DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 7
Ameaça e Arrependimento parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas! Voltei com capítulo novo (rapidinho né?).
Quero falar uma coisinha pra vocês. Agora todo capítulo terá uma imagem que lembre alguma parte deste (para vocês ficarem curiosos :3). Para não começar com isso do sétimo capítulo eu coloquei também nos seis capítulos anteriores (se quiserem olhar fiquem à vontade). Foto acompanhada do nome do capítulo. Espero que curtam *--*

Obrigada a Paola e geovanio que favoritaram a fic e também pelos comentários no capítulo passado!

Boa leitura e até as notas finais!



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POV HERMIONE

Acredite, eu não estava de brincadeira. Esse garoto vai ser arrepender.

Eu saí da sala com o sangue fervendo. Gina estava no corredor me esperando para irmos para o Clube de Duelos. Quando viu minha expressão logo perguntou:

– Nossa, o que aconteceu?

– Malfoy aconteceu. - eu respondi. – Eu juro que eu faço esse garoto se arrepender, Ginevra, juro!

– Ah é? Como? - ela perguntou.

– Digamos que eu sou um tantinho boa em duelos. - eu disse.

– Só um tantinho, Mione? - ela perguntou e nós duas rimos.

– Mione! Gina! - era Parvati que havia nos acompanhado. - Qual a próxima aula de vocês?

– Clube de Duelos - respondemos.

– Ah. Eu queria poder ir para lá. - ela comentou.

– Qual sua aula agora? - perguntou Gina.

– Aritmância.

– Que pena - disse Gina - Vai perder alguma que Hermione está tramando pro Malfoy.

– Gina! - eu a repreendi. Ela podia ter guardado a informação pra si.

– Ah Merlin, não acredito. Mas o que ele fez?

– Ele existe, não é suficiente? - eu respondi chateada e Parvati riu.

– E o que a professora estava falando com vocês dois? - Parvati perguntou com expressão curiosa e Gina olhou para mim também, interessada no assunto.

– É que eu estava tentando fazer o que a professora mandou, mesmo com o Malfoy sendo um completo idiota, só que nós dois sempre tirávamos as mesmas cartas. - comecei a explicar.

– Sempre? - ela perguntou com uma expressão ainda mais curiosa.

– Sim. Então eu disse para a professora que as cartas só podiam estar enfeitiçadas e ela me veio com uma de que "Saber interpretar esses tipos de sinais fazem parte da matéria". Como assim? Onde ela está vendo sinais? - perguntei indignada.

– Que cartas eram? - Parvati perguntou justamente o que eu não queria falar, porque aquilo, eu detesto admitir, chamou minha atenção.

Mas achei melhor dizer a verdade, até porque o que podia haver de errado naquilo?

– A que representa alguém, a do amor e a do ódio. - respondi.

– São as mesmas que você tirou quando estávamos com o Nev.

– É! O que mostra que, com certeza, aquele baralho está enfeitiçado e a professora não quis me escutar. - eu falei.

– Mas o que Malfoy também tirou as mesmas cartas? - ela voltou a perguntar.

– Já disse que sim, Parv. - respondi impaciente e ela fez uma expressão que eu realmente não sei descrever.

– O que foi, Parvati? - perguntou Gina - Você ficou com uma cara estranha...

– Não, nada não. - ela disse e nós pararam de andar, notando que havíamos chegado a sala do Clube de Duelos. - Bom, boa aula pra vocês e Gina, fica de olho que depois eu quero detalhes. - ela disse apontando para mim e Gina riu entrando na sala. - Hermione. - a menina me chamou antes que a eu entrasse também.

– Sim. - atendi.

– Depois dá uma olhada no capítulo 18 do seu livro de Adivinhações. Você vai entender o que a professora quis dizer com "sinais". - Parv disse com um sorriso e me deu um tchauzinho com a mão indo embora e me deixando com uma grande desconfiança.

Entrei na sala e parecia que eu tinha usado novamente o vira-tempo e voltado para meu segundo ano. Aquele grande palanque que parecia uma longa mesa, disposto no centro fez com que lembrasse de cada detalhe da minha primeira aula de Duelos.

A sala enchia aos poucos. Demorou por volta de dez minutos para que todos os alunos grifinórios e sonserinos estivessem novamente reunidos.

– Bem vindos, alunos. - disse uma mulher elegante que entrou na sala de repente. Ela era alta, esguia, tinha cabelos bem pretos e enrolados nas pontas que estavam presos; tinha os olhos tão pretos como o cabelos e um rosto pálido; usava uma capa azul marinho que brilhava e andava como se tivesse um livro na cabeça. - Meu nome é Morgana Rey e eu sou a professora de Defesa contra as Artes das Trevas da casa Grifinória, mas no Clube de Duelos darei aula para tal casa acompanhada de Sonserina. - ela falou em tom autoritário.

Os alunos a analisavam como fazem sempre com professores novos. Na minha opinião ela não parecia diferente dos outros. Nada me chamou atenção a não ser sua capa azul que me fez pensar se ela teria estudado aqui e na Corvinal.

– Bom como não nos conhecemos, faremos algo diferente para começar. - ela disse e subiu até o palanque/mesa. Os alunos a acompanharam e ficaram em volta. - Escolham um aluno de cada casa. Preferencialmente o melhor. Quero que este venha aqui e se sinta livre para mostrar o que sabe fazer. - ela disse e um burburinho passou entre os alunos - Claro, que com feitiços que não causem grandes danos ao adversário, já que estamos em uma escola. Quero analisar vocês se virando com feitiços simples, quero que me mostrem que podem derrotar seu adversário sem destruir esta sala. Vamos lá! Quem serão?

Muitas pessoas de minha casa se viraram para mim.

– Você vai? - perguntou Gina que estava ao meu lado.

Eu olhei para a Sonserina. Eles agruparam-se e eu ouvi alguns risinhos seguidos de uma chuva de "Vai lá, Malfoy".

Draco foi em direção a Sra. Rey. Ele era o escolhido da Sonserina de novo. Como no segundo ano, ele representaria sua casa duelando com alguém da minha. Só que dessa vez não seria Harry.

Eu andei decidida (ou pelo menos tentei parecer decidida) até a professora e ele. Ficamos de frente um para o outro com a professora entre nós com a mão em nossos ombros.

– Fala sério, Granger, eu sou educado demais para acabar com uma garota. - ele disse com seu típico sorriso irônico.

– Péssima maneira de disfarçar seu medo, Malfoy. - eu respondi.

– Nome? - a professora interpôs-se.

– Hermione Granger. - eu respondi.

– Draco Malfoy. - ele disse em seguida.

– Bom vocês ouviram o que eu disse. Sem danos. - ela disse e se afastou de nós.

Nós nos viramos um de costas para o outro. Aquela típica cena de começo de duelo.

– Ainda estou pagando pra ver, Sabe-Tudo. - ouvi a voz de Draco.

– Eu disse que foi uma péssima escolha. - respondi.

Nós demos três passos e nos viramos. Ao sinal da Sra. Rey erguemos nossas varinhas e depois a apontamos.

Vimos seu segundo sinal que significava que começara o duelo.

Olhei em seus olhos por pouco menos de dois segundos e ataquei:

– Expelliamus!

O feitiço foi facilmente repetido por Malfoy que atacou desta vez:

– Flipendo! - ele começou relativamente mal. Só um feitiço para que eu caísse de costas? Repeli-o facilmente a pensei em um plano rapidamente. Só tentando para ver daria certo.

– Incêndio! - disse com concentração para que as chamas que o atacassem fosse grandes o suficiente para tampar a visão que ele tinha de mim. Deu certo. Eu sabia que ele repeliria fácil com um "Aquamenti", mas ele seria surpreendido com o "inimigo" muito mais próximo.

Mas deu terrivelmente errado.

– Trip Jinx! - ele lançou em mim. Sim ele preocupou-se primeiro em me fazer perder o equilíbrio e cair do que proteger-se do fogo. - Aquamenti! - ouvi depois.

O fogo se extinguiu e a fumaça tomou conta do lugar.

– Encarcerous! - desferi ainda caída e cortas prenderam suas pernas fazendo com que ele perdesse o equilíbrio, mas foi só uma maneira de ganhar tempo já que infelizmente ele era bem rápido e o tempo que eu usei para pôr-me de pé, ele usou para lançar um "Difindo" nas cordas.

Novamente estávamos de pé com as varinhas de ambos apontadas um para o outro. Percebi que os alunos gritavam nossos nomes. Pareciam que estavam em uma partida de quadribol.

– Cansada? - ele perguntou. Uma parte da gola de sua camisa estava queimada.

– Nem um pouco. Quer desistir? - perguntei.

– Nunca. - ele disso um risinho. - Bombarda! - ele atacou e eu fiquei um tanto zonza com a explosão. Dei passos apressados para trás e seu feitiço quebrou a parte do palanque que eu estava. Olhei-o confusa. A professora disse claramente, sem danos.

Infeliz!

– Bombarda Máxima! - fiz o máximo que podia para que produzisse um feitiço forte e deu certo. O palanque foi ainda mais quebrado e eu fui para fora dele já que estava quase destruído agora. Malfoy, com o feitiço, caiu meio desnorteado no chão. Vi o rosto satisfeito de Gina e pensei que havia acabado, mas esse foi o momento que me desconcentrei do oponente. Nunca se faz isso em um duelo.

– Expelliarmus. - dessa vez foi a vez dele conjurar o feitiço e este me atingiu em cheio fazendo com que eu caísse da mesma maneira que ele só que batendo a cabeça no chão.

Levantei-me desorientada e com uma baita dor de cabeça. Mas isso não era nada comparada a minha raiva.

– Seu filhote de comensal maldito. - Sabe quando o seu sangue te sobe a cabeça devido a sua raiva? Acho que isso aconteceu com nós dois ao mesmo tempo. O pior? Ninguém faz nada certo no auge da raiva, não é? - Deprimo! - lancei contra ele que com a explosão foi lançado para trás novamente. Não conseguíamos mais nos defender só atacávamos.

– Sua Sangue-Ruim... - ele disse enquanto procurava revidar, mas eu fui mais rápida. O " Sangue-Ruim" foi a gota d'água. E eu perdi a cabeça.

– Sectumsempra! - desferi.

Em seguida as coisas pareceram ficar em câmera lenta pra mim.

O ar pareceu ser sugado dos pulmões de Draco e surgiram os cortes. Ele caiu e eu já podia ver todo aquele sangue.

Levei a mão a boca e arfei assustada. Todos estavam silenciosos e de olhos arregalados.

O que eu fiz?

Quando consegui sair do transe no qual estava, corri em direção a Draco que estava no chão, cheio de sangue.

– Draco. Ah Merlin, o que eu fiz com você?

– Srta. Granger - a professora aproximou-se rapidamente ficando do outro lado de Draco, tinha uma expressão aflita - Que feitiço era esse? - ela perguntou encarando-me.

Quando não se conhece o feitiço não se conhece seu contra-feitiço e óbvio que ela não conhecia este. Ele fora criado por Snape e descoberto por Harry. Durante a guerra Harry nos contou sobre ele. Ele havia usado-o em... Ah droga, ele havia usado em Draco. Depois tentou usar em Snape, mas o próprio, o Príncipe Mestiço, obviamente não foi atingido pelo seu próprio feitiço. Mas ele sabia concertar... Harry nos contou como ele fez. E... Ah Merlin, eu teria que fazer isso.

Olhei para os olhos cinza de Draco e eles encontram os meus pouco antes de se fecharam. Ele perdeu a consciência.

– Ah Merlin - eu voltei a exclamar nervosa - Fica calmo, por favor, fica calmo. - não sei para quem eu falava, ele estava desacordado agora. Acho que eu tentava me acalmar para poder tomar alguma atitude.

Eu tentei lembrar do tudo o que Harry me contara, do que Snape fizera. A Sra. Rey me olhava como se eu fosse maluca, mas eu não dava qualquer atenção. Eu tinha que fazer alguma coisa, e esse feitiço tinha que dar certo. Pousei uma das mãos sobre o peito de Draco e com a varinha em punho na outra mão, conjurei:

– Vulnera Sanentur.

Eu tinha certeza que era isso. Tinha que dar certo. É sempre muito possível um erro quando você só sabe a teoria sobre um feitiço e nunca o usou na prática, mas se o feitiço deu certo, o contra-feitiço também tinha que dar. Por favor, por favor, dê certo.

Eu não percebi que fechei os olhos enquanto fazia o feitiço, mas agora abri-os e vi que estava obtendo um resultado positivo. Não era uma cena muito agradável de se ver. O sangue que ele perdeu parecia fazer o caminho de volta para seu corpo, enquanto os cortes eram fechados.

Eu respirei profundamente quando vi que seu corpo estava se restaurando. Caí sentada ao seu lado esperando que ele desse algum sinal de que estava melhor, mas ele continuou desacordado.

A professora me olhava como se eu fosse altamente perigosa. Eu podia ver em seus olhos que ela estava assustadíssima.

Involuntariamente minhas lágrimas começaram a cair. Primeiro devagar, depois desesperadamente. Gina surgiu atrás de mim e abraçou meu ombros. Eu olhei para seus rosto e ela também estava assustada, mas estava mais calma que eu.

– Gina - eu disse soluçante - ele precisa ir para a ala hospitalar.

Ela virou o rosto da direção dos alunos da Sonserina e disse:

– Blás! Faça algo! Madame Pronfrey precisa vê-lo. - ela gritou e eu vi Blásio sair correndo da sala.

Em outra situação eu perguntaria porque Gina chama Blásio de Blás. Mas isso fugiu totalmente de minha mente naquela ocasião.

– Alunos, estão dispensados. - disse a professora quase gritando, mas todos continuaram parados olhando para nós - Vamos, vamos, dispensados! - ela teve que levantar-se e expulsar os alunos da sala.

Eu não me movi.

– Gina, o que eu fiz? - eu perguntei a minha amiga, minhas lágrimas quentes molhavam meu rosto - Eu me sinto um monstro, como eu tive coragem de fazer uma coisa dessas.

Gina me abraçou novamente.

– Calma, amiga, calma. Você o salvou. O que fez depois...

– O que eu fiz depois não era pra ter sido necessário, Gina! - eu quase gritei em meio as lágrimas.

A professora voltou a posicionar-se ao lado de Draco. Ela verificou seu pulso e seus batimentos cardíacos.

– Está dispensada, Srta. Granger.

– Como ele está? - eu perguntei ignorando totalmente a ordem.

– Eu disse que está liberada. Saia, Srta. Granger!

– Mione, é melhor irmos... - começou Gina.

– Não! - respondi à Gina e voltei a me dirigir a Sra. Rey - Tem que me dizer como ele está! - eu disse. Acho que eu já tinha perdido completamente o juízo. Primeiro quase mato Draco e depois enfrento uma professora.

– Srta. Granger! - ela me repreendeu - Saia agora! A senhora será punida devidamente assim que a diretora for comunicada dos acontecimento de hoje.

– Mione, vamos! - Gina disse e me arrastou para fora da sala. Eu, inconformada com o fato da professora não ter me dito o que eu queria.

Eu não dei a mínima para o que a professora disse sobre minha punição. Eu tinha consciência de que ela era justa, mais que justa. Mas eu tinha que saber como ele estava. Eu não poderia ter paz se não soubesse, poderia?

Gina me levou até o Salão Comunal. Quando eu atravessei a passagem da Mulher Gorda, que por sorte não me encheu de perguntas inconvenientes, fui encarada por uma porção de alunos grifinórios. Ele já sabiam é claro, as notícias aqui voam como o vento.

Eu passei por todos eles sem falar nada. Vi Harry e Rony me chamarem, mas eu entrei no dormitório feminino mais rápido, com Gina logo em meu encalço.

Comecei a chorar novamente.

– Mione, fica calma. Se não fosse pelo contra-feitiço que você fez Draco ainda estaria ensanguentado lá. Ninguém além de nós, Rony e Harry conhece aquele feitiço e só você e Harry sabem fazer o contra-feitiço.

– Não conhecia. - eu corrigi.

– Sim... Mas você salvou a vida dele. - ela voltou a dizer.

– Depois de quase destruí-la. - acrescentei e desabei em minha cama.

– Mione...

– Eu preciso ir na ala hospitalar. - eu disse passando a mão por meu rosto para afastar as lágrimas.

– Está louca? Não vão te deixar chegar nem perto. - Gina disse.

– Mas eu preciso saber se ele está bem. - eu falei como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo. Eu ainda não acreditava que tinha lançado aquele feitiço em alguém.

– Não fica tão nervosa, Mione. Vocês se odeiam e...

– Gina, por Merlin, isso não importa! Você viu o que eu fiz. Eu não vou me perdoar por aquilo, foi uma coisa horrível. Não se faz algo assim com ninguém, gostando ou não.

– Ei, fica calma. - ela disse parecendo um pouco assustada com minha reação - Eu nunca te vi assim... Deve ter sido horrível mesmo. - ela comentou sentando-se ao meu lado e minhas lágrimas voltaram a cair - Mas... Pelo menos se tranquiliza e espera as coisas se acalmarem um pouco. Não é bom você ir agora. Tenta se acalmar primeiro.

– Okay. - eu disse respirando fundo.

Ela abraçou meus ombros novamente e eu recostei a cabeça em seu ombro tentando não pensar na barbaridade que eu havia feito.

POV DRACO

Eu acordei com o barulho de umas vozes ao longe. Abri os olhos devagar e olhei os lados. Eu estava na ala hospitalar que agora estava iluminada praticamente só pela luz da lua que entrava pela janela aberta. Eu levei a mão a testa e balancei a cabeça forçando-a a lembrar como eu vim parar aqui.

As imagens foram se formando meio turvas na minha mente, mas eu lembrei. O duelo. Uns feitiços explosivos. A Granger e aquele feitiço... Ah, cara. Esse feitiço tinha que ser uma maldição imperdoável. A sensação de estar sendo cortado sucessivamente é péssima. E essa era a segunda vez que eu era atingido com esse feitiço, então eu tenho uma certa experiência para poder afirmar isso.

Ouvi novamente as vozes e percebi que vinham da porta.

– Madame Promfrey, por favor.

– Não! Ele já recebeu a visita dos amigos. Continua dormindo. Acho que não é bom que a senhorita o incomode. É melhor que ele descanse.

– Eu não vou incomodar. Nem vou acordá-lo, por favor, eu prometo.

– Srta. Granger, sabemos que foi a senhorita que enfeitiçou o Sr. Malfoy. Por que eu a deixaria entrar?

– Madame Promfrey, eu não quis fazer nada, e não vou fazer mais nada. A senhora me conhece há anos...

– Ah Merlin...

– Prometo que serei rápida.

– Srta. Granger, só faço isso pelo seu histórico, até hoje nunca havia nos dado qualquer problema, é uma ótima aluna. Estou confiando na senhorita. Eu tenho que pegar novos lençóis para as camas e quando eu voltar a senhorita deve estar em seu dormitório.

– Tudo bem.

Eu voltei a fechar os olhos e fingi que não havia acordado. Ouvi passos que silenciaram quando estavam bem próximos. Ouvi um baixo arrastar de uma cadeira e depois silêncio.

Eu tinha a sensação de que ela estava ali, mas não ouvi qualquer barulho por uns bons três minutos. Depois senti um toque quente em meu braço bem onde havia uma das cicatrizes dos cortes do feitiço.

– Ai. - grunhi. Aquele machucado no braço tava bem ruim.

Ela me olhou assustada e afastou sua mão de mim.

– Desculpe. - ela disse - Não queria acordá-lo.

– Como se desse pra dormir com você fora implorando para me ver. - eu disse irônico, mas ela não pareceu dar importância ao meu sarcasmo, o que fez a situação perder toda a graça. Valeu, Granger! - O que quer aqui? - eu perguntei realmente curioso.

– Como está? - ela respondeu com outra pergunta.

– Vivo, veio terminar o serviço? - eu perguntei, mas pra minha surpresa ela começou a chorar.

Sabe aquela situação em que uma garota começa a chorar na tua frente aí você não sabe o que fazer, não sabe se fala algo ou fica calado?

Só que ela chorava silenciosamente e afastava com a mão as lágrimas que caiam copiosamente por seu rosto.

– Desculpa. - ela pediu - Eu não queria ter feito isso. - ela explicou e depois começar a falar tudo desenfreadamente - Foi errado e inconsequente, podia ter acontecido algo grave com um aluno e seria culpa minha. Eu vim... Só pedir desculpas. Eu... Me arrependo completamente. - ela concluiu e eu a olhei surpreso. Mesmo com tudo isso eu não esperava que ela viesse até aqui se desculpar.

– Esquece Granger, eu to ótimo, aquela velha já poderia até ter me tirado daqui, mas acho que ela é uma solitária que prende alunos aqui para que eles lhe façam companhia. - eu me referia a Madame Promfrey.

– Mas é claro que não. Você tem que ficar em observação. O contra-feitiço não conseguiu restaurar tudo. - ela disse observando várias das marcas que ficaram no meu braço.

– Quem fez o contra-feitiço não é muito eficiente. - eu comentei.

Eu fiz o contra-feitiço. - ela disse encarando-me.

– Bom... Tá explicado né. - eu disse e ela fez uma expressão indignada. - Mas porque o fez?

– Queria que eu tivesse te deixado morrer?

– Estaríamos quites. - eu disse e a expressão dela se fechou. Ela encarou o vazio por um tempo antes de voltar a me olhar.

– Eu nunca faria isso...

– Ao contrário de mim, não é? - perguntei. Para mim, foi o que pareceu que ela ia dizer.

– A professora não conhecia esse feitiço. Se eu não fizesse nada ela também não poderia fazer. Eu fiz o que era certo, pelo menos nesse momento. - ela disse ignorando minha pergunta.

Eu respirei fundo e ignorei também seu comentário. Me sentei direito na cama e tentei sair dela.

– Onde vai? - ela perguntou.

– To morrendo de sede. Não sei nem há quanto tempo eu to aqui. - respondi.

– Espera. Fica aí. Madame Promfrey já vai ficar furiosa por eu ter acordado você, imagina se ela souber que você se levantou. - ela disse, levantou-se e foi até a mesa que estava perto da cama ao lado na qual havia uma jarra com água e um copo. Encheu-o e trouxe. Ela estendeu-o a mim e eu semicerrei os olhos numa expressão desconfiada.

Ela revirou os olhos e respondeu:

– Você viu, eu não envenenei.

– Vai saber... - respondi aceitando o copo - Mas o fato é que eu não aposto mais contra você, Granger. Da próxima vez você pode querer me matar.

– Ah, por Merlin! Eu fiz isso porque você me chamou de Sangue-Ruim, okay? Se você não fosse tão idiota...

– Você me chamou de filhote de comensal, queria o que?

Ela ficou em silêncio e respirou fundo. Odeio quando ela é racional e resolve ficar calada (se bem que quando ela explodiu eu fui "esfaqueado"). Essa mania de fazer sempre o que é certo é irritante.

– Trégua okay? - ela disse.

– O que?

– Eu sei que você odeia nascidos trouxas, mas trégua! - ela acrescentou.

– A origem do seu sangue não me interessa. - eu disse e ela ficou surpresa, dava pra notar. Sua boca se abriu e sua expressão ficou confusa. Mas sim era verdade, e eu já disse isso. Não sou idiota de passar por essa guerra e não aprender que essa história de sangue sempre foi idiotice. Mas também não vou espalhar isso por aí.

– Então...

– Irrita você. - eu disse simplesmente.

– Você joga muito baixo, Malfoy.

Eu simplesmente dei um sorriso sarcástico e ela riu também revirando os olhos. Ela é a pessoa mais estranha que eu já vi na vida. Extremamente irritante, com um impulso maluco de fazer sempre o que é certo. Mas isso é interessante de certo modo. Vai entender...

– Okay. Trégua. - eu disse.

Ela sorriu triunfante e eu revirei os olhos. A Granger se sentou na cama e me estendeu a mão como se nós fôssemos selar um pacto.

– Sem "Sangue-Ruim". - ela impôs.

– Sem "Filhote de Comensal". - completei.

– De acordo. - ela respondeu.

– De acordo. - eu disse também e aceitei seu aperto de mão. Era uma boa aceitar até porque se minha mãe soubesse que eu não consegui passar intacto na primeira semana de aula ia ficar maluca e eu não quero que ela tenha mais preocupações.

Ela olhou o relógio que tinha em um dos bolsos de suas vestes.

– Está ficando tarde. Melhor eu ir. - ela disse e eu assenti.

Ela se pôs de pé, mas antes de ir disse:

– Espera, eu não posso sair sem perguntar isso.

– O que? - perguntei.

– Como Draco Malfoy descobriu que a origem do sangue não faz diferença? - ela perguntou com um sorrisinho.

Semicerrei os olhos e despois ri.

– Quando uma San... - comecei mas mudei o termo - quer dizer, uma nascida trouxa se tornou alguém de orgulho para o mundo bruxo ao invés de um Sangue Puro.

Não sei dizer o que sua expressão significava, mas depois ela assentiu com um sorriso e disse:

– Boa noite. - ela falou e foi em direção a saída da ala hospitalar.

POV HERMIONE

Quem é esse e o que ele fez com o Draco Malfoy?


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Deixem reviews para mim!

Gente, aos poucos eu estou revisando os capítulos passados que eu vi que tinham alguns erros ortográficos e eu estou tentando prestar mais atenção ao revisar para que vocês possam ter um bom conteúdo, minhas pessoas lindas. *-*

Beijos e até o próximo capítulo! *3*