Unfinished Business escrita por Laís


Capítulo 7
The Bloody Killer - Part3


Notas iniciais do capítulo

Ok, esse aqui ficou maior do que eu esperava. Na verdade, ainda faltava um pedacinho no final, porém não queria deixar enorme. Então, bom, é isso. Desculpa por estar correndo etc, mas é algo que eu preciso fazer.
Talvez eu tenha deixado passar algum erro, desculpa por isso. Espero que gostem.



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“Nossa existência não é mais que um curto circuito de luz entre duas eternidades de escuridão.”

Vladimir Nabokov

Eu estava por conta própria.

Autossuficiente. Essa é a palavra constantemente usada para me definir. Arrogante, egoísta e impulsiva também entravam no jogo. E eu estava por minha própria conta e risco.

Tão logo entreguei meu distintivo e arma, Hotchner mandou que Morgan me deixasse na delegacia onde eu, supostamente, deveria ficar até o caso ser resolvido.

–Sinto muito, Agnes - declarou solenemente.

–Acho que isso não importa agora, não é mesmo? Aliás, você estava completamente certo! Eu não deveria estar aqui - não atentei para o fato de estar gritando até a hora em que parei e percebi a calmaria súbita.

–E eu não estava errado quanto a isso.

Derek Morgan não era exatamente conhecido pelas suas papas na língua. Encarei-o com uma expressão de puro desaforo, no entanto, não disse nada.

–Olha, Agnes, você sabe que eu gosto de você. Trabalhamos juntos durante anos e esse tipo de afeição não é meramente descartado, então, pela amizade que costumávamos ter, me deixa te dar um conselho.

–Por mim tanto faz já que, aparentemente, agora todos estão querendo preencher a vaga de pai e tutor da pobre e instável Agnes Weston - sorri amarga e sem nenhum humor.

–Isso tudo é uma grande brincadeira para você? Que droga, Weston. Você não é uma criança e já passou da hora de encarar isso!

–Se eu não sou uma criança, então por que diabos as pessoas continuam me tratando tal qual uma? Não preciso da droga do seu conselho e nem do de ninguém, Morgan.

Ambos berrávamos e, naquele momento, Derek estacionara em frente à delegacia e eu saíra batendo a porta do carro com força desnecessária. Morgan estava, para minha surpresa, no meu encalço.

–Se você não precisa, tudo bem, mas vou falar mesmo assim. Vá embora, construa uma vida, você estava dando aulas, não estava? Porque não continua? Aceite que seu lugar não é na BAU.

–E quem é você para determinar onde eu devo ou não estar? - cruzei os braços e ergui o queixo, parecendo estupidamente com uma adolescente birrenta.

Conheço Derek Morgan há um longo período e sempre achei que éramos muito similares - o sangue quente, a insubordinação as ações impulsivas - talvez por isso, nunca tenhamos discutido de verdade, embora sempre soubéssemos que quando isso acontecesse, não seria algo agradável de ser ver. Fazíamos brincadeiras em relação a isso, dizíamos que seria o estopim para a Terceira Guerra Mundial, mas isso fora há muito tempo, com uma Agnes completamente diferente. Éramos estranhos um ao outro agora.

–Se você não consegue ver isso com seus próprios olhos, então não há nada que eu possa fazer.

Permaneci ali, em minha altiva posição, braços cruzados e uma expressão de afronta, enquanto Derek voltava para a equipe. Alguns animais fazem isso, mostram-se ameaçadores e fortes, eriçam os pelos, sibilam ou rosnam. Mas, por trás de todas aquelas camadas de arrogância, só existia uma coisa: o mais puro medo. Talvez o ser humano faça isso também.

Eu estava aterrorizada.

–x-

Estacionei em frente a casa onde Emily Massey, um dia, brincara e correra. Uma casa que jamais seria a mesma.

A polícia local era encarregada de convocar os pais para o reconhecimento do corpo, mas eu conseguira persuadir o oficial responsável de ir até a residência a deixar com que eu o substituísse. Dei uma desculpa esfarrapada e consegui uma arma, eles não sabiam que eu não era mais uma agente, então isso não foi um problema e, inclusive, me passaram as novas informações do caso.

Uma jovem de 17 anos, Sarah Stewart, fora sequestrada e o perfil geográfico indicava que fora o nosso assassino, já que a moça morava nos arredores da igreja e, sobretudo, seria um alvo fácil. Tentei tirar a imagem da garota da minha cabeça, mas só o que eu via era mais um corpo enterrado.

Respirei fundo diversas vezes antes de tocar a campainha dos Massey. Ainda estava toda suja de terra e sangue.

–Alguma notícia? - Rachel Massey atendera a porta. Seus olhos estavam fundos e vermelhos.

–Sra. Massey, não há uma forma fácil de dizer isso e eu juro que gostaria que não fosse verdade, mas…

Não concluí minha frase porque, naquele momento, a mãe de Emily me dera um tapa e eu não fiz nenhum esforço para evitar ou desviar. Poderia ter segurado seu pulso ou pulado para o lado, porém não o fiz.

–Rachel, o que você está fazendo?

O Sr. Massey apareceu no vão da porta, com uma expressão torturada. Abraçou a esposa e começaram a chorar em uníssono.

–Ela veio dizer que… Não, não, não!

–Eu sei, eu sei. Peço perdão pela minha esposa - tinha o queixo apoiado no ombro de Rachel e falava comigo através do cabelo dela.

–Não tem problema. Ahn, vocês precisam ir à delegacia…

–Nós sabemos.

–Precisam de carona?

–Não, não. Iremos o quanto antes.

Rachel Massey soluçava e abafava os gritos no peito do marido.

–Sinto muito pela sua perda, Sr. Massey. Muito mesmo.

Ele assentiu e eu dei às costas para toda aquela dor que se tornara insuportável de encarar. Meu rosto ardia e os machucados decorrentes da escavação começavam a latejar, mas tudo que eu conseguia pensar era o quanto aquilo não significava nada.

Peguei o celular e disquei um número, torcendo para que a notícia de minha demissão não tivesse se espalhado tão rápido.

–Garcia? Weston. Sim, sim, você pode ajudar e muito. Quero o nome de qualquer pessoa que tenha ido parar hospital e tenha sido recomendada para um psiquiatra, mesmo que não tenha sido internada nem nada - esperei um pouco - Elimine mulheres e homens acima de 30 anos. Ok, guarde essa lista aí. Agora procure ocorrências de, em média 10 anos atrás, com menores de idade que tenham sido entregues à proteção do governo. É só um palpite, por favor, verifique. Ok, agora compare as duas listas.

Ouvi uma exclamação de surpresa do outro lado da linha e sabia que tinha chutado certo.

–Alicia Danner, mãe de Robert Danner. O filho a acusou de tentar envenená-lo e aos 16 foi entregue para o governo, porém a mãe conseguiu a custódia novamente. Robert não tem nenhum imóvel registrado em seu nome, mas… Ahn, só um instante. Um mês atrás foi ao hospital coberto de sangue dizendo que tivera um acidente ao caçar, o que foi provado verdade, mas como ele estava muito atordoado e, segundo a enfermeira, nada do que dizia tinha nexo, foi direcionado a ala psiquiatra, porém… Ahn, Alicia deu a saída nos papéis e o levou para casa. É só o que eu tenho, estou mandando o endereço.

Não me incomodei com o turbilhão de palavras desenfreadas que Garcia despejou em mim de uma única vez.

–Penelope? Me lembre de comprar algo muito bonito para você, ok? Muito obrigada!

–Passe as informações para o resto da equipe porque a fonte de conhecimentos não irá repetir.

Sorri involuntariamente e desliguei.

Autossuficiente, arrogante e egoísta. Há um motivo para as pessoas me chamarem assim.

E eu não iria desenterrar dois cadáveres em um mesmo dia, nunca salvaria Emily, mas Sarah ainda não estava perdida para mim.

–x-

–Alicia Danner - bati na porta da casa com firmeza - Alicia - apliquei mais força nas batidas, provocando um estrondo ritmado.

Uma senhora com um cigarro na mão atendeu a porta.

–O que você quer? - perguntou com hostilidade.

–Cadê seu filho? - retruquei com o mesmo tom, sem acobertar a voz com nenhum vestígio de simpatia.

–Quem quer saber?

–O FBI, a polícia local e, em breve, o país inteiro. Corpos drenados e sem órgãos não são escondidos da mídia por muito tempo.

Alicia Danner limitou-se a me lançar um olhar de puro desprezo.

–A senhora sabe que foi ele, uma mãe sempre sabe. Desde cedo ele era meio diferente, não? Gostava de machucar animais e as outras crianças, tinha mais pesadelos que o normal e parecia nunca ser ciente da realidade - aproximei-me dela o máximo que pude e quando voltei a falar, meu rosto estava quase colado ao de Alicia - seu filho pode ter matado aquelas pessoas, mas a culpa é toda sua. Ele tinha uma doença e você fechou os olhos, fingiu que não percebia. Então agora, a senhora vai fazer uma única coisa certa na sua vida e vai me dizer onde está Robert Danner.

Manti o olhar duro e não movi um único músculo ao terminar de falar. Permaneci congelada, ameaçadora. Autossuficiente, alguns diriam.

–Há um armazém abandonado. Ele sempre fica lá quando vai caçar, é deserto e calmo. Era o único lugar onde as vozes não perseguiam, ele dizia.

Peguei as coordenadas e saí.

Eu estava por conta própria.

–x-

Alguns minutos depois de ter deixado a casa de Alicia Danner, mandei uma mensagem para Reid com a minha localização. Em algum momento eles falariam com Garcia, descobririam o que eu tinha feito e isso era exatamente o que eu queria, porém isso deveria ser feito na hora certa, de forma que eles não me impedissem de fazer o que eu deveria.

Sim, eu sempre fui uma egoísta sedenta por resolver tudo sozinha. Não sou nobre, sou humana. Corruptível e sujeita a falhas.

Ao redor da estrada, havia uma trilha que adentrava a mata e, através dela, alcancei o armazém abandonado. Meus instintos gritavam para que eu parasse e esperasse pelos outros, contudo passei por cima deles e segui em frente.

A porta era simbólica, estava caindo aos pedaços e não oferecia resistência alguma. Empurrei levemente, tentando não produzir ruídos, porém a desgraçada rangeu. Trinquei os dentes e esperei, imóvel por um momento.

Alguém chorava ou melhor, grunhia. Era som distorcido, abafado. Continuei andando e a encontrei. No canto do armazém, acorrentada, amordaçada e repleta de cortes, estava Sarah Stewart, mas não havia sinal de Robert Danner.

–Ei querida, calma, calma. Vou tirar isso da sua boca, mas você não vai gritar, ok? Está tudo bem, eu sou do FBI.

Retirei a mordaça e ela desatou a chorar, enquanto cravava as unhas no meu braço.

–Sarah, olhe para mim. Sarah, onde ele está?

–Disse que ia sair para caçar - falou, em meio aos soluços.

Peguei-a pela mão e a levei ao carro, pedi que deitasse no banco traseiro de forma que não ficasse visível a quem passasse. Travei as portas peguei a arma que não era minha e fui atrás de Robert Danner.

Não fora difícil, o encontrei em uma clareira próxima ao armazém. Estava coberto de sangue de um cervo que acabara de matar. O cadáver do animal jazia aos seus pés.

–Robert.

–Cala a boca. Você vai acordar todos eles. Eles sabem que eu estou aqui. Sim, sim, eles sabem. Vão roubar tudo, eles vão sim - repetia sem parar. - Mas eu vou colocar um fim nisso. Você veio aqui para impedir porque é uma deles, você é uma deles! Mas não vai colocar as mãos em mim, eu vou acabar com isso. Eu!

–Não! Robert, não faça isso.

Ele tinha uma faca pressionando a própria garganta. Coloquei a arma no chão e chutei para longe.

–Não faça isso, Robert. Não sou uma deles, viu? Não vou machucar você.

–Sabe que isso não é sua culpa, não é mesmo? - me sobressaltei com a presença de Reid atrás de mim. - Ninguém nunca ajudou você.

Sua voz era firme e não hesitante, como a minha. Não estava armado e andava como se estivesse prestes a cumprimentar um conhecido.

–Se você fizer isso, eles ganham, Robert. Abaixe essa faca e venha comigo, nós vamos proteger você de todos eles.

–Como você poderia fazer isso?

Robert não conseguia fixar o olhar em nenhum ponto específico, característica do estado deplorável de sua mente. Suava, chorava e sacudia o corpo.

–Porque eu os conheço também, sei como me esconder deles e vou dizer a você como se faz isso.

–Não, você está mentindo! - berrou.

–Eles nunca param, não é mesmo? Nunca param de falar, é um pesadelo. Você só quer um pouco de silêncio, mas em todos os lugares, aonde quer que você esteja, eles te seguem. Te observam, se disfarçam, mas você consegue vê-los. Estão à espreita, analisando todos os seus movimentos… Eu sei disso, Robert, eu sei.

–E você sabe como se esconder deles? Como faz eles calarem a boca?

–Sim.

–Está mentindo! Você é um deles também!

–Não, você sabe que eu não sou, porque só eu sei o que eles sussurram no seu ouvido. Mandaram você matar aquelas pessoas, não foi? Disseram que elas iriam machucar você. Eu sei.

Lentamente, Robert Danner abaixou a faca, Reid o algemou e o conduziu ao carro.

–O que você faz aqui? - perguntei antes de seguirmos caminhos diferentes. Ele para a delegacia e eu para o hospital, acompanhando Sarah Stewart.

–Quando recebi a sua mensagem, decidi vir logo. É um pouco difícil adivinhar o que você vai fazer em seguida, mas eu presumi que fosse algo estúpido, então…

Gargalhei alto, em parte por nervosismo e em parte por alívio.

–E a equipe?

–Já avisei para eles - respondeu peremptório.

–Spencer, ahn, lembra daquela história toda sobre espelhos quebrados e tudo mais? - ele balançou a cabeça afirmativamente - não que eu esteja querendo consertar o espelho, mas…

–Você vai ter seu emprego de volta, Agnes. Vou falar com Hotch.

Não era com meu emprego que eu estava preocupada, porém deixei a história encerrar daquela forma. Eu estava cansada.

–x-

Estávamos no avião, voltando para a casa. Sentei em frente ao lado de Aaron e nos encaramos por um momento, ambos com as expressões taciturnas, esperando que alguém falasse. Comecei a rir. Isso acontece, às vezes, quando lidamos com situações extremamente estressantes. Rimos por medo, nervosismo e cansaço. Eu estava cansada, contudo estava bem. Entrevi um pequeno meio sorriso no rosto de Hotchner.

–É isso mesmo? Você quase sorriu para mim, Aaron? Ou melhor, agente Hotchner - zombei, engrossando a voz na tentativa de imitá-lo.

–É, desculpa por isso.

–Sem problema. E, aliás, eu queria que você soubesse de algo. A equipe não me quer por perto e você não parece confiar muito no meu psicológico - tamborilei os dedos em minha testa - e se você disser que eu devo ir… Bom, dessa vez, eu vou escutar.

–E o que você quer, Agnes?

Suspirei e encarei o vazio pela janela. Lá embaixo, bem distante, estavam as luzes da cidade e todas as pessoas com todos os seus problemas. Será que, no final das contas, eles são realmente tão importantes quanto parecem ser?

–Desisti de uma vida por um trabalho e se não posso ter esse trabalho… Sinceramente? Não sei o que me resta.

–Tire uma folga, pense um pouco. Se ainda quiser a vaga na BAU, me procure semana que vem.

Assenti e me recostei na poltrona. Cochilei um pouco e estava quase dormindo pesadamente quando Spencer cutucou meu braço.

–Chegamos.

Sorri, cansada e saímos para o ar frio da noite.

–Não deveria ser daquele jeito.

Não perguntei nada porque sabia que ele se referia a Robert Danner.

–Permissão para cruzar o limite e me intrometer na sua vida? - perguntei enquanto entrávamos no elevador, os outros já estavam mais adiantados. Reid assentiu.

–Nunca deixe que esse trabalho ser a coisa mais importante da sua vida.

Ficamos em silêncio por um momento.

–Antes da Alex ir embora, perguntei se ela sentia que, de alguma forma, o futuro tinha ficado para trás.

–Você sente isso? - perguntei, depois de um tempo.

–Sentia - respondeu com um murmúrio.

–E o que mudou?

–Eu tinha a sensação de que todo o meu futuro tinha ficado no passado… É, estranho, não sei, mas agora parece que o passado encontrou um jeito de se infiltrar no futuro.

Não respondi e nem poderia. Ainda estava tentando digerir e interpretar as informações quando as portas do elevador se abriram.

–Tchau, Agnes.

–Tchau, Spencer.

Ele continuou andando ao passo que eu permaneci com os pés colados ao chão.

–O que você está fazendo?

–Desculpa? - respondi com um sobressalto. Era J.J quem estava ao meu lado, com a testa franzida e as mãos no quadril. Ela me inspecionava.

–Você não tem limites, Weston? Primeiro o Cruz e agora o Reid? Qual é o seu problema?

–O que? - exclamei - Você ta insinuando que eu…

–Não, eu não estou insinuando, estou constatando. Não acredito na sua falta de escrúpulos, sinceramente. Spencer ainda acredita nas pessoas, sabe? Ele acredita em você. Isso é porque ele é jovem e ainda tem muita coisa pela frente, mas se vocês se envolverem, você vai arrancar isso dele.

–Jennifer, isso não faz o menor sentido…

–Ah, tenha dó! Sabe que é assim que funciona, você destrói as pessoas assim como destruiu Ryan.

A menção ao meu marido morto me fez estancar.

Eu queria gritar, xingá-la e afrontá-la. Me defender de todas aquelas acusações, entretanto simplesmente não pude.

–Você sabe que não é tristeza o que você sente, não é? - aproximou-se mais ainda de mim e manteve a voz perigosamente baixa - é culpa. Remorso.

O que aconteceu em seguida fora muito rápido para que eu pudesse impedir. Não lembro de ter pensando em bater em J.J, a única coisa que vi fora minha mão indo em direção a sua bochecha e, após isso, o formigamento na mão.

Ela me encarou, sem acreditar, com fúria nos olhos.

–Você pode não acreditar em mim, Jennifer, questionar todas as minhas decisões e me querer longe, mas nunca, nunca, ao menos sugira que eu não amava o Ryan.

Comecei ir embora, porém me detive.

–Ah, e também poderia me agradecer por desistido da minha vida em troca de salvar a sua.

–Você nunca salvou a minha vida - retrucou com amargura - eu estava convencendo Ryan a abaixar a arma quando você chegou e atirou. Ele não ia me machucar.

Emudeci. Senti o nó na minha garganta e soube que não conseguiria falar mais nada.

–Você estragou tudo, Agnes. Jogou seu casamento fora por nada e, como se não fosse o suficiente, tirou toda uma vida que o Ryan poderia ter tido sem você. Nada disso teria acontecido se você tivesse me escutado da primeira vez e se eu não tivesse acobertado você.

Não, não, não, não. Era mentira. Era mentira. Por que ela não calava a boca?

–Protegi você uma vez e veja no que resultou. Não vou fazer isso de novo. Fique longe do Spencer, para o bem dele.

E foi embora.

Enquanto eu sentia o chão sob os meus pés despencar.


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Notas finais do capítulo

Talvez ~talvez~ tenha flashback no próximo. E talvez ~talvez~ tenha Agnes se dando extremamente mal porque eu simplesmente amo/sou fazer meus personagens sofrerem.