Dean chega à porta do colégio dos irmãos pontualmente, com o Baby recém-lavado e brilhando como um novo Impala.

Quando chega, Sam ainda não saiu da sala, mas Kath já está sentada nos degraus à frente da escola, ao lado de sua mochila, parecendo tensa.

Ele mal parou o carro quando Sam sai pela porta, descendo os degraus com agilidade. O do meio cutuca a caçula, instigando-a a levantar.

Ambos entram no carro, Sam como carona e Kath no banco de trás.

– Oi - o mais velho cumprimenta. - Como foi seu dia?

Sam parece pensativo, mas não muito, antes de responder:

– Ah, foi bem legal. Conheci um cara legal, Dan. Ah, e Dean, você me empresta o carro hoje à noite?

Dean o olha, incrédulo, como se a resposta fosse óbvia.

– Só eu dirijo meu Baby! - ele diz, possessivo. Então, pergunta, curioso: - Por quê?

– Tenho uma festa hoje à noite - Sam diz, simplesmente.

– Ah, eu te dou carona - o louro diz. - Também tenho compromisso à noite. Uma garota chamada Celeste.

Então, ele se lembra da irmã.

– E você, Kath? Como foi seu dia?

A irmã não responde.

Curioso, ele olha pelo retrovisor. Katherine está encostada na porta, a cabeça apoiada no cinto, olhando pela janela de um modo desligado, quase desanimado.

– Kath? Está tudo bem? - ele pergunta. Sem resposta.

Sam também estranha e se vira para olhá-la.

– Ei, Kattie, aconteceu alguma coisa? - ele pergunta.

Ela resmunga algo, baixo demais para que os irmãos consigam escutar.

– Ahn?

– Não foi nada, caramba! - ela diz, dessa vez mais alto, mas ainda não muito. Ela não estava com muito ânimo para gritar.

Sam e Dean se entreolham, sem entender. Por fim, Sam dá de ombros e ambos tornam a se concentrar no caminho à sua frente. Se a mais nova queria um pouco de paz, não eram eles que a perturbariam.

Mas ambos permaneceram perturbados. Katherine nunca ficava quieta por tanto tempo.

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– Você vai ficar bem? - Dean pergunta uma segunda vez.

– Vou, Dean. Já fiquei sozinha antes. - Katherine responde. - Bom, talvez eu dê uma passadinha lá no cassino em algum momento, mas...

– Kath - Sam interrompe. - Não saia, ok? Não entenda mal, a gente sabe que não tem um demônio em cada esquina, e que você sabe se virar sozinha, mas... apenas... fique aqui, ok?

A garota o olha por longos segundos.

Então suspira, irritada.

– Certo. Tudo bem. Vou ver o que está passando na TV.

Ela caminha até o sofá e se joga nele preguiçosamente. Era raro um quarto de hotel com um sofá tão confortável.

– Tchau, então. - ela se despede.

Os dois irmãos se olham outra vez. Katherine não costumava desistir assim. Geralmente, teria insistido até que o cérebro deles explodisse. Ao invés disso, agora estava jogada no sofá, fazendo exatamente o que eles haviam pedido.

Mas nenhum dos dois sabe o que fazer, então ambos se despedem da caçula e saem pela porta, seus pensamentos se voltando para a noite queestava para começar.

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– Oi, Sam! Que bom que veio!

A casa de Daniel era espaçosa, bonita e rica. Quase completamente branca, mas as luzes coloridas que balançavam pelo ambiente e o piso de quadrados luminosos que não paravam de piscar davam outra impressão.

– Cara, acho que vim parar num filme - Sam comenta. - Acho que nunca vi um piso assim. Achei que não existissem de verdade.

– É. São demais, né? - Dan comenta.

Toda a sala era maior do que um salão de festas de um condomínio. Enorme, com um pequeno bar no meio. Sam não sabia por que tinha um bar numa festa para menores, mas não perguntou.

A festa já estava cheia. Sam nunca fora em uma festa do tipo antes, então fica confuso sobre o que fazer. No fim, acaba pegando um refrigerante e apoiando as costas na parede, observando tudo.

Depois de quase meia hora, Dan parece perceber que Sam não fez absolutamente nada lá, e se aproxima.

– Cara, você só vai ficar olhando? - ele pergunta.

– E o que eu poderia fazer? - Sam replica.

– Tira uma menina para dançar, oras.

Sam se vira para ele, surpreso com a sugestão.

– Pera, o quê?

– Tira alguma para dançar, droga! Tem umas quinze de olho em você!

Tinha? Sam olha em volta. De fato, ele consegue ver várias garotas o observando.

Mas ele não é Dean.

– Eu... não me sinto muito confortável. Dançando com meninas. Aliás, nem dançando.

Dan o olha, incrédulo. Então o puxa pelo ombro, trazendo-o para mais perto.
– Cara, deixa eu te explicar uma coisa. - ele diz, numa espécie de sussurro alto. - Quando você é bonito - como nós dois somos, por acaso -, as garotas gamam. Simples e pura lógica. Agora, não aproveitar chances como essa? Isso é uma burrice. Das grandes. Aproveita que é forte, alto e Deus sabe mais o que e tira uma delas para dançar!

Sam recua.

– Ahn, não hoje, obrigado.

Daniel suspira, impaciente.

– Quer saber? Então, tá - ele diz, resignado. - Perca o tempo que quiser. Mas uma hora você vai experimentar a sensação. E, cara, você vai gostar.

E se afasta, em direção a um trio de meninas próximo.

Sem saber o que pensar da reação do 'novo amigo', Sam continua parado, por mais ou menos uma hora, até que se cansa.

Abrindo caminho entre as dezenas de convidados, ele vai em direção à porta. Dean provavelmente demoraria à vir, então ele decide ir para o hotel a pé. Assim, pelo menos, teria tempo para pensar.