DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 10
"Quem é você?" e armário de vassouras


Notas iniciais do capítulo

Décimo capítulo!!! Nossa, gente, foi rápido.
Pois é, voltei com capítulo novo, minha gente!
Acho que esse foi o capítulo mais demorado de escrever dessa fic, eu perdi as contas de quantas vezes eu apaguei e escrevi de novo, apaguei e escrevi de novo, apaguei e escrevi de novo...
Agora eu desisti de apagar e escrever de novo e digam aí se ficou bom ou não porque eu não faço a menor ideia kkkkkkkkkkkkkk
Boa leitura e até as notas finais o/

PS: Perdoem qualquer erro, por favor. Eu revisei mais ou menos... :3



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POV HERMIONE

– Fechado então. - eu respondi e ele deu um sorrisinho. Aquilo era bem desconfiável, mas acho que eu não teria uma oportunidade mais "generosa" que esta para matar minha curiosidade. - Mas espera, os alunos ainda não foram dormir, podem passar por aqui. - ah e isso não seria nada bom.

– Outro lugar, esperta. - ele apresentou uma solução óbvia - Que tal...

– Cozinha. - eu o cortei.

– Cozinha?

– Sem perguntas, só vem. - eu disse firme.

Comecei a andar rápido até chegar ao corredor do quadro da fruteira e eu ouvia os passos de Malfoy atrás de mim. Durante todo o caminho não dissemos nada um ao outro. Eu estava imersa em meu próprio mundo, pensando na grande burrada que eu estava prestes a fazer abrindo espaço para Malfoy perguntar o que quiser a meu respeito. Claro que eu poderia fazer o mesmo com ele e essa possibilidade me atraiu, por isso aceitei esse acordo insano. Mas mesmo assim era visível que a probabilidade disso acabar mal era enorme.

Chegamos ao quadro. Fiz cócegas na pera e a maçaneta surgiu magicamente. Abri uma pequena racha da porta e espiei lá dentro. Como eu imaginava, os elfos não estavam mais lá. Digam o que quiserem, mas o F.A.L.E. foi muito útil sim. Agora os elfos (pelo menos aqui em Hogwarts) têm expediente, que há essa hora já acabou.

Abri a porta e entrei. Malfoy fez o mesmo logo atrás de mim. Ele se direcionou a pequena mesa de seis lugares que havia ali sentou-se no lugar ao lado direito da cabeceira.

Ele parecia à vontade e eu tentava entender o porquê. A meu ver, eu tinha muito mais a ganhar do que ele, não tinha?

Não notei que fiquei observando-o à porta. Ele não perdeu o hábito de usar aquelas roupas pretas, mas agora elas pareciam mais leves, como se refletissem seu estado de espírito. Porque sim, ele parecia mais leve, como todos nós ao final da guerra, na verdade, ao final daquele inferno. A gravata verde e prata chamava atenção contrastando com o preto, assim como seus cabelos loiros e o rosto pálido. Percebi que ele tinha olheiras profundas também.

– Vai ficara aí me admirando? - ele perguntou com uma expressão de plena satisfação por me dar aquele flagra.

Caí em mim e fechei a porta atrás de mim sentindo meu rosto queimar. Em seguida fui até a mesa e me aproximei da cabeceira para sentar-me.

– Espera. - eu disse mais para mim mesma, mas sei que ele ouviu.

Fui até algumas estantes e peguei um pote com folhas de alguma planta que eram usadas para fazer chá. Depois fui até outra estante e peguei uma xícara. Quando ia fechá-la pensei que seria falta de educação fazer a bebida apenas para mim, então peguei outra xícara.

Depois de alguns minutos, um feitiço para que a água entrasse em ebulição e pequenas colheres de açúcar, voltei a mesa e sentei-me entregando-lhe uma das xícaras.

Ele aceitou, mas claro que não antes de erguer uma sobrancelha, desconfiado.

– Não que colocar nenhum "porém" no acordo? Qualquer pergunta é bem arriscado. - eu perguntei bebendo um pouco do meu chá.

– Você é certinha demais para perguntar algo proibido para menores. - ele respondeu e dessa vez ele estava certo (eu disse mesmo isso?)

– Okay. Vamos alternar, sim? - ele assentiu com a cabeça - Certo, por que fez aquilo na sala da Minerva? - perguntei direta. Era o que eu queria saber mesmo.

Ele tomou um gole de seu chá e depois respondeu:

– Seria mais fácil fazer você se ferrar depois. Minerva nem desconfiaria de mim depois de tal ato de bondade. - ele disse simplesmente. Não estava mentindo. Como prometido não havia sarcasmo nem ironias em sua voz.

Pus minha xícara que estava a meio caminho da boca de novo na mesa.

– Arrá! Eu sabia! Sabia que não estava fazendo aquilo por nada. Eu não acredito, pensei mesmo que pudesse acreditar quando você disse "trégua".

– Acha que se eu ainda fosse fazer isso teria contado a você? - ele perguntou tranquilo como se eu não tivesse acabado de subir notavelmente meu tom de voz há pouco.

– E-eu... Então o que...?

– Não valia a pena. - ele respondeu e eu tentei assimilar isso. - Minha vez. - ele disse e eu encarei-o esperando o que vinha por aí - Quem estava procurando quando nos encontramos agora pouco? - ele perguntou com um sorrisinho quase que vitorioso. Ele sabia a resposta, era notável, mas ele queria que eu falasse.

Eu ri, quase que um sorriso debochado.

– Você sabe. - eu falei, mas era quase uma acusação - Porque eu preciso dizer?

– Eu faço questão. - ele respondeu.

Bebi mais um gole do meu chá. As coisas já começaram bem mal.

– Você. - respondi e seu sorriso vencedor mostrou toda a sua forma. Era até... Sei lá... Bonito. - Minha vez. - eu disse tentando não corar. - Por que não valia a pena?

– Eu não tenho doze anos e não recebo mais ordens de acabar com a sua vida e daqueles seus dois amigos. - ele referia-se a Harry e Rony - Não notou?

– Sim. Parece sensato. Até demais vindo de você. - deixei escapar. Não foi provocação, foi mais a força do hábito.

– Ah desculpe, esqueci que a Granger é a rainha da sensatez. - ele disse.

Eu abri a boca para o que seria com certeza o inicio de uma discussão, mas pensei melhor. Melhor sem confusão, Hermione. Calma.

Ele pareceu muito satisfeito com minha desistência então partiu para sua pergunta.

– O que queria comigo? - ele perguntou voltando ao assunto do "Quem você estava procurando?"

– Só perguntar algo. Mas o que eu queria saber você já me disse - eu disse e ele me olhou com uma expressão interrogativa - O belo e gentil motivo pelo qual me ajudou na sala da Minerva. - completei.

– Pensei que o trato era sem sarcasmo. - ele disse.

Revirei os olhos. O fato é que ele estava irritantemente certo.

Há essa altura meu chá já estava pela metade. Era a vez dele perguntar.

– O que tá fazendo aqui?

– O que? – respondi confusa – Você que propôs...

– Não. Não isso. – ele me cortou – Em Hogwarts; O que está fazendo em Hogwarts? Eu adoraria estar bem longe daqui e você volta de bom grado... – ele disse como se aquilo fosse totalmente sem cabimento.

– Eu... Eu tinha que fazer meu ultimo ano ué. E o que eu ia fazer? Ficar no mundo trouxa? Meus pais morreram, não tenho nada lá. – disse soando meio amargurada na última parte.

– Meus pêsames. – ele disse levando sua xícara a boca para um último gole. Ele parecia sincero ao dizer aquilo, o que era algo que eu não imaginaria nem em uma crise de loucura.

Era estranho. Eu olhava para Malfoy e parecia ver outra pessoa, alguém totalmente diferente.

– Quem é você? – eu disse com uma expressão de quem vê uma pessoa pela primeira vez.

– O que? – ele respondeu confuso – Tinha bebida no seu chá?

– Não é isso que eu quero dizer. É estranho... Eu não conheço você. Draco Malfoy nem dirigia a palavra a mim, e quando o fazia era para me chamar de Sangue-Ruim ou fazer ofensas de tal nível aos meus amigos. Quem é você? Essa pessoa que conversa tranquilamente comigo e me deixa fazer qualquer pergunta prometendo não mentir pra mim. Você não pode ser Draco Malfoy - falei.

Fiquei pensando que talvez ele se chateasse. Eu não ligava contanto que me respondesse.

– Você é surda ou é burra como uma porta. – ele disse como se comentasse o tempo.

– O-que? – eu arfei surpresa. - Bom, tava demorando, não é. - disse revirando os olhos.

– É uma perca de tempo dizer isso a você, Granger. Você não acredita em mim. – ele disse e olhou fundo nos meus olhos me deixando meio constrangida com aquela tempestade que ele tinha do olhar - Eu não sou a mesma pessoa. Eu aprendi. Não posso concertar o que fiz de errado, mas vou fazer o certo agora.

Analisei aquilo por um tempo. Ele olhava em meus olhos. Eu não via mentiras. Será que eu podia acreditar na sinceridade de seu olhar? Eu podia me livrar desse fardo e esquecer o que Malfoy fez no passado?

– E... Se eu dissesse que acredito em você? – perguntei.

– Estaria mentindo. – ele respondeu simplesmente recostando-se confortavelmente em sua cadeira.

– Não... De verdade. Acredito em você.



POV DRACO

Sério? Depois de toda essa desconfiança, os "O que está aprontando?" e os "Não confio em você." ela acreditava em mim? O que deu nela? Não que isso não fosse de grande alívio, afinal ela me irritaria menos agora.

– Obrigado. - eu disse e sim, eu tenho um bom motivo pra ter agradecido a Granger. Qual seria ele? Nunca me disseram "Acredito em você" e foi... Legal? É, foi... legal.

Ela assentiu parecendo desnorteada, talvez por meu agradecimento.

– Como era sua família? - perguntei. Eu sabia que eles eram todos trouxas, óbvio que sabia. Mas só isso, e ela disse que não tinha nada no mundo trouxa agora... E ela tinha um irritante e interessante entusiasmo para falar de trouxas, eu já havia visto isso.

Ela se encolheu com minha pergunta e ficou pálida.

– Eles... Eles eram trouxas. Eram ótimas pessoas. Pessoas maravilhosas. - ela respondeu.

– Hum. - eu fiz meio que como um prossiga e me levantei indo até as gavetas aonde ela havia pegado aquelas coisas com a qual fez já.

Abri umas sete portas até achar o que eu queria. Uma garrafa. Acho que tinha vinho, mas isso não importava muito. Eu queria mais alguma coisa para beber e podia ser, sei lá, uma cerveja amanteigada talvez. Era só transfigurar.

Saquei minha varinha das vestes e toquei a garrafa três vezes antes de fazer o feitiço.

– C-c-cuidado. Se sair errado a bebida ainda terá álcool. - sua voz embargada estava perto de mim.

Interrompi o feitiço e olhei seu rosto que estaca molhado e seus olhos vermelhos.

– Está chorando?

– O q-que? Não, não. - ela disse passando a mão pelo rosto afastando lágrimas.

Em seguida ela virou-se para voltar a mesa, mas eu, rápida e instintivamente segurei seu braço e fiz com que ficasse de frente para mim. Ela virou o roto para o lado, para que eu não visse, mas não adiantou.

– Está chorando, o que aconteceu?

– Ah, desculpa. - ela disse finalmente parecendo desistir de esconder - Meus pais... São um assunto complicado. - ela disse fechando os olhos força, mas mesmo assim as lágrimas ainda desciam por seus rosto.

– Desculpa, não foi minha intenção...

– Não. - ela me cortou - Não foi culpa sua.

– Nem sua. - eu disse, mas suas lágrimas começaram a cair com ainda mais intensidade.

– Foi sim. - ela assentiu com a cabeça - Eles poderiam estar vivos se não tivessem uma filha como eu. - ela disse em tom culpado.

– Uma filha como você? Umas das bruxas mais inteligente que existem?

Ela olhou pra mim surpresa, corou em meio as lágrimas, sorriu agradecida e fez algo inacreditável.

Me abraçou.

Sim, e se alguém olhasse de fora com certeza diria que era a cena mais estranha que já viu na vida, mas por conta da diferença de altura (eu era mal alto) suas mãos envolveram minha cintura num leve abraço. Passada a surpresa eu retribui o gesto da melhor maneira que pude (eu não era muito bom em tais gestos).

– Obrigada. - ela disse. Sua bochecha estava encostada em meu peito.

– Você ajudou a livrar o mundo bruxo do maior bruxo das trevas que já existiu. Seus pais provavelmente morreram tendo orgulho de você. - as palavras jorraram da minha boca até porque eu jamais planejaria falar aquilo a ela.

Ela agora enterrou o rosto em meu peito, sobre a minha camisa preta. Começou a chorar mais desesperadamente fazendo com que eu sentisse suas lágrimas molhando minha roupa. Estranhamente aquilo não me incomodou. Pousei meu queixo sobre sua cabeça e esperei. Seus cabelos tinham um cheiro leve e doce e não eram mais extremamente cacheados, estavam mais pra ondulados, não sei o que ela fez.

Ela começou a falar mesmo com o rosto enterrado em minha camisa. Sua voz estaca embargada e ela soluçada, então tive que me esforçar para entender o que ela disse.

– N-não. Eles n-não tinham o-orgulho de mim. N-não tinham q-qualquer sentimento em r-relação a mim quando m-morreram.

– Como assim? - perguntei. Eles não eram ótimas pessoas?

Ela se afastou devagar de mim. Levou novamente as mãos ao rosto e tentou afastar as lágrimas. Respirou fundo e disse:

– Eu apaguei a memória dos meus pais.

– O que?! - perguntei surpreso.

– Apaguei qualquer lembrança minha que eles tinham em suas mentes. Eles morreram sem saber que tinham uma filha. - ela disse, seus olhos voltando a encher de lágrimas - Se foram sem saber que tinham uma filha que os amava mais que tudo. - ela chorou.

Já era a segunda vez que eu a via chorar na minha frente e sentia que não podia fazer nada. Eu não sei explicar a sensação, mas é no mínimo... Perturbador.

– Voldemort os matou sem qualquer piedade para atrair a mim e consequentemente a Harry. - ela levou uma mão aos olhos tentando o que parecia de alguma maneira travar as lágrimas - Eu tenho pesadelos com seus corpos mortos. - ela soluçou.

O que eu fiz depois talvez tenha sido porque eu já havia pirado bastante. Alguma loucura a mais ou a menos não ia deixar a noite mais ou menos normal.

Eu segurei sua mão e puxei-a abraçando Hermione Granger.



POV HERMIONE

Se aquilo era maluco? Se era insano, doido? Se era completamente errado? Era, era sim. Então por que me fazia sentir um enorme alívio? Eu havia abraçado Draco Malfoy e chorado a morte de meus pais em seu peito. Acho que eu não fiz isso nem com Harry ou Rony.

Sei lá, parecia que eu conhecia Malfoy há anos. "Sim Hermione, você o conhece desde os doze anos." Não. Só esse ano eu conheci Draco Malfoy de verdade. Eu conheci a pessoa que ele deveria ter sido desde sempre. E essa pessoa estava agora me ouvindo, e me abraçou confortavelmente enquanto eu chorava pondo minha dor para fora mais uma vez.

Aquilo era mesmo errado?

Então eu peço desculpas ao meu lado racional, mas eu... Acredito que Draco Malfoy realmente mudou. Agora acredito.

Eu me afastei dele educadamente. Vi que ele parecia meio confuso com as próprias atitudes. Parecia fazer a ele mesmo as mesmas perguntas que eu fazia a mim.

– Obrigada. - eu disse, minha voz saiu meio rouca, e ele assentiu com a cabeça sem olhar diretamente nos meus olhos. - Acho que eu já chorei muito. - disse meio constrangida. - Que horas são? - perguntei.

Draco tirou do bolso das vestes um relógio prateado, verificou-o e respondeu:

– 11:30h.

– Okay... Ãhn... Que tal fazermos do nosso acordo uma conversa normal? - ele me olhou parecendo me avaliar, talvez vendo se eu estava sã mesmo ou só tentava mudar de assunto. Era os dois na verdade. - Eu vou preparar isso. - eu falei dirigindo-me a garrafa que ele havia deixado na bancada abaixo da estantes - No que ia transformá-la?

– Cerveira amanteigada. - ouvi sua voz próxima a mim.

– Okay. - eu fiz o feitiço rapidamente. Quando ele ia fazê-lo eu só quis dar o avido de que tivesse cuidado afinal é muito comum em transfiguração de bebidas alcoólicas para não alcoólicas, se o bruxo não tiver prática, acabar contendo álcool sim. Resultado de algo que deu errado no feitiço. E a consequência disso? Gente bêbada.

Coloquei a cerveja amanteigada em dois copos e ele pegou um. Não voltamos para a mesa, ficamos encostados na bancada.

– Tá bem? – ele perguntou, parecia desconfiado.

– Uhum. – eu disse rapidamente.

– Achou que eu não podia fazer esse feitiço? – ele disse erguendo o copo de cerveja amanteigada e eu já podia sentir a mudança em seu tom de voz.

– Só não queria correr o risco de ficar bêbada. – respondi.

– Sou ótimo em transfiguração. – ele disse indignado.

– Uhum...

– Melhor que você. – ele disse perto da minha orelha. Eu virei meu rosto e ele estava... Extremamente perto.

– Acho que ainda estamos para achar algo em que eu não seja melhor que você. – desafiei-o, mas ele não se afetou.

– Eu voo melhor que você. – ele disse com um sorrisinho de vitória. Eu arfei indignada. Voo realmente era uma aula... Complicada, mas eu evoluí okay? Mas ele jogou pelo time de Quadribol da Sonserina...

– Isso é jogo baixo! – falei e ele riu sonoramente. Revirei os olhos. - E com certeza você também tem uma relação melhor com as sonserinas do que eu. Era o que diziam no colégio.

– Nossas casas são rivais desde a fundação, isso não poderia ser diferente então, não é.

– Não se faz de inocente.

– O que...? Ah! - ele fez uma expressão de que finalmente entendeu - É, realmente. - ele disse rindo. - Não só sonserinas.

– Ahr... Me poupe dos detalhes. - eu disse levando meu copo a boca para um gole da cerveja. - Mas nenhuma grifinória, obviamente. - disse convicta. A rivalidade Grifinória x Sonserina é existe até para assunto.

– Hum... Algumas.

– O que!? - me surpreendi.

– Ahr... E daí?

– Casas rivais desde a fundação lembra? Você mesmo disse! - lembrei a ele.

– Sinceramente, acho que elas nem lembraram disso. - ele disse com um sorriso malicioso nos lábios.

– Você é um...

– Não venha com essa pra cima de mim, Granger! - ele cortou minha fala - Está namorando com o Weasley, mas vai dizer que nunca ficou com ninguém antes? Não acreditaria que é tão santa assim. - ele disse e bebeu seu último gole de cerveja amanteigada e colocou o copo no balcão.

– Eu... Isso não é da sua conta. - eu disse e tinha a certeza de que estava ficando vermelha. - E Rony não é meu namorado.

– Não? O que é? Percebeu o quanto ele é chato?

– Não fale isso! - eu disse firme - Rony é uma ótima pessoa, um amigo maravilhoso!

– Então por que não está com ele?!

– Porque eu não o amava! - eu disse.

Já havíamos elevados nossos tom de voz nessa pequena conversa. Ele me olhou como se eu fosse louca. Achei estranho mas ele completou:

– Hum... Você ainda é do tipo que acredita nisso.

– Nisso o que? - perguntei.

– Amor.

Olhei confusa.

– Não é uma questão de acreditar. Existe e acontece... E ponto. Não é algo se possa evitar.

– Ah, é sim. Isso é só algo que as pessoas usam como desculpa pra besteiras que fazem. Adoram dizer que fizeram suas burrices por amor.

– Que... Idiotice!

– Idiotice? Granger, alguém pode amar sua família, pode amar algo, pode amar um estilo de vida, pode amar um hobby. Mas amar uma pessoa totalmente alheia a sua vida? Isso é insano! Como você pode simplesmente amar algo que não tem qualquer relação com você?

– Não é algo rápido como uma explosão. Acontece devagar.

– Se a pessoa permitir. - ele me interrompeu.

– Que saber? Me faz um favor. Quando uma louca, porque sim ela vai ser completamente insana, se apaixonar por você e você por ela. Você me procura e diz se esse discurso ainda tá valendo. - falei apontando para ele.

– Essa garota existe aos montes, mas isso não vai acontecer comigo. - ele disse firme.

– Você se acha muito. Mas eu vou estar viva para ver você correndo atrás de uma garota como um cachorrinho, Draco - eu ri.

Depois veio a minha mente que eu o havia chamado de Draco em vez de Malfoy e pensei no quando aquilo era estranho. Não errado, só diferente.

– Há há! - ele riu debochado - Nunca, Hermione.

Okay, podia ser besteira da minha parte, mas aquilo insistiu em minha mente como pequenas batidas de um martelo. "Hermione" e não "Granger".

– Acho que soa melhor assim... - eu disse.

– O que?

– Sem sobrenomes. - eu completei e ele permaneceu calado - Te incomoda?

– Não.

– Certo. Então é melhor que eu esqueça essa sua opinião absurda e aguarde o dia em que você vai dizer "Eu estava complemente errado" - eu fiz uma péssima imitação de sua voz e depois comecei a rir, acho que por meu péssimo desempenho.

Ele começou a rir também:

– Espera sentada. Você nunca vai ver isso!

Agora estávamos rindo. Rindo absurdamente como dois idiotas.

Quando paramos olhamos um para o rosto do outro como analisando o quando aquilo era maluco. Eu desviei o olhar.

– O que sua mãe diria se te visse conversando com uma Sangue-Ruim? - perguntei em tom de brincadeira, mas ele ficou serio de repente, me olhava como se perguntasse porque eu usara aquele termo comigo mesma já que o detestava.

– Ela me daria um longo sermão. - ele disse mordendo o lábio, parecia pensativo.

– Ela ainda pensa da mesma maneira? - perguntei incrédula.

– Ela é muito fiel ao meu pai e aos ideias dele.

– E o que fez a respeito?

– Não tinha o que fazer.

Respirei fundo e fiz um sinal negativo com a cabeça abaixando-a. Como era possível? Ela tinha um marido na prisão que ajudou a fazer com que muitas pessoas sofressem. Por muito pouco poderiam ter sido destruídos como Voldemort, mas não mudou seus conceitos porque... Ama o marido.

– Por isso que o amor é uma desculpa pra os erros das pessoas? Sua mãe fez tudo o que fez por amor ao seu pai, não é? - perguntei finalmente entendendo, mas ele se manteve calado. - Desculpa.

– Ele quase nos destruiu e ela sequer ousa dizer que ele estava errado. - ele disse amargurado. – Percebe o quanto isso é irracional?

– Sim. – respondi baixinho. – Mas você viu que estava errado, pode fazê-la ver também. – u disse e ele deu de ombros. – Eu... Acho melhor irmos... Deve estar tarde. – ele assentiu com a cabeça.

Fiz um feitiço rápido e os copos e xícaras que havíamos usados foram limpos e guardados nas gavetas. Nos dirigimos a porta, e saímos para os corredores. Eu olhava os lados e andava atenta. Ouvia os passos de Malfoy atrás de mim, nos separaríamos provavelmente mais a frente quando ele rumaria para salão comunal da Sonserina. Tudo estava silencioso até...

– Esses moleques! Esse horário da biblioteca piorou tudo! Como se meu trabalho fosse fácil, eles ainda ficam zanzando pela escola. Vou jogá-los na floresta proibida para que sejam destruídos por alguma criatura. – dizia a voz irritada de Filch que estava extremamente próximo.

Senti meu corpo gelar. Se eles nos visse...

No mesmo momento senti minha mão sendo puxada e no instante seguinte eu estava em um armário de vassouras. Bati de frente com, Malfoy pela rapidez da situação.

– Eu não tinha visto esse armário. – eu disse.

– Shhh... Ai!

– Desculpa. – eu havia pisado em seu pé sem querer, o armário era pequeno demais.

– Venha Madame Nora, este é o último corredor. – ouvimos a voz de Filch mais próxima ainda.

– Ele olha todos os armários. – disse Draco.

– Ele vai nos achar. – eu disse com a voz trêmula.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...

Na minha opinião não ficou tuuudo o que eu queria, pra ser sincera com vocês, mas eu tava ruim para escrever um capítulo essa semana, por isso demorei tanto.
Eu vou revisá-lo depois, okay? ;)

Gente, minhas aulas começam amanhã e isso significa que vai ser um desafio postar com frequência, porque meu colégio tava de greve então já viram né? Matéria até não aguentar mais. Mas eu vou me esforçar, eu prometo, pra não deixar vocês na mão.

Deixem reviews pra mim! Eu não mordo! E obrigada pelos comentários no capítulo anterior.

Amo muito vocês. Beijos!