimentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

FAVORITEM, COMENTEM, MANDEM AS SUAS FICHAS
SUGESTÕES SÃO BEM ACEITAS
E AGUARDEM, AS COISAS VÃO MUDAR POR AQUI...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O começo do fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.