O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 19
Capítulo 2 - Second Season


Notas iniciais do capítulo

Como disse, esse cap já estava programado pra ser postado, então bom cap. pra todos!



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1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 12h00min

– Não é possível, você ainda está vivo. Já vi os seus amiguinhos rondando por aqui, mas acho que eles não sentiram falta de você. – Disse o guarda, a pessoa que eu menos queria ver, o filha da mãe do Lucas. – Eu que mando por aqui agora. O que você quer?

– Haha, guarde as suas piadinhas pra você, tenho mais o que fazer. Me deixa passar.

– Mas não mesmo! Os outros até penso no caso, principalmente nessa novinha, - disse ele, olhando maliciosamente para a Laura. O irmão dela chegou a sacar o seu rifle, mas o destravou. – mas você não.

– Anda, me deixa passar.

– Já disse que não e se continuar insistindo atiro em você.

– Você não é macho o suficiente para atirar. – Me virei e me distanciei um pouco do portão. Tentei o rádio, estava sem baterias.

– Por que eu tenho a impressão que ele não é o seu fã? – Laura disse isso pegando uma faca. – Porco sujo e filho da puta, se ele me chamar de novinha de novo...

– Você não faz nada. – O irmão dela falou. Ela guardou a faca e se afastou um pouco emburada. Ela não gostava mesmo de estar perto de nós, ou melhor, de mim. – O que a gente faz?

– Podíamos dar a volta e entrar por outro portão. – Sugeri essa idéia, mas foi prontamente descartada, tinha muitos zumbis entre os dois portões. – A única forma então é chamar a atenção do outro guarda.

Aproximei-me do portão de novo. O Lucas destravou o seu rifle e apontou para mim, mas eu não me importei. Gritei pelo guarda, e pra minha sorte, saiu o Roberto de lá. Parecia um pouco mais forte e triste, mas abriu um sorriso ao me ver.

– Então quer dizer que...

– Que eu to de volta à ativa. Tem como chamar o comandante pra mim?

– Ele deve de tá em uma reunião importante, mas vou ver o que posso fazer.

– Como assim? Vai incomodar mesmo o comandante por causa desse projeto de zumbi. – Agora eu fiquei interessado, como ele conseguiu descobrir? – Ele pode e vai ser um perigo para todos nós!

– Fica quietinho aí “soldado” Lucas e faça o seu trabalho. – Disse o Roberto com sarcasmo. – E se ele morrer, o culpado vai ser você, e a punição não vai ser das melhores.

Ele saiu. Ficamos esperando, encostados em um edifício próximo, alguns zumbis saíram de lojas nas proximidades e vieram na nossa direção. Saquei a minha besta e os matei. Assim que terminei de recolher as minhas flechas, o portão se abriu e vi boa parte do meu antigo grupo, com o Comandante liderando eles.

– Vejo que você chegou sem ferimentos e pontualmente. – Ele disse rindo.

– Eu faço o melhor que posso.

– E você trouxe mais sobreviventes. – Ele os analisou rapidamente. - Onde está aquele grupo que você me falou pelo rádio.

– Então, eles me baniram dele, acharam que fui responsável pela morte de uma mulher.

– E você obviamente não foi?

– Não.

– Mas ele não foi banido por isso. Corria o boato que você incomodou algumas pessoas do conselho e que na primeira oportunidade te expulsariam de lá, tinham certeza que você não aceitaria trabalhar como escravo. Além do mais, a maioria já sabia da infecção.

– Vamos entrar e deixar vocês descansarem e se instalarem. Quero você na minha sala hoje no final da tarde, entendido? – Acenei positivamente com a cabeça. – Ótimo. Bem vindo de volta.

Entrei sobre um olhar furioso do Lucas, dei um grande sorriso de volta. Os outros não falavam nada, apenas me acompanhavam, enquanto uma multidão se esgueirava e se amontoava na rua para ver quem é que chegava. Escutei alguns comentários tipo “Ele é que é o infectado?”, “Mas ele se parece com a gente!”, “Não é muito perigoso deixar ‘ele’ circulando por aí não?”, “Ele é bem mais forte que nós, ainda bem que ele é um aliado.”. Tive a mesma sensação que um herói passa pelo povo e todos eles ficam comentando. Não ligava muito para os comentários, isso eu facilmente resolveria depois, o importante é que falavam sobre mim.

Chegamos à sede, ainda é a mesma, exceto pelo fato de na fachada do prédio ter uma parte da parede pintada à mão, com uma caveira prateada, com uma espada prata e azul e um fuzil todo negro atravessados, formando um X, com os dizeres “QG Hunter” escritos em vermelho.

– Fizemos em sua homenagem. – Disse o Bernardo.

Assim que entramos e fechamos a porta, caminhamos até um cômodo onde eu ainda não tinha entrado: era uma espécie de salão de festas, tinha alguns lustres pendurados no teto, diversas mesas de mármore branco e negro, assim como um piso de mármore negro. Em um dos cantos, o piso era mais elevado, formando um palco em formato de semicírculo e tinha alguns instrumentos, inclusive um piano. Fomos até uma mesa maior, perto do palco, coloquei as minhas coisas na mesa. Eles me abraçaram logo em seguida, quase me derrubando, depois cumprimentei um por um até chegar a Tainá.

– Eu disse que não ia morrer! – Disse no ouvido dela enquanto a abraçava. Ele dizia algo rapidamente em japonês. – Em português, japa.

– Eu nunca pensei que fosse sentir a sua falta. – Ela disse isso bem baixo, se soltando do abraço. – Aposto que deve ter pegado geral. – Ela corou um pouco quando disse isso, então me toquei de uma coisa, já devia ter percebido há muito tempo.

– A única pessoa com quem eu queria ficar não estava perto de mim. – Ela abriu um sorriso e se afastou, deixando eu conversar um pouco com os outros.

– Olha gente, fico feliz que vocês tenham tido tempo de me receber dessa forma, não sabem o quanto eu fiquei feliz. Bom, essa é a Jane, uma mulher que me ajudou muito no Acampamento. E esses são o Victor e a Laura. - A Laura apenas acenou e saiu em direção aos instrumentos, os outros se apresentaram e começaram uma conversa animada. Aproximei-me da Laura, ela não ficou muito feliz com a minha presença, como sempre, mas não me afastou. Ela observava calmamente um piano. – Sabe tocar?

– O que você acha? – Disse ela de uma forma sarcástica.

– Não.

– Então se fudeu, por que eu sei. Meu “pai” me forçou a ter aulas, assim como etiqueta e cutelaria, mas não cheguei a aprender tudo.

– Você não gosta de mim ou de ficar perto dos outros?

– Os dois. – Ela disse sem se virar.

– Você é meio parecida comigo. – Ela me olhou de forma estranha. – Digo, eu também não gostava muito de ficar perto das pessoas, preferia a minha companhia e só.

– E por que mudou?

– Percebi que no mundo não tem como se isolar, uma hora ou outra eu teria que me enturmar. Pena que deu errado.

– Mas você ainda está aqui. – Ela se sentou na banqueta do piano e me encarou nos olhos. – Não adianta tentar eu não vou mudar. Vou sempre querer ficar o mais afastada possível das pessoas, principalmente de você. Sabe que não confio em você, não sabe? – Concordei com ela. – Então por que ainda tenta?

– Por que eu não sou de desistir fácil. – Desci do palco e fui ao encontro deles. Lá estava a Tainá, a Vivi, a Brenda, o Bernardo, o Sr. Akamatsu, e a Kim. – Onde estão os outros?

– Bom, a Clara e a Michelle estão no hospital; o Roberto e a Carmem estão de guarda e a Rita ainda está hospitalizada, ela já tá bem melhor, mas ela ainda vai precisar ficar lá. – Disse o Bernardo. – Eu, a Tainá e a Kim conseguimos uma folga hoje das missões, o Kazuo cancelou os treinos hoje, a Vivi e a Brenda estão sempre por aqui.

– A Rita também é uma Hunter?

– Não.

– E o Maicon? – Eles trocaram aquele olhar. – O que aconteceu?

– Ele morreu. – o Bernardo deu essa notícia, todos os outros abaixaram a cabeça ou ficaram em silêncio. - Deixou uma carta escrita para a Clara, contando o porquê dele sempre ter aquele temperamento. Os pais dele eram ricos, deram a ele tudo do melhor, mas ele se envolveu com drogas e pra manter o vício precisou roubar, seqüestrar e matar pessoas. Um dia ele teve uma crise de consciência e decidiu sair. O pai pagou a dívida dele, mas obrigou o filho a sair de casa. Meio sem opções, ele decidiu entrar no exército, pra tentar se redimir.

– Sinto muito. – Eu não sentia tanto assim, mas ele teria um filho e o garoto crescer sem um pai não seria legal. – Ele morreu em missão? – Eles concordaram. – E foi enterrado aqui? – Eles concordaram de novo. Ficou um silêncio chato na sala, ninguém queria continuar a conversa depois disso. – Só mais uma pergunta, e a Emilly?

– Ela tá na escola agora, ela foi a que mais sentiu a sua falta.

Conversamos e tivemos um excelente almoço, era muito bom estar na companhia deles de novo. O Kazuo-Sensei, agora deve chamar ele assim, falou que sempre que eu não estiver em missão eu devo treinar as quatro da manhã. Já era quase final da tarde quando um último assunto apareceu.

– Toni, como é esse negócio de ser um Caçador? – A Brenda, assim como todos, se inclinaram para frente esperando uma resposta minha. Me senti meio envergonhado, foi difícil formular uma resposta.

– Bom, é... olha... é... – Respirei fundo precisava me acalmar. Alguns soltaram uma risadinha, outros apenas encaravam e cochichavam. – Eu tenho os sentidos melhorados, então eu vejo melhor, como se eu pudesse dar um zoom e poder ver melhor no escuro; A audição eu posso escutar a uma distância maior, além de escutar desde uma agulha caindo até um tiro a alguns quilômetros daqui; posso sentir gostos e cheiros com mais intensidade, mesmo que seja uma pequena fração do ar ou um pequeno pedaço de comida; e o tato é mais sensível, podendo sentir tudo ao meu redor: a direção do vento, desde uma pequena brisa, a temperatura e umidade do ar, entre outras coisas que não convém dizer. – olhei para o relógio na parede. – Olha que pena, eu tenho que encontrar o comandante e ver a minha próxima missão. – Levantei apressado e me virei na porta, encarando todos eles. – Bye,bye.

Sai apressado do QG. Caminhei durante um tempo pelas ruas, até me encontrar com o Lucas e o seu pequeno grupo. Ele não me ofendeu diretamente, mas quando passei por eles, ficaram fazendo o mesmo grunhido que os zumbis, tinha certeza de que era pra mim. Ignorei e fui em direção ao quartel.

Entrei na sala do comandante, lá estava a Tenente Carmem conversando com o Comandante e com outro oficial, muito mal-encarado.

– Ainda bem que você chegou Toni, pensei que teria que mandar alguém lá. – Disse enquanto eu fechava a porta. – Vou ser bem direto. Perdemos muitos oficiais, principalmente pessoas de alta hierarquia. Precisamos de alguém inteligente e ousado, e esse alguém é você. Mas preciso te testar primeiro. Esse é o Coronel Fonseca. – Disse apontando para um cara de 1,80m de altura, forte tipo rato de academia, e com diversas condecorações no peito. – Amanhã você começa a sua primeira missão.


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem e mandem as suas fichas, ainda temos vagas
Até o prox. cap.!!!



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