Danger escrita por Kohai


Capítulo 5
O5


Notas iniciais do capítulo

Yoo!~ Mais um capítulo pra vocês. ^^



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A sexta-feira sem Raven começou estranha para Add e Chung. Chegar pela manhã e não receber aquele típico "bom dia" do amigo era como se algo estivesse faltando. Mesmo com a companhia das meninas, realmente não era a mesma coisa sem Raven. Apesar disso, o período de aula foi calmo e sem problemas.

Na saída, Eve fez uma proposta:

– Por que não vamos ao fliperama? Todos estão com dinheiro, não estão?

– Mas é claro, Eve, eu adoraria! – exclamou Add.

– Opa, tô dentro! – sorriu Chung. – Estou precisando me distrair, mesmo!

– Né, depois de chorar as pitangas por causa do Raven ontem... – riu Rena.

– Hunf... – ele virou a cara, lembrando do ocorrido.

– Desculpem, mas hoje não posso. – disse Ara. – Eu prometi que treinaria com meu irmão hoje. Podem ir sem mim.

– Ah, Ara, que pena... – o loiro fez um biquinho. – Pelo menos me dá um beijinho de despedida?

Ela riu, batendo a mão no ombro dele.

– Você ainda não chegou nesse nível comigo, senhor Chung.

Add e as meninas deram risada, e Chung fez uma carinha triste.

– Ih, Chung, hoje não é seu dia de sorte! – debochou o albino.

– Tudo bem, tudo bem... Eu espero, hehe. Você vai com a gente na próxima, viu?

– Mas é claro. Divirtam-se!

O grupo se despediu de Ara e seguiu caminho para o fliperama. Ao chegarem, compraram uma pilha de fichas e foram procurar o que jogar.

– Olhem, uma máquina de dança... – apontou Add.

– Heh, sou muito bom nessas máquinas! – gabou-se Chung. – Quem vai querer competir comigo numa partida?

– Por que não vai você, Rena? – sugeriu a grisalha. – Você é boa nisso.

– Ah, estou um pouco enferrujada, acho que vou perder de lavada. – riu.

O loiro sacou duas fichas e jogou-as dentro da máquina.

– Então, desenferruja comigo, Rena! Vem, deixo você escolher a música e a dificuldade.

– Já que posso escolher, por que não?

Rena dirigiu-se até a máquina, escolhendo a música e a dificuldade. Chung, surpreso, perguntou:

– Por que escolheu hard como dificuldade pra desenferrujar, Rena?

– Eu posso jogar no hard sem problemas!

– Heh, então se prepare para enfrentar o mestre!

Enquanto Chung e Rena competiam na máquina de dança, Add e Eve foram procurar um jogo para se enfrentarem também. Ela o observava discretamente, até que o albino percebeu.

– Por que está olhando para mim, Eve?

– Eu percebi que você está mesmo usando o monóculo que eu te dei.

Add corou um pouco e sorriu, arrumando o monóculo no rosto.

– Mas é claro que estou. Você estava certa, eu fico bem de monóculo.

– Eu sempre estou certa, Mastermind. – gabou-se. Os dois riram. – O que acha de jogarmos aquele videogame?

Ela apontou, mostrando uma máquina antiga que exibia um jogo de luta.

– Oh, um game de luta? Não que eu queira me gabar, mas sou muito bom nesse game, hehe.

– Ah, é? – sorriu desafiadora. – Vai ter que provar.

– Isso é um desafio? – ele sorriu também.

– Claro. Se o grand Mastermind aceitar meu desafio, vou me sentir honrada.

Add empurrou duas fichas para dentro da máquina e desabotoou seu manto, ficando estranhamente mais sério do que o normal.

– Desafio aceito.

Os dois, então, iniciaram o jogo, escolhendo e seus personagens e começando a lutar. A grisalha escolhera uma personagem feminina, enquanto a escolha do albino havia sido um menino de pequeno porte. Batiam nos botões sem preocupação, manejando os personagens com maestria. Era um único round, por isso pareciam jogar como se aquela partida fosse definir o destino deles.

– Oh!

– Isso! Venci!

Com um pouco de vida sobrando, Add conseguiu nocautear a personagem de Eve. Sorridente, socou o ar duas vezes para comemorar sua vitória, e então arrumou o manto e sorriu calmo, estendendo a mão para sua adversária.

– Ótima luta, Nemesis.

– Hehe... Você provou que é mesmo um mestre nesse jogo, Mastermind. – sorriu.

Os dois apertaram as mãos e passaram mais algumas horas jogando, até ouvirem um resmungo vindo de longe. Voltaram para a máquina de dança e encontraram um Chung ofegante e uma alegre Rena.

– Agora sei porque te chamam de Wind Sneaker. – suspirou o loiro, cansado e jogado no chão. – Aai, minhas pernas...

– Obrigada pelas partidas, Chung! Acho que consegui desenferrujar, haha!

– VOCÊ ESTAVA MESMO ENFERRUJADA?! – gritou, zangado.

Todos riram do estado do Deadly Chaser, que rolava no chão por causa da dor nas pernas.

– Parece que o Deadly Chaser não teve a mesma sorte que você. – brincou Eve.

– É verdade, realmente não é o dia de sorte do Chung! – respondeu Add, entre risos.

– Parem de rir de mim, não consigo ficar em pé, porra! Como é que eu vou embora desse jeito?!

– Não se preocupe, eu carrego você. – disse a loira, pegando Chung nos braços.

– Quêê?! Eu não aceito ser carregado por uma mulher, isso fere meu orgulho! – corou. – Add, amigão, faz esse favor pro seu velho amigo!

– Desculpe, Chung, mas enquanto você estava enfrentando a Rena na máquina de dança, eu estava enfrentando a Eve no videogame, e meus braços estão doloridos. – ele moveu os braços com um sorriso sem graça. – Fico te devendo essa.

– Acho que não te resta escolha, Deadly Chaser. – riu a grisalha.

– Naaah... – ainda corado, ele agarrou-se ao corpo de Rena. – Vê se não me deixa cair, loira.

– 'Xá comigo!~

Os quatro foram embora do fliperama, combinando de deixar Chung em casa primeiro por ele não estar conseguindo andar. Várias pessoas na rua riram da situação do loiro, que escondia o rosto no peito de Rena. Ara teria adorado ver Chung corado, Add pensou.

Depois de deixarem o Deadly Chaser, Eve se despediu dos amigos e se foi sozinha. Agora só estavam Add e Rena. Ele iria deixá-la em casa antes de ir embora.

– Rena, a Eve nunca vai embora com vocês?

– Ela gosta de ficar um tempinho sozinha. – sorriu a loira. – Eve pode ser muito legal, mas ela sempre guarda um tempinho só para ela.

– Hehe, eu não podia esperar menos da Nemesis.

– Mas por que está me perguntando isso, Add? Sendo stalker da Eve, eu achei que você soubesse que ela sempre vai embora pra casa sozinha.

O Mastermind sentiu uma pedrada na cabeça com aquela palavra. Ele riu nervoso e respondeu-a:

– A-Ah, mas eu não sei tudo sobre ela, Rena! Tem coisas que não podemos saber até conhecer a pessoa.

– Você tem razão! Aliás, você é o primeiro menino que só quer amizade com a Eve, deve ser por isso que ela aceitou ser sua amiga!

Aquilo foi uma pedrada ainda maior. A Eve nem sabe que eu escondi meus verdadeiros sentimentos só para ser amigo dela!, chorou Add em seus pensamentos.

– Ah, sabe como é, eu não estou interessado em ninguém, mas acho a Eve sensacional, por isso eu quis ser amigo dela. E estou gostando muito de você e da Ara também.

– Nós estamos felizes por isso, hehe. – ela bateu a mão no ombro do rapaz. – Então você não está interessado em ninguém? Você é tão bonito e inteligente, e tem tantas meninas interessadas em você, mas você não quer nada com ninguém! Até parece a Eve desse jeito!

A única menina que eu queria que se interessasse por mim não se interessou, isso me entristece!, chorou de novo. Add, então, lembrou-se de repente do ocorrido de ontem, e que Raven havia dito como odiava Rena. Puxou levemente para aquele assunto, durante a conversa:

– Mas e você, Rena? Pelo jeito como você trata o Raven, você parece estar gostando dele.

– Ah, o Raven? – o sorriso dela enfraqueceu um pouco. – Bom, isso é meio complicado de dizer...

– Se você gostar mesmo dele, eu dou minha palavra que não conto!

– Você dá sua palavra?

– Sim, pode confiar em mim.

Os dois sentaram-se num banco que encontraram na rua. A loira respirou fundo.

– Eu não sei como colocar isso em palavras, Add...

– Leve o tempo que precisar, vou te ouvir.

Rena puxou-o para um abraço repentino, e Add ficou sem saber o que fazer. Seu monóculo teria caído se ele não tivesse o arrumado.

– O que foi, Rena?

– Ah, me desculpe. – ela soltou-o. – É que nos tornamos amigos a pouco tempo, mas você é mesmo diferente dos outros meninos, como a Eve disse.

– Ela disse isso sobre mim? – corou.

– Disse, sim! Bom, ela não disse nesse sentido. Ela disse que você é diferente porque além de admirador, é stalker,– pedrada na cabeça do Add. – mas estou vendo que você é um bom amigo também.

– Heh... Eu sempre procuro ser um bom amigo. – sorriu sem graça.

– Agora me sinto mais à vontade para falar.

Houve um silêncio antes da loira começar a falar.

– Eu gosto do Raven, sim, Add.

– Eu imaginei... O jeito como ele te trata deve te machucar bastante.

– Machuca, mas eu não queria que machucasse. – desviou o olhar. – Eu finjo que não ligo, mas no fundo, dói muito.

– Olha, Rena, não sei se eu deveria te contar isso, mas ontem, quando o Raven surtou, ele gritou que te odiava.

– Ah... – o sorriso dela se desfez completamente. – Eu já sabia disso.

– Já sabia? – o nerd ficou confuso. – Mas por que ele te odeia?

Rena apertou as mãos uma na outra, inquieta.

– Eu não fui visitá-lo no hospital quando ele perdeu o braço. – forçou um sorriso. – É por isso que ele me odeia.

Add arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

– É isso, mesmo?

– Sim, Add. – a loira levantou-se e o puxou junto. – Bom, você disse que não ia contar que gosto dele, então fique xiu, hehe! Vamos, a minha casa é aqui perto!

O albino a acompanhou e a deixou na porta de casa, indo embora logo depois. Estava pensativo, as palavras de Rena perturbavam sua mente.

– Ela não disse a verdade. – falou para si mesmo. – O Raven não a odiaria só por causa disso.

A ruiva acabara de chegar em casa, deixando suas coisas num canto da sala e indo direto para a cozinha. Respirou fundo de cansaço e esquentou uma comida qualquer, se pondo a comer.

– Já chegou, mana?

Um menino entrou na cozinha, acenando para Elesis. Era ruivo, carregava um semblante parecido com o da moça. Ele esquentou comida também, sentou-se ao lado dela e passou a comer.

– Olá, Elsword.

– Chegou meio tarde hoje, hein, mana? Estava arrumando a sala do conselho estudantil?

– Sim, hoje tinha muitas coisas para arrumar.

– Você é demais, mana, tem tanto trabalho e dá conta de tudo! – sorriu.

– Obrigada, Els. – sorriu de volta. – Se importa se deixarmos nosso treino para amanhã? Hoje estou muito cansada.

– Eu entendo, não se preocupe com isso! Aliás, hoje eu tenho um compromisso que não posso desmarcar.

– Ah, é? E qual seria?

– Finalmente consegui chamar aquela gatinha da minha sala pra sair, hehe. Vou levá-la no cinema!

– Ah, a Aisha. – o sorriso da ruiva tornou-se malicioso. – Espero que tudo fique bem.

– Vai ficar, vai ficar. Afinal, ela vai estar comigo, então estará totalmente segura!

– Não, ela estará em grande perigo justamente por estar com você. – riu.

Elesis não falava aquilo por querer ser uma irmã chata, mas sim porque conhecia seu irmão. Qualquer um que visse Elsword pensaria que ele era um delinquente. Não era para menos. Com os cabelos longos e arrepiados, brincos nas orelhas, correntes nos pulsos e uma tatuagem no braço, era óbvio que pareceria um delinquente. Não era um, porém, era tão rebelde quanto Chung conseguia ser. Elesis sabia que por onde seu irmão passava, o caos brotava.

– Calma, juro que vou ter juízo, mana!

– Acho bom, mocinho. – seu tom tornou-se sério. – Espero não ter que ficar te repreendendo. Você já tem catorze anos, está na hora de ser responsável, e acima de tudo, respeitoso com a menina que você gosta.

– Cavalheirismo não é meu forte, mas vou ser bastante gente boa com ela, eu prometo!

– Não estou falando de cavalheirismo, estou falando sobre sexo, seu tonto. Nem pense em tentar levá-la pra sua cama em menos de três meses, ouviu bem?

– Que isso, mana, eu sou virgem! – corou. – E eu não tô pensando em fazer isso com a Aisha, pô. Eu não amo ela, só tô afim dela!

– Eu só queria deixar isso claro para você, antes de cometer alguma besteira. – suspirou.

– Eita, você me assusta as vezes! Eu já te disse, mana, só vou fazer amor com a garota que eu amar. Quem sabe a Aisha não acaba conquistando meu amor, hum?

Era tão estranho ver seu irmão falando sobre amor. Um menino como ele nunca seria visto como um romântico.

– Confio em você, Els. Eu sei que por trás dessa aparência de delinquente, existe um menino respeitoso e amável em você. – riu Elesis.

– Hehe... – ele corou novamente. – A palavra de Elsword Sieghart, o Infinity Sword, sempre é mantida!

– Boa sorte no seu encontro, irmãozinho.

– Valeu mesmo, mana!

O ruivo saiu da cozinha saltitando, já indo pegar a chave para sair de casa.

– Você esqueceu de escovar os dentes.

– Ah, é, não vou encontrar a Aisha com a boca fedendo a peixe!


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Notas finais do capítulo

E então, povinho, gostaram? *w*



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