CAPÍTULO VII

Meninas superpoderosas

 Rose Weasley

— Eu, eu… Eu não acredito que você fez isso comigo, Britney. — choramingou Karen caindo de joelhos no chão, logo começando a chorar.

— Isso o que, Ka? Eu não fiz nada, foi ele! Ele! Ele que me agarrou! — exclamou a líder de torcida traíra, causando alguns risinhos. — FORAM ELAS, NÃO FOI? ESSAS TRÊS IDIOTAS QUE COLOCARAM ABOBRINHAS NA SUA CABEÇA. — apontou para Rose, Dominique e Roxanne.

— Acho bom você abaixar o tom, se não quiser levar uns tabefes, Parkinson. — ameaçou Roxanne e Lorcan prendeu a vontade de rir, não seria o momento certo para isso.

— VOCÊ QUE MERECE UNS TAPAS, VOCÊS TRÊS! AS TRÊS VIRANDO MINHA PRÓPRIA AMIGA CONTRA MIM! VADIAS! — gritou ela.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou a mais nova dos Scamander aparecendo com uma expressão surpresa.

— Nada que você não saiba. — respondeu Dominique e a garota franziu o cenho.

— ELAS ARMARAM PRA GENTE, LYSANDER! — gritou Britney. — Mas não deu certo, não é, Karen?

— Na verdade, Parkinson, armamos para o Malfoy. — todos olharam para Rose que deu alguns passos a frente. — Eu descobri que ele iria terminar com Karen para vocês começarem a se pegar em público, e se caso alguém descobrisse vocês teriam a desculpa de “serem livres’’, e achei isso ridículo. No início, queríamos apenas estragar a diversão dele. — Scorpius sorriu cínico para ela, que devolveu na mesma moeda. — Só que vi a mensagem que você mandou para ele, não parecia estar se importando com Karen.

— E Lysander estava te ajudando com Scorpius. — afirmou Dominique. — Essa festa na verdade foi uma invenção boa para eles conseguirem ficar juntos. Karen estaria triste por Scorpius ter terminado com ela e não viria.

— Então decidimos que o alvo mudaria, e Karen veria que na verdade suas amigas são duas cobras. Melhor, uma é uma vadia manipuladora e a outra é uma trouxa manipulável. — Roxanne olhou para o seu amigo, que piscou para ela como quem estava adorando tudo aquilo.

— Descobrimos que Scorpius terminaria com Karen hoje, sexta feira, e saberíamos o momento porque Dominique estava perto das duas amiguinhas. — Rose fez Dominique adotar uma expressão vencedora no rosto. — Então Lorcan e Roxanne levaram Karen em uma sorveteria e ficaram do lado dela, não deixando ela desistir de vir. Pelo que entendi, a Parkinson disse que não viria à festa se ela não viesse, mas quando Karen chegou Lysander ficou surpresa e foi desesperadoramente para longe de Roxanne e Karen para avisar à amiguinha.

— Que quando chegou já havia armado com Lysander. — afirmou Roxanne. — Quando Scorpius resolvesse “dar o bote”, Lysander estaria monitorando Karen para que ela não visse. Só que, como eu disse, ela é uma trouxa que entrou na conversa da Rose e se distraiu.

— E aqui estamos. — sorriu Rose vencedora.

— Todo esse plano saiu da sua cabeça genial, Weasley? — perguntou a Parkinson e a ruiva deu ombros. — Esperava ter alguma diversão com Scorpius?

— Não sou gari para pegar lixo, honey. — com essa resposta, Britney fez uma careta e Scorpius revirou os olhos. — Mas adoro frustrar o Malfoy, que não parece estar frustrado e isso está me deixando pensativa.

— Talvez porque Britney não seja a única diversão dele hoje. — disse uma voz familiar. Alvo apareceu do lado de Rose. — Ele está desimpedido afinal, e Britney não é tudo isso. Não pensou que ele pode estar afim de outra?

— Se for Lysander, alguém vai ter que levar uns tapas aqui. — ameaçou Roxanne.

— Não, Johnson, não sou eu. — a loira revirou os olhos.

— Você ficaria com outra hoje além de mim, seu IDIOTA, CANALHA! — e Britney foi para cima dele, logo tendo os pulsos segurados pelo Malfoy.

— Se ela ficasse bêbada sim, adoro estragar a diversão dos outros também. — e soltou a garota, que olhou para as pessoas que a olhavam. Roxanne sorriu em cumplicidade de Dominique, sabia bem do que Scorpius falava. — E estou completamente desgostoso por vocês acharem que eu consigo minhas diversões através de força. Eu consigo por méritos próprios, só pra deixar claro.

— E é um manipulador suficientemente satisfatório para não ser manipulado por você, Britney. — Scorpius cruzou os braços e sorriu com o elogio que Rose soltou sem perceber.

— E por ter xingado ele, você assume que não foi ele que te agarrou? — indagou Dominique.

— Já que você se importa tanto com o que ele faria? — Roxanne sorriu vitoriosa, logo encostando-se à parede junto com Lorcan.

— Eu não acredito que fez isso comigo, Britney, e não acredito que ficou do lado dela, Lys. — Karen se levantou e olhou para Roxanne. — E também não acredito que queria me fazer acreditar que Roxanne era uma pessoa má. Me desculpe, sério.

— No problem, vai estar tudo bem se der uns tapas nela. — se animou e Lorcan abafou o riso em seus cabelos.

— Vai ouvir sua nova amiguinha? — perguntou Parkinson.

— Eu nunca vou te perdoar por isso, Britney.

— E eu por um acaso quero que você me perdoe? Eu já sabia que isso ia acontecer, mas não sabia que seria hoje. Você sempre esteve na palma da minha mão, como Lysander e todas as outras líderes estão. Eu faço o que quiser com vocês. — e foi na hora que a mão de Karen acertou em cheio o rosto de sua “ex-amiga’’ que todos bateram palmas.

— Rox, você poderia me levar pra casa? — perguntou ela sendo envolvida pela Johnson.

— O carro do idiota do meu irmão está quebrado, mas eu descolei um boymagia então a gente te leva sim. — Karen riu junto com Lorcan. — ABRAÇO COLETIVO!

Rose, Dominique e Lorcan juntaram-se às duas. As pessoas que estavam por perto assoviaram, eles riram.

— E a maldade de Dominique, a crueldade de Rose e a malignidade de Roxanne sempre vencem, no final das contas. — comentou Lorcan.

— SAI DA MINHA FRENTE, IDIOTAS! — gritou Britney sumindo escada abaixo.

— Bom, agora que tudo está esclarecido, eu tenho que voltar aos meus afazeres. — disse Dominique olhando para os lados e logo vendo o capitão lhe olhando. — Estávamos falando da sua família, não é, James? Como você disse que chamavam seus avós mesmo?

— Eu adoraria voltar aos meus afazeres, mas… — com esse comentário da parte de Roxanne, Rose ficou da cor de seus cabelos. — Não vai rolar.

— Vamos levar ela e depois voltamos. — comentou Lorcan e em seguida olhou para as pessoas. — O que vocês estão fazendo parados? ISSO É UMA FESTA, GENTE, CIRCULANDO, DANÇANDO, BEBENDO! ISSO SÓ FOI UM ATRATIVO, ANDEM, ANDEM!

Roxanne falou para Rose que já voltava. Ficou parada vendo todo mundo descer e voltar a beber, como se realmente só tivesse sido um atrativo. No final das contas, acabou sobrando apenas ela e, mais para o fim do corredor, Scorpius.

— E as três garotas super poderosas salvaram o dia novamente. — riu ele indo até onde a ruiva se encontrava parada. — Devo dizer que você não é apenas uma cabeça de tomate, Weasley, você é uma cenoura.

— De nada, por não deixar que te achassem um cara idiota que agarra garotas. — o loiro deu ombros e riu. — E obrigada por não deixar meu plano funcionar.

— Ah, sim, eu deveria ficar frustrado pela Britney ter ido embora tendo um chilique, não é? — ela assentiu e ele riu. — Não foi dessa vez que conseguiu, Rose, se essa era a coisa horrivelmente ter…

— Não, a coisa horrivelmente terrível ainda vai acontecer. — disse ela e ele cerrou os olhos. — É sério, eu estou sentindo!

— Com certeza. — riu sarcástico e ela revirou os olhos sorrindo.

— Estou sendo bondosa em te avisar. — Scorpius arqueou as sobrancelhas e sorriu.

— Então você vai continuar sendo bondosa e vai tomar uma dose de whisky comigo? Vai que você vê o meu futuro daqui trinta anos dentro do copo. — zombou.

— Não preciso de whisky pra ver, só de olhar da pra ver que você vai perder toda a fortuna da sua família e vai morar debaixo da ponte. — ele suspirou revirando os olhos e ela riu.

— Acho que você não é uma boa vidente. — alfinetou.

— Espere e verá, ora essa. — sorriu vencedora e ele assentiu fazendo uma careta.

— Vai beber ou não? — perguntou colocando as mãos no bolso.

— Eu até iria, mas

— Mas o Wood está na sua e eu estragaria tudo isso. — ela assentiu e Scorpius revirou os olhos. — Como sou uma boa pessoa, não vou estragar sua diversão.

— Então está frustrado?

— Talvez.

— Isso é um sim?

— É um talvez. — ele riu e apontou a escada para ela descer primeiro. — E estou surpreso por você estar usando uma saia tão curta.

— É, eu sou uma garota, tenho que usar saias.

— Qual o próximo passo? Começar a usar decotes? — ela lhe deu um tapa na cabeça, causando risos no loiro.

Quando acabaram a escada, ele foi para a cozinha e ela foi até onde um jogador de futebol estava sentado bebendo. Brian. Sua diversão ainda nem tinha começado, afinal.

— O que foi aquilo? — riu ele assim que ela ficou ao seu lado.

— A verdade aparecendo. — respondeu Rose pegando uma dose de whisky. — Infelizmente o Malfoy não ficou frustrado, como deveria ficar.

— É, já deve estar armando mais uma. — Brian olhou para o copo e depois para a ruiva. — Mas ele não vai conseguir.

— Não? — perguntou ela um pouco confusa. — Por quê?

E é claro que chegou a parte da diversão para o lado dela.

Brian a olhou e Rose sentiu aquela coisa dentro do estômago dela que pareciam borboletas que ficavam voando de um lado para o outro, sentiu também sua mão ficar gelada e logo sua respiração começar a falhar.

Ele colocou sua mão na nuca dela e a beijou.

Nessas horas, Rose se achava um pouco estranha, já que lembrava de coisas inúteis. Se esse beijo foi uma resposta a sua pergunta, ela estava, no mínimo, confusa. Mas não iria pensar naquele momento, ela não era idiota para não aproveitar.

Dominique Delacour

— E os pombinhos estão na ativa de novo. — comentou Dominique apontando para Rose e Brian, que se beijavam nos banquinhos.

A Delacour estava sentada no sofá, apoiando sua cabeça com a mão e olhando James que estava sentando ao seu lado falando sem parar. Ela achava fofo como ele falava tudo certo, tudo que ela queria falar e tudo que ela queria ouvir.

Dominique sequer lhe disse que gostava de caras engraçados ou de McFly, nem disse que gostava de assistir futebol em casa com seu irmão e nem que jogava videogame às vezes, não disse que sua irmã era idiota, mas ela a amava e também não disse que gostava de piadas de loiras — até mesmo porque era como se estivesse falando mal do seu próprio “povo”.

No entanto ele já sabia, magicamente, de tudo.

— Tenho dó de Rose. — disse James e a garota arqueou as sobrancelhas. — Você sabe o que acontece com as namoradas do Brian.

— Ah, bom, mas ela e Scorpius se odeiam. — o Potter deu ombros. — Acredita nessa coisa de ódio que vira amor?

— Amor à primeira vista também. — Dominique queria pegar um contrato de casamento e fazê-lo assinar, porque ele era perfeito para ela. — Coisa de garota. Minha irmã me influencia demais.

— Victoire também me influencia. — riu Dominique. — Ela sempre gostou de jogadores de futebol, e eu acabei aprendendo a gostar também.

— E ela namora Teddy agora. — respondeu encarando-a. — Já você está tendo a honra de conversar com o Capitão.

— Com certeza nunca esquecerei. — ambos riram. — E também nunca vou esquecer-me da vez que o Capitão me deu carona pra ir embora.

— Ah, eu não esqueci disso. Não é a toa que estou perto de você. — ele piscou em sinal de “eu sou demais”. — Sem contar que também dá para eu ficar de olho em Rose.

— Se o pai dela perguntar, o que vai falar?

— Olha, tio, ela ficou na sala com Dominique e Roxanne conversando. Não fez nada demais. — Dominique riu alto com aquilo. — Eu minto muito bem.

— Você viu Roxanne e Lorcan, não viu? — ele assentiu. — Porque não fala pra Fred que você acha que eles realmente estavam ficando e não era fingimento?

— Qual seu interesse nisso?

— Os ingressos do show. — a loira juntou as mãos e sorriu docemente para ele. — Por favorzinho.

— No problem. — Dominique, no impulso, abraçou ele. — Você abraça as pessoas quando elas falam “No problem”?

— Abraço quando fazem o que eu peço. — sorriu mantendo suas mãos nos ombros malhados dele. James sorriu como quem teve uma ideia genial.

— Já te disseram que você está muito gata nessa roupa? — Dominique lembrou do que Rose disse a respeito de sua calcinha preta. — Essa saia rosa tá bem… Rosa.

— Eu amo rosa. — concluiu voltando a posição que estava no sofá.

— Eu curto mais preto. — e Dominique achou que ficou parecendo um pimentão, porque riu e corou ao mesmo tempo. — O que foi?

— Nada, nada. — e continuou rindo.

— Acho que esse suco não está te fazendo bem, não quer mesmo um whisky? — perguntou, mas ela continuou dando risada.

Roxanne Johnson

— Obrigada, gente, sério. — disse Karen respirando fundo e abrindo a porta.

— Qualquer coisa é só mandar mensagem. — respondeu Roxanne e ela logo deu tchauzinho para a garota que ia em direção ao interfone. Ela olhou para Lorcan com as sobrancelhas arqueadas. — Fizemos uma boa ação, Scamander.

— É. — respondeu pisando no acelerador.

— Eu preciso dormir. — disse ela se encolhendo no banco. — Estou zonza.

— Quer que eu te leve pra casa? — Lorcan olhou para o lado e a garota sorriu de canto.

— Para a sua casa. — Lorcan franziu o cenho duvidoso e fez o que ela disse. — Depois podemos ir para o seu quarto? — ele assentiu.

Quando uma pessoa bebe demais e a cabeça começa a fazer tudo girar, o indivíduo para de raciocinar com razão, apenas com o álcool que está na sua corrente sanguínea. E era isso que estava acontecendo com Roxanne.

Lorcan fez o trajeto de volta para sua casa, que continuava acesa e com uma música alta. Era uma e vinte e cinco da manhã, logo as pessoas começariam a cair ou ir embora. Sua amiga seria uma delas.

Aproveitou e colocou o seu carro na garagem fechada, onde deveria ficar o carro de seus pais, que estavam viajando e só voltariam dali uma semana.

Apertou o botãozinho e o portão eletrônico começou a se fechar.

— Chegamos. — disse ele tirando a chave.

— Por que, raios, está escuro? — perguntou ela acendendo a luz que estava em cima de sua cabeça. Quando ficou claro, viu Lorcan a encarando, com certeza se perguntando o quão ela estava bêbada. — Hm, melhor.

— Vamos então, eu vou te deixar no meu quarto e… — ele parou de falar quando dois dedos ficaram sobre seus lábios. Olhou para sua amiga que estava com um sorriso maléfico no rosto.

— Por que não aproveitamos essa escuridão, Lorcan? — o rapaz ia responder que não seria uma boa ideia já que ela estava bêbada e ele não estava em seu melhor estado também, sem contar que eram amigos e amigos não aproveitam a escuridão, mas ela nem deu tempo dele falar.

Roxanne pegou seu rosto e o beijou.

Bêbada e desesperadamente. De fato, seu subconsciente gostou dos beijos que trocaram ainda no começo da festa. E não havia barreiras o suficiente para impedi-la de algo. Ninguém estava ali, ninguém sabia que estavam ali, ninguém os atrapalhariam.

Talvez a Johnson estivesse sóbria em seu subconsciente.

Suas vontades que talvez parecessem loucuras.

Vontades que ela não contaria para ninguém, já que achariam que ela não estava dentro de si.

Lorcan não iria fazer nada com sua amiga, não havia bebido como ela afinal, mas iria se divertir sim.

A Johnson tirou seus saltos e conseguiu ir até o banco que ele estava. Colocou uma perna de cada lado do corpo do amigo e sentou-se em seu colo. Ah, aquilo não iria prestar. Roxanne o beijava de um jeito que aprendeu devido suas experiências anteriores e mexia seu corpo provocadoramente em cima dele, que estava com sinal verde para explorar o corpo dela.

Ela usava uma saia dourada que não permitia que ela se sentasse totalmente, o que fora feito quando Lorcan a fez subir. De fato, não foi à única coisa que subiu.

A camisa dele fora aberta e a regata dela fora tirada.

Ah, sim, estava muito quente dentro daquele carro.

Seria engraçado explicar se alguém os pegasse ali, mas isso não aconteceria, já que Lorcan sabia a hora que deveria parar.

E essa hora foi quando Roxanne moveu suas mãos para desabotoar a calça dele.

— Rox, acho melhor nós pararmos. — disse Lorcan segurando suas mãos. Roxanne o olhou e cerrou os olhos. — Não que…

— Eu entendi. — resmungou pendendo para o lado e pegando seu salto.

— Rox, não fod… — ele tentou falar, mas ela o olhou mais brava ainda saindo do carro.

— Eu disse que entendi. — respondeu colocando seu salto e vestindo sua blusa regata novamente. Arrumou seu cabelo e abaixou sua saia. Olhou para o Scamander, que ainda estava do jeito que ela lhe deixou. — Vai ficar aí?

— Rox. — ela o olhou e cruzou os braços. — Não é isso que você está pensando.

— É sim. — Lorcan saiu do carro, fechou a porta e começou a fechar os botões de sua camisa.

— Não, não é. — olhou bem pra ela. — Além de você ser minha amiga, você está bêbada e…

— Virgem. — concluiu e o rapaz revirou os olhos.

— Você é a minha melhor amiga e não iria gostar se algo acontecesse. — Roxanne não queria saber. A Roxanne bêbada não queria saber, porque tinha um caso com o Lorcan bêbado. Porém, quando estavam normais, eram realmente melhores amigos que não fariam isso com medo de jogar essa amizade fora.

Ele estava certo.

Roxanne sabia disso.

Ela deu as costas e abriu a porta que dava na cozinha. Pegou uma garrafa de vodca e, enquanto Lorcan fechava a porta e ia até onde ela estava, ficou observando suas amigas.

Rose e Brian estavam se agarrando perto do bar.

Dominique e James ainda estavam conversando.

E ela estava ali, bebendo.

Que ótimo fim de festa.

Dominique Delacour

Passou mais um tempinho e ela resolveu que já era o limite. Claro que não dançou e bebeu como de costume, mas foi uma ótima festa que ela pôde se aproximar mais de James. Não iria agarrá-lo ali, não era do tipo Britney que não se importava com isso.

Ela iria conquistá-lo e deixá-lo lhe conquistar.

É, isso aí.

— Vamos embora? — perguntou ela e James olhou para o celular, que Dominique conseguiu ver que era duas e dez da manhã.

— Chame Rose e eu chamo Fred. — a garota assentiu e foi até onde a amiga estava.

Dominique se sentiu uma grande estraga prazeres. Primeiro interrompeu Roxanne e Lorcan, depois Rose e Brian, quem seriam os próximos?

Ela ficou parada perto dos dois, até que a ruiva se deu conta que a amiga estava esperando eles acabarem com aquilo.

— Domi. — disse ela se recompondo. Como sempre, ou Dominique ou Roxanne lhe tiravam dos braços fortes e malhados de Wood.

— Vamos embora? — perguntou e a ruiva assentiu.

— Eu posso te levar, se quiser. — Brian prontificou-se. Dominique fez um discreto não com a cabeça para Rose.

— Não precisa, seria abuso. James é o meu primo, ele… É o dever dele. — respondeu rápido até que demais. O jogador assentiu. — Bom, tchau, Brian.

Dominique achou aquele selinho esquisito.

Achou sua amiga esquisita.

Achou a situação esquisita.

As duas se viraram e começaram a andar até a saída.

— Se Fred perguntar, Roxanne está desmaiada na minha cama. — respondeu Lorcan aparecendo na frente das duas que quase começaram a dar risada. — É sério! Estávamos discutindo e aí ela desmaiou.

— Discutindo, sabemos bem como estavam discutindo. — a cara do Scamander para a Delacour não fora nada amigável. — Certo, se ele perguntar nós falamos. Se ele não perguntar, ela se explica depois.

— Certo. — disse ele batendo os pés e as pontas dos dedos, com certeza nervoso. — Já estão indo?

— Tive que tirar a ruiva dos braços do garanhão. — disse Dominique e Rose assentiu.

— Ainda bem, eu acho que estávamos indo um pouco longe. — confessou a ruiva. Talvez por isso concordou em ir embora. — Nós não vamos dar certo, eu acho.

— Conversem outro dia, ambos já estão com bebida na cabeça. — sugeriu Lorcan. — É o que vou ter que fazer com Roxanne amanhã.

— Boa sorte. — ele riu para as duas.

— Fred está lá fora, vamos! — disse James e eles se despediram.

Entraram no carro e James voltou ao seu posto de motorista do amigo. Rose pediu para deixá-la em casa primeiro, e sua ordem fora cumprida. Depois Fred disse para aproveitar caminho e deixar ele. Sobrou apenas Dominique no banco de trás.

Ela estava tranquila, afinal, James não faria nada com ela.

Quando chegaram em frente à casa da garota em questão, James pegou seu celular para enviar uma mensagem para Teddy, mas foi impedido.

— Eu tranquei a porta do meu quarto. — lembrou Dominique. — Por dentro.

— E a chave ficou lá? — perguntou James, rindo após ela assentir. — A corda ainda está na sua janela, que deve estar aberta. Eu acho.

— Verdade. — ela respirou fundo. — Obrigada pela carona. Boa noite.

— Buenas. — ele sorriu.

Dominique saiu e bateu a porta fracamente.

Dirigiu-se até a janela de seu quarto e segurou a corda. Era mais fácil descer do que subir, isso era um fato.

Era mais fácil dormir ali fora e no outro dia encarar sua mãe raivosa.

— Tira o salto, vou te colocar nos meus ombros e você pega a corda. — ela quase morreu do coração quando James apareceu.

— Ok. — sussurrou.

James lhe colocou nos ombros e ela pegou a corda, conseguindo subir e chegar até sua janela. Suspirou quando viu sua amada cama. Olhou para baixo e disse um “obrigada” com os lábios e em resposta o capitão piscou para ela e voltou para seu carro.

Quando colocou os pés no chão, lembrou-se do salto e quando olhou para baixo eles não estavam lá.

É, ele havia ficado com o sapatinho de cristal dela.

Roxanne Johnson

[SÁBADO]

Tinha uma maldita fresta de sol que estava batendo bem nos olhos da líder de torcida. Ela, sem saída, os abriu e arrependeu-se.

Estava estranhando sua cama ser tão macia e quente.

Na verdade, não era sua cama.

Não era seu quarto.

Era o seu melhor amigo coberto por um edredom ao seu lado. Roxanne estava usando o tórax dele como travesseiro e o calor dos braços como edredom.

Ela arregalou os olhos espantada. 

O que, raios, eles tinham feito?