DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 9
Conversa de garotas e "Quem você é de verdade"


Notas iniciais do capítulo

Gente!! Voltei para postar capítulo enquanto o Brasil ainda não está jogando kkkkkkk'

Espero que gostem, boa leitura ;3



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POV HERMIONE

Passaram-se cinco dias desde o acontecimento na sala da Minerva. Eu contei à Gina e ela ficou tão surpresa quanto eu. Ela me perguntou se eu achava que isso era uma sinal de que Malfoy havia mudado mesmo e eu falei que não, então ela disse (e ainda disse rindo) que eu esperasse para ver se ele fazia algo, mas até agora nada. E nada mesmo, porque desde aquela saída dele dizendo que seria bom começar nossa trégua com uma dívida minha para com ele, não trocamos mais qualquer palavra. Isso me deixava muito desconfiada e não saiu de minha mente durante esses cinco dias.

Agora eu estava em meu quarto, deitada em minha cama. Meus pergaminhos, livros, tinteiros e penas estavam espalhados pela minha cama enquanto eu tentava me concentrar no trabalho de Transfiguração que a Sra. Hale havia passado na aula de hoje. E em vez de estar fazendo-o olha no que pensando! É bem idiota de minha parte deixar que algo proveniente daquele loiro estúpido me distraia de algo muito importante como é este trabalho. Mas quando eu não sei algo isso ficar martelando em minha mente. É como se eu sempre precisasse de respostas.

– Hermione! - Gina quase gritou ao meu lado. Merlin, de onde ela surgiu?

– Gina! Que susto! Aconteceu alguma coisa? - perguntei arfando.

– Eu estou chamando você desde a hora que passei pela porta do dormitório! O que está fazendo? - ela perguntou sentando-se em minha cama de frente para mim.

– Tentando fazer o trabalho de Transfiguração. Estou quase no fim, mas não estou entendendo direito esse último parágrafo do texto no livro. - eu expliquei à ela. - Ar... - arfei pousando meu rosto nas mãos - Eu não estou conseguindo me concentrar.

– Talvez seja melhor você parar um pouco, Mione. Esse trabalho não é para semana que vem? - Gina perguntou.

– Sim, mas...

– Mione! Pega leve consigo mesma. - ela disse e começou a recolher meus livros, empilhando-os e colocando-os em cima da minha mesa de cabeceira, assim como os pergaminhos. Pegou os tinteiros e penas e colocou na gaveta.

Depois ela fez um sinal com a mão para que eu desse-lhe espaço para ela sentar ao meu lado. Ficamos as duas sentadas em minha cama lado a lado recostada à cabeceira desta.

– Nessa semana você andou meio avoada. O cansaço vai acabar te derrubando se continuar assim, amiga.

– Gina... - eu ia argumentar, mas ela me cortou.

– Nem vem. Por hoje seu expediente de tarefas acabou. Que tal termos uma daquelas conversas de meninas que tínhamos quando você ia dormir na minha casa? Vamos aproveitar que o dormitório está vazio. - ela disse animadamente.

Eu ri e respondi:

– Okay.

– Espera aí. - ela disse e levantou-se, foi até seu malão e pegou um pacote cheio de sapos de chocolate. Voltou logo em seguida a sentar-se ao meu lado.

Gina abriu o pacote e despejou as caixinhas de sapo de chocolate em cima da cama.

– Nada como doces nessa conversas. - ela disse e nós duas rimos.

– Gina, como consegue ser tão magra? - perguntei olhando incrédula para aquele bando de chocolate.

– Ei! Eu não como isso toda hora, é só de vez em quando. - ela defendeu-se.

– Sei... - eu disse rindo.

Começamos a desembalar os doces e a comer o chocolate.

– Rony disse que você está fugindo dele, ex-cunhada. - Gina disse. Ela era sempre tão direta que às vezes me assustava.

– Ah... - eu disse constrangida - Ele notou é?

Gina começou a rir.

– Não tem graça, Gina. Ele quer conversar comigo, acha que nós dois... Sabe... Ainda podemos voltar. Mas eu sei que não, já disse isso a ele antes de voltarmos a Hogwarts e ele não entende... Eu vou ficar sem jeito de ter essa conversa com ele de novo e sei lá... Fico adiando.

– Mione, o Rony é meio lento, você tem que ser mais convincente. Deixar claro para ele que são apenas amigos. - ela me disse tranquilamente.

– Você não se importa de estarmos falando do seu irmão? - perguntei.

– Claro que eu me importo. Eu amo meu irmão, por isso quero que ele parta pra outra.

– Okay...

– Mione, ele é legal. Se você não o ama mais eu espero que ele encontre uma garota que o ame de verdade e o faça largar do meu pé, porque você sabe que sem você ele despeja toda uma "extra proteção fraternal" em cima de mim. É bem chato. - ela disse eu comecei a rir.

– Nossa Gina, que maldade. - eu disse rindo.

– Mas é verdade. E olha, me escuta. - ela disse e pôs a mão sobre a minha - Fala com ele e esclarece as coisas. Antes de tudo ele é seu amigo de longa data, vai entender.

Eu assenti com a cabeça.

– Tem razão.

– Claro que tenho. - ela disse convencida.

– E você e Harry? - perguntei também direta. Vi Gina ficar nervosa e com uma expressão estranha como das outras vezes.

– Mione, acho melhor deixarmos isso...

– Gina, isso sempre te deixa assim. Estranha. Eu fico preocupada. E ei! - disse num tom animador - Estamos em uma "Conversa de garotas" podemos contar qualquer coisa. - esse era nosso trato. Nessas nossas conversas contávamos tudo uma pra outra. As vezes ríamos, chorávamos, depende da situação.

– Hermione... - ela parecia querer me dizer, mas tinha dificuldade. - Você vai ficar decepcionada comigo.

– Gina, você é minha melhor amiga, eu vou entender você. - eu disse.

Gina mordeu o lábio nervosamente e considerou o que eu disse.

– Eu e Harry terminamos porque... - ela começou, e notei que seus olhos ficaram marejados.

– Gina, lembra que você me disse que desabafando a gente se sente melhor quando eu te contei dos meus pesadelos? - perguntei e ela assentiu com a cabeça - Então, pode desabafar comigo também. Pra se sentir melhor. - eu disse apertando a mão de minha amiga.

– Tudo bem - ela disse respirando fundo. Afastou as lágrimas que desciam discretamente por seus olhos e continuou devagar - Eu e Harry terminamos porque ele me viu beijando outro cara.

Meus olhos ficaram arregalados de surpresa.

– Q-que? - gaguejei.

Ela assentiu com a cabeça e eu levei a mão à boca.

– Mas, Gina... Por quê? - perguntei.

– Lembra da festa que teve aqui? - Gina me perguntou.

Eu sabia exatamente do que ela falava. Alguns alunos tiveram a ideia de fazer uma grande festa quando Hogwarts foi totalmente reconstruída e Minerva concordou. Acho que a ideia era deixar as pessoas mais animadas, reencontros e essas coisas. Eu recebi o convite, mas não compareci. Eu não saía pra lugar nenhuma, só me afogava naquela tristeza pelo que aconteceu com meus pais.

Depois Gina me contou que foi, mas incrivelmente não me deu grandes detalhes. Incrivelmente porque ela adora festas e falar de festas, mas dessa ela mal me falou algo.

– Sim. - eu disse incentivando-a a contar.

– Eu recebi o convite e queria muito vir. Eu queria ver as pessoas, sabe, nossos amigos. Queria abraçá-los, matar a saudade. Mas Harry disse que não viria, e seria uma falta de respeito da minha parte vir a uma festa quando minha família ainda chorava o luto por Fred. Nós discutimos. Eu disse que Fred, assim como Jorge, era uma das pessoas, mas felizes que eu conheço, - ela disse e soluçou, suas lágrimas agora desciam copiosamente. Eu via que ela também chorava por falar do irmão – que não ia querer que eu lamentasse sua morte para o resto da vida, Mione - ela disse olhando eu meus olhos - eu só queria ver as pessoas que lutaram conosco vivas e felizes. Só isso. Mas ele disse que não viria comigo, que se eu quisesse podia vir sozinha.

– E você veio? - perguntei.

– Sim. Eu estava feliz por ver as pessoas, por elas estarem bem e vivas, mas eu estava muito triste por Harry não estar ali comigo.

– E...? - eu disse.

– Eu fui até o bar que ele montaram na festa e pedi algo pra beber. Depois do terceiro copo eu fui ficando meio... Sabe, fui perdendo a sobriedade... E eu estava achando bom porque isso me fazia não pensar em Harry. - ela disse e respirou fundo novamente. - Sabe o Blásio? - ela me perguntou.

– O Zabine, o que tem ele?

– Ele se sentou ao meu lado e pediu que o garçom lhe servisse Firewhisky. Ao ver a cara que ele fez ao beber eu lhe perguntei se aquilo era mesmo forte. Ele disse que sim, então eu pedi ao garçom que me servisse também. Eu lembro que quando eu comecei a beber ele me disse "Calma, ruivinha. Você não aguenta nem dois copos disso aqui." e eu respondi "Quer apostar?". Bom ele aceitou e nós bebemos cada um uma garrafa inteira. Daí eu já não lembro, mas Luna, que estava lá, que contou que eu dancei com Blásio e depois ela não me viu mais. Mas ao que parece eu e Blásio fomos à algum lugar que eu não sei exatamente onde era, mas ainda era no salão. Nós... Nós nos beijamos e Harry chegou nessa hora. Essa parte ele jogou na minha cara nas vezes que discutimos depois. Eu não lembro, o Firewhiskey é a coisa mais forte que eu já tomei, mas Harry me disse que ele ficou arrependido da maneira como tinha falado comigo e que pensou que talvez eu tivesse razão então foi a festa me encontrar, e quando chegou lá eu estava agarrada a Blásio. Ele disse que me tirou de lá e levou-me para casa porque percebeu que estávamos bêbados. No dia seguinte começaram as discussões. Eu tentei me desculpar, explicar, mas ele ficou muito decepcionado. E eu não posso dizer que ele está errado, eu que errei. Ele não merecia que eu tivesse feito isso. - ela terminou a explicação e eu ainda estava muito surpresa. - Pode falar "Você é uma idiota e só faz besteira." - ela disse numa imitação da minha voz (péssima, diga-se de passagem).

– Gina, eu não faria isso. - eu disse e a abracei. Notei que ela ficou surpresa - Você já sente culpada, porque eu faria você sentir ainda mais? - disse e olhei para ela. Tentei lhe dar um sorriso animador - Eu achei estranho quando você chamou o Blásio de Blás no Clube de Duelos. Mas pensei que fosse coisa da minha cabeça. - eu disse e Gina acabou rindo.

– O que passa despercebido por Hermione Granger, não é? - ela disse.

– Vocês... Tiveram alguma coisa... Depois? - perguntei.

– Não! De jeito nenhum. O que aconteceu foi que ele ficou sabendo, obviamente. Talvez algum amigo dele tenha contado, porque ele também estava bêbado. Ele me mandou uma coruja se desculpando. Eu achei bem estranho, mas também bem educado da parte dele. Quando voltamos para cá ele falou comigo, voltou a se desculpar e até perguntou se eu queria que ele explicasse ao Harry o que aconteceu.

– Sério? - perguntei surpresa.

– É. Eu também fiquei surpresa, mas sei lá... Ele parece diferente. Parece uma pessoa legal... - ela disse pensativa. Não chorava mais, só conversávamos normalmente agora.

– E de onde saiu o "Blás"? - eu disse fazendo aspas com as mãos.

Ela riu.

– Ele disse que eu podia chamá-lo assim. Sabe... Falou por educação. - ela explicou.

– Sei... - eu disse. Pra mim isso parecia um claro interesse da parte do sonserino.

– O que é? - Gina perguntou.

– Não, nada não. - eu disse sem poder conter o riso.

Ela abriu a boca numa expressão ultrajada e me deu um tapa no braço.

– Sua... Você estava pensando maldade! - ela me acusou.

– Não! Não estava! - eu menti, mas já estava caindo na gargalhada.

– Estava sim! Ai Merlin! Depois eu sou a maldosa! - ela disse. Seu rosto estava quase da cor do seu cabelo.

Eu só parei de rir quando minha barriga começou doer.

– E o Malfoy heim? - ela perguntou mudando o assunto.

– O que tem?

– Se o Blásio tem algum interesse em mim, então o Malfoy também tem em você, querida.

– Está maluca, Gina?

– O que é? Blás só foi educado comigo, já o Malfoy salvou a sua pele. - ela me disse. Será que só eu percebo o quando a frase "O Malfoy salvou a sua pele" parece irreal.

– Com certeza ele fez isso armando alguma. - eu disse na defensiva.

– Ah é? E quanto tempo faz?

– Cinco dias.

– E o que ele fez até agora?

– Nada... - conclui derrotada e Gina sorriu vitoriosa.

– Quer uma opinião? - ela perguntou.

– Aceito.

– Se eu fosse você perguntaria o porquê dele ter feito isso. Diretamente.

– Eu já fiz isso!

– Tá mais você pode ser mais convincente. – ela disse decidida.

– E você também está curiosa. - eu disse.

– É, isso também. - ela disse revirando os olhos - Mas, sei lá, se vocês no mínimo trocassem algumas palavras como pessoas normais você poderia perguntar a ele.

– Bom, mas... - comecei.

– O que?

– É que nós tivemos algumas conversas...

– Sério? - ela me perguntou antes mesmo que eu concluísse minha fala com claro interesse estampado em seu rosto. - Como e quando? Pode ir contando.

Eu fiquei falando por uns quinze minutos. Contei a Gina sobre as duas conversas que tivemos perto do lago, da que tivemos na biblioteca e por último a da ala hospitalar. Ela tinha reações variadas. Às vezes levava à mão a boca surpresa, às vezes sorria meio bobamente e em outras fazia uma cara maldosa que me deixava envergonhada.

– Quer dizer que enquanto eu ficava aqui curiosa sem saber de você, a Srta. Granger estava pelos jardins do castelo se encontrando com Draco Malfoy? Eu não acredito! Acho que nada mais nesse mundo me surpreende. - Gina disse quando eu terminei de falar.

– Não fala besteira Gina. Eu não estava me encontrando com ele. Foram coincidências.

– Muitas coincidências em pouco tempo. – ela colocou em evidência.

– Gina, se você andou perdendo alguns capítulos da minha vida, é melhor você ficar sabendo que o Malfoy sempre me odiou. E era um sentimento recíproco. - eu disse firme.

– Era?

– É. - eu me corrigi.

– Ah vai Mione. Perguntar não tira pedaço. Até porque você que saber, não minta pra mim. – ela disse apontando o dedo indicador para a minha cara – E eu também quero saber. – ela acrescentou – Por favor, por favor.

– Gina, que coisa sem cabimento. Nós não somos amigos que podem ter uma conversa cordial a qualquer momento. Eu nem sei como isso aconteceu dessas vezes.

– Mione você sabe que se por um acaso o Draco tiver mudado como o Blásio você vai estar sendo injusta. – ela disse.

– Como sabe que o Blásio mudou?

– Sei lá, eu acho que mudou. E eu decidi acreditar no que eu acho. Por que não faz o mesmo?

– Okay, e o que eu acho é que o Malfoy pode aprontar a qualquer momento.

– E você acha que nada pode mudar sua opinião? – ela perguntou.

– Acho. – okay, isso não era verdade, mas eu também não queria dar o braço a torcer.

– Então perguntar a ele não fará mal nenhum. Até porque você tem que deixar de viver no passado, Hermione. Ele já parece estar fazendo isso. – ela me disse e eu me calei – Vai falar com ele? – ela perguntou por fim.

Assenti com a cabeça e Gina deu um gritinho empolgado. Eu prefiro acreditar que era porque ela finalmente ia matar sua curiosidade.

– Então vai logo! – ela disse.

– O que? Agora?

– É ué. Ele não estava no lago naquelas duas noites. Vai lá. – ela disse como se tudo fosse muito simples.

– Gina, a chance de encontrá-lo lá é de uma em cem.

– Mas não é zero então vai e só me volte com respostas. Vamos, vamos! – ela disse me empurrando.

Eu me levantei devagar e a contragosto. Andei até a porta, pensando em sair do dormitório e ir para qualquer lugar.

– Mione!

– O que?

– Faz uma cara melhor!

– Não enche, Gina! – eu disse saí do dormitório ainda ouvindo seus risos.

(----)

Óbvio que eu não vou, mas Gina é bem insistente então o melhor era eu ir até a cozinha, ou a biblioteca e depois eu dou uma desculpa.

Comecei a andar pelos corredores e decidi ir mesmo à cozinha. Por causa do trabalho de Transfiguração eu não desci para o jantar então iria comer qualquer coisa. Os corredores estavam incrivelmente vazios e eu me perguntei se a extensão do horário em que a biblioteca fica aberta teria realmente atraído tanta gente.

Eu andava pelo corredor olhando distraidamente para a direta. Passei por uma janela (aquela janela). Parei com a ideia que me ocorreu naquele momento. Se eu desse a sorte dele não estar lá, Gina não poderia me culpar, não é?

Voltei e aproximei-me da janela olhando para os jardins de Hogwarts. Como sempre a vista do lago e do céu estrelado era privilegiada dali.

E quer saber? Absolutamente ninguém nos jardins.

Dei um sorrisinho vitorioso.

– Viu, Gina? Um em cem é quase zero. – eu disse para mim mesma.

– Falando sozinha, Granger? – ouvi alguém atrás de mim.


POV DRACO

Eu havia acabado de virar no corredor quando a vi. Não houve tempo nem para que eu dissesse a mim mesmo "Você não vai até lá", foi automático.

Ela estava na janela e observou primeiro o céu depois o lago. Em seguida murmurou algo ininteligível que não foi comigo, pois ela ainda não havia notado minha presença ali. Então eu disse:

– Falando sozinha, Granger?

– Ah! - ela assustou-se e se virou em minha direção.

– Tá com medo? - perguntei rindo.

– De você? Nunca. - ela disse, mas ainda arfava assuntada.

– Precisava ter visto sua cara, então. Estava com medo do bicho-papão? Cuidado, Sabe-Tudo. - eu disse e ela semicerrou os olhos aparentemente começando a ficar com raiva.

Eu saí andando na direção oposta a qual tinha vindo, não conseguindo segurar o riso. Não ia provocar mais, ia fazer minha boa ação do dia.

– Espera! Malfoy... - ela chamou, seu tom parecia inseguro. Virei- me desconfiado para ela.

– O que é?

Ela deu alguns passos até mim.

– Eu quero saber porque me ajudou.

Revirei os olhos.

– Ar... Será que você não pode acreditar que eu fiz isso só...

– Pra ser legal? Não.

– Que bom, então. - eu disse com um sorrisinho.

– Por que não me fala de uma vez? Não vai precisar mais ser incomodado!

– Como se você conseguisse parar de me incomodar.

– Será que você não pode falar sério uma vez?

– Com você? Acho que não. - disse com uma expressão irônica.

Ela arfou irritada e me deu as costas. Andou de volta até estar novamente em frente a janela.

– O que é? Desistiu? - eu disse aproximando-me novamente dela.

– Sim. - ela disse eu fiquei surpreso. Qual é, a Granger Sabe-Tudo desistindo tão fácil?

– Foi fácil. - comentei e ela continuou calada. De alguma maneira aquilo me irritou. Parecia melhor quando estávamos discutindo.

Não pareceu que ela ia falar mais alguma coisa, então eu dei de ombros. "Que seja então".

Mas ela olhou pra mim de maneira estranha, olhava nos meus olhos.

– Eu ainda vou ver quem você é de verdade. Por trás dessa máscara de sarcasmo e ironias. - ela disse séria e desviou os olhos dos meus.

Refleti sobre aquilo enquanto ela parecia novamente olhar pro céu. Acabei rindo.

– O que é? - ela perguntou.

– Okay, que tal um acordo?

– O que?

– Um acordo. - eu disse e ela ergueu uma sobrancelha desconfiada.

– E qual seria? - ela perguntou. Não parecia interessada, só curiosa.

– Eu vou responder suas perguntas sem sarcasmo ou ironia. Até... - peguei meu relógio no bolso. Eram 22:40h. - Meia noite.

Ela me olhou desconfiada.

– E eu posso perguntar qualquer coisa? - ela perguntou e eu assenti.

– Mas... - comecei.

– Claro que tem um "mas". - ela disse.

– Mas eu também posso perguntar o que eu quiser.

Ela deu um risinho fazendo um discreto sinal negativo com a cabeça e voltou a ficar calada por alguns minutos. Parecia considerar prós e contras.

– Vai ter que dizer a verdade. - ela impôs.

– O mesmo pra você. - eu disse.

– Então feito.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam heim?
O capítulo ficou não ficou tão grande porque ele é meio introdutivo e seu escrevesse tudo nele ia ficar muito grande, então eu achei melhor dividir em dois.

É só isso, galera. Obrigado pelos comentários no capítulo anterior. Eu vou respondê-los daqui a pouco.

Deixem reviews pra tia, torçam pro Brasil e beijoos