O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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6 de novembro de 2015 – Dia 142 – 21h30min

Quando acordei de manhã, tinha esperança de que eles fossem embora. Ou que tivessem diminuído, ficando mais fácil fugir, mas eles continuam numerosos, andando de um lado para o outro, como se soubessem que estamos ali e que, mais cedo ou mais tarde, teríamos que sair do nosso esconderijo e caísse nos braços deles. Não entendo por que ainda tenho esperança de que algo aconteça a meu favor. Antes de tudo isso acontecer, já eram poucas as esperanças de que algo bom acontecesse, agora ela acabou de vez. Acho que ela só existe para nos fazer acreditar que existe outro caminho, que nos escapou por um momento, mas que, quando estivermos desesperados, sem chances de sobreviver, a esperança acaba por nos fazer ver esse caminho. Enquanto escrevo, vou tentar entender por que a esperança ainda existe no nosso novo mundo.

14 de julho de 2015 – Dia 26 – 08h02min – POV Toni

Chegamos ao centro de Juatuba. Eu e Bernardo fomos na frente fazer o reconhecimento do local, ver se encontramos mais um ônibus ou caminhão para guardar mais suprimentos e a quantidade de zumbis. Voltamos com uma chave em mãos.

– Qual o relatório?

– Encontramos dois bons veículos, um caminhão e um ônibus. O ônibus está com alguns vidros quebrados e sem a chave, mas o motor parece em bom estado e está com meio tanque. O caminhão está intacto, com as chaves na ignição, mas sem gasolina. Quanto aos suprimentos, um dos supermercados foi saqueado, com poucos itens a vista, o outro parece ser a melhor opção. Tem uma manada na praça principal, em frente à Policlínica, acho que tem alguém vivo lá dentro. O posto de gasolina está com as bombas vazias, exceto por uma. A delegacia tem alguns zumbis na porta, mas nada que a gente não dê conta. – Falei, explicando depois o posicionamento de cada item citado. – Quem vai cuidar de cada veículo?

– Contamos com um ônibus, um carro forte, uma moto, um jipe, a ambulância, além de mais um ônibus ou caminhão. O ônibus fica por conta do Roberto, a moto com o Carlos, ele vai à frente como batedor; o jipe com o Maicon, o carro forte com o Paulo, Eu dirijo o ônibus ou caminhão. Só falta a ambulância, acho que a Rita pode dirigir. Cada um deve seguir com um veículo para dar cobertura. Os que não sabem atirar vão no ônibus.O primeiro carro é o do Paulo, por ser o mais resistente, o segundo vai ser o ônibus com as pessoas, depois a ambulância, o caminhão e por último o jipe podendo dar cobrindo a retaguarda, com a Kim atirando. De acordo? – Todos concordaram. - Acho melhor pegar o caminhão, ele é mais resistente que o ônibus, além de poder colocar os nossos suprimentos nele, deixando uns lugares vagos no ônibus. Vamos aqui, no posto, depois no caminhão, aí nos dividimos em três grupos: Um liderado por mim vem até o supermercado, outro liderado pelo Paulo vai até a delegacia e um liderado pelo Toni vai até a policlínica ver se tem algum sobrevivente. Nos encontramos aqui, na entrada da cidade. Só usem o rádio em caso de extrema necessidade ou se encontrarem algum sobrevivente. Prontos?

Nossa ida ao posto não teve nenhum incidente, pegamos gasolina suficiente para todos os veículos e enchemos alguns galões para abastecer no caminho. Fomos até o caminhão e nos dividimos. A Carmem pegou o caminhão e foi com o Sr. Akamatsu, a Brenda e a Rita. O Paulo foi à delegacia com o filho, o Bernardo e o Roberto. Eu fui ao hospital com a Clara (apesar da minha insistência em não ir) e a Tainá. Os outros ficaram nos carros vigiando os nossos pertences.

Entramos pela porta dos fundos, onde ficava um terreno que se estava construindo a ampliação da policlínica. Chegamos até as escadas tomando muito cuidado e eliminando os poucos zumbis pelo caminho. A porta da frente estava trancada, mas não ia resistir por muito tempo. Checamos todo o primeiro andar e não encontramos ninguém. Subimos até o segundo andar uma das salas ao fundo estava com um grupo de vinte zumbis na porta.

Entramos na sala ao lado da escada, a porta, assim como o quarto, era pequeno com dois leitos, era uma ala de recuperação. Arrumamos as macas de modo que, quando os zumbis entrassem pela porta, teria que passar por um corredor, ficando fácil atingi-los sem correr riscos. Fui até o corredor, conferi a retaguarda, não tinha nada, saquei o meu arco e atirei flechas nos zumbis mais próximos. O grupo percebeu e saiu da porta, vindo atrás de mim. Quando estavam bem próximos, entrei na sala, os atraindo para a armadilha. Chegaram cerca de cinco do grupo de zumbis da porta, mas se juntaram outros zumbis que estavam em outros quartos. Pulei para trás da barreira e peguei as minhas flechas restantes, e matei os zumbis mais próximos do fim da barreira. A Tainá matou a maioria com a sua katana, os que passaram por ela, eu e a Clara cuidamos.

Quando terminamos, fomos conferir os outros quartos, mas em nenhum deles havia indícios de alguém vivo. Sobrou apenas a porta onde estava o grupo de zumbis. Tentamos abrir, mas estava trancada. Cheguei à janela no final do corredor, me debrucei sobre ela, procurava algum apoio para tentar chegar ao quarto, mas era muito arriscado. A Clara achou mais fácil derrubar a porta à força, mas não conseguimos, tinha algo bloqueando a entrada.

Estava sentado na janela observando os zumbis na porta da policlínica, o número aumentava cada vez mais. Precisava tomar uma decisão rápida. Já havia recolhido as minhas flechas, conferi as minhas armas, todas carregadas e bem presas.

– Precisamos sair daqui rápido. – Falei com as garotas. Apontei para frente do prédio. – O número de zumbis só aumenta.

– E quanto à porta? – A Clara falou e, olhando pra mim, percebeu exatamente o que ia fazer. – Não, nem pense...

–Veja se encontram algo no andar que resta. Não se preocupa, não vou fazer nada idiota.

Elas subiram. Assim que ficaram fora de vista, me debrucei de novo sobre a janela. A lateral tinha um pequeno beiral ou uma faixa decorativa, não entendo muito de engenharia, que ia de um lado a outro do prédio. Coloquei os meus pés nela, mas escorreguei e quase caí, por sorte agarrei a tempo a janela. Consegui ficar em pé, mas precisei tomar fôlego para continuar. Grudei o meu corpo na parede, mantive o meu foco na última janela do quarto, a única que estava aberta. Arrastei, lentamente, os meus pés, passei pela viga e consegui chegar à janela. O quarto estava vazio, um armário bloqueava a porta. Estava com o coração a mil, mas parecia que tinha feito tudo àquilo em vão.

Entrei no quarto, tinha duas macas no canto direito, os cobertores cobriam a cama tocando o chão do local, e por cima da maca, tinha roupas e embalagens de alimentos jogados; tinha uma cadeira e um pequeno criado mudo no outro canto, perto da janela havia um balde com água, mas ela tinha uma coloração escura e um mal-cheiro. Perto do armário tinha um tambor, me aproximei e também continha água, essa era própria para o consumo, mas estava quase no final. No chão encontrei várias embalagens de alimentos, medicamentos e muita sujeira. Fui até o armário, dentro dele encontrei uns poucos alimentos, não duraria mais que três dias, uns poucos talheres, um fogão portátil sem gás e uma muda de roupas.

Era obvio que tinha alguém ali, mas deve ter fugido pela janela. Fui até o criado mudo na primeira gaveta tinham uns poucos medicamentos, um rolo de algodão e um saco pela metade de esparadrapos. Na gaveta de baixo tinha apenas uma foto de uma mulher, por volta dos quarenta anos, abraçada por uma garota com uns vinte e dois garotos, um adolescente e uma criança. No fundo da gaveta, tinha uma pistola 9mm com duas balas.

Estava pensando em quem estava ali quando senti o toque frio do metal no meu pescoço. Alguém pressionava uma faca na minha garganta, e apesar dela está surpresa, mostrava que estava com medo.

– Quem é você e o que faz no meu quarto?

– Meu nome é Antônio de Souza, mas me chame de Toni. Achei que devia de ter um sobrevivente aqui, pelo número de zumbis lá fora e aqui na porta, e acertei. Pode ficar calma, não vou fazer nenhum mal.

– Como eu posso ter certeza?

– Vai ter que confiar em mim. – Ela estava com medo, qualquer movimento em falso e ela me mataria. Nessa hora, meu rádio tocou a tenente falou que precisava de reforços, tinha encontrado um sobrevivente, mas os zumbis a cercaram.

– Quem é ela?

– Ela é do exército. Estamos aqui para procurar sobreviventes e coletar suprimentos. Estamos indo para um local chamado resistência. Pode me soltar, por favor. – Ela ficou indecisa e apertou ainda mais a faca, abrindo um pequeno corte no pescoço, fazendo com que um filete de sangue escorresse dele. – Posso levar você até ela, mas se me matar, você nunca vai chegar lá. – Ela afrouxou a faca, dando tempo suficiente de girar o meu corpo, desarmando-a e colocando a faca no pescoço dela. – Ameaçar as pessoas não vai levar você a lugar nenhum.

– Vai me matar? – A jovem perguntou. Ela era clara, tinha 1.75m de altura, com cabelos negros e lisos. Estava pálida, não só por causa do medo, parecia estar doente ou não tomava sol há vários dias, um pouco magra e muito fraca. Uma lágrima saía de seus belos olhos azuis. Não conseguiria matá-la nem se eu quisesse. – V-Você vai me m-matar?

– Não. – Retirei a faca do pescoço dela. Encaminhei-me até a janela para ver o número de zumbis. Depois a fitei por um instante, ela estava sentada na cama, chorando, mudei meu olhar para a gaveta, a pistola ainda estava lá. Coloquei a faca na gaveta e me sentei ao lado dela. – Você está bem? – Era óbvio que não estava nada bem. – Qual o seu nome?

– Me desculpa pelo corte, estava com medo. – Ela começou a ter outra crise de choro. Quando ela parou, respirou um pouco e continuou falando. - Todas as pessoas que eu encontrei tentaram me matar, é como se... É como se todas as pessoas no mundo ficaram más de repente.

– Não, elas já eram más. O fim do mundo como conhecemos simplesmente mostrou o verdadeiro lado de cada uma delas. Aquelas que se escondiam com máscaras puderam se libertar e ser aquilo que realmente eram. E não se preocupa com o corte, logo logo ele sara. – Me levantei e dei a minha mão para ela levantar. Depois arrumamos os poucos mantimentos dentro da mochila, as roupas conseguiria depois. Entreguei a ela a faca e peguei a pistola, guardei ela dentro da mochila. Ela ia protestar, mas não falou nada. – Essa é uma 9mm M973 IMBEL, uma pistola exclusiva do exército. Onde conseguiu?

– Encontrei jogada nos corredores da policlínica. Perto de um soldado. Ela tinha quatro balas, usei duas para... para matar um cara que entrou aqui.

– Certo, me ajuda aqui a tirar o armário da porta. – Retiramos o armário da porta e voltamos para o corredor no momento que as garotas desciam do terceiro andar.

– Michelle. - Vendo que não entendi nada ela repetiu. – O meu nome é Michelle. Eu trabalhava aqui como médica.

Voltamos até as garotas e apresentei a Michelle a elas. Chegamos ao primeiro andar, a Michelle disse que tinha alguns medicamentos ali que podiam ser úteis. Fomos até o lugar, estava tudo revirado, mas encontramos alguns medicamentos, não era muito, mas já ajudava. A Clara ainda pegou mais gaze, algumas seringas e agulhas, as nossas já tinham acabado.

Quando estávamos saindo do hospital, encontramos um cara muito bem vestido, camisa social branca, agora com uma cor que não dava pra entender, um sapato e calça pretos bem gastos, mas tudo de marca. Estava com um revólver em mãos. Ele disse que era um milagre ele ter encontrado a gente, que precisava saber quem comandava, por que ele era um político importante e precisava conseguir um lugar seguro e comida e começou a fazer um discurso tedioso sobre como ele devia ser bem tratado, sobre o que ele já fez o que ele passou... Escutamos o barulho da porta se esfrangalhando, os zumbis da entrada estariam ali em poucos segundos. Apenas disse a ele que me seguisse e começamos a correr para o final do corredor.

Chegamos ao local em obras, os zumbis já estavam a poucos metros de nós, fomos até um dos caminhões, subi em cima dele e dei a minha mão para a Clara subir. A Clara começou a atirar nos zumbis mais próximos enquanto eu ajudava os outros a subir. Do caminhão, pulamos o muro e caímos na rua ao lado com uns poucos zumbis vindo até nós. Corremos até uma rua sem tantos zumbis e entramos na primeira casa que vimos. Sentei no sofá, já nem ligava se ali tinha algum zumbi, precisava pensar. O tal político falou que ia procurar o banheiro, não liguei muito pra isso. Lembrei do rádio e do que a tenente disse. Peguei o rádio e avisei que ia demorar, pedi desculpas e disse que havia encontrado dois sobreviventes, avisei que ia tentar levantar alguns suprimentos e checar uma coisa.

Deitei no sofá precisava pensar, e as minhas melhores idéias sempre apareciam quando eu estava deitado. Depois de alguns instantes, a Clara sentou perto de mim e começou a limpar o corte.

– Não precisa, eu to bem.

– Me deixa limpar. Isso vai infeccionar se não deixar eu colocar o curativo. – Não protestei, ela limpou e depois pendeu uma faixa pequena no corte. – Prontinho. – Depois ela encostou a cabeça no meu peito. Lembrei das ruas laterais e procurei um caminho que tivesse menos zumbis, depois pensei no local onde eu tinha que ir. Não sabia se ainda estava funcionando, mas se estivesse, seria uma boa chance de encontrar alguém.

Enquanto pensava, ouvi o político gritando. Pensei que fosse algo sem importância até ouvir um grunhido vindo do banheiro. Nos levantamos e saquei uma faca de arremesso, fomos até o banheiro, um zumbi tinha mordido o pescoço do político. Ele estava no chão, dando seus últimos suspiros, enquanto o zumbi vinha em nossa direção. Atirei a minha faca na cabeça, acertando entre os olhos do morto-vivo, matando definitivamente. A Clara deu um disparo no político, ele já estava se transformando. Queimamos o corpo e fomos até a rádio.

Eu tinha esperança de que tivesse um gerador ou uma bateria com um pouco de carga, assim podia enviar uma mensagem da nossa posição e trazer mais sobreviventes. Mas não tinha gerador nenhum. Pegamos um carro qualquer na rua e fomos até o ponto de encontro. Encontramos todos perto do ônibus, a Tenente veio ao meu encontro pedir o relatório. Relatei tudo o que ocorreu inclusive a morte do político. Ela falou pra não se preocupar, que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, mas senti que a morte dele foi minha culpa. Não importava o quanto estivesse cansado, devia ter vasculhado a casa.

Apresentei a Michelle ao grupo, a tenente mostrou o sobrevivente, um garoto de 11 ou 12 anos, o nome dele era Renato. Eles estavam com o pai, mas ele morreu há alguns dias, a comida acabou e ele saiu para pegar mais, procurando no supermercado e encontrando a tenente. Eles foram encurralados na hora de sair, mas conseguiram sair pela área de carga e descarga. Perguntei a Michelle se a casa dela era por perto, ela disse que sim e me falou onde morava. Eu, o Roberto e a Tenente fomos até lá. Como era de se esperar a família dela estava morta e transformada nessas coisas. Matamos todos, pegamos o que deu e queimamos os mortos. Quando chegamos ao ônibus, as garotas voltavam de uma loja, foram pegar algumas roupas novas. Partimos para a nossa última parada aqui em Juatuba.

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Chegamos a minha casa. Ela estava do mesmo jeito que eu havia deixado: cor das paredes ainda era vermelha, o jardim estava cheio de flores, os bancos de madeira perto das jardineiras. Pedi para entrar sozinho, mas a Brenda e o Bernardo insistiram para vir comigo. A Michelle ainda estava no ônibus, chorando pela morte dos parentes. Decidir ir com apenas três facas e sem o meu arco, não iria precisar deles.

Entramos, mas logo na sala já vi o destino da minha família. Todos cinco estavam mortos, meu pai, minha mãe, meus irmãos, tinha perdido completamente a minha família. Caí de joelhos, tinha feito tudo àquilo para poder me encontrar com eles de novo, e agora eles estavam mortos. A Brenda e o Bernardo gritaram para me levantar logo, foi quando lembrei que ainda tinha quem se importava comigo. Brenda, Bernardo, Tainá, Rita... Clara, todos eles ainda estavam ali vivos. Eles seriam a minha família agora, iria viver por eles agora. Levantei-me, o que um dia foi meu irmão estava à dois metros de mim, peguei a minha faca e a cravei entre os olhos.

– Saíam daqui! – não queria ter gritado, mas não pude me controlar, as lágrimas ainda caíam dos meus olhos. – Vão pro ônibus. Vão!

– Não vamos deixar você sozinho. – A Brenda falou no mesmo tom que eu.

– Mas isso é algo que eu tenho que fazer sozinho. Agora vão!

Eles saíram de lá. Acertei duas facas de arremesso nos zumbis mais próximos e decapitei com a kodachi o zumbi que era a minha mãe. A cada golpe que eu dava, as lembranças passavam na minha mente, tudo o que eu tinha sido até agora tinha se transformado no meu pior inimigo. Chorava enquanto os matava, não tinha medo que alguém me achasse fraco, mas precisava fazer isso. Agora só faltava o zumbi-pai. Ele era diferente. Ele ficou o tempo todo em um canto, observando, não parecia ter apodrecido, estava apenas pálido, a íris tinha perdido a cor, mas a pupila estava intacta. Segurava uma faca numa das mãos, na outra tinha um revólver. Quando ele sorriu, mostrou os dentes, alguns quebrados, e um pedaço de carne podre preso nos dentes. Ele não grunhiu, mas falou comigo:

– Faz tempo que eu não como carne fresca. – Ele apontou o revólver pra mim, destravando-o – Sem ressentimentos, não é filho? – Ele deu um disparo, desviei a tempo, caindo atrás do sofá, mas pegou de raspão no braço, me fazendo soltar a minha kodachi. Ele deu uma risada alta, muito medonha. – Você tem um cheiro bem mais apetitoso, vai ser um prazer devorar você.

Saquei as duas colt, me virei e dei dois disparos, mas devido à emoção e o nervosismo, errei os dois disparos, ele disparou em resposta, acertou o sofá em cheio, a bala passou assoviando, perto da minha cabeça. Era óbvio que não tinha nenhuma proteção ali. Corri até as escadas atirando nele. Algumas balas acertaram o abdômen, mas não pareceu causar dor. Ele deu mais um disparo, acertou em cheio na minha coxa, soltei a arma na mesma hora, deixando-a cair escada abaixo. Mesmo com a dor, mais amena pela adrenalina no meu sangue, me arrastei até o segundo andar. Ele disparou mais uma vez, mas não acertou. Consegui derrubar a mesa de granito na varanda, serviria de proteção para mais algum disparo. Ele deu mais um disparo, acertou o tampo da mesa, me virei e dei mais dois disparos, pegou um no tórax, em um dos pulmões, o outro no braço, fazendo-o largar a faca. Ele deu um disparo em resposta, me acertando no meu braço, rasgando o meu bíceps, impedindo de atirar com o braço direito. Ele andou calmamente até mim e olhou no fundo dos meus olhos, ele mirou o revólver no meu rosto e eu mirei a pistola no seu peito.

– Por que fugir, mais cedo ou mais tarde você vai morrer, vai virar um de nós. Mas eu vou te aliviar desse problema. – Ele disparou, mas não houve disparo. Dei um sorriso irônico.

– Pode até ser mais inteligente que os outros, mas parece que não sabe contar. Acho que vou viver mais tempo que você pensa. Até mais! – Dei um disparo no peito do zumbi, em cheio no coração. Ele cambaleou caindo a poucos metros de mim.

– Não adianta tentar, você sempre foi um fraco, mais ced... – Ele não conseguiu mais falar. O sangue encheu a boca dele. Ele caiu no chão morto e, alguns segundos depois, ele levantou como um zumbi normal, andando cambaleante na minha direção. Mirei na cabeça e dei um disparo, mas a minha munição também acabou. Comecei a me sentir tonto o mundo inteiro rodava, procurei a minha outra pistola lembrei que a tinha deixado no carro, a outra colt caiu na escada. Sem nenhuma faca, sem a kodachi e o meu arco, completamente desarmado. O mundo começou a escurecer, vi uma garota de cabelos negros disparar no zumbi, ela estava sem uma das mãos e chorava muito. A minha visão foi escurecendo até eu perder a consciência.


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Notas finais do capítulo

Surpresas vão aparecer no prox. cap. (quando eu digitei a chegada a casa do Toni, eu escutava sail de awonation, se escutassem talvez sintam o que eu senti.)



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