Supremacy escrita por Eleanor Kenway


Capítulo 4
The Leap Of Faith


Notas iniciais do capítulo

Oi meus pequenos gafanhotos. Como vão?
Nha sim, estou atrasada pra caramba..
Hey, você não acham que o poder da Lottie são as lâminas que foram implantadas nela né? Porque não é não >< hehe ela tem um fardo muito maior.
Enjoy



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Bucky alugou um quarto em um motel longe da cidade (e praticamente da civilização) com o dinheiro que encontrou na bolsa da moto. Ele encontrou remédios e curativos nela também, não mexeu muito na bolsa, afinal, a bolsa era da mulher e ele se lembrava que em sua época os homens sempre aconselhavam uns aos outros “Nunca mexa na bolsa de uma mulher cara. Você pode encontrar qualquer coisa na bolsa delas”. Mas eram só pequenas coisas assim que vinham em sua memória, nada que realmente importasse.

Despiu a mulher e limpou seu corpo com um pano úmido. Ela tinha um corpo curvilíneo, porém delicado e pequeno, de seios médios. Sua pele era tão branca, seus cabelos tão loiros. Ele se pegou novamente olhando para o rosto dela, tão sereno e tão familiar. Um mistério que ele desvendaria com prazer.

Se preparou para puxar a barra de metal que ainda atravessava a moça. Puxou e rapidamente colocou o pano sobre a ferida que voltara a sangrar. Limpou o corte e o costurou. Segurou o corpo dela e a deitou de bruços. Repetiu o processo no outro corte, costurando a carne depois a pele.

Então notou uma cicatriz, quer dizer, o corpo todo era cheio de cicatrizes, mas uma se destacava mais que as outras. Ela marcava as costas da base do pescoço até um pouco abaixo da cintura e marcava como se tivesse sido costurada de uma forma que a cicatriz parecesse uma coluna vertebral sobre a pele.

Ele tocou na marca com a mão direita. Sentiu sua cabeça doer insuportavelmente, levou as mãos para ela e reprimiu um grito. Estava tendo uma lembrança.

§

A garota estava pendurada pelos braços, seus pés descalços mal tocavam o chão.

Eu não entendia o porquê de ter que vigiá-la, minha missão estava cumprida, a Assassina era agora prisioneira a HIDRA.

_Está se divertindo? – ela disse ainda com a cabeça abaixada. Olhei para ela.

_Não te interessa –respondi seco.

_Sabe falar inglês! Legal. Sabe sentar e fingir de morto também?

Apertei a mão ao redor da faca.

_Qual o seu nome? –perguntou.

_Eu não tenho nome. – uma confusão se formava em minha cabeça.

Ela deu uma risadinha.

_Continue acreditando nisso...

Um breve silêncio se fez na sala.

_Quando a HIDRA não precisar mais de você, ela vai te congelar mais uma vez, e sabe-se diabos quando vão precisar de novo. Vão mandá-lo para outra missão, e depois vão fazê-lo se esquecer dela. Você conseguiria fugir daqui se tentasse, mas não tenta, sabe porque? Você não tem vontade própria. Um mero peão.

Dor insuportável. Cabeça latejando. Confusão e mais dor.

Levei minhas mãos no pescoço dela e comecei a apertar. Ela não esboçava nenhuma reação. Olhou nos meus olhos cobertos pelos óculos. Seus olhos eram azuis como gelo e possuidores de uma frieza natural, porém, seu olhar era terno e confiável.

Eu queria matá-la, mas não conseguia.

Larguei o pescoço dela quando um diretor da HIDRA entrou, eu não lembrava o nome dele, e nem fazia questão.

_É uma pena atrapalhar, Soldado. Mas você ainda não pode matar nossa convidada. Agora, assassina, você vai saciar todas as minhas dúvidas.

_O inferno vai fazer isso por mim-ela disse. Sua voz saiu fraca como um sussurro.

_Muito bem então-ele me deu uma faca_ Faça-a mudar de idéia.

Parei atrás da mulher e comecei a cortar a pele das suas costas enquanto o diretor deleitava-se com seus gritos.

Eu não queria continuar com aquilo. “Você não tem vontade própria” larguei a faca no chão. Eu não iria continuar.

A porta de sala se abriu e vários agentes da HIDRA entraram.

_Leve a garota para a sala de cirurgia e preparem o vibranium - o diretor disse para um pequeno grupo de agentes, que soltou a garota semi-inconsciente e a tirou da sala.

Ele olhou aborrecido para mim e disse para o restante dos agentes:

_E levem o soldado para a máquina. Está tempo demais descongelado.

Estremeci. Um mero peão”.

§

{ http://www.vagalume.com.br/foals/spanish-sahara-traducao.html leia ouvindo e avance para 2:22}

A claridade começou a incomodar meus olhos, abri-os lentamente e pisquei algumas vezes.

Levantei e sentei na cama devagar enquanto minhas costas protestavam.

Não senti a roupa me incomodando, olhei para o meu corpo e me vi nua.

_Mon Dieu!- tratei de arrancar as cobertas da cama e me cobrir, mas não antes de fazer uma análise em meu corpo e comprovar que não havia sinais de abuso sexual.

Eu estava sozinha no quarto. Olhei atentamente ao meu redor.

O quarto era pequeno; tinha cama de casal e uma mesinha no centro com duas cadeiras; o papel de parede desgastado e algumas pequenas infiltrações no teto passavam a imagem de descuido. Havia a porta do quarto e outra que ao abrir revelava um banheiro pequeno.

Minha bolsa e minhas armas estavam pousadas sobre a mesa. Respirei aliviada quando vi meu machado apoiado perto de uma das cadeiras.

Caminhei até a mesa, abri minha bolsa, tirei uma peça de roupa dela e fui até o banheiro.

Coloquei meu jeans preto e rasgado, uma blusa cinza simples e calcei minhas botas, amarrando seus cadarços em seguida.

Notei os curativos no meu abdômen e lembrei da noite anterior, eu não cheguei aqui sozinha e minha última memória era de uma estrela vermelha e dor. Droga Charlotte! Tente raciocinar! Estrela vermelha, estrela vermelha, estrela vermelha, estrela vermelha, estrela vermelha.

Saí do banheiro e me deparei com o Soldado Invernal parado em frente à cama, ele se virou para me encarar e eu arregalei os olhos. Corri na esperança de alcançar meu machado, mas o soldado foi mais rápido e me prensou na parede.

Então eu comecei definitivamente a pensar.

_Você estava na base ontem- afirmei, ele concordou com a cabeça_ e...você...foi você que me tirou de lá?

_Sim- respondeu inexpressivo.

_Deus!- exclamei colocando delicadamente minhas mãos em seu peito e o empurrando para traz_ Por que não me deixou morrer?!

Um silêncio constrangedor rondou o quarto por alguns minutos. Me sentei na cama, ele continuou em pé. Eu já tinha deduzido que fora ele quem fizera os curativos em mim.

_Obrigada- falei encarando o chão enquanto balançava meus pés.

Ele não aparentava ter se lembrado de alguma coisa sobre seu passado, eu poderia ajudá-lo quanto a isso. Ele tentou te matar no passado! Isso não importa mais. Ele comandou a invasão da Ordem dos assassinos franceses. Não seja burra Charlotte!Ele pode tentar te matar de novo, e pior, pode conseguir. Eu continuava discutindo com a minha consciência.

Me levantei, parei em frente ao soldado e olhei no fundo dos seus olhos.

Eu não via nele somente um aliado em potencial, eu via uma pessoa, um garoto confuso que fora apagado de sua própria história, um intruso em sua própria vida.

Respirei fundo. Você vai mesmo fazer isso. Andei até minha bolsa, abri-a, peguei os arquivos do Soldado Invernal junto com as fotos que eu encontrei ontem e entreguei para o soldado.

_Eu não quero a sua ajuda- ele disse olhando para os papéis.

_Não quer dizer que não precise dela. E você disse tarde demais, eu já estou envolvida.

Ele pegou os arquivos e os jogou sobre a mesa.

_Eu não preciso da sua ajuda- falou trincando a mandíbula. Ele estava tentando não se descontrolar.

Suspirei cansada e lhe lancei meu melhor olhar de determinação.

_Certa vez, em meados de muito tempo atrás, uma das ordens dos assassinos no Oriente Médio fora invadida e atacada por templários, o Mentor, para provar aos seus inimigos que os assassinos ali presentes eram completamente devotos ao Credo e à ele, ordenou que alguns assassinos pulassem para a morte, e eles foram.

_Sabe por que eles foram?-continuei depois de uma pausa_ Porque acima das ordens de seu mestre, eles acreditavam pelo que lutavam. Você não vai entender o porquê de eu ter te contado essa breve história. Ela faz total sentido para mim, e logo fará para você. O que eu quero que entenda, é que eu acredito pelo que eu luto, e estou disposta a lutar por você.

Ele me surpreendeu com um olhar carinhoso que penetrava minha alma. Sorri e ofereci minha mão, ele apertou.


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Notas finais do capítulo

Tã dã final do capítulo o/
O que acharam?
Aqui tá a roupa que a Lottie colocou..e o seu inestimável machado, para vocês terem uma ideia do jeito que ele é { http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_80/set?id=127106398 }
Obrigada por lerem
Até mais o/