Antes de ir à escola, Will bebeu mais sangue de vampiro:

–Mãe, aonde você consegue esse sangue?-Will perguntou a mãe, que guardou a jarra com sangue na geladeira.

–Ah, eu consigo, ué!

–Nossa, entendi muito.

–Will, levante-se.

Will obedeceu a mãe, que pegou na sua mão e os dois ficaram na frente de um espelho, Cassandra pegou sua varinha em cima da cômoda:

–O que você vai fazer mãe?

–Te levar para um lugar.

Cassandra disse um feitiço e enfiou a ponta da varinha no espelho, que refletiu um mundo diferente do nosso, eles não entraram, apenas observaram tudo.

Will ficou maravilhado:

–Por que não nos mudamos para lá?

–Porque a mamãe foi expulsa por bruxaria. –Will ficou boquiaberto. –E também, você nunca mais iria ver a Elisabeth.

–O papai te contou?

–Sim, e mesmo que ele não me contasse eu iria saber, eu sempre acabo sabendo.

–Ui!

–Vamos, não quero que se atrase.

Will prestou bastante atenção no lugar em que a mãe guardou a sua varinha.

“Dentro da cômoda, maravilha.”

Beth não queria fazer o que o pai pediu, Brook pegava no pé dela, cutucava, ela tentava ignorar:

–Pare Brook, eu não aguento mais!-Ela disse a irmã.

–Eu sei, mas isso não me impedirá de continuar a te irritar.

Elisabeth tirou do bolso da bermuda um brilho labial, o passou nos lábios antes que a professora percebesse.

Will arquitetava seu “plano de sedução”, começou a jogar bolinhas de papel na frente da sala para tentar chamar a atenção de Beth, que ignorava.

Até que ele acertou na cabeça dela, que pegou a bolinha e olhou para trás, Will deu um sorrisinho.

–Idiota!-Beth disse, Will riu, ela jogou a bolinha, a professora viu.

–Elisabeth!

Beth olhou pra frente, Brook olhou pra trás, Will sorriu:

–Aquele garoto jogou primeiro!-Beth apontou para Will.

–Eu esperava um nível elevado de superioridade na senhorita, vai ficar de castigo... Will também.

–Já sou de casa, né?

A senhora Jonson voltou a passar o texto na lousa.

–Use seus poderes, Beth. –Brook disse no ouvido da irmã.

–Não, vou obedece-la, quero falar com aquele garoto.

–Decidiu que vai obedecer ao papai?

–Sem conversa Brook. –A professora interrompeu a conversa e voltou a passar o texto.

–Sim, agora tenho meus motivos.

Will esperava ansiosamente a professora sair para olhar outros alunos de castigo na sala ao lado.

Até que ela disse:

–Volto já.

Will sentou-se atrás de Beth e começou a chutar as pernas traseiras da cadeira em que a garota estava sentada, ela olhou pra trás, ele piscou e sorriu para ela que virou pra frente novamente.

Até que ela começou a virar a cabeça lentamente, Will parou e disse:

–Tudo bem, gatinha?

Olhos negros, olheiras e dentes afiados, Beth rugiu assustando Will, que se desiquilibrou e caiu pra trás.

Beth voltou ao normal e riu.

Brook apareceu na janela, Beth levantou e abriu a janela para a irmã, Will se ajeitava na cadeira:

–O que ela está fazendo aqui?-Will perguntou, ele pegou a touca do chão e a colocou.

–Uma visitinha!-Brook respondeu enquanto a irmã fechava a janela.

–Nunca mais me chame de gatinha, entendeu?

–Estou contando alguma mentira por acaso?

Brook sorriu para a irmã, que revirou os olhos.

–Vamos embora, Brook?

–Claro, tchauzinho, Will.

–Ei, eu vou com vocês!

–Ora, ora. –A professora disse, Brook colocou a mão na boca da mulher, Beth sabia o que a irmã ia fazer.

–Não faça isso, Brook!

–Ops!-Brook quebrou o pescoço da professora que caiu morta no chão, Will estava boquiaberto, Beth olhou a irmã com um olhar de “por quê?” e foi embora.

–Eu odiava essa professora.

–Então me agradeça.

Will balançou a cabeça, estava em choque, ele saiu de lá.

Brook revirou os olhos.

Beth entrou em casa batendo os pés bravíssima com a irmã, Alexander lia jornal, sentiu um ventinho na nuca da filha passando.

Brook em seguida, só que bem mais tranquila, ela tirou a touca e passou a mão no cabelo:

–Lindo o que você fez com aquela professora, vai ser uma assassina igual ao papai.

–Não encha o saco com suas visões... Só hoje, ok?

–Tá, pode ser. –Alexander sorriu para a filha, que já se dirigia para o quarto.

–Não se apaixone pelo garoto, isso é tarefa da sua irmã. Não fique tristinha, você consegue o garoto que quiser, sempre conseguiu. –Brook ouviu o pai dizer, ela olhou para cima irritada.

–Oi mãe. –Will fingia que algo de ruim não tinha acontecido.

–Por que demorou tanto?-Cassandra lia uma revista.

–Estava estudando.

–Com a senhora Edwards?

–Exatamente.

–Como é ter uma professora morta?

–O que?

Cassandra pegou o controle remoto sobre a mesinha de canto e ligou a TV, a notícia que uma professora de 55 anos foi morta com “golpes de artes marciais” já estava nos jornais.

Will ficou besta quando viu aquilo:

–Notícia ruim chega rápido, né?

–Will, eu te amo, mas o que você fez foi errado.

–Mas não fui eu, foi a Brook!

–Brook? Quem é Broo...

Cassandra passou a mão na cabeça, caiu sentada no sofá, Will, preocupado, sentou do seu lado.

“Não faça isso Brook?”

“Ops!”

“Eu odiava essa professora.”

“Então me agradeça.”

–O que foi mãe? Você me assustou.

–Essa garota que você disse é Brook Hauser?

–Sim, ela também tem uma irmã.

–Então fique longe delas.

–Por quê?

–Por que elas são filhas do Alexander.

–O que?-Will balançou a cabeça, ele não queria acreditar no que a mãe disse.

–É tarde demais não é? Vocês estudam juntos?

Will assentiu.

–Droga... Vá para o seu quarto, depois nós conversamos.

Will levantou, mas parou para pensar, queria entrar naquele mundo em que a mãe foi expulsa, só que teria que usar seus poderes com ela:

–Mãe.

–Sim.

Nervosismo, e se ele falhasse e tivesse que explicar porque estava encarando-a?

–Você vai me mudar de escola?

–Não sei, vou pensar.

Ele não foi para o quarto dele, mas sim para o porão, ele estranhou a porta estar aberta, mas mesmo assim entrou e procurou pela varinha da mãe na gaveta da cômoda.

Não a achou, tirou a touca e coçou a cabeça, até sentiu um perfume e ouviu passos, era a mãe, ele congelou:

–Procurando algo?-Cassandra perguntou, Will virou lentamente e deu um sorrisinho.

–Não, eu só...

–Você não vai entrar naquele lugar tão cedo.

–Mas não era isso que eu queria...

–Não minta para mim Will.

–Então pare de me esconder quem você é!

–Eu já lhe contei grande parte do meu passado não é o bastante?

–Não, acabei de descobrir que estudo com as filhas do seu inimigo, fui transformado em algo que não sei o que é capaz de fazer... –Will baixou o tom. –Não é só a você que o Alexander quer o mal não é?

–Will...

–Ele está atrás de mim também?

–... Claro que não!-Cassandra colocou as mãos na cabeça, fez careta, como se sua cabeça fosse explodir.

–O que foi mãe?