– Você é séria assim sempre? Não importa...vamos pra sala de reunião, agora é a parte legal do encontro.

Ela saiu da sala, e fui atrás andando lentamente....quando cheguei a a sala principal, todos estavam comendo rosquinhas e tomando um suco de laranja, parecia o primário, a mulher de cabelos loiros veio até mim e me deu o lanche.

– Não precisa, eu não estou com fome.

– Você é magra desse jeito por isso, se você tiver vergonha...pode ir lá dentro e comer, agora você vai ter que se apresentar em cinco minutos. Por mais nervosa que você esteja...todos tem que lhe conhecer, ok? – ela sorriu simpaticamente.

Peguei o lanche e fui pro canto da sala e comi, afinal eu estava com fome...parei pra lembrar a ultima vez que eu havia comido algo e lembrei que tinha sido no dia anterior um pouco de sopa de legumes. Charlotte estava do outro lado da sala, havia um garoto de cabelo loiro como o dela, falando algo , mas ela não dava a mínima, apenas comia a rosquinha de chocolate, por um segundo ela me olhou e sorriu me incentivando a comer.

O psiquiatra entrou e falou pra todos sentarem que iria continuar as apresentações...e que se todos fossemos rápidos poderíamos ir embora mais cedo. Todos sentaram e voltei a sentir o cheiro ruim, queria dizer pro garoto pra ele tomar banho, mas eu fiquei calada, o psiquiatra olho pra mim e disse:

– A senhorita está pronta? Vai ter que se apresentar agora.- Ele era sério, e careca, e usava roupas marrons, o que era deprimente.

Assenti e me levantei, respirei fundo e pensei ‘ fazer o que ? ‘

– Eu me chamo Sophia Thompson, tenho 17 anos, e... me colocaram nessa escola, porque pensam que eu fiz algo errado com uma menina da minha antiga escola e..

– Mas por que você falou “ pensam ” ?

– Porque eu estava lá e eu sei, que não fiz nada... eu não tenho culpa.

–hm, certo. Pode se sentar e relaxar senhorita Thompson.

Ele se virou pra outra pessoa, o garoto que fedia do meu lado, ele se levantou e eu não prestei atenção. Depois de meia hora todos estavam indo pra casa, e minha mãe não tinha ido me buscar, então eu tive que ir andando ate a metade do caminho, peguei um ônibus e fui pra casa, entrei e minha mãe se assustou ao me ver.

– Ai meu Deus! Você sai de lá essa hora? querida eu não sabia me descul...

– Tudo bem, deixa pra lá.

Fui pro meu quartinho excluído da sociedade, era uma sexta- feira e todos os jovens da minha idade estavam se arrumando pra sair enquanto eu ficaria no meu mundo. Me deitei e comecei a pensar em tudo, em todos os problemas e o quanto de ódio eu tinha de escolas novas. Levantei e liguei meu computador velho, demorou uns minutos mas conseguir entrar no google e pesquisar sobre o reformatório caminho para as nuvens, e apenas amostrou uma rota segura de como chegar lá e uma foto da entrada da escola, onde na frente tinha uma garota amostrando o dedo do meio e um cigarro na boca, rapidamente desistir daquilo e fui pro banheiro tomar um longo banho, coloquei um som legal e comecei a desenhar. Ouvi batidas na minha porta as dez da noite, era minha mãe dizendo que ia dormir e que era pra eu jantar, apenas assenti e fui pra cozinha, comi sozinha e fui pro quarto. Eu não queria lembrar que em dois dias eu iria pra um reformatório, na realidade, eu não conseguia acreditar, eu nunca fazia nada e de repente eu estaria em uma escola de revoltados e crianças problemáticas . Certo, o lado bom era me afastar da minha família e da Clarisse o ruim era escola nova, pessoas novas a semana toda, eu iria morar lá, e as veze eles liberavam as pessoas num domingo pra ir em casa agora as pessoas seriam ser buscadas em casa no fim do dia, o que era ridículo, mas era um método que deveria ser feito, pois poderiam fugir ou sei lá. Bem, essa seria minha vida partir de segunda.