Em busca da vingança escrita por Bia


Capítulo 48
048 - (2° Temp)




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PDV Edward

— Edward? — Rose diz chegando na sala de espera do hospital, acompanhada por Emmett, Carlisle, Rayara e Benjamin. — Cadê ela?

— Eu... Eu não sei. Eles levaram pra cirurgia, eu ... — digo perdido.

— Ei cara... — Emmett me segura pelos ombros e me força a encara-lo. — Edward, calma. — ele sacode meus ombros e eu foco meu olhar nele. — Calma, vamos esperar os médicos nos darem notícias. Só então vamos pensar no que fazer, ok?

Relutante, eu assinto.

E nos sentamos para esperar notícias.

E ela chega 20 minutos depois.

Um cirurgião residente chega até a sala de espera e pergunta pelos familiares dela.

— Ela estava com dificuldade para respirar, realizamos uma cirurgia para liberar as vias respiratórias. Ela está fora de perigo agora.

E eu solto o ar que eu nem havia perce que tinha prendido.

Alívio é tudo que sinto no momento.

— Nós podemos vê-la? — pergunto ansioso.

—--*---*---

PDV Isabella Swan

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo é o teto branco. Pisco algumas vezes e olho ao redor.

Janelas com grades, paredes brancas, uma maca, aparelhos ao lado da maca.

Suspiro me dando conta de que estou no hospital.

Me remexo tentando sentar quando a porta se abre.

— Hey, o médico disse que você podia acordar a qualquer momento. — Rosalie diz sorrindo enquanto vem me abraçar. — Como você está se sentindo?

— Como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. — encosto no travesseiro e Rosalie fica me encarando com o cenho franzido. — Anda, me diz logo o que perdi.

— Vou chamar o médico primeiro, pra ele te exam...

— Rose...

— Tudo bem, tudo bem. — ela suspira e se senta na ponta da maca. — Faz dois dias desde que tudo aconteceu. Conseguimos prender o Alec, mas ele tentou se matar e o trouxeram pra cá pro hospital. Ele está numa área isolada e com dois guardas na porta.

— Ele está aqui? — pergunto incrédula.

— Eu sei, eu sei que é um saco ele estar no mesmo hospital que você. O Edward tentou de tudo para ele sair daqui, mas é um protocolo e vamos ter que esperar um pouco. O James está em outro hospital, em estado grave. O Edward quase o mata de porrada. E agora ele está tentando de tudo pra tirar o Alec desse hospital porque ele não o quer no mesmo lugar que as duas pessoas mais importantes da vida dele estavam. E com duas pessoas quero dizer você e a Abby.

— A Abby? O que? Como assim, Rose? Ela está internada? — pergunto com o cenho franzido.

— É, a quimioterapia​ e a radioterapia a deixou muito fraca. Tiveram que interna-la. O Edward não sai desse hospital. Quando não está aqui com você, ele está lá em cima com ela. — Rose pega minhas mãos e baixa o olhar. — Bella, o que aqueles dois fizeram com você... Como você está, de verdade?

Eu olho para minha amiga que me devolve um olhar angustiado.

— No meu treinamento eu fui submetida a várias condições, fui testada até meu limite, Rose. Fui treinada para suportar a pior das torturas possíveis. Carlisle se certificou de que eu tivesse o melhor treinamento possível para que nada me machucasse. Mas tem uma coisa em que se é impossível se manter indiferente. É quando a gente perde quem se ama. E eu venho perdendo muitas pessoas, Rose. Isso me deixou fraca. E o que me ajudou a não sucumbir enquanto eu era torturada... — minha voz embarga e vejo a Rosalie chorando. — ... foi manter o rosto do Edward cada segundo em minha mente. Eu estava tão cansada, de tudo. E eu quis desistir, é tanto que não me esforcei o suficiente pra me libertar. Mas eu sabia que não podia desistir, por você, pelo Emmett, pelo Carl, pelo Edward. — aperto a mão de Rose e cai uma lágrima do meu olhar. — Mas por outro lado, eu queria só por um momento não ser a pessoa que resolve tudo. Eu queria não ser a pessoa que carrega todos os problemas e soluções nas costas. Eu sabia no íntimo que o Edward me encontraria, então apenas esperei. E suportei toda a tortura.

Rosalie funga e tenta enxugar as lágrimas.

— Eu sou uma péssima amiga. Sabia que foram a Débora e Ingrid que tiveram a ideia de te rastrear com o page?

Nós rimos com o que ela diz e no mesmo momento Emmett entra na sala junto com Carlisle e o médico.

—--*---*---

Hoje estou irritada, muito irritada.

Eu estava presa nesse quarto de hospital a uma semana e já estava pirando sem poder fazer nada.

A Rosalie vinha me atualizar de tudo, o Emmett me trazia bobagens escondida pra comer junto com piadas horríveis e Carlisle me dava seu consolo de pai.

Mas eu era a Viúva Negra porra. Eu não conseguia ficar de repouso. Eu tinha que me mexer.

E pensando nisso foi que decidi me levantar para ir ao banheiro sozinha.

Péssima decisão, se a Rosalie não entra na hora, eu teria dado de cara com o chão.

— Mas que inferno, Bella. Você sabe que não pode levantar sozinha. Está se recuperando de ferimentos graves. — Rose resmunga enquanto me ajuda a ir ao banheiro.

— Acontece, querida Rosalie, que não é você que está presa nessa maldita maca, nesse maldito quarto, nesse MALDITO HOSPITAL. — digo furiosa já voltando para a maca.

— Acho que isso tem haver com outra coisa. — ela diz me olhando.

— Ah, e o que é então?

— Edward!

— O que? O que ele tem haver com isso? — pergunto confusa.

— Tem tudo haver. Eu sei que ele só vem pra cá quando você dorme. Fica o tempo inteiro​ aqui e quando​você está prestes a acordar, ele se manda pra ir ficar com a Abby. Acho que você está com raiva porque ainda não o viu.

Suspiro e encaro o teto.

— Porque ele não me deixa vê-lo? Qual é o problema dele?

— Eu não aguento mais todo esse drama que acompanha vocês dois. Vocês precisam se resolver logo. — Rose diz se deitando ao meu lado. — Eu achei que fosse te perder.

Olho pro lado e ela está encarando o teto com os olhos lacrimejando.

— Rose...

— É sério, Bella. Você tem que preservar mais a sua vida. Se você não quer fazer por você, faça pelas pessoas que ama você. Você sabe a dor de quando perdemos alguém. E é essa dor que iremos sentir se você morrer. Eu nunca senti isso antes porque eu sabia que você faria de tudo pra não desistir, eu sabia que você lutaria. Mas ultimamente tudo que vejo é você ir pro olho do furacão e não fazer nada pra impedir o caos. Eu não sei o que está acontecendo com você. Mas supere. Supere porque eu não posso te perder, Bella. — ela vira a cabeça pra mim e as lágrimas caem.

— Vem cá. — eu a abraço me dando conta de que havia pessoas que também sofriam, que eu não era a única com sentimentos e perdas.

—--*---*---

Me remexo na cama, incomodada, pois meus instintos me dizem que há alguém me observando.

Mesmo de olhos fechados, eu sinto isso.

Devagar abro meus olhos, me deparando com a mulher parada a minha frente, com os olhos vermelhos e inchados e com a expressão exalando desequilíbrio.

— Como você pôde? — ela sussurra e eu engulo a seco, sabendo exatamente do que ela está falando. — Ele te amava. Ele te amava e você o matou. Porque? — a voz dela se quebra e eu sinto uma vontade imensa de abraça-la e lhe dizer que sentia muito.

— Alice, eu posso explicar. — digo e minha voz não passa de um sussurro.

— Explicar? Explicar o que? Explicar o modo como você decidiu mata-la? Ou o porque de você passar esse tempo todo mentindo​ pra mim, fingindo ser outra pessoa? — ela pergunta verdadeiramente magoada.

— Eu não menti para você. Era o meu trabalho e nada interferia na minha vida pessoal. — devagar me sento na cama — Não foi de propósito, Alice. Aquela noite foi uma loucura. Eu não havia percebido que era o Jasper. Eu não... — respiro fundo, pois era um assunto que ainda mexia comigo. — Eu o amava. Eu nunca faria aquilo de propósito. Você não sabe o quanto isso me mata. Um pouco a cada dia.

— Amava? — ela ri sarcasticamente. — Você era a única pessoa que eu achava que entendia o que eu estava sentindo quando perdi o Jasper. Mas agora, saber que foi você que o matou, que o tirou de mim... — ela não consegue terminar, pois as lágrimas começam a brotar de seus olhos impedindo que ela consiga falar. — Os casos estão interligados. Os dos desaparecidos e o seu caso com os Volturi. Vou precisar ficar aqui até que tudo se resolva. Mas enquanto isso, fique longe de mim. Quero distância da pessoa que matou o amor da minha existência.

A porta se abre e por ela passa Rosalie sorridente, mas seu sorriso murcha ao ver Alice.

— Como você conseguiu entrar aqui, Alice? — ela pergunta a mulher chorosa a sua frente.

Alice apenas funga e passa por Rose indo embora​.

Quando Rosalie olha para mim, eu não consigo mais segurar as lágrimas. Elas descem como um rio.

Rose se apressa em se sentar ao meu lado na cama e passar os braços ao meu redor, sussurrando que tudo em breve ficará bem.

—--*---*---

Com um pouco de dificuldade, consigo chegar na ala de oncologia pediátrica do hospital.

Arrasto comigo o soro e toda a medicação presa, enquanto me aproximo da recepção daquela ala.

— Oi, é ... Poderia me informar em qual quarto está a paciente Abby... hum... Cullen? — arrisco dizer o sobrenome do Edward, já que eu não sei o da Abby.

— Você é a Viúva Negra, não é?

— Poderia por favor, me dá essa informação​? — digo incomodada com o fato de que todos os americanos​ saibam minha identidade.

— Aah, a filha do Edward? — a enfermeira diz me olhando com o cenho franzido. — É o quarto 504. A senhorita deveria estar aqui? — ela diz olhando pro soro.

— Obrigada. — digo e me dirijo para lá.

Pelo menos nisso ajudou o fato de saberem que eu sou a Viúva.

Suspiro parando na porta do quarto e espio pela janela que tem na porta.

Nenhum sinal da Charlotte.

Respiro fundo e entro no quarto.

A mesma criança que esteve no meu apartamento​ a algumas semanas, está ali deitada na maca.

A diferença é que ela parece estar mais fragilizada.

Caminho devagar até o seu lado e acaricio o rosto da pequena​ ao notar o quanto ela se parece com o Edward.

Agradeço a Deus por não ter desenvolvido nenhum tipo de sentimento negativo quanto a ela, visto que foi por causa dela que o Edward me deixou.

A Abby apenas me traz... Paz.

Sorrio de leve, até que os olhinhos dela se abrem e me encaram.

Fico sem graça por estar acariciando​ seu rosto, então afasto minhas mãos e sorrio para ela.

— Você é a Viúva Negra? Eu te vi na televisão. — ela pergunta com os olhinhos brilhando.

Sorrio largamente ao notar isso.

— Sim princesa, eu sou. — digo respirando com dificuldade. Eu realmente não devia ter abusado tanto da minha pequena melhora.

Me sento na poltrona que está juntinho da cama.

— Você está dodói? — ela pergunta olhando pro soro.

— É, estou sim. Mas logo logo ficarei boa.

Ela me analisa por um momento até arregala os olhos e põe a mão na boca.

— O que foi? — pergunto
estranhando sua reação.

— Descobrir de onde eu te conheço. Você é a moça bonita das fotos no celular do papai. A moça bonita que ele diz que é a rainha dele. Porque eu sou a princesinha, mas você é a rainha. — Abby começa a tagarelar. — Mas ele fica triste, eu acho que ele sente saudades de você. Eu não gosto de ver meu papai triste. Tive uma ideia, porque você não fica com meu papai? Ele disse que vocês não podem ficar juntos, mas por favor, por favor rainha do papai, fica com ele? Ele vai ficar tão feliz. Por isso promete pra mim que vai ficar com meu papai? — a Abby se empolga e eu me perco em meio a tantas palavras.

Fico sem saber o que responder, mas sou salva quando a porta do quarto se abre e Charlotte passa por ela.

Bem, não tão salva assim.

Charlotte me encara com a sobrancelha arqueada e eu decido ignorar ela.

— Princesinha, eu preciso ir. Mas fica bem, certo? — me inclino e lhe dou um beijo na testa.

Quando me afasto, ela segura meu pulso e quando me viro para olhar, ela diz com aqueles​ olhos cheios de esperança:

— Você não prometeu. Eu quero o papai feliz, então me promete.

— Eu prometo que vou conversar com ele, está bem? — eu não era louca de prometer uma coisa dessas para uma criança.

Ela me encara, suspira e solta minha mão.

— Tudo bem.

Eu sorrio para ela e com uma breve olhada para Charlotte, eu saio do quarto.

Suspiro ao perceber o que ela me pediu.

— Mas o que você está fazendo aqui? — Emmett pergunta ao me ver voltando pro quarto.

— Só fui fazer uma visitinha, Emm. — respondo enquanto ele vem me ajudar a voltar.

— Você tem que ficar de repouso. Nada de ficar zanzando pelo hospital.

Me sento na minha maca, suspirando e ele se senta do meu lado, me encarando.

— Você tem que parar com isso. — ele diz depois de um tempo.

— O que? — franzo a sobrancelha para ele.

— A Rosalie me contou da conversa que teve com você e eu concordo com ela, Bella.

— Emmett, por favor...

— Não, você tem que me ouvir. — ela pega minhas mãos olhando​no fundo dos meus olhos. — O que está acontecendo dentro de você?

— Estou bem. — puxo minhas mãos das dele, eu não me sentia confortável quando o Emmett tirava para ser 'cabeça'. Estou acostumada com as brincadeiras dele e sei que esse jeito 'psicólogo' dele, arrancaria qualquer coisa de mim.

— É o Jasper? Seus pais? A Day? Ou o Jacob, quem sabe?

— Você não vai querer fazer isso Emmett. — sibilo.

— Acredite Bella, eu já estou fazendo isso. — ele diz super sério e se levanta. — Quer saber? Eu cansei. Cansei de te tratar como se fosse um vaso que está prestes a se quebrar, ou como se fosse uma bomba prestes a explodir. Por que você não é assim, Bella. — ele anda pelo quarto enquanto fala. — Você, você é forte. Você é uma força da natureza. Então pare de agir como se fosse quebrável.

— MAS É ASSIM QUE EU ME SINTO. EU CANSEI DE SER FORTE, CANSEI DE SER A VIÚVA NEGRA. EU ESTOU DESPEDAÇADA, EMMETT. Eu não ... eu não tenho mais forças. Eu só quero sumir.

— O problema é esse Bells. Todos nós em algum momento nos sentimos fracos, impotentes. Mas conseguimos dar a volta por cima, nós superamos e seguimos em frente. Mas sabe o que aconteceu com você? Você não sabe ser fraca, você sempre foi forte, sempre foi indestrutível. E aí quando fraquejou pela primeira vez, não soube o que fazer pra seguir em frente. Porque era uma situação fora de seu controle. Mas você... Você é Viúva Negra porra. A Viúva Negra. Aquela que fez justiça com o povo de Forks quando obrigou o Billy a indeniza-los, aquela que foi atrás do Aro, do Marcus e do Caius sem descansar até obter sua vingança, aquela que segurou o mundo do Edward quando a Jane morreu, aquela que encontrou o Carlisle depois de anos, aquela que liderava o grupo, que tomava as porra das decisões e resolvia as coisas. Não se lembre só das perdas. Se lembre das suas conquistas, do quão foda você era. Se o que você precisa pra voltar a ser o que era antes for de perdão, vá atrás desse perdão.

Ele toma fôlego depois do longo discurso.

— Se perdoe pelo que aconteceu com Jasper, tire a culpa sobre a morte dos seus pais porque foi uma escolha deles morrer pelo que acreditavam, não desmereça a morte deles. O espancamento da Day, o fato dela ser uma foragida, enfie nessa sua cabeça que foi decisão dela. Ela escolheu fazer o que fez, você não a obrigou. A Rayara e o Benjamin entraram nessa porque era o trabalho deles, o trabalho deles, Bella. E entraram no nosso grupo por motivos de força maior. Não foi culpa sua. E se você ainda estiver assim por causa do que aconteceu com o Jacob, vá atrás do perdão dele. Não espere que as coisas caiam do céu. Faça como antes e vá até o céu busca-las.

Ele me encara antes de me dá as costas para ir embora.

— Emmett... — ele para com a mão na maçaneta, mas não se vira. — Pede ao Jacob para vir até aqui?

Vejo o reflexo dele pela televisão e me sinto bem com o sorriso que ele dá.

O Emmett está certo. Eu preciso voltar a ser a porra da Viúva Negra.

—--*---*---

— TOC TOC, soube que uma certa donzela quis me ver? — Jacob diz sorrindo parado na porta do quarto.

— Hey, entra. Eu queria muito mesmo conversar contigo. — aceno para ele. — Como você está?

— Ah, que isso. Você que está internada aqui.

Nós rimos enquanto ele se senta no sofá ao lado da maca.

— Jacob, eu queria me desculpar com você. Eu ...

— Que isso Bella. Não precisa. É estranho essa situação, porque estou acostumado com a Viúva Negra e te ver aqui e lembrar que você que é a Viúva é estranho, mas não fiquei chateado com o que aconteceu lá nas Docas. — ele diz descontraído.

— Você não entende, eu preciso fazer isso. Então me deixa pedir desculpas decentemente. — digo me endireitando.

Ele me analisa um tempo, até suspirar e gesticular para que eu vá em frente e lhe peça desculpas. E é o que faço.

—--*---*---

Acordo assustada, eu havia tido um pesadelo. Respiro fundo tentando acalmar meu coração, pois eu sonhei que o Alec conseguia matar a Abby aqui no hospital.

Olho o quarto escuro e me endireito, mas minha mão está presa e quando olho pro lado, vejo Edward dormindo debruçado sobre a maca, segurando minha mão.

Suspendo uma mão e acaricio seus cabelos e ele acorda desnorteado.

Olha pra cima e franze o cenho para mim.

— Oi, eu te acordei? — ele sussurra rouco.

— Não, eu tive um pesadelo.

— Oh, — ele olho ao redor e suspira.

— Por que você​ fica vindo aqui, Edward?

Ele fica em silêncio, mas logo responde:

— Só queria saber se você estava bem!

— Você já viu. Eu estou bem.

— Eu sei, é só que o Alec está aqui no hospital e eu fico preocupado...

— É. — eu me limito a dizer, o que diabos ele queria afinal?

— Já pensou no que vai fazer depois de tudo isso? — ele pergunta e sinto que ele está me olhando, mas não viro a cabeça para confirmar.

— Não.

— Porque Bella? Você tem que ter um plano. Tem que pensar no seu futuro.

— Eu não quero falar do meu futuro, ta bom Edward? — eu digo irritada e volto a olhar para ele. — Porque tudo o que você está dizendo, deixa bem claro que você não vai estar nele.

Ele me encara atônito, até que por fim diz:

— Bella, eu...

— É, é, eu sei. Você não quer ficar com alguém indecisa como eu. Com alguém que arrisca a vida sem se preocupar no que pode acontecer com aqueles quem a ama. Ou até porque você tem cuidar de sua filha e deixar de lado a pessoa que sempre esteve ao seu lado. — digo num folego só.

Respiro fundo e ele permanece em silêncio.

— Porque você ainda está aqui? — pergunto e dessa vez eu o olho.

Ele me encara de um jeito diferente. Como se estivesse criando coragem para fazer algo.

— Já falei, quero ter certeza de que você está b...

— Não, Edward. Não. Porque você ainda está aqui? Porque ainda insiste em me ver? — eu me levanto devagar e ele também se levanta, me rodeando com medo de que eu caia, eu paro de frente para ele, mas um pouco afastada. — Porque?

— Porque eu ainda te amo, Bella. Porque eu vejo que o que fiz foi estupidez. Eu deixei o medo de fracassar novamente, tomar conta de mim. Deixei que a culpa pela Jane me cegasse. — ele da um passo para frente e acaricia minha bochecha. — Ano passado eu quase te perdi. Você foi baleada e eu me vi como um louco e eu quis nunca mais sentir aquilo. E aí você foi sequestrada. Meu Deus, Bella. Você não imagina o inferno que eu passei enquanto você esteve nas mãos deles. E quando eu a vi, caída sem forças, aquele sentimento de que eu ia te perder voltou dobrado. E eu não sei como eu não enlouqueci. — ele para pra respirar. — Eu quero você, Bella. Eu, eu não sei como farei isso, mas eu te quero. Eu não posso mais ficar longe de você. Nós vivemos num mundo onde o amanhã é muito incerto. E eu não quero mais perder tempo longe de você.

Ficamos minutos nos encarando. Eu ainda tentava processar tudo que ele havia me dito. Eu sentia minha respiração pesada e meus olhos marejados​.

Como eu esperei para ouvir aquilo. Mas porque ele demorou tanto?

Dou um passo pra trás, me afastando dele.

— Bella? — ele diz franzindo o cenho.

— O que você achou, Edward? Que chegaria aqui, diria que me quer de volta e eu voltaria pra você correndo de braços abertos? — digo abrindo os braços.

— Bell...

— Cala a boca. Porque agora você vai me ouvir. — meu dedo em riste apontando para a cara dele. — Você foi um hipócrita, Edward. Um idiota. Ficou todo cheio de amor pro meu lado, dizendo que nunca me deixaria. E o que você fez? Me deixou. Me deu um pé na bunda. E aí depois vem pra cá querer me enganar dizendo que está aqui pra quando eu precisar? — digo alto, mas sem gritar. — E agora você diz que quer voltar? Só o que você quer que importa?

Depois do meu desabafo, ficamos olhando nos olhos um do outro. Deus, porque eu tinha que amar tanto esse homem? Porque?

— Já acabou? — ele sussurra.

— Não. Eu não acabei. E não sei se um dia eu vou acabar. Porque eu te amo, Edward. Eu te amo porra. — meu peito sobe e desce conforme eu respiro pesadamente, segurando as lágrimas que ultimamente caem sem minha permissão. — Mas você me magoou, você me machucou de verdade. E não sei se um dia isso vai passar.

O rosto dele é pura dor. E eu realmente sei que ele está sofrendo. Mas acho que não posso mais me sacrificar tanto pra ver os outros bem. Fiz isso a minha vida toda e agora eu estou aos cacos. Sei que ele está sofrendo, mas no momento decido por mim. Ainda estou magoada com ele, e não quero voltar para uma pessoa que me descartou sem nem pensar.

— É melhor você ir embora agora. Boa noite, Edward. — digo e lhe dou as costas indo em direção a janela.

Me surpreendo quando ele puxa meu braço​ me fazendo esbarrar nele e espalmar minhas mãos em seu peito.

— Não Bella. Eu sei que te magoei, nós nos magoamos muito. Mas eu não estou desistindo de você. Não aceito você me dar as costas novamente. Toda vez que um de nós está pronto pra seguir em frente com o relacionamento, o outro não está. Eu te peço perdão amor. — ele suspira, pega minhas mãos e se ajoelha diante de mim.

— O que está fazendo, Edward?

— Eu estou aos seus pés, amor. Estou ajoelhado diante de você pra implorar o seu perdão. Pra implorar que você me aceite de volta com toda minha bagagem emocional, com a Abby. Eu estou pronto pra superar a morte da Jane junto com você, a superar todas as perdas que tivemos, mas só se você estiver comigo, Bella. Porque eu estava me afogando e você apareceu como um fôlego de vida. Eu fui um idiota por pensar que​ poderia viver sem você. Nós dois temos nossas feridas, nossas perdas, mas amor, juntos somos mais fortes, porque nós apoiamos um ao outro. Eu não sei o que vai acontecer amanhã, mas não quero correr o risco de te perder pra sempre sem antes saber que você foi minha até o último minuto. E se você não me aceitar agora, eu juro que passarei cada segundo da minha existência tentando ganhar o seu perdão, tentando te ter de volta. Porque eu te amo, porque você é o meu mundo e não sei viver num lugar onde eu não tenha você. Então por favor, Bella. Volta para mim?

Encaro seu olhar cheio de lágrimas e me lembro do que a Abby pediu.

E eu sei que voltar para o Edward não seria apenas fazer o que ele queria e sim o que eu queria.

Porque eu também amava aquele homem, eu o amava e o desejava com cada molécula do meu corpo.

Ainda tremendo, me ajoelho também, pego seu rosto entre minhas mãos e digo:

— Eu também não sei mais viver sem você, Edward. Eu ainda estou magoada, mas podemos chegar ao perdão juntos.

Ele sorri e encosta sua testa na minha, tomo a iniciativa e o beijo.

Passo os braços ao redor de seu pescoço e só então me dou conta do quanto eu estava sentindo a falta dele.

O beijo se aprofunda a medida que tentando dizimar toda a saudade acumulada.

Ele me abraça apertado e eu gemo de dor.

— Desculpa, desculpa. Vem, vem deitar. Você precisa descansar.

Ele me ajuda a deitar de novo e quando ele vai se afasta seguro seu braço.

— Fica aqui comigo. Não me dá as costas.

Ele nada diz, apenas deita ao meu lado e me abraça.

Aquela noite eu terminaria nos braços do homem que eu amava e que eu sabia que faria de tudo para que eu permanecesse em sua vida, porque ele também me amava.


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