Híbrido escrita por Rayssa P


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o segundo capítulo!



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Inglaterra, 1787.

Depois de cinco anos que tudo aconteceu, Alexander tomou uma decisão, queria que Eleanor fosse eterna, por isso, a transformou:

–Beth e Brook são tão lindas. -Eleanor disse ao marido enquanto os dois apreciavam a vista que a nova casa os proporcionava.

Alexander a abraçou por trás, com as mãos na sua cintura, Eleanor sorriu:

–Nós vamos ser felizes para sempre. -Ele disse a ela.

–Até os meus últimos dias?-Eleanor perguntou.

–Creio que isso nunca aconteça. -Disse Alexander, Eleanor riu.

Ele cheirou o pescoço dela, sentindo o cheiro de seu sangue e de seu perfume, ela sentiu um arrepio depois uma mordida.

Alexander soltou Eleanor antes que perdesse o controle.

Eleanor colocou a mão no pescoço, sua mão voltou ensanguentada, ela entrou em desespero:

–O que você fez comigo?-Ela perguntou.

Alexander limpou a boca com a manga da blusa, seus olhos começaram a voltar ao normal:

–Nós... Vamos ser eternamente felizes ao lado de nossas...

–O que você é?!-Eleanor perguntou assustada.

–Eu sou o monstro que você temia quando criança. -Respondeu Alexander, ele sorriu para Eleanor mostrando seus dentes afiados, ela começou a se afastar.

–O que você fez comigo? Eu vou morrer?-Eleanor perguntou.

–Não, você será como eu, meu amor. -Alexander tentou se aproximar da esposa, mas ela sempre se afastava.

Cassandra tossia, tinha voltado a vida, respirar novamente era algo estranho, sentir o coração batendo era assustador, era a primeira vez que ela ressucitou.

Foi encontrada por um senhor, que lhe acolheu, Cassandra tornou-se muito grata a ele.

Enquanto dormia, a jovem tinha sonhos, lembranças.

"Mãe, quando vamos parar de nos esconder?"

"Filha, eu vou morrer."

"Não mãe, a senhora não vai morrer!"

"Vou sim, é assim que as coisas são para as bruxas das trevas."

"Não fale isso mãe!"

"Mas isso nunca acontecerá com você, eu prometo."

Cassandra acordou assustada, seu peito subia e decia, suas mãos tremiam.

Elanor viu seu corpo mudar, toda vez que abraçava as suas filhas ficava cada vez mais com sede de sangue, mas tentava resistir, não queria de jeito nenhum ser como Alexander, que a tentava:

–Não quer um pouco de sangue?-Alexander provocou, Eleanor colocou o pente que penteava os cabelos sobre a penteadeira.

–Eu não serei o monstro que você é. -Eleanor disse.

–Mas se continuar sem saciar a sua sede nós vamos acabar perdendo as nossas filhas. -Alexander disse, Eleanor foi pra cima dele, pegou no seu pescoço e apertou.

–E não quer ser o monstro que eu sou?-Alexander provocou mesmo estando em uma situação não tão boa.

Eleanor o soltou, ela estava se achando o máximo por ter força para erguer o marido de 1,90 de altura:

–Como você arranja sangue?-Eleanor perguntou, Alexander sorriu.

–Como a senhorita foi parar de baixo da terra?-O senhor perguntou a Cassandra.

–Não sei, mas deve ser uma história tão longa. -Respondeu Cassandra.

–Quando eu bebia eu respondia a mesma coisa. -O senhor, que se chamava Samuel, brincou, fazendo Cassandra rir.

–Aqui?-Eleanor perguntou a Alexander, eles estavam escondidos num beco à noite.

–Sim, é perto de bar, vários bêbados passam por aqui. –Alexander explicou, Eleanor revirou os olhos.

–Eu ainda acho mais fácil matar a babá das meninas. –Disse Eleanor, Alexander, que olhava atento para ver se alguma pessoa passava, olhou Eleanor surpreso.

–Céus, Eleanor!-Alexander disse, ele sorriu.

–Que demora...

Alexander atacou um homem, um senhor, Eleanor congelou ao ver o marido sujo de sangue:

–Você não estava com sede?-Alexander perguntou.

–Sim, mas...

–Então venha antes que eu beba tudo. –Alexander sorriu mostrando os dentes sujos de sangue.

Eleanor ajoelhou perto do homem, Alexander o segurou, Eleanor se transformou.

Fica linda de qualquer jeito, Alexander pensou.

Ela pensou que provar do sangue de alguém seria nojento e ruim, mas na verdade ela gostou.

Cassandra estava preocupada com a demora de Samuel, ele disse que ia ao bar e voltava logo.

“Você não estava com sede?”

“Sim, mas...”

“Então venha antes que eu beba tudo.”

“Eleanor.”

“Cassandra.”

“É uma menina.”

“Parabéns.”

“Você é uma bruxa.”

Cassandra sentou-se no banco assustada, a Cassandra de 1782 tinha voltado, agora com sede de vingança.

No dia seguinte, Eleanor se sentia bem melhor, mais forte, mais inteligente, tão inteligente que veio na sua cabeça que Alexander podia ter a feito esquecer momentos, pessoas, xeque-mate:

–Alexander. –Ela chamou pelo marido, que penteava os cabelos preto-petróleo na frente do espelho.

–Sim?-Alexander perguntou.

–Quando eu era humana... Você... Usava-me?-Eleanor perguntou.

Ele parou de pentear os cabelos.

–Que bom que perguntou.

–Alexander, sim ou não?

–Sente-se na cama, por favor. –Alexander pediu, Eleanor assentiu.

Ele sentou-se do lado da esposa:

–Provavelmente você não gostará do que eu fiz. –Alexander disse.

–Eu já não gostei de ser transformada e agora depender de sangue. –Eleanor disse.

Silêncio.

–Lembra-se de quando nos conhecemos, Eleanor?

Eleanor tentou lembrar-se, mas não conseguiu.

–Não.

–Você não me amava.

Eleanor entrou em choque.

–O que?

–Você não me conhecia, nem sequer sabia o meu nome, eu a olhei de longe e foi amor a primeira vista, eu precisava tê-la, Eleanor.

–Você não tinha o direito!

–Eu sei, mas vejamos pelo lado bom, nós tivemos duas lindas filhas!

–O que mais você me fez esquecer?-Eleanor perguntou.

–Deite na cama. –Alexander pediu, sem querer, soou malicioso.

–Alexander, não é hora para isso. –Disse Eleanor, que estava nervosa e constrangida ao mesmo tempo.

–Não é isso que está pensando.

–Eu não confio mais em você.

–Eu prometo que não farei nada de ruim.

–Se você tentar se aproveitar de mim de novo eu arranco a sua garganta.

Eleanor deitou na cama, Alexander colocou a mão na testa da esposa e olhou nos seus olhos.

“Bem, eu sou muito bem casada, como pode ver, Alexander é um homem muito ocupado e quase não aparece aqui...”.

“Aonde a senhora quer chegar?”

“Entendi, o senhor Hauser deve ser muito importante para a senhora.”

“Cassandra.”

“Sofia, é um lindo nome.”

“Alexander, ela nos deixou.”

“Você é uma bruxa.”

“Bruxa? Eu?”

“NÃO!”

Eleanor arregalou os olhos:

–Sofia... –Ela disse.

–Cassandra, aquela bruxa desgraçada matou a nossa filha. –Alexander disse.

–Por que me fez esquecer-se disso?-Eleanor perguntou.

–Porque eu não suportei ver quem eu amo triste, eu matei a bruxa para vingar Sofia.

Silêncio, Eleanor não sabia mais se estava na realidade ou em um sonho, foi transformada em vampira, matou um homem, descobriu que teve uma filha morta por uma bruxa e de repente... Esqueceu, e viveu uma vida cheia de memórias apagadas por um homem que a fez amá-lo, será que o que ela sentia pelo senhor Hauser também era uma mentira?

–Alexander... Você ainda está me hipnotizando, me fazendo amá-lo?-Eleanor perguntou.

–Não, eu juro, eu parei há anos, eu pensei que me deixaria, mas na verdade, você acabou me amando por conta própria.

–E a bruxa? Ela morreu mesmo?

–Creio que sim.

Cassandra foi até o lugar que foi enterrada para ver se achava algo que Samuel não encontrou, ia voltar a fugir como fazia com a mãe. Visões, visões e visões. Uma mais aterrorizante que a outra que faziam a jovem ter mais ódio de ser o que era.

Esse era o preço de ser diferente.

–Ela não tinha algo de precioso?-Eleanor perguntou a Alexander.

–Um livro de feitiços, eu escondi muito bem por segurança, não o deixei na Suíça. –Alexander respondeu.

–Como assim “por segurança”?

–Bruxas são pragas, uma família de pragas, sempre que uma morre as outras vão atrás dos seus livros de feitiços, uma “herança” e assim ficam mais poderosas.

“Escondi muito bem por segurança...”.

“Livro de feitiços...”.

“Não o deixei na Suíça.”

Desgraçado! Cassandra pensou, ela colocou as mãos na cabeça confusa e farta daquelas vozes na sua mente.

–E o que você fez com o corpo de Cassandra?

–O enterrei aqui, mas bem longe de nós.

–Por isso a pressa em se mudar?

Alexander deu um sorriso de canto de boca que fez Eleanor automaticamente sorrir também, mas ela ainda estava brava com ele por isso desfez o sorriso imediatamente.

.-Não tem nenhuma chance de Cassandra voltar?-Eleanor perguntou.

–Não, a não ser que... –Alexander olhou para a esposa e ficou em silêncio.

–A não ser que?-Eleanor estava curiosa e tensa.

Alexander sorriu, abraçou a esposa e beijou sua testa tentando acalmá-la:

–Não tem nenhuma chance de Cassandra voltar, meu amor. –Ele disse a ela, que estava desconfiada.

–Tem certeza?

–Absoluta.

–Não quero uma bruxa vingativa atormentando nossas vidas, já somos anormais demais.

Eleanor ouviu a risada do marido, o que a fez enrubescer e ficar mais tranquila.

“Não tem nenhuma chance de Cassandra voltar, meu amor”, bem, eu acho que tem sim, até porque Alexander novamente enganou a amada esposa, pois não suportaria ver seu amor sofrer e tudo mais.

Vampiro que se apaixona está pedindo para ter uma vida ainda mais medíocre e infeliz.

Cassandra foi até o centro da cidade, Samuel lhe mostrou todos os lugares muito antes de... Ser morto.

Procurar por seu livro de feitiços lhe deu fome, umas frutas seriam uma boa pedida estavam com uma cara ótima, mas... Com que dinheiro?

Será que a senhorinha com cara de madrasta da Branca de Neve iria nos ensinar que as aparências enganam ou talvez ela fosse mesmo do mau?

–Olá?-Cassandra foi o mais gentil que pode, só tinha olhos para as maças vermelhinhas (envenenadas?).

–Olá moça bonita. –A senhorinha disse, Cassandra sorriu.

–Eu estou com fome, muita fome.

–Oh! Será que as minhas maças mágicas saciarão sua fome?

A senhorinha piscou para Cassandra... A jovem tinha encontrado outra bruxa:

–Como sabe que eu...

–Conheço uma irmã bruxa quando vejo desespero nos seus olhos violetas.

Cassandra sorriu.

–Eu não tenho dinheiro, posso...

–Mas é claro!

Cassandra ganhou três maças e com uma mordida saciou sua fome. Enquanto comia ouviu um comentário da bruxa que mexeu com ela:

–Ficou sabendo do homem morto ontem? Estava quase sem sangue no corpo... Deviam queimar não só as bruxas, mas os vampiros também.

Cassandra ficou em silêncio.

–Não, não foram vampiros que fizeram aquilo.

–Não seja ingênua, menina!

–Acho que já vou indo.

Cassandra deixou a velha bruxa falando sozinha, era uma tortura saber que Samuel tinha sido morto por Alexander.

–Mamãe, a senhora está pálida. –A pequena Elisabeth disse a mãe.

–A mamãe sempre foi pálida. –Eleanor disse à filha que balançou a cabeça.

–Não foi não.

Eleanor encarou a filha, olhou nos seus olhos verdes e disse:

–A mamãe sempre foi pálida.

–É verdade, a senhora sempre foi pálida. –Elisabeth disse, Eleanor sorriu, beijou a testa da filha e a deixou junto a Brook com a babá.

–Que coisa feia. –Alexander disse de repente, Eleanor não se assustou, apenas olhou sério o marido, que estava de braços cruzados e sorrindo para ela.

–Ganhei poderes, tenho que usá-los. –Eleanor disse.

–Só tome cuidado para não subir a cabeça.

–Isso nunca acontecerá.

–Espero...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar. Obrigada!



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