Juntos pelo acaso. escrita por Hermione Granger


Capítulo 7
Festa de boas-vindas.




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Os últimos dias de agosto já se aproximavam. Hermione já se sentia ansiosa para o início das aulas que começariam no dia primeiro de setembro, mas seus pensamentos foram deixados de lado quando, ao final de agosto, Gina entrou em trabalho de parto. James nasceu dia 24 de agosto. A Sra. Weasley insistiu para filha ficar com ela n’A Toca após a alta hospitalar, mas a distância da casa de Gina até A Toca era tanta que não seria vantajoso para Harry e Gina não queria ficar longe do marido justo agora. Somente quando Hermione se propôs a ajudar Gina, foi que Molly ficou mais aliviada.

Hermione foi junto com Ron visitar Gina assim que James nasceu. Quando entrou no quarto de Gina, ela dormia profundamente após as exaustivas horas de trabalho de parto.

— Ah, que bom que vieram. Ela adormeceu a pouco, logo que amamentou James. – sussurrou Harry se levantando para cumprimentar Hermione e o cunhado e pegando Hugo no colo para dar-lhe um beijo. – Venham vê-lo.

Harry colocou Hugo no chão e os guiou até o corredor. Ele tinha o rosto sempre sorridente e Hermione chegou a pensou se não estaria com câimbra. Pararam ao chegar a uma grande janela de vidro que ocupada a parede de ponta a ponta. Do lado de dentro da sala, organizados simetricamente, havia vários pequenos leitos com vários bebês adormecidos em cada um deles. Se Harry pedisse para Hermione lhe dizer qual era James, ela não conseguiria responder mesmo que já o tivesse conhecido. Eles pareciam todos idênticos.

— Vejam. – Harry apontava para algum dos bebês. Ron sorria alegremente quando Hermione o olhou aparentemente contente por ter localizado o sobrinho sem esforço. Hermione tentou olhar na direção que Harry apontava, mas não ajudou. Harry pareceu ler seu pensamento. – Na terceira fileira, o quinto bebê.

— Uau, um Weasley de cabelos pretos. – comentou Ron, abobado.

— Deve ser porque ele também é um Potter. – comentou Harry. – Gina não fez sozinha. Eu ajudei bastante.

O sorriso de Ron murchou na mesma hora com o comentário de Harry, fazendo tanto Harry como Hermione rirem e levarem bronca da enfermeira por fazerem barulho em uma área cheia de crianças adormecidas.

Ron e Hermione não demoraram muito, já que Gina aparentemente não acordaria até a próxima mamada de James.

— Sua mãe fará um almoço de boas-vindas para James no sábado, depois que voltarmos pra casa. – disse Harry antes de se despedirem. – Isso é para você também, Hermione. Quero que vá. Assim pode ter a sorte de ver algum dos dois acordados.

Hermione ficara muito contente com o convide. Ela adorava Harry e Gina.  Ela aceitou o convite de bom grado e Ron e ela se despediram de Harry.

Hugo havia dormido no colo de Hermione e ela o colocou em sua cadeirinha no banco de trás do carro de Ron quando prosseguiram de volta para casa. Quando chegaram, Ron colocou Hugo para dormir enquanto Hermione fazia um chá para Ron e ela. Ele não pedira, mas ela sabia que ele chegaria a qualquer momento, guiado pelo cheiro de torradas que ela preparava.

— Você é algum tipo de bruxa? – perguntou ele entrando na cozinha. – Parece sempre saber quando estou com fome.

— Existe algum momento do dia em que você não esteja com fome? – debochou.

— Acho que já perdi todo o respeito. Você pareceu minha mãe agora. – Ron riu e se sentou a mesa, olhando Hermione enquanto ela colocava as fatias de pão da torradeira em um prato e pegava geleia de morango na geladeira que ela mesma fizera. Ela também sabia fazer geleias. Fizera a geleia há dois dias quando comeram panquecas com geleia no café da manhã. Ela também sabia fazer panquecas. Ela parecia saber fazer absolutamente tudo.

— Você esta bem? – Perguntou Hermione com um olhar meio confuso. Ron percebeu que estava sorrindo. Mas não um sorriso normal, era mais como um sorriso sonhador. Sentiu suas orelhas queimarem enquanto Hermione o encarava. Porque ele estava sorrindo só por causa de uma geleia?

— Se importaria de me ajudar a comprar um presente para James no sábado? – perguntou Ron tentando desviar do assunto.

— A claro, tudo bem. – Concordou Hermione.

Ron ajudou Hermione a limpar o que sujaram do café. Já estava virando um hábito ajuda-la, mas ele sentia que era o certo mesmo quando lembrava que ela estava em sua casa justamente para isso. Ele ainda ficou um pouco na sala assistindo tv depois que Hermione foi se deitar, mas quando começou a pegar no sono decidiu se deitar também.

 

 

— Da pra imaginar. Sou tio mais uma vez e parece que essa é a primeira. – dizia Ron animado.

Ron se sentia eufórico quando entraram em uma loja infantil no shopping na manhã de sábado. A loja era enorme. Vendia desde brinquedos caros e modernos como minicarros e mini motos, bicicletas e patinetes, até quebra-cabeças, massinhas e amoebas. Além de ter uma parte separada apenas para roupas de crianças de varias idades. Ron não sabia exatamente o que comprar para um bebê recém-nascido e Hermione estava tentando lhe ajudar

— isso deve ser incrível. Acho que nunca terei sobrinhos. – dizia Hermione enquanto passava os olhos entre as prateleiras de produtos infantis

— Bom talvez você se case com um cara que tenha um irmão ou dois. – Ele já se sentia exausto andando pelas prateleiras da loja sem ter a mínima ideia do que buscava. – Ou eu te empresto um dos meus sobrinhos. O que se dá pra uma criança que nasceu há três dias?

— Você deveria saber mais do que eu. Qual o tamanho de roupa para uma criança de três dias?

Ficaram mais de uma hora para encontrar o que comprar. Hermione não tinha experiência alguma no ramo, mas mesmo Ron que tinha, não tinha muita clareza do que comprar. Por fim compraram apenas macacões para recém-nascidos e torceram para que James crescesse logo para que pudessem comprar brinquedos legais. Que criança gosta de ganhar roupas, afinal?

Hermione comprou um boneco do Homem-Aranha para Hugo, que já parecia exausto com a caminhada, e ele ficou incrivelmente feliz.

Quando chegaram à casa de Harry e Gina, o Sr. Weasley já estava sentado em uma poltrona na sala admirando o neto que dormia tranquilamente em seu colo e a Sra. Weasley, como de costume, já estava na cozinha preparando o melhor dos almoços para sua família. Gina, que tentou inúmeras vezes ajudar a mãe na cozinha, foi obrigada por ela a ficar em repouso na sala junto a Harry, seu pai e seu irmão Gui, que chegara pouco antes de Ron e Hermione. Fleur, esposa de Gui, ajudava a Sra. Weasley na cozinha e Hermione lhes ofereceu ajuda. Hermione precisou insistir muito para que sua ajuda fosse aceita, pois Molly insistia para que ela ficasse com Gina, já que ela era visita. Acabou se oferecendo para fazer uma sobremesa. Hermione adorava cozinhar doces. Decidiu-se por fazer brownie de chocolate com frutas vermelhas para comer com sorvete de creme e um pudim. Ron adorava pudins.

Os outros irmãos de Ron chegaram quando o almoço já estava quase pronto. Hermione já acabara de preparar suas sobremesas e agora ajudava Fleur a limpar a louça que sujaram para fazer o almoço enquanto a Sra. Weasley finalizava a comida e Gina, cansada de repouso, arrumava uma mesa grande posta em seu jardim justamente para ocasiões em que sua família fosse almoçar em sua casa.

— Uai! – Exclamou Ron ao se sentar à mesa. – Vocês são as mulheres mais incríveis que eu já conheci.

— As mais incríveis que o seu estomago já conheceu. – disse Gina fazendo uma careta em reprovação para o irmão. - Você só diz isso pela comida.

— Você é muito ingrata, Gina. Devia pelo menos me agradecer pelo elogio.

— Ora, vamos crianças. Hermione, querida, sente-se com Ron. Isso. Fred, Jorge, há comida o suficiente para não roubarem do prato das crianças. Oh, Harry, me dê um meu pequeno James e se sente para comer. – Molly dava ordens para os convidados mesmo que a casa não fosse sua, o que era muito bom já que somente ela parecia ter domínio sobre todos ali.

Todos comeram maravilhosamente bem. Gina colocou James já adormecido em um carrinho de bebê ao seu lado para que a mãe pudesse comer tranquilamente. Todos comiam e elogiavam a comida preparada por Molly e Fleur, que aprendera a cozinhar com a sogra logo quando começou a namorar Gui. Quando a senhora Weasley anunciou que serviria a sobremesa, ninguém parecia mais animado do que Ron, nem mesmo as crianças e quando soube que fora Hermione que havia preparado e que ela fizera sua sobremesa favorita, ele ficou ainda mais feliz.

Quando a mesa de sobremesa estava posta, Ron colocou em seu prato um grande pedaço de pudim com caldas de caramelo, um pedaço de brownie e duas bolas de sorvete de creme com calda de frutas vermelhas em cima.

— Não deixe mamãe saber. – cochichou ele para Hermione. – Mas o seu pudim é o melhor que já comi.

— Ora Ronald, francamente. Você parece que nunca viu comida. – ralhou Gina ao olhar o prato do irmão.

— Além de um filho, você deveria ter um gato, sabe?! Pra cuidar das sete vidas dele e me deixar em paz. – retrucou Ron.

Hermione riu dos dois, Já se sentia muito à vontade entre os Weasley e até já se enturmara com Neville e Luna, que também compareceram ao almoço de boas-vindas a James e até mesmo tentaram combinaram de sair algum sábado à noite antes do início das aulas, mas como não teria com quem deixar Hugo, Ron os convidou para um jantar em sua casa.

— Prometo que te ajudo no jantar. – ele cruzou os dois dedos indicadores em forma de “x” sobre a boca. Às vezes ele achava que abusava muito de Hermione, nada mais justo do que ajuda-la.

— E você sabe cozinhar algo? – questionou ela

Ele pensou por um bom tempo antes de responder.

— Sei fazer ótimos ovos cozidos.

Hermione soltou uma gargalhada alta. Ron a fazia rir o tempo todo.

— Eu realmente acho que o Roniquinho te paga para rir das piadas dele. – disse Jorge se aproximando dos dois.

— Isso se chama inveja. – defendeu-se Ron.

— Isso se chama problemas psicológicos. – Disse Fred. – Não pensa mesmo em buscar uma ajuda especializada, Hermione?

— Eu acho Ron bem engraçado, também. – defendeu Luna com sua voz sonhadora. Ela comia tanto pudim quanto Ron.

— Por isso seu apelido é Di-lua. Você não é o melhor exemplo de uma pessoa normal, Luna. – disse Jorge. Hermione poderia ter considerado o comentário grosseiro, mas Luna realmente parecia estar sempre no mundo da lua ou em algum universo paralelo. Ela mesma nem ligava para a implicância dos gêmeos.

— Ah eu mal tive tempo de lhe agradecer. – Gina surgiu entre os gêmeos de encontro a Hermione e lhe envolveu em um abraço. – Obrigada pelo presente. Obrigada pela presença. Ah, e obrigada por esses doces maravilhosos.

— Ah! Está realmente delicioso, querida. – Disse a Sra. Weasley logo atrás de Gina.

— É uma ótima cozinheira. Se deu bem, filhão. – Sorriu o Senhor Weasley para Ron, erguendo seu prato de sobremesa. Ron sentiu as orelhas esquentarem novamente e torceu para Hermione não ter escudado o comentário do seu pai.

— Há quanto tempo você e Neville... – Hermione ia perguntar há quanto tempo Luna e Neville namoravam enquanto conversavam no jardim, depois do almoço farto, mas ao ver o rosto de Neville se transformar em uma grande bola vermelha, ela não concluiu sua pergunta.

— Luna e eu somos só amigos. – ele respondeu. Hermione não teve certeza, mas pensou ter visto um pouco de desapontamento no rosto de Neville.

— Me desculpe, eu...

— Não se desculpe. Todo mundo se confunde. – disse Luna parecendo um pouco alheia à conversa.

— Somos grandes amigos. – Disse Neville – E você, Hermione, algum namorado?

Ron virou-se para olha-la. Ele nunca conversava com ela sobre isso. Hermione tinha um namorado? Ele não se lembrava dela dizer que tinha um namorado.

— Bom, eu tive um quando morava em Bath.

— Você tem um namorado? – perguntou Ron parecendo não ter escudado o que ela disse.

— Não, eu TIVE. – ela repetiu. – Mas eu não sentia por ele o mesmo que ele por mim. Além disso, ele era calado demais.

— Nunca me disse sobre isso. – Ron parecia ofendido. Neville, Harry e Gina o encaravam, mas ele não notou.

— Você nunca me perguntou sobre isso.

— Isso é passado, de qualquer forma. – disse Harry cortando o assunto.

Ron ainda a olhava um pouco pensativo, mas logo desviaram o assunto e começaram a falar sobre as crianças. Na volta para casa, porém, Ron ainda se sentia um pouco curioso sobre o tal namorado de Hermione. Não que ele se incomodasse, mas sentia vontade de perguntar. Ele contara tudo sobre ele, ela não contou nada sobre ela.

— Então. – ele soltou um pigarro como se quisesse limpar a garganta. – Você e aquele seu namorado...

— Ex. – corrigiu Hermione.

— Ex. – repetiu ele. – Faz tempo que terminaram?

— Pouco tempo antes de vir para cá. Eu não queria vir presa a alguem. – explicou.

— E não sente falta dele?

— Seria ruim dizer que não? Quer dizer, ele é um cara legal e gostava muito de mim. Mas ainda não é ele, sabe?

— Entendo. – respondeu Ron. Não fez, mas questionamentos. Não achou necessário. Também não se achou no direito. Afinal, para que entrar nesse assunto agora?

Ambos prosseguiram o resto do caminho para casa em silencio, apenas ouvindo Hugo que brincava com seu boneco-aranha no banco de tras.


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