Híbrido escrita por Rayssa P


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

A pedido de AkumaKun, o 3º capítulo de Híbrido... O que será que a jovem Cassandra vai aprontar?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509603/chapter/3

Inglaterra, 1787.

Anoiteceu Cassandra não tinha para onde ir, teve que contar com a humildade de alguém.

Bateu na porta de várias pessoas, ninguém quis acolhe-la, por dentro, Cassandra sentia-se agradecida, deixou desgraça por todos os lugares que passou, a vida de Samuel poderia ter sido poupada, não, não era culpa dela, mas ela mesmo assim se sentia culpada.

Até que uma senhorinha, a senhorinha das maças vermelhinhas e a jovem encontraram-se novamente:

–Pensei que nunca mais ia te ver!-A senhora disse, Cassandra sorriu.

–Eu não tenho para onde ir. -Cassandra disse a senhora deu um sorrisinho.

–Você pode ficar aqui, mas antes de tudo... Meu nome é Dalila, e o seu?

–Cassandra.

–Muito prazer Cassandra, entre.

Cassandra entrou na pequena e aconchegante casa de Dalila, que morava com o seu marido Venceslau:

–Venceslau encontrei uma bruxinha.

Venceslau olhou Cassandra e sorriu:

–Acho que a senhorita é a bruxa mais linda que eu já vi.

–Obrigada.

–Ah, então é assim? Fala na minha cara que a menina é linda?

Venceslau riu, Cassandra olhou para Dalila que revirou os olhos.

A senhora mostrou o quarto simples que Cassandra ficaria, a jovem sentou-se na cama e em seguida deitou, fechou os olhos e ouviu a risadinha de Dalila:

–Nossa você deve ter andado tanto hoje.

–Nem me fale. -Cassandra disse ainda de olhos fechados.

–Aonde você quer chegar?

–Não sei, estou procurando uma coisa que me roubaram.

–Por que não procura algum feitiço que lhe ajude no seu livro de feitiços?

–Eu estou procurando o meu livro de feitiços, um vampiro o roubou.

–O que?! Venceslau que me perdoe, mas esses vampiros deveriam queimar no sol.

Cassandra abriu os olhos, olhou para Dalila, que estava sentada em uma cadeira do seu lado e perguntou:

–O que Venceslau tem haver com isso?

–Você não percebeu? Ele é um vampiro.

–Você tem um filho vampiro?

Dalila riu:

–Marido vampiro. -Ela corrigiu.

–Ele não é muito jovem para a senhora?

–Tenho cinquenta e ele cento e dois, acho que a jovem demais sou eu.

Cassandra encontrou um motivo para voltar a rir verdadeiramente.

–Papai, a mamãe está estranha. -A pequena Elisabeth disse ao pai.

–Como assim estranha Beth?-Alexander perguntou.

–Ela está... Como o senhor...

–Como eu?

–Sim, pálida e com cara de malvada... E muito gelada.

Alexander sorriu para a filha.

–Um dia você e sua irmã serão "estranhas" como nós...

–Alexander. -Eleanor disse de repente, ela estava séria, tinha ouvido o que Alexander tinha dito a Beth.

–Sim, meu amor. -Alexander disse calmamente.

–Podemos conversar?

Alexander beijou a testa de Beth e Brook, que estava no colo da irmã.

–Como assim "um dia você e sua irmã serão estranha como nós"?!

–Você acha mesmo que eu não transformarei Brook e Beth...

–Não continue, pois isso nunca acontecerá, eu não vou deixar! Nossas filhas serão puras.

–Ah, que pena, tudo bem, elas serão puras... A não ser que...

–Você e seus "a não ser que"! Fale logo.

–A não ser que elas já tenham nascido vampiras.

Alexander levou um tapa no rosto.

–Nossa, quanta força!-Alexander provocou a esposa que estava furiosa com ele.

–Isso não é possível! Minhas filhas não serão vampiras.

–Por que em vez de ficarmos discutindo não observamos o comportamento delas?

Eleanor bufou.

–Tudo bem, mas me prometa que não fará nada.

–Eu prometo.

Eleanor beijou Alexander, talvez um beijo fizesse o senhor Hauser obedecer à esposa?

–Cassandra, acorde. –Dalila passou a mão nos cabelos da jovem, que acordou e bocejou.

–Bom dia. –Disse Cassandra, Dalila sorriu para ela.

–Está com fome?

–Muita.

–Dormiu bem?

–Sim.

–Então venha tomar café!

Eleanor parou de se preocupar com as mudanças que aconteciam com ela para observar as filhas. Elisabeth era a que dava mais sinais o que preocupava a sua mãe e alegrava ao pai, Brook era um bebê, Eleanor e Alexander nem prestava muita atenção nela, a preferida dos dois era Beth, eles poderiam amar Brook, mas não tanto quanto amavam ela.

Anos passaram-se, Cassandra sabia de tudo... Hora da vingança:

–Muito obrigada por me emprestar o seu livro de feitiços. –Cassandra disse a Dalila.

–Quando eu morrer fique com ele. –Dalila disse a Cassandra.

Ela já tinha visto aquele olhar de Dalila em outra pessoa.

–Dalila, pare de falar besteiras. –Cassandra folheava o livro rapidamente.

–Não, eu sinto que vou morrer.

Cassandra parou de folhear o livro de feitiços e olhou a amiga:

–Vai demorar muito até você morrer, entendeu?

Dalila balançou a cabeça, Cassandra a abraçou e beijou a sua testa.

Cassandra acabou encontrando o feitiço que queria, iria trocar de corpo com Dalila para ser a nova babá da família Hauser.

Digamos que a antiga babá das meninas tenha morrido misteriosamente, ela foi encontrada morta num matagal, diziam que ela foi esfaqueada, mas eu acho que vocês sabem a real causa da morte dela:

–Eu já não te disse que não se pode passar tanto tempo sem beber sangue?-Alexander disse a Eleanor, que arrumava a cama calmamente, nem parecia à mesma Eleanor que assassinou uma mulher inocente.

–Pois é, eu já bebi sangue, não bebi?-Eleanor estava muito mudada, estava como Alexander, mas não tão fria.

Alexander revirou os olhos.

–Quem vai cuidar das meninas quando não estivermos com tempo?

–Quer que eu chame outra babá?

–Nossa você está com tanta sede assim?

Eleanor não gostou nada da piada de Alexander.

–Espalhe logo todos saberão. –Ela disse.

–Eles estão precisando de uma babá? Por que, o que aconteceu com a outra?-Venceslau perguntou.

–Parece que ela morreu misteriosamente, ninguém sabe como, ninguém sabe por quê. –Dalila respondeu, ela piscou para Cassandra.

–E o que as duas bonitas estão planejando contra os Hauser?

–Nada, absolutamente nada. –Cassandra respondeu.

–Espero que seja verdade, não quero confusão.

Acho que já vou indo. –Dalila disse depois de tomar café, mas não era ela, era Cassandra.

–Vai trabalhar?-Venceslau perguntou.

–Sim. –Dalila levantou e foi em direção à porta.

–Mas e o meu beijo?-Dalila congelou, virou e olhou Cassandra (Dalila), que assentiu.

Ela beijou a bochecha de Venceslau, que acabou lhe roubando um beijo.

Dalila (Cassandra) mesmo sem graça sorriu para o “marido”.

–Nossa como soube tão rápido que precisávamos de uma babá?-Eleanor perguntou a Cassandra.

–Eu soube... –Cassandra respondeu.

–Não sei você me lembra de alguém.

–Isso é ruim?

–Não, é que...

–Eu estou contratada?

Eleanor já tinha visto essa ousadia em outra pessoa antes.

–Entre, preciso fazer perguntas a você.

–Responderei todas não tenho nada a esconder.

Passaram-se meses, tempo suficiente para Cassandra ganhar a “confiança” de todos os Hauser, era a hora de tirar a máscara:

Cassandra tem certeza?-Dalila perguntou, ela perseguia Cassandra que pegava suas coisas apressada para ir trabalhar.

–Pela milésima vez, eu tenho Dalila. –Cassandra disse.

–Não quero que se machuque...

Cassandra, como um metamorfo, transformou-se num “clone de Dalila”.

–Eu não vou me machucar, eu vou machucar.

Cassandra beijou a testa de Dalila e foi embora.

–Acho que a babá vai atrasar. –Eleanor disse.

–Vou dar uma volta. –Alexander disse.

–Vai aonde?

–Caçar.

–Só mate estranhos, tudo bem?

–Tudo bem.

Horas depois, Cassandra chegou ainda como Dalila:

–Desculpe a demora senhora Hauser.

–Tudo bem, foi bom passar o tempo com as minhas filhas.

–é sempre bom passar o tempo com quem amamos, podem ser os nossos últimos momentos.

Eleanor franziu a sobrancelha e em seguida deu risada do que a mulher disse.

Quando chegaram à cozinha, Eleanor teve a grande surpresa:

–Sentiu a minha falta?-Cassandra disse assustando Eleanor.

–Não é possível!-Eleanor disse.

Cassandra riu.

–Você matou a minha filha, sua vadia!

–Nossa, que boquinha suja!

Eleanor foi pra cima de Cassandra, bateu nela até que ela conseguiu revidar, Cassandra pegou a cabeça de Eleanor e a bateu na mesa de jantar várias vezes.

A baixaria acabou quando as duas ouviram uma voz familiar:

–Eleanor. –Era Alexander.

Eleanor jogou Cassandra para o lado, ela caiu sentada numa cadeira que por pouco não caiu pra trás.

Alexander olhou Cassandra, o peito dela subia e descia, como o da esposa:

–Eu sabia você foi morta com muita facilidade. –Alexander disse.

–Você disse que ela tinha morrido!-Eleanor gritou.

–Ele é um cego de amor, e você, idiota, acredita nele!-Cassandra disse.

–Eu vou acabar com ela! E depois com você Alexander!

–Só depois do acerto de contas que eu tenho com Alexander. –Cassandra levantou.

–Será um prazer te matar novamente. –Alexander foi pra cima de Cassandra, pegou no seu pescoço e apertou.

–Alexander, eu acho que eu tenho mais motivos para matá-la. –Eleanor disse Alexander, que se divertia ao ver Cassandra tentar se livrar da morte olhou Eleanor e sorriu.

–À vontade. –Alexander disse.

Ele soltou Cassandra, que tossiu e deu uma risadinha:

–Não existe nada que possa me matar. –Cassandra disse.

–Duvido. –Eleanor disse.

–Quer tentar?

Eleanor fez o mesmo que Alexander fez com a bruxa, só que desta vez ela conseguiu escapar e fazer flutuar uma faca, que foi em direção a Eleanor, Alexander, pela primeira vez na vida sentiu medo e desespero:

–Opa! Acho que sou só eu e você Alexander Hauser. –Cassandra disse.

–Eleanor não tem nada haver com isso!-Alexander disse.

–Mas você a ama e a melhor forma de te atingir são matando ela.

–Você poderia ter evitado tudo isso, por que matou a minha filha?!-Eleanor perguntou.

–Eu não tive escolha... –Cassandra olhou Alexander. –E nem chance de me explicar, eu nunca tive o luxo de ser alguém na sociedade, vivia fugindo de tudo e de todos desde que nasci.

–Sofia era inocente...

–O velho e a mulher que vocês mataram também eram. –Cassandra cortou Eleanor.

–Eleanor, ela não entenderá a sua dor, ela é só uma mal amada e nunca vai amar alguém como você amou Sofia. –Alexander disse, uma lágrima caiu do rosto de Cassandra.

–Se é assim, eu não preciso ter compaixão pela senhora Hauser.

A faca acertou em cheio o coração de Eleanor, que caiu no chão já sem vida, Alexander engoliu em seco, Cassandra limpou a lágrima com as costas da mão:

–Eleanor?-Alexander perguntou pela esposa, Cassandra estava séria o observando, ela pegou as suas coisas.

–Te vejo daqui a cem anos. –Alexander sussurrou no ouvido de Eleanor.

–Quando vai ser o enterro? Chame-me. –Cassandra disse friamente, Alexander fez um olhar perfurante para ela, depois voltou a olhar Eleanor.

–Pode ir, mas saiba que daqui pra frente sua vida será um eterno inferno, até que eu saiba como te matar.

Alexander ouviu a risada de Cassandra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem, não esqueçam de comentar. Obrigada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Híbrido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.