Emma retomou seu trabalho na delegacia e David ficou como seu auxiliar, ele estava muito preocupado, pois haviam pessoas desaparecendo sem deixar nenhuma pista desde que Emma tinha ido acampar.

– Quais pessoas sumiram? – perguntou Emma.

– 3 anões, o Zangado, o Atchim e o Feliz, e duas pessoas que moram ali perto do porto – respondeu David.

– Mas não há nenhuma pista? Você já investigou?

– Sim, eles somem no meio da noite, eu já fui na floresta, no porto, não há nenhum vestígio deles.

A xerife foi na casa de cada um deles, procurou por qualquer pista ou ligação entre as vitimas e não achou nada, seu expediente acabou e ela se sentia exausta e inútil, queria ir pra casa e ficar com a sua morena mas havia o jantar, que requereria muita energia e paciência dela. Foi para a casa dos pais, preparou uma pequena mala com seus objetos e roupas mais indispensáveis, os levou para o carro sem Mary ver, tomou um banho para tentar relaxar, sem sucesso, e foi para o jantar, tentando pensar positivo. Ela ficou no banho mais do que deveria então quando chegou ao restaurante todos já estavam lá, inclusive Regina. Assim que entrou, Mary já puxou-a para um canto e falou:

– Eu não convidei a Regina, me desculpe, não sei o que ela faz aqui.

– Tudo bem Mary, ela é minha convidada de honra, tudo será explicado.

– Ahn? Como assim?

– Calma, daqui a pouco você vai entender, agora deixa eu ir cumprimentar o pessoal.

Emma cumprimentou a todos e foi para a mesa em que Regina estava, sentou ao lado dela, Henry tinha ido conversar com Archie.

– Oi amor.

– Sssh! Alguém pode ouvir – repreendeu Regina.

– Só não te dou um beijo aqui e agora por que ia ser um escarcéu haha. Por que essa carinha triste?

– Ninguém gosta de mim aqui Emma, ninguém sequer me cumprimentou, estou morrendo de medo do que farão depois da gente contar tudo.

– É que eles são meio rancorosos Gina, então depois que eles saberem da gente, eles vão ver como você mudou, talvez demore um pouco, mas eu estarei do seu lado, fica tranquila, tudo vai dar certo, e se não der nós teremos uma a outra do mesmo jeito, queria tanto te abraçar, mas vamos noticiar o povo primeiro.

– Não, calma! Deixa eles comerem, talvez fiquem um pouco mais bem-humorados.

– E passar o jantar inteiro sem poder te abraçar ou fazer um carinho, melhor não. Vamos Gina, seja forte, vamos lá – disse a loira, puxando sua morena pela mão até o centro do restaurante – Gente! Atenção! Atenção! Eu tenho um comunicado importante para dar pra vocês e eu quero silêncio.

Todos olharam para as duas que estavam ali em pé e esperavam por essa suposta grande notícia.

– Eu vou contar uma coisa pra vocês e eu não quero ouvir a opinião de ninguém, simplesmente achei importante comunicar vocês, então ouçam e saibam que vocês não poderão dar palpites nem mudar esta situação – começou a loira, Regina só a observava, suando frio – Eu estou apaixonada por uma pessoa, amo-a de um jeito indescritível, vou passar o resto da minha vida com ela, vou morar com ela a partir de hoje e gostaria que soubessem que seria muito bom se vocês aceitassem isso, mas se não aceitarem nada irá mudar.

– Como assim Emma? Quem é essa pessoa? Nós conhecemos? Você já vai morar com ela? Como assim? – indagou Mary, toda confusa e amedrontada.

– Se vocês conhecem? Sim, uma versão antiga dela, mas conhecem. E quem é essa pessoa? É essa aqui – respondeu Emma, puxando sua rainha pela cintura e dando um beijo quente e longo nela, para mostrar o quanto Regina era dela e ela era sua.

– O QUÊ?! DE JEITO NENHUM! VEM AQUI! – gritou Mary, empurrando Regina e puxando sua filha para longe dela – Ela é a EVIL QUEEN, vocês NÃO podem ficar juntas, eu não posso permitir nem aceitar isso, aposto que ela está usando um feitiço em você!

– PERMITIR? Você acha que eu preciso da sua PERMISSÃO?! Eu amo aquela mulher e não será você que vai mudar isso! – respondeu Emma, desvencilhando-se do aperto que sua mãe estava dando em seu braço.

– Mas ela destruiu nossas vidas! Mais de uma vez! Isso não está certo! Você é a salvadora! Ela não merece o amor, ela não merece um final feliz! Ela é terrível e sempre será – cada um naquele restaurante falava uma coisa, todos contra a Regina, olhavam com ódio pra ela, sem nenhum receio em ofendê-la.

– CALEM A BOCA TODOS VOCÊS! Eu não ligo pra nenhuma opinião e quero que vocês todos se FODAM, não sou obrigada a ficar aguentando isso, David, você pode ficar com o Henry?

– Sim, mas Emma...

– Ok obrigada, estou indo, amanhã eu te busco na escola garoto, é que preciso conversar com a sua mãe a sós hoje, vamos Gina – disse a xerife, dando um beijo na testa do seu filho, pegando na mão da morena e saindo de lá com ela.

Entraram no fusca da Emma, e assim que a loira pôs a chave na ignição Regina começou a chorar.

– Amor? Gina? Calma, vem cá. O que foi? – perguntou a xerife, abraçando sua rainha que chorava convulsivamente, e acariciando seus cabelos.

– Fo-foi horrível, e-eles me ode-odeiam tanto e agora a vo-você também – gaguejou Regina, se sentindo horrível por lembrar dos olhares de cada um pra ela, e saber que sentenciou Emma a ficar longe de todos eles também.

– Gina, não ligue pra eles, a gente sabia que não seria fácil, claro que eu não esperava tudo isso, mas eles vão acabar aceitando.

– Não, não vão. E-eles me odeiam de-demais.

– Vão sim, e enquanto isso não acontecer eu estarei aqui do mesmo jeito.

Regina ainda chorou por uns 10 minutos, ela se sentia fraca e não sabia o porquê, estava sensível, ela não deveria se importar tanto com tudo aquilo. Quando a morena se acalmou um pouco as duas foram para casa, se trocaram e foram comer alguma coisa.

– Vamos Gina, você não comeu nada.

– Não estou com vontade de comer, estou enjoada.

– Foi o stress desta noite, mas você precisa comer, você está com o rosto muito abatido amor.

– Eu não vou comer. Comer pra vomitar? Melhor não, mas pode deixar eu estou bem.

– Não você não está, vamos, come só um pouquinho.

– Não! Já disse que não vou comer! – irritou-se a morena, levantando da mesa e indo para o sofá.

Emma a seguiu, ela sabia que sua rainha não tinha feito aquilo de propósito, só estava esgotada e frustrada. A loira sentou-se ao lado de Regina, que olhou docemente para ela, encostou-se em seu peito e começou a chorar novamente.

– Isso Gina, desabafa, acho que será melhor assim – disse a loira, abraçando sua rainha bem apertado.

Regina chorou baixinho por uns 20 minutos no abraço da loira, que ficou calada só fazendo cafuné em sua rainha.

– Eu... não sei o que está acontecendo, por que eu estou chorando tanto? Eu não deveria me importar.

– Você mudou amor, qualquer pessoa boa se sentiria mal com toda aquela demonstração de ódio, e viu? Você é boa – respondeu a loira, dando um beijo terno e carinhoso na morena.

– Me desculpe, mas acho que não vai rolar a sessão Evil Queen esta noite, simplesmente não há clima, você me perdoa?

– Haha ok amor, a gente tem todo o tempo do mundo pra fazer isso outra hora.

– Acho que preciso de um banho, para relaxar um pouquinho.

– Eu vou ficar por aqui um pouco, já subo.

– Ok, até mais – disse a prefeita, dando um selinho na loira.

Regina foi em direção as escadas e começou a sentir uma estranha tontura, subiu cerca de três degraus, perdeu o equilíbrio e caiu.

– Gina? Tudo bem? Que barulho foi esse? – perguntou a loira, desligando a TV e olhando em direção a escada. Assim que percebeu que foi sua rainha que tinha caído, gritou e correu em sua direção.

– Gina? Gina? Me responde! Gina? – Regina não reagia aos tapinhas e chacoalhões que Emma lhe dava, então a loira pegou-a no colo, colocou-a no carro e voou até o hospital, e até lá Regina não havia acordado.