Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 6
Cormac !




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As próximas semanas se passaram tranquilamente. Hermione e Hugo tinham um relacionamento perfeitamente normal, o que era ótimo levando em conta que isso simplificava muito seu trabalho. Hugo, que antes era uma criança calma e comportada quando estava longe de outras crianças, agora parecia outro menino. Sempre que podia, Hermione ia com Gina ate o parque onde ela os conheceu, levava-o em shoppings e passava tardes assistindo desenhos animados e comendo guloseimas antes que Ron chegasse. A verdade é que ela se sentia bem com Hugo. Sentia-se bem sendo cumplice de suas travessuras, como se ela fosse criança novamente.

O período letivo já se aproximava e Hermione se sentia ansiosa para seu primeiro dia de universidade. Ron havia feito um acordo de dar a ela mais horas livres durante a semana e todo o final de semana disponível para se dedicar aos estudos. Hermione vinha ajudando tanto com Hugo que isso era o mínimo que ele poderia fazer. Ele também queria ficar mais com o filho, não queria que Hugo visse o pai como um homem que só tinha tempo pra trabalho.

— Hermione, não seja boba. – Dizia Ron. – Anda, vá de uma vez.

O dia de fazer a matrícula havia chegado e a verdade é que Hermione se esquecera completamente. Ron havia saído cedo para o trabalho como habitualmente fazia e Hugo já estava na escola. O grande problema é que Hermione teria que busca-lo dentro de algumas horas e não teria tempo de ir até a universidade. Pensou em pedir ajuda á Gina, mas Gina já estava em suas ultimas semanas de gravidez e ela não queria incomoda-la. Além disso, seu compromisso era com Ron, não Gina. Hugo era filho dele, afinal, então era a ele quem ela deveria recorrer. E assim o fez. Ron na mesma hora a pediu para tirar à tarde de folga para resolver suas pendencias e disse que voltaria para casa e ele mesmo buscaria Hugo.

— Mas, Ronald...

— Ele é meu filho, Hermione. Eu posso cuidar dele. – Insistia ele. – E eu vou ter que te pedir quantas vezes para não me chamar de Ronald?

— Me desculpe.

— Tudo bem, ande. – Ele já apressava Hermione para sair. – Você quer uma carona?

— Você tem certeza? – questionou mais uma vez.

— Santo Deus, você é teimosa mesmo. Sim, tenho certeza. Além do mais será ótimo passa uma tarde com meu filho. Deixo você na estação, tudo bem?

Hermione foi com Ron buscar Hugo na escola e ele a deixou na estação de metrô. Ron morava em Westminster, um bairro muito turístico de Londres. Ele insistiu em leva-la até a universidade, pois não era tão longe, mas ela o convenceu que seria melhor que ela fosse sozinha para aprender o caminho. Ele a deixou na estação de St. James Park e voltou para casa com Hugo. De fato era bem mais perto do que Hermione imaginava. Menos de 10 minutos depois e Hermione já desembarcava na Temple Station.

A King’s College London era um lugar encantador. Tinha um visual um pouco medieval e ao mesmo tempo muito moderno e bem cuidado. Do lado de dentro era ainda mais incrível. Dava a sensação de estar caminhando em um castelo e Hermione chegou até mesmo a fantasiar que estava caminhando pelo Palácio de Buckingham. Mas aquele prazer já estava se esgotando conforme ela via o tamanho daquele lugar.

— Santo Deus, esse lugar é imenso. – Disse ela para si mesma. Em suas mãos o bilhete com as instruções que deveriam ajuda-la a chegar até a secretaria já estava amaçado e desgastado.

— Olá. – cumprimentou uma voz que fez Hermione sobressaltar. – Precisa de ajuda?

Um rapaz alto, magro e louro sorria galantemente para Hermione. Ele era incrivelmente bonito. O típico homem que encanta qualquer mulher apenas com um sorriso.

— Ah, oi. – respondeu após alguns segundos de transe. – Obrigada, mas acho que posso encontrar sozinha...

— Ah, medicina? – perguntou ele já se inclinando para ler o papel nas mãos de Hermione. Ela chegou a se encolher com a proximidade. – Eu posso ajudar. Curso medicina também, segundo semestre. Sou Cormac. E você...

— Hermione.

— Pois bem, Hermione. Vou ajudar você. – Ele apoiou a palma de uma das mãos nas costas de Hermione e a guiou de volta para o mesmo caminho no qual ela havia vindo. – Você estava indo para o lado contrario.

Cormac acompanhou Hermione até a secretaria e de fato ela estava indo para o lado totalmente oposto. Ele mostrou a ela aonde ir e o que deveria fazer e, mesmo agradecendo pela ajuda do rapaz, ele não parecia ter a intenção de ir embora.

— Então você é de Bath? – Perguntou ele sentando ao lado dela enquanto Hermione aguardava ser chamada.

— Exato.

— E trabalha como babá em Westminster?

— Sim.

— Não me leve a mal, mas você não tem aparência de uma babá.

Hermione sorriu. Lembrou-se de quando Ron lhe dissera isso em sua entrevista de emprego.

— Tudo bem, também me assustei de inicio. Mas acho que não só me acostumei como também gosto. Hugo é uma criança maravilhosa e Ron... Ron tem me ajudado muito. Acho que mais do que eu a ele. Tenho receio de abusar porque Ron tem um coração enorme...

Ela não sabe se disse isso um pouco sonhadora demais, mas Cormac a olhava com um ponto de interrogação no olhar.

— Você e esse tal “Ron”...

— Ah, não. Não pense bobeira. Claro que não.

— Que ótimo. – Sorriu Cormac.

Cormac ainda ficou com Hermione durante todo o processo de matricula. Quando tudo já estava resolvido, ele ainda resolveu mostrar a ela o campus onde ela iria estudar, os melhores locais para lanchar e a biblioteca onde ela poderia estudar sempre que quisesse. Foi difícil conseguir se livrar da companhia do rapaz, mas ela inventara a desculpa de que deixara Hugo com a irmã de Ron e que estava atrasada para busca-lo e assim se despedira.

— Até logo então, Hermione. 

— Até. Obrigada pela ajuda.

— Uma pena não poder de convidar para um café. Mas vou cobrar essa ajuda algum dia.

 

Hermione deu um leve pigarro e sem responder o rapaz, se afastou a caminho da saída da Universidade.

Foi ótimo Ron ter buscado Hugo na escola e passado a tarde com ele. Hermione passou mais tempo do que gostaria para resolver tudo na universidade e teria sido torturante para Hugo se ela o tivesse levado. Já era fim de tarde quando ela chegou perto da casa de Ron, então decidiu passar no mercado e comprar algo para preparar um café da tarde. Ao chegar em casa, porém, Ron e Hugo tiravam um cochilo pesado no sofá da sala. Os brinquedos de Hugo ainda estavam espalhados pelo tapete e a TV estava ligada em um canal de desenhos. Hermione sorriu ao tentar pensar em quem realmente estava cuidado de quem naquela casa.

Sem acordar nenhum dos dois, Hermione foi até a cozinha preparar o café. Ela adorava café da tarde mais do que da manhã. Lembrava-se do cheiro de bolo e cookies de chocolate que sua mãe assava e de como ela gostava de ajuda-la a cozinhar. Decidiu então por fazer as receitas de sua mãe. Assou um bolo de laranja com casquinhas açucaradas em volta. Sua mãe lhe ensinara a untar a forma com açúcar que sempre deixava uma casquinha crocante. Assou também alguns cookies com gotinhas de chocolate que seu pai sempre amou. A tarde estava fresca. Era quase fim de verão em Londres, então Hermione achou melhor um suco de frutas para acompanhar o lanche. Enquanto separava as melhores frutas para o suco, uma voz a fez sobressaltar.

— Meu Deus, esse cheiro é maravilhoso. – disse Ron parado a porta. Seus olhos estavam fechados e ele parecia entorpecido com o cheiro. – Você está me deixando desacostumado. Eu não disse pra tirar o dia de folga?

— Isso é só um agradecimento.

— De nada. Muito de nada.

Hermione riu.

Ron se aproxima e se senta para observar Hermione enquanto ela prepara o suco.

— Sabe, quando eu penso no dia em que você vai nos deixar... Quer dizer, um dia você achará um lugar melhor com um salario melhor e... Acho que vai ser difícil, sabe?

Ela sorriu ao ouvir isso. Era bom saber que as pessoas te querem por perto, mesmo que profissionalmente.

— Bom, mas também pode acontecer de você não precisar mais de mim aqui. – ela disse.

— Enlouqueceu? – Ele parecia surpreso com o que ouvira e seu rosto assustado só fazia Hermione rir. – Isso não é possível.

— Ora, Ronald... Ron. Um dia você pode encontrar e se apaixonar por uma mulher incrível que cuide de você e do Hugo melhor do que eu, e de graça.

— Eu não costumo pensar muito nisso. – disse ele pensativo e logo voltando a realidade. – Mas ainda assim isso é mais difícil de acontecer, não é? Quer dizer, é mais fácil encontrar um emprego do que uma esposa.

— Certo. – concordou ela. – Mas... Eu gosto de estar aqui.

— E eu gosto que esteja. – Ron sorriu.

Curiosamente, ela não sabia dizer se foram as palavras de Ron ou o seu sorriso, mas ela sentiu seu rosto esquentar. Voltou sua atenção para as frutas que cortava para bater no liquidificador afim de não manter o contato visual.

— Então não acho que devemos pensar nessas coisas tão cedo.

— Ótimo. Então me conta, como foi lá?

— Onde? – ela estava com o pensamento longe enquanto Ron lhe perguntava.

— Sua matricula.

— Ah sim. Sim. Bom, foi ótimo. O lugar é imenso, achei que nunca acharia a secretaria, mas Cormac...

— Cormac? – questinou Ron.

— Ah, um rapaz grudento que me ajudou a encontrar a secretaria. Ele cursa medicina.

— Que raios de nome é Cormac? O que ele queria?

— Ah, eu não sei. – disse ela dando de ombros. – Achei que só iria me indicar o caminho, mas foi mais difícil me livrar dele do que pensei.

— Você não deveria deixar um estranho conduzir você.

— Bom, o que importa é que agora sou oficialmente uma universitária.

— Parabéns, doutora. – disse ele sorrindo, mas logo ficando serio novamente. – Mas não fique por ai falando com estranhos.

Quando tudo estava pronto, Ron acordou Hugo para comer junto com eles. O garoto parecia tão feliz quanto o pai. Eles não costumavam fazer um café da tarde, pois viviam sozinhos e Ron não sabia cozinhar. A senhora Weasley sempre lhes deixava algo para lanchar como bolos e pães, mas eles normalmente comiam pela manhã ou antes irem de dormir. Hermione anotou mentalmente um lembrete de sempre preparar cafés da tarde quando estivessem juntos.


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