Os Três Winchester's escrita por Cassiela Collins


Capítulo 4
Um Inferno na Terra


Notas iniciais do capítulo

Gente, juro que não tinha notado que o nome do Dick é o mesmo da série!! Juro que um não é inspirado no outro!! XD



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Sam acaba optando por se afastar de Dan.

Fora um bom amigo... por cerca de sete horas.

No dia seguinte, ele chega à escola e imediatamente se põe a procura do garoto moreno, para explicar por que se afastaria. Não queria ser mal-educado; sabia que, no fundo, Daniel tinha boas intenções.

Ele caminha pelos corredores, apressado. Quanto antes acabar com aquilo, melhor. Sabia desde o começo que não se enturmaria.

De repente, alguém estende um pé à sua frente. Distraído, Sam tropeça, e todos os seus livros pulam para fora da mochila estilo sacola sem zíper, se espalhando num raio de um metro de onde caíra.

Ele olha em volta. Imediatamente identifica quem o fizera tropeçar.

Dick Howllings era um aluno do segundo colegial, ou seja, um ano mais velho do que Sam. Mas, pelo que o Winchester sabia, atormentava pessoas de todas as idades.

O tipo era clássico: grande. Forte. Cara de mau.

Um absurdo sem tamanho.

Sam tenta ignorá-lo e se ajoelha para recolher os livros, mas, assim que toca um deles, Dick pisa nele, imobilizando-o.

— Olha, parece que o bonitão metido está sozinho hoje - ele comenta, debochado, e três dos garotos que o acompanham riem.

Sam sabia o que Dean responderia se fosse ele. Até conseguiria imaginar a cena - o irmão mais velho erguendo uma sombracelha e dizendo: 'me acha bonitão?'

Mas Sam não estava a fim de briga. Tudo o que não precisava era levar uma suspensão na primeira semana de aula por mandar um aluno para a enfermaria, como sem dúvidas aconteceria se perdesse a calma.

Ao invés de retrucar, consequentemente, ele segura o calcanhar de Dick, o força para o lado e pega o livro, como se o outro não tivesse dito nada.

Dick se irrita com o descaso de seu alvo.

O chute atinge Sam na lateral da cabeça, o derrubando de lado.

Isso aborrece o Winchester, e ele se levanta, mas ainda não ataca. Ele apenas cerra os punhos ao lado do corpo, se preparando.

O valentão parece estranhar o agredido mal ter sentido o chute; mas Sam já passara por coisas piores do que aquilo.

— Opa, parece que o metido ficou irritadinho! - Dick provoca.

Sam o olha, em silêncio, por alguns instantes.

— Vê se cresce, Dick - ele responde, por fim, arrancando risadas do grupo que rodeava os dois.

Dick cora, com raiva, e empurra Sam contra o armário, pressionando seu pescoço com o braço.

— Escuta aqui, otário - ele sussurra, ameaçador. - Se eu fosse você, ficava caladinho no meu canto. Posso não saber muito sobre você, mas sei que tem uma irmã. Fraquinha. Pequena. Sacou?

Sam consegue ler a ameaça implícita nas entrelinhas.

Ele sabia que Kath daria conta de Dick sozinho facilmente, mas ele sempre andava com pelo menos outros quatro caras, todos grandes. E definitivamente, todos maiores do que Katherine.E sempre havia o fator de que ela, tanto quanto o próprio Sam, hesitariam muito antes de atacar, o que acabaria prejudicando-a.

Um brilho de fúria pisca nos olhos de Sam. Seus dentes se expõem em uma espécie de rosnado não pronunciado.

Ele está preparado para atacar...

Quando algo afasta Dick do armário.

Daniel se interpõe entre Sam e Dick, soltando o colarinho do segundo.

— Se estivesse um pouquinho mais bem-informado, saberia que ele também tem um irmão mais velho, que não hesitaria em te mandar para a UTI.

Dick não sabe como reagir.

— Faça um favor a si mesmo e esqueça isso, Howlings. - Daniel termina.

Hesitante, Dick pensa. Finalmente, ele aponta para Sam, acusador:

— Não se meta comigo, panaca. - diz, e sai andando, com todos os outros garotos atrás de si.

Ao vê-lo se afastar, Sam se vira para Dan.

— Eu estava bem - diz. - Eu ia dar conta.

Dan ri.

— Bom, não tenho dúvidas de que você conseguiria deitá-lo no chão. Mas isso não quer dizer que você queria fazer isso, certo?

Sam reconhece o ponto com um dar de ombros.

— Bom, obrigada. - agradece.

— Disponha - Dan faz pouco caso do agradecimento. - Soube que você estava me procurando. O que foi?

Sam o olha em silêncio por alguns instantes. Então, responde:

— Não foi nada. Vamos voltar para a sala?

.

Katherine ajeita os materiais no armário.

Estão, ouve uma voz ao seu lado.

— Katherine, certo?

Ela se vira. Um garoto está preguiçosamente apoiado no armário ao lado. A pele era pálida, os cabelos castanho-dourados ondulados contornavam sua cabeça de uma forma que a lembrava seu irmão Sam. Os olhos eram de um azul intenso e belo.

— Sim, sou eu. Com quem eu falo?

O estranho se afasta do armário e estende a mão.

—Sou Chris. O nome inteiro é Christian, mas as pessoas costumam preferir Chris.

Katherine aperta a mão estendida de Chris.

— Prazer.

Silêncio.

— Ahn, Chris... já pode soltar a minha mão.

— Você é bonita.

Ahn?

— O quê? - Kath pergunta. Tinha certeza de que tinha escutado errado.

— Você é bonita. - ele repete. - Gosto da cor do seu cabelo, e do jeito como ele parece liso, mas cai sobre seus ombros como ondas. Gosto da sua franja ondulada, do jeito que quase cobre seu olho. Acho lindos seus olhos brilhantes, e sua pele é macia.

Katherine cora.

— O-obrigada. - era a primeira vez que alguém dizia-lhe que era bonita, sem ser seu pai (Sam não costumava prestar atenção à aparência das pessoas, e Dean dizia que 'não podia dizer que a irmã era bonita'. Malicioso).

— Você também é, Chris - ela comenta, por fim.

Era verdade.

Nesse momento, o sinal toca, anunciando o começo das aulas.

— Qual é sua sala? - ele pergunta.

— Sou do 8º C - ela responde.

— Ah, que droga! Eu sou do 8º B!

Ele abre rapidamente o armário e tira dois livros.

— Vejo você depois! - ele exclama, já se afastando, ao que Kath também se afasta, cada um em sua própria direção.

.

Novamente na classe, recomeçam as provocações.

Katherine não sabia por que fora escolhida como alvo, mas desde o instante em que pisara na sala de aula, todas as piadas, provocações e brincadeiras de mal gosto eram dirigidas à ela.

Assim que se sentou, pendurou a mochila na parte de trás da carteira. Quando se virou para pegar o estojo, viu que agora ela estava cheia de todo tipo de balas mastigadas.

Imediatamente, ela foi reclamar com a professora, mas, ao invés de apoiá-la, a mulher a criticara, dizendo que havia sido um acidente, e que ela estava exagerando.

Quando voltara para seu lugar, seu caderno estava aberto e uma das tarefas que ela tinha que entregar naquele dia, e totalmente coberto por toda a sorte de palavrões ou palavras impróprias.

Ao reclamar com a professora, esta começa a repreender Kath, dizendo que fora obviamente ela quem havia feito aquilo, com o objetivo de culpar seus queridos coleguinhas.

A garota foi advertida e mandada para a diretoria.

Nos corredores, ela acada esbarrando em alguém. O cara era alto, e ela não via seu rosto, pois estava com o olhar baixo.

— Desculpa - ela murmura, sem ânimo, e continua andando, cantarolando baixo, talvez sem se dar conta, as mesmas duas frases:

I Have already died. I haven't saw, I haven't knew, but I've died, cause I've came to the Hell.


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