Victória narrando:

Peguei no sono... acordei com uma vontade imensa de vomitar. A primeira coisa que pensei foi: "puta merda!" Corri até um canto da praia e vomitei. Tava foda, precisava ir no médico.

Acordei meu pai e a Paula, e fomos pra casa.

Tomei banho, fiz minhas higienes, coloquei uma regata azul clara e um shorts preto com uma rasteirinha de couro, e fui até a farmácia.

Tava tremendo, nervosa demais, e enfim peguei um teste de gravidez. Fui até o banheiro, e fiz o teste. Deu positivo... estou grávida.

Comecei a chorar, chorar muito, tremer, e meu telefone começou a tocar, era o Vinícius. Nem atendi por que não queria me stressar.

Fiquei no banheiro chorando, mas o telefone tocou de novo, atendi. --'

xxx Início da Ligação xxx

– Oi princesinha - disse Vinícius.

– Que nojo. O que você quer?

– Quero saber como está.

– Estou grávida.

– E de quem é esse filho? Já que você fode com tanta gente?

Senti mais nojo ainda - Seu.

– Vou seu pai? - senti a emoção na voz dele.

– Vai, mas isso não quer dizer que você vai assumir isso.

– Então isso quer dizer que você não vai abortar? É 'ele', e não 'isso'.

– Que seja. Eu vou ter esse bebê, e você não vai olhar pra cara dele.

– Não pode me separar do meu filho.

– Ah, posso sim, e vou. Tchau.

xxx Término da Ligação xxx

Desliguei na cara dele mesmo, não tenho paciência. Fiquei pensando em como dizer isso para o meu pai, e cheguei a uma conclusão melhor: não vou dizer.

Limpei as lágrimas, molhei o rosto com água, e saí de lá. Joguei o teste no lixo. Fui andando de volta pra casa, e pedi pra Catarina ir na minha casa.

[...]

– Por que você está tão triste?

– Depois eu te conto.

– Quer ir em uma balada hoje pra se livrar disso, depois do trabalho?

A-D-O-R-E-I.

Fomos para o salão de beleza nos embonecar para a noite. Fiz uns cachos soltos no meu cabelo, mas a Cat deixou todo liso mesmo.

Tomei um banho demorado pra relaxar e deixar esses pensamentos irem embora. Fui de vestido curto para o trabalho, a Cat o mesmo.

[...]

Procurei o Raphael e não achei. Falei pras meninas e todas toparam em ir juntas. Coloquei uma saia colada preta e uma blusa-top floral, com meu salto alto preto e a Catarina um vestido colado vermelho chamativo demais.

Chegando na balada, primeira coisa que eu fiz foi pedir uma vodka. Virei de vez. A Cat e a Mariana pediram um também. Virei outro de vez. Pedi um copo e fui dançar com as meninas.

Bebi deemaaais, tava subindo em mesa para dançar, as meninas subiram e dançaram juntas. Dancei com vários garotos, tava muito bêbada, até que eu vi o Raphael naquela boate com uma garota. Fiquei encarando os dois, mas acho que não me viram.

Falei com as meninas quem estava ali, e fui no bar sozinha. Pedi mais um copo, minha visão estava embaçada demais. A última coisa coisa que ouvi foi um: "Victória?" e desmaiei.

[...]

Acordei dentro de um carro que ja conhecia... era o carro do Raphael.

– Vai me salvar todas as vezes?

– Se for preciso, sim.

Não respondi.

– Sei que não posso me intrometer na sua vida, mas o que você estava pensando hoje? Eu te vi lá... Nossa, Victória.

Revirei o olhar - Por causa de uns problemas, queria extravasar. É, você não pode mesmo se intrometer.

Ele não respondeu.

– Vou vomitar.

Imediatamente ele parou o carro e eu saí rapidamente do carro.

– Victória?

– O que?

– O quanto você bebeu?

– Eu sei lá, por que?

– Preciso te levar pro hospital... você tá vomitando sangue.

Olhei pra minhas mãos e estavam com sangue. Olhei pra ele com os olhos cheios de lágrimas.