O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 18
Capítulo 1 - Second Season


Notas iniciais do capítulo

o/o/o/ Segunda temporada o/o/o/
Leiam as notas finais e boa leitura!



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20 de novembro de 2015 – Dia 156 – 12h39min – POV Toni

Apesar de querer ir para BH e esperar em algum prédio qualquer, a Jane me disse que queria ir a cidade de Vitória, tinha alguns parentes lá e queria saber se ainda estavam vivos. Depois de alguns dias chegamos lá, mas como era esperado, todos estavam mortos. Ela não chorou muito, enterramos todos, depois carregamos o carro, um Veloster da Hyunday na cor preta, e partimos de volta. Estávamos quase saindo da cidade quando escutamos disparos. Descemos do carro e entramos por uma rua estreita, de terra. Um cara estava matando um grupo de zumbis no telhado de uma casa de dois andares, alguns já tinham arrombado a porta e entrado. Junto com ele estava uma garotinha, atirando facas nos zumbis.

– Se continuar a aparecer mais não vai dar pra gente fugir! – gritou o cara por cima do barulho dos tiros.

– Valeu capitão óbvio! Se você usasse a sua cabeça um pouco ia saber que não era necessário atirar, mas não tinha que pagar uma de foda. – ela respondeu atirando mais uma de suas facas. – Ah, que ótimo, tinha que acabar logo agora! Meu dia só tá melhorando.

– Olha, La-la, Se continuar me enchendo o saco, te jogo pros zumbis.

– Você não teria coragem, Vic purpurina. – Ele parou de atirar para encarar a garota. Por um momento pensei que ele fosse mesmo jogá-la para os zumbis. Ele recarregou o rifle, um rifle de precisão cal. 7,62, ajeitou a luneta e voltou a atirar.

– Na minha defesa eu estava bêbado e tinha dado PT. Aqueles filhos de uma...

– Aí eles te vestiram de drag e cantaram i Will survive, não foi? – Ela falou ironizando. Ele não falou nada. – Belos amigos não, Vic purpurina!

O número de zumbis aumentou, troquei um rápido olhar com a Jane, decidimos ajudá-los. Ela carregou a sua pistola, peguei a minha e o ajudamos a matar os zumbis do lado de fora da casa.

– Pula logo! – Eu gritei para eles. Ele pulou primeiro, ela preferiu se pendurar na calha primeiro e depois se jogar nos arbustos. – Estão bem? – Ele me encarou desconfiado, apenas acenou positivamente. – Venham comigo. Eles me seguiram, alguns zumbis saíram da casa, mas a Jane nos deu cobertura. Caminhamos até o nosso carro. – Vocês foram mordidos ou arranhados? – Ele negou. Troquei outro olhar rápido com a Jane ela apenas revirou os olhos e entrou no carro. – Estamos indo para um lugar seguro, vão querer ir com a gente?

– E como vamos confiar em vocês? Vocês nos ajudaram a escapar, mas como vou ter certeza de que não vão machucar a Laura? – Ele falou destravando o rifle. Olhei para a garota, devia ter uns quinze anos, 1,55m de altura, magra, olhos claros, meio verdes meio azuis, cabelo liso, originalmente era negro, mas agora era loiro com as pontas pintadas de vermelho. Ela segurou uma faca de sobrevivência, tipo aquelas que usamos no acampamento. Ele devia ter uns trinta anos, tinha cabelos negros e os mesmos olhos que a garota, tinha 1,75 de altura e era um pouco mais forte que eu.

– Nós não vamos machucá-la. Tem a minha palavra. – Retirei o meu capuz e estendi calmamente a minha mão. Ele ficou um pouco receoso, mas apertou-a.

– Só aceitou por que o cara tem olhos lindos. – A Laura sussurrou. O irmão não a escutou, mas isso me divertiu um pouco. Entramos no carro e seguimos viagem.

Depois de algumas horas, decidimos parar a noite para acampar na beira da estrada. Escondemos o carro e entramos um pouco na mata para que ninguém nos visse. Eles trocaram meia dúzia de palavras entre si, algo sobre nos seguir ou não até o “local seguro”. Eu me afastei um pouco do grupo, tinha dormido um pouco no carro e decidi vigiar o acampamento.

Testei os meus sentidos, como eu sempre fazia. Pela minha visão, não tinha nada, nem mesmo uma pequena ave ao nosso redor. Pelo meu tato, sentia uma pequena brisa, o ar estava mais úmido, isso indicava que era bem provável que chovesse de madrugada. Pelo o meu olfato sentia o cheiro da grama e das árvores, cheiro de madeira e terra molhada. Pela minha audição, apenas um pequeno roedor há alguns metros, querendo ver se sobrou algo do nosso parco jantar.

Peguei a minha balestra e guiado pelo som, atirei uma flecha em direção a escuridão. A flecha zuniu pelo ar, acertando a cabeça do pequeno mamífero, que deu um guincho estridente e morreu. Olhei para as pessoas do acampamento, nenhuma delas acordou. Pequei a cotia e a limpei, fiz uma pequena fogueira e a assei, temperei com sal e comi. Não que a comida não me satisfazia, mas meus sentidos melhoravam quando me alimentava de carne, não sei se era psicológico ou se era uma conseqüência do vírus. E era muito bom, me fazia lembrar os bons tempos, em que meu pai fazia um churrasco pra comemorar o meu aniversário. Assim que eu acabei, enterrei os ossos e as vísceras do animal e apaguei os vestígios da fogueira.

Ouvi o barulho do rifle sendo destravado, saquei a minha pistola e fiz o mesmo, me irando rapidamente. O Victor apontava o rifle na minha direção.

– O que você é? –Ele falou calmamente, mas a sua respiração o traiu, ele estava bem nervoso.

– Isso tudo é só por que eu comi uma cotia?

– Não, você atirou uma flecha no meio desse breu, eu nem chequei a notar que ela estava ali, e você dá um tiro perfeito? Além do mais, eu vim te sacando à viagem toda, você não ficaria tão despreocupado se não fosse um dos infectados, não é?

– Mais ou menos, tenho fama de ser meio maluco. – Falei, me levantando, mas sem abaixar a minha arma. – Por que não abaixamos as nossas armas e conversamos civilizadamente?

– Não confia nele Victor, gente assim não tem palavra, assim que você abaixar a arma ele mata você. – A Laura se levantou e ficou do lado do irmão, em posição de combate.

– Não é bem assim voc..

– Eu só vou perguntar uma vez, o que você é?

– Um Hunter, um caçador. – A Jane se levantou com a arma em punho ficando do meu lado. – Ele não vai atacar nenhum humano.

– Como assim um “Caçador”? – A Laura falou fazendo aspas com as mãos.

– Quer dizer que eu tenho os sentidos alterados, melhorados por assim dizer, mas como conseqüência, tenho que comer carne de vez em quando. Não se preocupem, carne humana me enoja.

– E por que cozinhou? – Perguntou Victor.

– Caso eu me lembre eu ainda sou humano.

– Tem certeza?

– Olha já to cansado dessa discussão inútil. – falei abaixando a arma e voltando para onde eu estava sentado. Eu ouvi o barulho das armas sendo travadas, depois ele se sentou do meu lado.

– Acredito em você, mas vou ficar acordado, só por precaução.

– Você vai confiar nesse cara? Porra, você é mais idiota do que eu pensava. Aposto que se o nosso pai ainda fosse vivo não confiaria numa merda dessa.

– Mas ele morreu, se toca Lalá. Ele – Ele gritou apontando pra mim - nos salvou, nos deu uma chance de conseguir um local pra gente ficar e você vai ficar falando essas merda?

– Merda é o caralho, você sabe que é a mais pura verdade. Você tem esse rifle e fica aí, pagando de foda, mas é o cara mais cagão que já conheci.

– Olha será que pode... – Tentei acabar com a discussão, mas obviamente não deu certo.

– Cala a boca que a conversa não chegou no cemitério! Se você acha que eu caí nessa conversinha de “uhhh, carne humana me da nojo, olha como eu sou bonzinho”, mas você não me engana não, assim que a gente apaga, você vai fazer picadinho da gente!

– Lalá. – O irmão dela falou baixo, dava pra ver que ele tava se segurando pra não dá um perder a paciência.

– Vai se fuder, eu já disse que eu odeio que me chama de Lalá.

– Olha, já chega garota! Eu sou o seu irmão mais velho e exijo respeito! Vá deitar agora!

– Com coisa que...

– Agora! – Ele perdeu a paciência de vez.

Ela foi, contrariada, mas foi dormir. Eu me sentei no meu lugar e eles foram dormir. Assim que o Sol nasceu, eles acordaram e tomaram café da manhã, tava sem fome. Entramos no carro e seguimos viagem. Paramos perto de um rio, por volta do meio dia, pra poder almoçar, saí para encher as garrafas de água. Enquanto as enchia, pensava comigo “será que eu não sou realmente uma ameaça? Talvez um dia, quando eu estiver com fome... Não, já tive diversas situações em que eu podia facilmente ter feito isso mas não fiz.” Enquanto pensava, o Victor chegou perto de mim, esperou eu terminar o trabalho.

– Me desculpa por ontem cara. A minha irmã é um pouco rude e sempre acaba por magoar alguém e se meter em encrenca.

– Um pouco rude?

– Tá legal, ela não é a melhor companhia, mas é minha irmã.

– Não precisa se preocupa, eu não levei a sério.

Subimos e almoçamos, antes de continuar escutei o pedido, formal e muito forçado, de desculpas da Laura.

1° de dezembro de 2015 – Dia 167 – 12h00min

Podia dizer que nos aproximamos muito e nos tornamos amigos, mas entre eu e a Laura uma amizade seria impossível, então nos tornamos conhecidos. Conversamos raramente e trabalhamos em conjunto apenas pra sobreviver, apesar de as vezes ela ficar corada quando pego ela me observando. Já com o Victor, nos tornamos amigos e ele e a Jane se tornaram bem mais que isso. Chegamos no dia marcado, pontualmente ao meio dia. Chegamos pelo portão principal, um dos guardas apontou o rifle pra nós e disse de uma maneira bem formal:

– Alto, quero os nomes e de onde vem. – Retirei o capuz e encarei o guarda.

A não, esse pesadelo de novo não.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu não escrevo a algum tempo por causa de uns problemas pessoais, entre eles a constante briga entre os maus pais e a doença da minha mãe, então me tornei meio que o responsável dos meus irmãos. Pra não abandonar vcs, vou postar com emnos regularidade, mas o prox. cap já tá escrito e programado pra postar na sexta que vem.
Comentem, favoritem e não esqueçam de mandar as suas fichas ainda temos vagas
Até o prox cap.!!!



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