Híbrido escrita por Rayssa P


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509603/chapter/4

Inglaterra, 2016.

Tudo parecia tão tranquilo... Cassandra na maior paz do mundo, enquanto Dalila curtia seus últimos momentos com Venceslau, que enganava a todos que pensavam que ele era filho dela com seu rostinho de vinte e um.

Até que em uma noite chuvosa, a porta bateu, Dalila foi abri-la para ver quem era, mas foi impedida por Cassandra:

–Não, eu estou com um pressentimento ruim. -Ela disse a Dalila.

–Eu abro se escondam. -Venceslau disse as duas bruxas o obedeceram.

Elas se esconderam na cozinha, ouviram a porta se abrir:

–Olá, quem é o senhor?-Elas ouviram Venceslau dizer.

–Não importa, é aqui que Cassandra mora?-Era Alexander, Cassandra engoliu em seco.

–Não, primeiro me diga quem é o senhor.

Elas ouviram um barulho, Dalila deu uma espiada, ela arregalou os olhos e olhou Cassandra chocada:

–Ele matou Venceslau. -Ela disse, lágrimas caíam.

–Maldito!-Cassandra disse. -Eu vou lá.

–Não, eu vou. -Dalila disse, Cassandra tentou impedi-la, mas era tarde demais, ela tinha se transformado e ido até Alexander.

–Nossa, que estrago!

–Eu disse que a sua vida seria um inferno.

Dalila voltou a sua forma real.

–Posso cuidar das suas filhas?

Alexander matou Dalila com uma facada, assim como matou Venceslau e foi embora, Cassandra congelou, foi até Dalila:

–Dalila!-Ela chamou pela amiga.

–Fique com o meu livro de feitiços... -Dalila sussurrou, Cassandra começou a chorar.

–Não, eu não posso, eu sou das trevas, só trago desgraça!

–Não importa você me ensinou que a vida era muito mais do que vender maças e esperar a morte... -Dalila fechou os olhos e morreu, Cassandra fez careta iniciando um choro mais intenso.

Ela ficava mexida toda vez que se lembrava de seu passado obscuro, toda vez que se lembrava de Dalila e Venceslau, de todo mal que fez... Mas ela tinha duas outras prioridades:

–Cassandra, tudo bem?-Cauê a abraçou por trás, beijou a sua bochecha, Cassandra tinha encontrado o grande amor de sua vida.

–Sim, eu estava lembrando-se de um negócio.

–Ah... Vamos dormir, estou exausto.

Cassandra sorriu para Cauê e foi dormir junto a ele.

Ela ouviu um grito, era William, ela sentia que era, por isso foi até o quarto do filho.

Abriu a porta lentamente:

–Will, meu filho. –Cassandra disse aflita.

William estava sentado numa cadeira no meio do seu quarto, seus olhos estavam completamente negros, olheiras, cabelos bagunçado e completamente perturbado.

Cassandra foi até ele, pegou em suas mãos frias e olhou nos seus olhos que transmitiam terror:

–William, eu quero te ajudar, quero ser feliz com você. –Ela disse a ele.

Will voltou ao normal.

–Eu também quero mãe!-Ele se transformou. –Mas eu não quero!-Tudo o que se via era a escuridão, tudo o que se ouvia era o rugido do lobisomem.

...E ela acordou.

Cassandra foi até o quarto do filho, que dormia tranquilamente.

Ela pisou numa coisa peluda, era a touca de William, Cassandra a pegou.

Ela sentou-se do lado do filho e passou à mão nos seus cabelos, Will tinha um sono pesado.

Cassandra, aliviada por saber que o filho estava bem, foi dormir.

William era um jovem saudável e “normal” de dezesseis anos, era um dorminhoco, mas tinha escola cedo:

–Oi mãe. –Ele disse ainda deitado, de olhos fechados.

–Como sabe?-Cassandra perguntou.

–Eu sinto o cheiro do seu perfume.

–Nossa como o meu filho é esperto.

–Não é esperteza, são poderes.

–Quer levantar e se arrumar para a escola?

–Por que eu tenho que ir a escola, escola é para humanos medíocres. –William levantou da cama.

–Eu quero fingir que somos humanos medíocres, pode ser?

–Não, não pode.

–Pare com a malcriação e se arrume.

William procurou por sua touca com as cores do reggae, ela era a sua marca registrada, junto com seus piercings e seu estilo despojado.

Seu cabelo marrom, seus olhos amarelo e violeta arrancavam suspiros das meninas e seu jeito marrento arrancava ódio e cabelos dos professores, esse era William Araripe:

–Atrasado!-O professor Albert disse a ele.

–Sua aula é tão interessante, me dói o coração saber que eu cheguei atrasado!-Will disse sarcástico.

O comentário rendeu risadas.

–Isso mesmo continuem a achar bonito o que ele faz!-Albert estava furioso em plena primeira aula.

Ele foi se sentar no seu lugar no fundo da sala com seus amigos valentões e batedores de carteiras:

–Começou o dia bem, hein, Will?

William riu, ele tirou a touca, bagunçou os cabelos com as duas mãos e o levou pra trás.

–Pois é a vida é bem mais divertida com bom humor.

–Senhor Araripe. –Albert chamou por Will.

–Sim, querido professor.

Os amigos de Will riram baixinho.

–Já que é tão superior, me responda uma pergunta.

–Responderei até mil por amor ao senhor!

Risadas, Will seria um ótimo comediante.

–Mas já, professor Albert?-O diretor Brown perguntou.

–O senhor me desculpe, mas essa... Essa... Essa criatura! Esse moleque me irrita!

–O senhor Araripe tem algo a declarar?

William fez cara de desentendido.

–Não acredite nesse moleque!

–Mas eu não disse nada...

–Não, cala a boca!

William deu de ombros e ajeitou-se na cadeira.

–Pois bem, os dois voltem pra sala.

–O que? Você não fará nada?

–Os pais de William serão chamados e aí o senhor poderá conversar com os dois.

O senhor Albert sorriu vitorioso, Will revirou os olhos:

–Virou rotina chamar meus pais e não me avisaram?-Ele zombou.

–Enquanto o senhor não parar de levar tudo na brincadeira, pode ir se acostumando com muita atenção.

–Nossa, que medo do diretor. –Will levantou e foi em direção à porta.

–Tudo resolvido pessoal! Os pais do herói de vocês serão chamados. –O senhor Albert falou com alegria.

Em plena sexta-feira, Cauê e Cassandra foram até a escola do filho depois da aula:

–Eu não aguento mais ver a cara de derrotado do Albert, mãe!

–Pois encare isso como um castigo.

Cauê estava quieto demais, olhava para o lado desconfiado, sentia o cheiro de algo estranho, e o cheiro se tornava mais forte.

Era o diretor de Will, Cauê o fitava.

Depois de muita conversa, eles finalmente foram embora:

–Não sabia que o seu novo diretor era vampiro. –Cauê disse ao filho.

–Eu achei que estivesse ficando louco, mas agora tenho certeza. –Will disse.

–Posso saber sobre o que os dois estão conversando?-Cassandra perguntou.

–Nada não, é uma conversa de pai pra filho, amor.

–Ui!

Cauê beijou a esposa.

–Senhor Araripe. –O diretor chamou por Cauê, que abria a porta do carro para a esposa.

–Sim?

–Acho que o senhor esqueceu-se de algo.

–Do que eu me esqueci?

William congelou quando viu o diretor Brown se transformar, Cassandra o puxou para se esconder.

Pelos dentes afiados e pronto, Cauê transformou-se numa fera:

–Mãe, eu vou lá!

–De jeito nenhum!

–Eu não vou ficar aqui me escondendo!

Will transformou-se, era como o pai, só que um pouco menor:

–William!-Cassandra gritou.

Will rugiu para a mãe.

–Não adianta você não vai! Eu quero que você se sinta protegido.

–Mas eu não quero!-Will disse, Cassandra se assustou, foi como no pesadelo.

Will correu veloz entre os carros até que encontrou o pai e o diretor Brown lutando, Cauê viu o filho:

–William fuja!-Ele gritou.

–Não!

O diretor foi pra cima de Will, que o jogou pra longe, em cima de um carro preto, o garoto foi atrás do homem.

Cauê, desesperado, foi atrás do filho, mas sua busca foi interrompida por Cassandra:

–Cauê. –Ela chamou pelo marido.

Cauê foi até ela.

–Eu vou atrás dele, fique aqui, pode ser perigoso.

–Não, eu vou com você.

Cassandra pulou nas costas de Cauê e dois foram atrás do filho.

O pior (na cabeça de Cassandra) tinha acontecido, William tinha matado o vampiro com a sua mordida fatal, Cassandra desceu das costas do marido, que voltou ao normal, e olhou chocada o filho.

Will estava com a boca ensanguentada, o diretor Brown caído no chão morto, o garoto olhou os pais assustado e fugiu velozmente.

Cassandra entrou em desespero:

–Eu devia ter segurado ele com todas as minhas forças!-Ela disse, lágrimas caíam.

–Cassandra, eu comecei tudo, não foi culpa sua!-Cauê disse.

–Foi sim, Cauê!

Cauê abraçou a esposa.

–Vamos esperá-lo em casa, o menino é mais independente que gato, sabe o caminho de casa, eu ensinei. –Ele beijou a cabeça dela. –Ele vai voltar Cassandra.

William vagou numa floresta, estava nervoso.

Eu o matei!

–Eu nasci para ser um monstro?-Ele perguntou a si mesmo.

Ele andou pela floresta mais um pouco até que chegou num posto de gasolina.

Loja de conveniência. Ele tirou do bolso a sua touca e limpou a boca, agora as listras verde, amarelo e vermelho estavam sujas de sangue.

Ele colocou a touca e entrou, tinha um bocado de dinheiro, foi à procura nas prateleiras empoeiradas por doces.

Comprou suas porcarias favoritas e foi para casa.

Cassandra quando viu o filho e o abraçou, Will beijou a cabeça da mãe e subiu para o quarto com a sacola de porcarias na mão.

O estacionamento da escola estava destruído, seria um prejuízo enorme, mas o que importava para Alexander era a maleta do diretor Brown, eles foram grandes amigos.

Na maleta tinha tudo o que ele precisava saber sobre William Araripe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Híbrido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.