My Only Hope escrita por SophieMiss98


Capítulo 3
Capítulo 3 - Esperança


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta tal como prometido! Fiquei surpreendida por saber que em menos de 24 horas a minha história já conta com 69 visualizações. Ainda não tenho a certeza em quantos capítulo a fic vai ser dividida, de qualquer das formas, já não deve demorar muito para chegar ao fim. Talvez mais uns dois capítulo, mas isso depende da extensão que estou a tentar manter.
Sem mais delongas, boa leitura e desfrutem!



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Esperança

Quando levanto o rosto, vejo-o sorrir. A sorrir! Como é que é possível? Ele ia enlouquecendo e agora está a sorrir como se nada se tivesse passado! O seu sorriso desaparece e ele fica preocupado.

– O que é que se passa, Katniss?

– O que é que se passa, Peeta? – Levanto-me exaltada, largando as suas mãos com brusquidão. – Tu ias-te passar! Ias-te passar e estás agora a sorrir!

Ele levanta-se e aproxima-se de mim, mas eu afasto-me. Porém ele insiste até eu ir contra parede. Ele olha as minhas mãos e depois segura os meus pulsos com firmeza enquanto eu sinto que o meu corpo vai ceder a qualquer momento devido aos tremores. Depois levanta-me o rosto e encara-me com uns olhos sérios mas tão carinhosos ao mesmo tempo. – Será que não entendes, Katniss?

– Entendo o quê? – A minha voz sai entre um gemido trémulo e um abafo.

– Que és tu. – Olho-o confusa e ele mostra um sorriso enviesado lindo, que provoca mais um daqueles arrepios estúpidos, e o seu olhar sobre mim também não ajuda. – Tu és o motivo pelo qual eu volto. És o motivo pelo qual eu ainda consigo manter a minha sanidade e se eu me passar és tu que fazes com que eu volte ao normal. Desculpa se eu alguma vez te fiz sentir mal pelo aquilo que disse, ou se por alguma razão não te fiz sentir amada. Mas acredita, que tudo o que eu disse para te magoar, foi sempre culpa do Snow. Nunca, nunca tua! O verdadeiro Peeta continuava lá e lutava para voltar, por ti. Porque tu não merecias ouvir aquilo, apenas palavras de apoio que eu sabia que te poderiam ajudar. E depois eu culpava-me, porque era fraco, porque…-A sua voz começa a ficar embargada pelo choro, e as suas lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto. Os seus olhos estão tão tristes e doridos que um aperto enorme se apodera no meu peito. É uma sensação estranha, como se a sua dor fosse minha também – Tu nem sabes como eu me queria magoar quando pensava que te tentei matar! Ainda assim, fui voltando ao normal. Talvez não tão rápido como eu queria, mas tu foste um dos maiores fatores que me ajudou. Apesar de tudo o que te fiz, tu continuavas lá a tentar proteger-me. Quando eu pensei que tu terias desistido de mim, tu voltavas e estavas presente quando eu precisava. É por isso que sorrio, Katniss. Porque tu és o único motivo da minha felicidade.

Sinto as minhas lágrimas escorrerem-me pela face. O Peeta limpa-mas com as suas mãos e eu sinto-me tão protegida com o seu toque que não resisto ao impulso de o abraçar. Ao começar a falar, soluços começam a sair-me da garganta.

– Oh Peeta, eu não te mereço nem nunca vou merecer. Não entendo como uma pessoa como tu, pode gostar de uma pessoa como eu. – Quando sinto os seus braços envolverem-me, firmes e quentes, solto mais um soluço. Mas o calor dos seus braços acalma-me e consigo por fim parar de tremer. Da última vez que o abracei, nunca pensei que os fosse ter de novo, especialmente tão firmes como dantes. Nas noites de pesadelos, eles foram o meu único refúgio. E é tão bom tê-los de novo, que desejo ficar neles para sempre.

Encosto a minha cabeça no seu peito, e tento ouvir o batimento calmo do seu coração que sempre me acalmou, melhor que qualquer tipo de erva ou medicamento da minha mãe. Levanto o rosto e agora sou eu que envolvo o seu rosto nas minhas mãos, limpando-lhe o rosto com lágrimas.

– Eu desisti, Peeta. Desisti de ti, desisti de todos. – Confesso, porque não há qualquer razão para eu esconder a verdade dele - A minha única vontade era juntar-me ao meu pai, à Prim…Mas tu não, tu foste o único que nunca desististe. Sofreste o dobro ou sabe-se lá quanto mais do que todos nós e mesmo assim és o que mais incentiva e que mais faz para melhorar. – O meu peito enche-se com uma sensação de orgulho. O Peeta com todas as minhas certezas e incertezas é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Forte, persistente, leal, carinhoso, amigo, alegre, brincalhão, honesto e uma série de qualidades que agora não me vou dar ao trabalho de numerar.

Estive cega durante todo este tempo mas consigo por fim descortinar que ele é o único pedaço de vida a que me agarro. A única esperança que me resta. É uma sensação semelhante a estar presa num túnel escuro e sem saída e ele ser aquela luz, aquele raio de sol lá ao fundo, aquela mão que se estende e te puxa de novo para a vida e para a superfície. Por isso, não tento conter o que me vai na mente e no coração. Não quero voltar a esconder o que sinto.

– Tu és a minha única esperança, Peeta.

– E tu és a minha.

Tal como reagi ao impulso de o abraçar, faço o mesmo agora quando uma enorme vontade de o beijar aparece. O Peeta expressa-se pelas palavras, eu faço-o pelos gestos. Quando os meus lábios tocam os dele, imprimo tudo o que sinto no beijo. Parecem ser distantes aqueles momentos em que num dado momento da minha vida aceitei esse gesto como uma obrigação, mas que agora recebo com saudade e ânsia. Nem me dou ao trabalho de tentar descobrir a partir de que momento é que ter os lábios deles sobre os meus passou a ser tão importante para mim.

Os seus lábios recebem os meus num movimento suave e calmo, podia até dizer apaixonado. É aí que tenho a certeza que o velho Peeta voltou. Atormentado, mas mesmo assim, de volta. Para mim. Sinto o meu corpo reagir ao gesto. Tento memorizar o calor dos seus lábios e o sabor deles. Aquele calor que percorreu o meu corpo na praia, voltou e é uma sensação tão boa, que espero que fique comigo para sempre. Juntamente com o Peeta e com tudo o que ele me traz. Quando o ar falta, colo a minha testa na dele e sorrio.

– Ainda bem que o velho Peeta regressou. – Ele sorri e beija-me o nariz.

– Ele nunca desapareceu por completo, estava apenas escondido. – Ele afasta-se um pouco e entrelaça as minhas mãos nas suas – E se fossemos comer o jantar delicioso que eu preparei? É que já deve estar frio e eu estou cheio de fome.

Sorrio e concordo, porque já sinto a minha barriga roncar. – Claro. Vamos se o senhor Mellark é assim tão bom.

[…]

E não é mentira. O jantar está delicioso e não resisto à tentação de repetir. Quando terminamos, estamos ambos a afagar a barriga, cheios e satisfeitos.

– Amanhã de manhã vou visitar o Haymitch e gostava que viesses comigo. – Diz.

– Está bem. – Respondo. O Peeta olha-me um tanto surpreendido, mas não diz nada. Pouco tempo depois, levantamos a mesa e arrumamos a cozinha, mas desta vez surge aquele tipo de conversa que parece não ter fim. Daquelas que sempre que um assunto surge outro bem logo a seguir para o complementar.

– Está na hora de eu me ir embora. – Ele anuncia. Apercebe-me então de como o tempo passou a correr. Há quantos meses ou mesmo anos não tinha um serão tão agradável?

– Tem mesmo de ser? Podias passar aqui a noite…

Quero evitar ao máximo os pesadelos que a noite me traz, mas também não posso negar o medo que tenho de não o voltar a ver no dia seguinte. Quando tudo o que temos nos é tirado, aprendemos a não tomar as coisas como garantidas.

O Peeta sorri e entrelaça a sua mão na minha – Acho que é melhor não. Não achas que é melhor levarmos as coisas com calma? Já aconteceu muito por hoje. – Vejo nos seus olhos que também não se quer afastar, só que apesar de tudo tenho que concordar com ele.

Foi um dia longo para ambos e temos de ter a noção que o processo de reaproximação não se realiza numa questão de horas e com algumas palavras. É preciso voltar a reconstruir a nossa relação tal como se faz com uma casa. Primeiro fecham-se as fendas e as rachas, com calma para que o que é novo assente sobre algo sólido e forte. Apenas ai é que se volta a construir. Sem pressas, para que desta vez o resultado seja mais resistente que o anterior. Acima de tudo é preciso saber esperar, e depois de tudo, tempo é algo que não falta aos dois.

Pouco tempo depois, acompanho o Peeta até à porta. A luz do alpendre da minha casa reflete-se nos seus olhos, escurecendo o seu azul, mas realçando os contornos do seu rosto bem desenhado e maduro. Ele pode ter apenas dezoito anos, mas as circunstâncias em que vivemos tornaram-no num homem com uma noção sobre o que é a vida ainda muito cedo. E mesmo não dando grande importância, não posso deixar de reparar de como o perfil do Peeta é belo. Digno daquelas esculturas clássicas que remontam a um passado distante e que apenas tive a oportunidade de ver através de livros.

– Encontramo-nos amanhã de manhã ao pequeno-almoço? – Ele pergunta quase num sussurro, talvez com medo de que alguém nos ouvisse. Como se ainda estivéssemos a ser observados pelo Capitólio. Velhos hábitos são difíceis de perder. Aceno com a cabeça num sim. Ele sorri e em seguida despede-se – Até amanhã, Katniss.

– Até amanhã. – Quando ele se vira, apercebo-me que me esqueci de uma coisa. – Peeta. – Chamo. Dizer o seu nome em voz alta causa uma sensação de agrado dentro de mim e o tom da minha voz é doce, um tom que até então apenas usei com a Prim e rouco.

Ele vira-se novamente – Sim?

Aproximo-me rapidamente, para não me dar tempo de repensar nas minhas ações e abraço o seu pescoço. Espero que ele retribua o abraço e quando sinto os braços a envolverem-me, sinto o que foi uma faísca tornar-se uma chama, embora muito frágil. Só que não esperava sentir os seus lábios no meu pescoço, irradiando aquele calor quente e reconfortante que eu pensei que agora seriam apenas recordações.

Surgem-me algumas palavras na minha cabeça e estou tão bem neste momento que não me nego ao prazer de dizê-las. – É bom ter-te de volta. – A minha voz sai abafada, porque não me apetece afrouxar o abraço. – O 12 precisa de pessoas como tu.

O Peeta afasta-se ligeiramente, com olhos atentos e profundos, procurando por uma resposta. – Tu precisas de mim. Verdade ou mentira?

É como se neste momento fosse ele a ler nas entrelinhas. Parece que releu aquela frase na sua cabeça e descobriu o verdadeiro significado. Ele deve saber que é verdade, afinal já lho disse uma vez, mas depois lembro-me que estávamos na arena e que podem ter usado essa memória com o veneno das vespas-batedoras.

– Verdade.

Nessa noite, quando me deito pela primeira vez na cama, percebo que é demasiado grande sem uma Prim para me fazer companhia ou sem o corpo quente e a presença do Peeta para me proteger dos pesadelos.

Visto algo confortável para dormir e deito-me na cama. Minutos depois sinto as pálpebras pesadas e não faço qualquer esforço para as manter abertas, deixando-me levar pelo sono.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim, não?
Ficaria muito de receber um comentário, sei por expriência própria que grande parte limita-se a ler porque não sabe o que dizer, mas eu ficaria satisfeita com um bom capítulo ou mau capítulo. Uma palavra apenas chega-me.
Poderia postar todos já hoje, mas acho que será melhor deixar um mínimo de tempo entre eles. Em breve estará aqui o quarto, talvez amanhã se for essa a minha vontade.

Adeus :)



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