O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Vou demorar mais pra postar, sem internet é difícil, só pagando LH. Espero que gostem



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5 de novembro de 2015 – Dia 141 – 19h30min

Acordamos na pequena vila. Como era de se esperar, os zumbis nos seguiram e agora ocuparam o terreno, deixando nós três ilhados. Tudo o que fazemos é esperar e não fazer nada pra chamar a atenção deles. Escrevo mais cedo porque daqui a pouco eu fico vigiando, e depois vou dormir. Espero que a situação melhore amanhã.

13 de julho de 2015 – Dia 25 – 08h06min – POV Toni

A distância de Juatuba até Magnum podia ser coberta em quatro horas, mas devido a manadas de zumbis e os carros batidos, demoramos um dia e meio. Apesar de fazer parte da região metropolitana de BH, ela não era desenvolvida como Santa Luzia ou Nova Lima. Tinha algumas fábricas, uma universidade pequena e uma policlínica. Chegando a Juatuba, fomos em direção à casa da Brenda, era a mais próxima de onde estávamos.

Chegando a casa da Brenda, descobrimos que os seus pais não estavam lá, mas deixaram uma carta caso a filha voltasse. Nela, contou que o pai dela tinha sido mordido por uma dessas coisas e que a mãe dela ficou ao lado dele até ele morrer. Depois de atirar na cabeça do marido, ela tinha se suicidado, com um tiro na própria cabeça, falava que não conseguiria viver sem ele, não era justo o que tinha acontecido e pedia perdão à filha por ter feito o que fez. Ela também escreveu que deixaram no armário da cozinha, as ferramentas que seriam mais úteis para enfrentar os zumbis, além de um segundo revólver cal. 38 com uma caixa de munição quase completa, não era muito, mas ajudaria bastante.

Ela chorou muito, não quis que ninguém se aproximasse dela, só quis ficar em um canto chorando, com a carta entre as mãos. Pegamos o que deu no armário, além das armas (um facão, duas machetes e o revólver) e munição. Fui até o quarto dos pais dela, os encontrei caídos no chão, a mãe dela com a arma entre as mãos. Apesar do enjôo inicial (ela já devia de tá apodrecendo há alguns dias), peguei o revólver das mãos dela, era outro .38, mas estava com duas balas. Peguei as balas e saí o mais rápido possível de lá. Encontrei com a Brenda no corredor, ela perguntou se eles ainda estavam lá. Fiz que sim com a cabeça, ela perguntou se podiam dar um enterro a eles.

– Pega as suas roupas, eu dou um jeito de enterrá-los.

Depois que ela pegou as coisas dela, colocamos tudo dentro do carro. Deixei o gás aberto e arrastei o corpo dos pais dela para a cozinha. Peguei um pedaço de madeira, cobri com um pano e gasolina e fiz uma pequena tocha. Ela entendeu o que eu ia fazer, arrancou atocha da minha mão.

– Eu mesma faço isso. - Ela não jogou a tocha na janela, ela ia entrar na casa e queimar junto com os pais. Ela já estava quase lá quando o Bernardo a agarrou. A tocha caiu no chão, ela tentou pegar de novo, mas ele a segurava bem forte. – Me deixa morrer em paz.

– Enquanto eu estiver aqui, vivo, não vou deixar você morrer.

– Por que? – Ela tentava, inutilmente, se soltara dele. – Por que você não me deixa ir? – Falou com algumas lágrimas caindo pelo seu belo rosto.

– Porque... Porque eu gosto de você. Nem se eu quisesse ia deixar você ir. – Ficaram se encarando por um instante depois trocaram um beijo, longo e apaixonado. Se não fosse a situação, os deixaria em paz, mas aquele não era o momento ideal.

– Com licença, mas será que poderiam fazer isso dentro do carro? – Eles pararam e foram até o carro, não sem antes tomar um soco no braço por ter interrompido. Peguei a tocha e a lancei na janela. Como era de se esperar, a casa explodiu e os destroços caíram em cima dos corpos, agora em chamas, dos pais da Brenda.

Saímos de lá e fomos até a casa da Viviane. Os pais dela fugiram sem deixar rastros. Não tinha muita coisa lá, só pegou as roupas dela e alguns enlatados. Na casa do Bernardo, encontramos a mãe dele transformada. Ele morava com a mãe, o pai morreu em um acidente de carro quando ele tinha dez anos. Ele quase se desesperou, mas eu arremessei uma faca nela. Pegou as coisas dele e explodi a casa dele do mesmo jeito que a da Brenda. Fomos depois até a casa da Tainá.

A casa dela é no estilo oriental. Tem dois andares e tinha uma cor sóbria, um pequeno jardim do lado esquerdo e um laguinho do lado direito. Entramos na casa, ela era espaçosa e bem mobilhada, móveis rústicos, alguns modernos, algumas decorações orientais, como o bonsai. Um senhor saiu com uma katana (não me pergunte de onde) e quase me acertou. Não morri porque outra katana aparou o golpe, mas mesmo assim a lâmina ficou a centímetros da minha garganta.

– Valeu Tainá. – Murmurei pra ela. Afastei-me um pouco e vi os dois se abraçando. Era o pai dela, aparenta ter uns 45 anos, mas já tem os cabelos totalmente brancos. Eles conversaram rapidamente e depois ela veio até nós apresentar o senhor.

– Gente, esse é o meu pai, Kazuo Akamatsu. Ele é mestre em ninjutsu, foi ele que me ensinou tudo o que eu sei. – Depois das apresentações, a tenente falou com ele da base e se ele queria seguir conosco, ele recusou, disse que não sairia da casa dele e que agora que a filha dele estava ali seria mais fácil defender a casa. A Tainá falou pra ele que ela iria com eles, já tinha dado a sua palavra, e que agora eles eram um grupo. – Por favor, pai, vem com a gente!

– Eu vou pensar. Por que não descansam um pouco. Amanhã eu dou a resposta.

Aceitamos e depois de meia hora estávamos instalados na casa. A tenente estava no rádio, tentando falar com o comandante, mas não estava dando certo. O Bernardo e a Brenda estavam conversando em um canto, os rapazes estavam no segundo andar vigiando, as garotas em um quarto conversando. Peguei as minhas armas (facas de arremesso, o arco, além da kodachi) e fui até os fundos praticar.

Comecei pelo arco, atirava nas folhas que caiam de uma árvore. Fiquei atirando durante muito tempo. Era um treinamento meio retardado, mas é difícil atirar flechas em algo pequeno e sem um rumo certo, achei que iria me ajudar a acertar os zumbis sem desperdiçar flechas. Depois atirei minhas facas em um pedaço de madeira a alguns metros, nos pontos pretos que marcava nela. Enquanto eu descansava, duas shurikens vindas de algum lugar atrás de mim acertaram os dois alvos restantes.

– É assim que se deve jogar. – A Tainá se sentou ao meu lado. Ficamos um tempo em silêncio. Depois ela pegou duas katanas de madeira e jogou uma na minha direção. – Vamos treinar um pouco. Quero ver se você aprendeu.

Depois de um treino exaustivo e ter saído com vários hematomas, sentei debaixo da árvore. Ela tentava me ensinar desde eu peguei a kodachi pra mim, ela dizia que “de que adiantava ter uma arma se você não sabe usá-la”. Ela tornou a sentar do meu lado. Pela primeira vez, eu consegui aplicar os golpes certos e ganhar dela (ou ela me deixou ganhar). Mas isso não me interessava no momento.

– Seus pais nasceram e viveram fora, não é? Por que ficaram no Brasil?

– Meu avô se mudou pra cá, deixando minha mãe lá no Japão, na época das imigrações. Ele acabou se afixando por aqui. Quando ele morreu, meus pais vieram dar uma olhada na casa que ele deixou, gostaram do lugar, então decidiram se mudar pra cá... Depois de alguns anos é que eu nasci. Preferiram dar um nome mais brasileiro, mas um sobrenome japonês, além de conservar a cultura do meu país, se é que posso chamar assim, me ensinando a língua, os costumes... Quando fiz dez anos, meu pai começou a me ensinar ninjutsu. Ele disse que é uma tradição na família, que o bisavô ensinou o meu avô, que o ensinou e agora me ensinaria, já que ele não teve filho homem, e que eu teria que aprender para passar para os meus filhos.

– Você se dá bem com ele?

– Às vezes parece que ele me culpa por minha mãe não ter tido mais filhos, mas a gente se dá bem. E você? Se dá bem com o seu pai?

– Não mais. Ele acha que foi culpa minha ele ter que se mudar pra cá e começar do zero. De certa forma a culpa foi minha, mas tinha outras coisas envolvidas, como as brigas com a minha mãe, com alguns vizinhos... Depois de ter vindo pra cá, perdi minha liberdade, tentei reconquistar, mas ele não quis saber. Então arrumei um emprego, falei que ficava até mais tarde só pra sair por aí.

Ficamos sentados conversando até a hora do jantar. Depois do jantar fiquei de vigia com a Kim. Quase não nos falamos e não teve muitos zumbis. Depois da troca de guarda, fui dormir. Acordamos cedo e arrumamos as nossas coisas. Combinamos de fazer uma parada no centro antes de ir para o meu bairro, e de lá irmos para a Resistência (como era conhecida a base do exército). Quando estávamos de partida, vimos o Sr. Akamatsu com uma calça preta, um tênis de corrida, com um kimono por cima, tudo da mesma cor. Ele tinha uma katana presa no cinto e outra na mão. Nas costas, ele carregava uma mochila usada pelo exército, acho que o nome do modelo era Alice, ele a tingiu de preto, tinha presa a ela três katanas de madeira, algumas flechas e um arco.

– Você vem com a gente? – A tenente perguntou. Ela não acreditava que ele mudaria de opinião.

– Minha filha ainda não terminou o treinamento, e parece que o garoto, - falou apontando a katana das mãos dele pra mim. – quer seguir o caminho do ninjutsu. Como não deve ter outro mestre por aí, acho que vou ensiná-los. – Ele caminhou até a filha, falou algo em japonês e entregou a ela a katana. Ela retirou a katana presa nas costas e pendurou essa. A katana era preta, como a que encontramos na loja, mas no lugar do dourado, tinha pedras transparentes polidas, acho que eram diamantes. A lâmina era um pouco maior, com acabamento refinado, ela brilhava ao leve contato com a luz, e tinha uma linha fina ao longo da lâmina, formando o nome Tainá A. Era chamativa, mas ela não deixaria de usá-la.

Dez minutos depois já estávamos no centro da cidade. Queríamos pegar alguns suprimentos e combustível antes de partir, a viagem seria longa e com quase nenhum posto no caminho.


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Notas finais do capítulo

Se conhecem alguém que faz capas pra fics, pode pedir pra fazer uma pra mim? Até a prox.



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