Suíça, 1782.

Viver na vida real não era fácil, principalmente quando você é expulso de um lugar mágico e a sua mãe é queimada viva.

Não, isso nunca aconteceria na vida real, talvez no mundo sombrio que Cassandra vivia com a mãe até as duas serem expulsas por usar magia negra. Chegando à vida real, descobriram que a mãe da jovem era bruxa e a queimaram, deixou de herança seu livro de feitiços e sua vassoura.

A garota viveu fugindo de ameaças, do perigo e de preconceitos, até que achou um emprego em uma casa bem longe de tudo, mas seus patrões eram curiosamente podres de ricos.

Eleanor contratou Cassandra porque ficou encantada pelos seus cabelos marrons e... Olhos violetas, aquilo era algo bizarro, porém encantador para a senhora Hauser, que também era linda, com seus cabelos marrons claros lisos, olhos verdes e lábios rosados carnudos que Alexander, o senhor Hauser, beijava-os com prazer.

A empregada era mesmo atraente, por isso, Eleanor lhe deu algumas instruções de manhã na cozinha, antes de Cassandra começar os seus afazeres:

-Bem, eu sou muito bem casada, Alexander é um homem muito ocupado e quase não aparece aqui...

-Aonde a senhora quer chegar?-Cassandra perguntou, Eleanor sorriu.

-Não fale com o meu marido, não fique a sós com o meu marido, você entendeu?-Eleanor respondeu.

-Entendi o senhor Hauser deve ser muito importante para a senhora. –Disse Cassandra.

-Eleanor. –Uma voz masculina grossa chamou por Eleanor, que sorriu por ouvi-la.

Era o próprio Alexander, ele beijou a bochecha da esposa e cumprimentou Cassandra, que evitou trocar olhares com ele, ele ficou encantado com a moça, mas só tinha olhares para a sua amada Eleanor.

Alexander não aparecia para almoçar nem para jantar e provavelmente nem para o café da manhã, mas dava atenção para a esposa.

Depois de um ano, Eleanor anunciou que estava grávida, no dia do seu parto, Cassandra ficou do lado de fora por livre e espontânea vontade, mas também para poupar a vida da criança, ela era uma bruxa das trevas, tinha que se prevenir para não causar nada de ruim.

-Cassandra. –Alexander disse assustando a jovem.

-Sim senhor Hauser.

-é uma menina.

-Parabéns.

Silêncio.

-Escolha um nome. –Alexander pediu Cassandra o olhou estranho.

-Eu? Escolher um nome? Por quê?

-Porque você é uma ótima empregada, sempre ajuda Eleanor e eu, tem as melhores escolhas... Não precisa ter medo de trocar olhares ou falar comigo.

-Tudo bem... Sofia... é um lindo nome.

-Sofia, Eleanor vai adorar esse nome...

Silêncio.

-Venha ver a minha filha. –Alexander pediu, Cassandra balançou a cabeça.

-é melhor não. –Ela disse.

-Não faça charme... –Alexander pegou Cassandra pelo braço e a levantou. –Eleanor vai gostar da sua companhia, ela te adora.

Contra a sua vontade, Cassandra foi ver Eleanor, que estava com a pequena Sofia nos braços, ela adorou o nome sugerido pela empregada que se tornou sua melhor amiga.

Numa noite de lua cheia, numa sexta-feira 13, Sofia morreu misteriosamente, Cassandra se trancou no quarto durante o enterro da menina na manhã seguinte, suas mãos tremiam.

Alexander bateu na porta, Cassandra surpreendeu-se com a sua calma e o seu olhar de “não ligo”, ele tinha perdido a filha:

-Senhor Hauser...

-Você é uma bruxa. –Disse Alexander, Cassandra engoliu em seco.

-Bruxa? Eu?-Ela se fez de desentendida.

Alexander virou um monstro, seus olhos cor de mel tornaram-se negros e seus dentes ficaram afiados como os de um tubarão, suas unhas ficaram pontudas e prontas para perfurar corações.

Ele atacou a empregada, a matando em segundos, não bebeu o seu sangue, sabia o que aconteceria se bebesse do sangue de bruxas.

Mas a história não acaba aqui, como eu já disse, Cassandra é uma bruxa das trevas, sua mãe, com não queria que a filha tivesse um fim trágico como ela se arriscou com a magia negra e fez com que a jovem quando morresse voltasse à vida.

Só que tinha um problema, Cassandra sempre voltava sem lembrar-se de nada, mas voltando, Alexander depois de matar Cassandra mudou-se de país enterrou seu corpo e fez Eleanor se esquecer de tudo... Até mesmo de Sofia.

Talvez fazer Eleanor esquecer de Sofia tenha sido uma boa ideia, mudar-se para a Inglaterra também, o senhor Hauser comprou uma mansão com uma vista linda, tinha uma esposa maravilhosa... Mas por que mesmo assim faltava algo?

-Tudo bem, meu amor?-Eleanor apareceu de repente, Alexander, que estava distraído, não se assustou, mas sorriu para a esposa.

-Tudo ótimo.

-Você nunca foi muito expressivo e muito menos super emotivo... –Eleanor riu, Alexander olhou para ela. –Mas... Você anda tão quietinho, o que está acontecendo?

-Nada... Eu... Você não vai entender. –Era horrível olhar Eleanor e não poder compartilhar a dor de perder Sofia.

-Quem sabe a notícia que lhe darei melhore o seu humor.

Alexander virou e cruzou os braços.

-Então não espere mais um segundo, me conte a notícia.

-Estou grávida!

Alexander ficou boquiaberto, levemente surpreso, era o máximo que conseguia, já tinha visto tanta coisa que quase se esqueceu dessa sensação.

Uma menina nasceu se chamava Elisabeth, era idêntica a mãe, por isso Alexander a amava incondicionalmente.

Uns dois anos depois, nasceu Brook, ela não era como a irmã, dava trabalho mesmo pequena, mas era boa menina.