Híbrido escrita por Rayssa P
Inglaterra, 2016.
Tudo parecia tão tranquilo... Cassandra na maior paz do mundo, enquanto Dalila curtia seus últimos momentos com Venceslau, que enganava a todos que pensavam que ele era filho dela com seu rostinho de vinte e um.
Até que em uma noite chuvosa, a porta bateu, Dalila foi abri-la para ver quem era, mas foi impedida por Cassandra:
–Não, eu estou com um pressentimento ruim. -Ela disse a Dalila.
–Eu abro se escondam. -Venceslau disse as duas bruxas o obedeceram.
Elas se esconderam na cozinha, ouviram a porta se abrir:
–Olá, quem é o senhor?-Elas ouviram Venceslau dizer.
–Não importa, é aqui que Cassandra mora?-Era Alexander, Cassandra engoliu em seco.
–Não, primeiro me diga quem é o senhor.
Elas ouviram um barulho, Dalila deu uma espiada, ela arregalou os olhos e olhou Cassandra chocada:
–Ele matou Venceslau. -Ela disse, lágrimas caíam.
–Maldito!-Cassandra disse. -Eu vou lá.
–Não, eu vou. -Dalila disse, Cassandra tentou impedi-la, mas era tarde demais, ela tinha se transformado e ido até Alexander.
–Nossa, que estrago!
–Eu disse que a sua vida seria um inferno.
Dalila voltou a sua forma real.
–Posso cuidar das suas filhas?
Alexander matou Dalila com uma facada, assim como matou Venceslau e foi embora, Cassandra congelou, foi até Dalila:
–Dalila!-Ela chamou pela amiga.
–Fique com o meu livro de feitiços... -Dalila sussurrou, Cassandra começou a chorar.
–Não, eu não posso, eu sou das trevas, só trago desgraça!
–Não importa você me ensinou que a vida era muito mais do que vender maças e esperar a morte... -Dalila fechou os olhos e morreu, Cassandra fez careta iniciando um choro mais intenso.
Ela ficava mexida toda vez que se lembrava de seu passado obscuro, toda vez que se lembrava de Dalila e Venceslau, de todo mal que fez... Mas ela tinha duas outras prioridades:
–Cassandra, tudo bem?-Cauê a abraçou por trás, beijou a sua bochecha, Cassandra tinha encontrado o grande amor de sua vida.
–Sim, eu estava lembrando-se de um negócio.
–Ah... Vamos dormir, estou exausto.
Cassandra sorriu para Cauê e foi dormir junto a ele.
Ela ouviu um grito, era William, ela sentia que era, por isso foi até o quarto do filho.
Abriu a porta lentamente:
–Will, meu filho. –Cassandra disse aflita.
William estava sentado numa cadeira no meio do seu quarto, seus olhos estavam completamente negros, olheiras, cabelos bagunçado e completamente perturbado.
Cassandra foi até ele, pegou em suas mãos frias e olhou nos seus olhos que transmitiam terror:
–William, eu quero te ajudar, quero ser feliz com você. –Ela disse a ele.
Will voltou ao normal.
–Eu também quero mãe!-Ele se transformou. –Mas eu não quero!-Tudo o que se via era a escuridão, tudo o que se ouvia era o rugido do lobisomem.
...E ela acordou.
Cassandra foi até o quarto do filho, que dormia tranquilamente.
Ela pisou numa coisa peluda, era a touca de William, Cassandra a pegou.
Ela sentou-se do lado do filho e passou à mão nos seus cabelos, Will tinha um sono pesado.
Cassandra, aliviada por saber que o filho estava bem, foi dormir.
William era um jovem saudável e “normal” de dezesseis anos, era um dorminhoco, mas tinha escola cedo:
–Oi mãe. –Ele disse ainda deitado, de olhos fechados.
–Como sabe?-Cassandra perguntou.
–Eu sinto o cheiro do seu perfume.
–Nossa como o meu filho é esperto.
–Não é esperteza, são poderes.
–Quer levantar e se arrumar para a escola?
–Por que eu tenho que ir a escola, escola é para humanos medíocres. –William levantou da cama.
–Eu quero fingir que somos humanos medíocres, pode ser?
–Não, não pode.
–Pare com a malcriação e se arrume.
William procurou por sua touca com as cores do reggae, ela era a sua marca registrada, junto com seus piercings e seu estilo despojado.
Seu cabelo marrom, seus olhos amarelo e violeta arrancavam suspiros das meninas e seu jeito marrento arrancava ódio e cabelos dos professores, esse era William Araripe:
–Atrasado!-O professor Albert disse a ele.
–Sua aula é tão interessante, me dói o coração saber que eu cheguei atrasado!-Will disse sarcástico.
O comentário rendeu risadas.
–Isso mesmo continuem a achar bonito o que ele faz!-Albert estava furioso em plena primeira aula.
Ele foi se sentar no seu lugar no fundo da sala com seus amigos valentões e batedores de carteiras:
–Começou o dia bem, hein, Will?
William riu, ele tirou a touca, bagunçou os cabelos com as duas mãos e o levou pra trás.
–Pois é a vida é bem mais divertida com bom humor.
–Senhor Araripe. –Albert chamou por Will.
–Sim, querido professor.
Os amigos de Will riram baixinho.
–Já que é tão superior, me responda uma pergunta.
–Responderei até mil por amor ao senhor!
Risadas, Will seria um ótimo comediante.
–Mas já, professor Albert?-O diretor Brown perguntou.
–O senhor me desculpe, mas essa... Essa... Essa criatura! Esse moleque me irrita!
–O senhor Araripe tem algo a declarar?
William fez cara de desentendido.
–Não acredite nesse moleque!
–Mas eu não disse nada...
–Não, cala a boca!
William deu de ombros e ajeitou-se na cadeira.
–Pois bem, os dois voltem pra sala.
–O que? Você não fará nada?
–Os pais de William serão chamados e aí o senhor poderá conversar com os dois.
O senhor Albert sorriu vitorioso, Will revirou os olhos:
–Virou rotina chamar meus pais e não me avisaram?-Ele zombou.
–Enquanto o senhor não parar de levar tudo na brincadeira, pode ir se acostumando com muita atenção.
–Nossa, que medo do diretor. –Will levantou e foi em direção à porta.
–Tudo resolvido pessoal! Os pais do herói de vocês serão chamados. –O senhor Albert falou com alegria.
Em plena sexta-feira, Cauê e Cassandra foram até a escola do filho depois da aula:
–Eu não aguento mais ver a cara de derrotado do Albert, mãe!
–Pois encare isso como um castigo.
Cauê estava quieto demais, olhava para o lado desconfiado, sentia o cheiro de algo estranho, e o cheiro se tornava mais forte.
Era o diretor de Will, Cauê o fitava.
Depois de muita conversa, eles finalmente foram embora:
–Não sabia que o seu novo diretor era vampiro. –Cauê disse ao filho.
–Eu achei que estivesse ficando louco, mas agora tenho certeza. –Will disse.
–Posso saber sobre o que os dois estão conversando?-Cassandra perguntou.
–Nada não, é uma conversa de pai pra filho, amor.
–Ui!
Cauê beijou a esposa.
–Senhor Araripe. –O diretor chamou por Cauê, que abria a porta do carro para a esposa.
–Sim?
–Acho que o senhor esqueceu-se de algo.
–Do que eu me esqueci?
William congelou quando viu o diretor Brown se transformar, Cassandra o puxou para se esconder.
Pelos dentes afiados e pronto, Cauê transformou-se numa fera:
–Mãe, eu vou lá!
–De jeito nenhum!
–Eu não vou ficar aqui me escondendo!
Will transformou-se, era como o pai, só que um pouco menor:
–William!-Cassandra gritou.
Will rugiu para a mãe.
–Não adianta você não vai! Eu quero que você se sinta protegido.
–Mas eu não quero!-Will disse, Cassandra se assustou, foi como no pesadelo.
Will correu veloz entre os carros até que encontrou o pai e o diretor Brown lutando, Cauê viu o filho:
–William fuja!-Ele gritou.
–Não!
O diretor foi pra cima de Will, que o jogou pra longe, em cima de um carro preto, o garoto foi atrás do homem.
Cauê, desesperado, foi atrás do filho, mas sua busca foi interrompida por Cassandra:
–Cauê. –Ela chamou pelo marido.
Cauê foi até ela.
–Eu vou atrás dele, fique aqui, pode ser perigoso.
–Não, eu vou com você.
Cassandra pulou nas costas de Cauê e dois foram atrás do filho.
O pior (na cabeça de Cassandra) tinha acontecido, William tinha matado o vampiro com a sua mordida fatal, Cassandra desceu das costas do marido, que voltou ao normal, e olhou chocada o filho.
Will estava com a boca ensanguentada, o diretor Brown caído no chão morto, o garoto olhou os pais assustado e fugiu velozmente.
Cassandra entrou em desespero:
–Eu devia ter segurado ele com todas as minhas forças!-Ela disse, lágrimas caíam.
–Cassandra, eu comecei tudo, não foi culpa sua!-Cauê disse.
–Foi sim, Cauê!
Cauê abraçou a esposa.
–Vamos esperá-lo em casa, o menino é mais independente que gato, sabe o caminho de casa, eu ensinei. –Ele beijou a cabeça dela. –Ele vai voltar Cassandra.
William vagou numa floresta, estava nervoso.
Eu o matei!
–Eu nasci para ser um monstro?-Ele perguntou a si mesmo.
Ele andou pela floresta mais um pouco até que chegou num posto de gasolina.
Loja de conveniência. Ele tirou do bolso a sua touca e limpou a boca, agora as listras verde, amarelo e vermelho estavam sujas de sangue.
Ele colocou a touca e entrou, tinha um bocado de dinheiro, foi à procura nas prateleiras empoeiradas por doces.
Comprou suas porcarias favoritas e foi para casa.
Cassandra quando viu o filho e o abraçou, Will beijou a cabeça da mãe e subiu para o quarto com a sacola de porcarias na mão.
O estacionamento da escola estava destruído, seria um prejuízo enorme, mas o que importava para Alexander era a maleta do diretor Brown, eles foram grandes amigos.
Na maleta tinha tudo o que ele precisava saber sobre William Araripe.
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