–Quando você vai voltar a falar comigo, hein?-Brook perguntou a Beth que lia um livro deitada na cama.

Beth não respondeu a ignorou.

Brook olhou o livro da irmã, o fez cair no rosto de Beth que lhe fez um olhar perfurante:

–Que foi sonsa?-Brook provocou.

Beth deixou o livro na cama e levantou.

Ela encarou a irmã e foi para a sala de estar, Brook a seguiu, deu um tapa na cabeça de Beth que estava sentada no sofá.

Brook sentou-se do lado da irmã:

–Que pena que você não quer falar comigo sonsa, não poderá me chamar de irmãzinha para me irritar... -Ela percebeu Beth olhando para cima irritada e com um olhar de "me mate, por favor!"-Algum problema, sonsa? Parece irritada.

Beth se transformou e foi pra cima da irmã, que também se transformou, Beth tentou dar um soco em Brook, mas foi jogada de costas (violentamente) na parede e caiu no chão.

Brook atravessou a sala calmamente e levantou a irmã pelo pescoço, Beth arranhou o mesmo braço da irmã que a segurava com as suas unhas poderosas pintadas com um vermelho vivo:

–Ai, sua vadia!-Brook massageou o braço enquanto Beth se levantava.

Beth empurrou a irmã no chão, ficou em cima dela:

–Ei, lembra o que eu te fiz da última vez que ficamos nessa situação?-Beth sorriu para Brook que a olhou assustada.

Anos atrás...

–Ei, quem é a sonsa mesmo?-A jovem Beth perguntou a Brook, que berrava, afinal, seu pulmão estava sendo arrancado.

Apesar de ser uma vampira "nova", Beth tinha muita força, bem diferente de Brook:

–Pare Beth! Por favor!-Brook suplicava.

–E o melhor é que o papai e a mamãe foram caçar e não vão poder te salvar!

***

–Você não faria isso de novo!

–Nós duas sabemos que eu faria!-Beth deu um sorriso traiçoeiro.

Levantou a blusa da irmã revelando um sutiã cor de vinho que ficava lindo combinado à pele de Brook:

–Olhe, vai doer bastante...

Beth procurava pelo pulmão de Brook, na verdade ela sabia onde ficava só que ela gostava de ver e ouvir o sofrimento da irmã, até que parou de zoeira e começou a arrancar o pulmão dela:

–Oi meninas. -As meninas foram interrompidas por Eleanor, que chegou sorridente em casa.

Beth levantou, Brook se curava dolorosamente, Eleanor olhou para ela no chão e fez careta de dor:

–Que estrago, Beth! Obrigada por levantar a blusa dela, adoro comprar roupas, mas não toda hora.

Brook levantou-se lentamente.

–Vai contar para o meu pai?-Beth perguntou a mãe.

–Não acho isso tão sério, mas vou contar sim, apesar de que ele sempre acaba sabendo de tudo.

–Ah... -Beth nem ligava, Alexander gostava dela, não seria tão severo com ela, sua única preocupação era... -E o que eu faço com esse pulmão?

–Enterre-o em algum lugar. -Eleanor respondeu, ela olhou o órgão na mão da filha e fez cara de nojo.

–Will, podemos conversar?-Cassandra perguntou ao filho, que tirava cuidadosamente uma linha da touca, ele estava sentado de mau jeito, mas não era hora de Cassandra brigar com ele por causa disso.

–Se eu disser que não você vai continuar aqui?

–Ah, com certeza!-Cassandra sorriu, Will fez sinal com a cabeça para a mãe entrar.

Ela sentou-se na ponta da cama de frente para o filho, que estava sentado na cadeira da escrivaninha.

Eles ficaram em silencio, Will olhou para a mãe a espera de algo, até que não aguentou:

–Vai!-Ele gritou.

–Oh, desculpe!-Will revirou os olhos. -É que eu gosto de te olhar, você está cada vez mais lindo...

–Eu sei.

–Bom, eu queria saber se você ainda está bravo comigo.

–Não, suave.

–Então podemos conversar de boa?

–De boa.

–Sem brigas?

–Sem brigas.

–Ok, sobre Brook e Beth, saiba que eu não quero mais que você se afaste delas.

Will estava feliz, porém um pouco curioso:

–Por quê?

–É que... Bem, eu quero que elas saibam que mesmo com tudo o que aconteceu você continua duro na queda.

–Mas isso elas já sabem... Posso ficar com Beth?

–Não!

–Sabia!

–Ela deve ser uma pilantra, eu já a vi é a cara da mãe dela, deve ser igual a ela até nas atitudes.

–Como você sabe?!

–Eu não preciso saber tudo o que tem Hauser no meio é do mal.

–As pessoas não são totalmente ruins!

–Menos aquela família, aquela família é totalmente do mal!

–Olhando assim parece que você é uma freira, né?

Cassandra ficou boquiaberta.

–Olha o jeito que fala com a sua mãe!

–Ah, por favor! Eu já falei coisas piores para você!

–“Conversa de boa”. –Cauê disse, ele fez aspas com os dedos, Cassandra levantou e foi embora.

Cauê sentou-se no lugar que Cassandra estava:

–Acha que devemos ter uma conversa de homem pra homem agora ou deixa para outra hora?

–Não, pode ser agora.

Brook era uma vampira forte, só que ela tinha um problema demorava a se curar, um pulmão já tinha surgido, mas seus ossos do peito ainda cresciam, seus órgãos estavam à mostra, pois sua pele ainda não tinha coberto tudo.

Ela estava sem cor, tinha dificuldades em respirar, estava fraca:

–Brook?-Ela parou de organizar livros na mesa de seu quarto para olhar Adam, que a olhava assustado.

–O que você quer?

Adam chamou por Alexander, que chegou rapidamente a porta do quarto de Brook e olhou Adam com desdém:

–O que foi agora?

Adam apontou para Brook, Alexander foi vê-la.

Ele pegou a filha no colo e a colocou na cama, Adam sentou-se do lado dela, Alexander ficou em pé observando o mago examinar Brook:

–Ela se cura mais lentamente, não sei quanto tempo isso aqui vai durar para curar... O que você fez menina?

–Foi Beth?-Alexander perguntou a Brook, que assentiu.

Adam fez careta de dor.

–Agora que eu percebi, Beth arrancou o pulmão dela, ela vai precisar de muito sangue para se curar rapidamente.

–Então o que está esperando?

Adam pareceu não entender no começo, mas aí ele sacou:

–Oh! Quer que eu pegue sangue para ela?

–Não, você mesmo pode fornecer isso a ela.

–Alexander, por favor, não...

–Vai Adam! Ande logo!

O mago arregaçou a manga da blusa e olhou para o lado.

Brook só soltou Adam quando se curou completamente, o mago saiu cambaleando do quarto dela.

Alexander passou a mão nos cabelos de Brook, quando olhou nos olhos dela ela virou o rosto:

–O que foi agora?

–Não adianta nada me dar carinho você não vai brigar com Beth, não tem coragem de se zangar com o clone da mamãe.

–Eu não morro de amores pela sua irmã.

–Tem certeza?

–Você não tem a minha atenção porque o seu maior defeito é ser igual a mim.

Ele beijou a testa dela e saiu, Brook olhou pro nada pensativa.

Beth foi conversar com o pai como se nada tivesse acontecido, ele só disse a ela um simples, mas chocante “eu estou decepcionado com você”:

–O que?-Beth perguntou.

Alexander sorriu para a filha.

–Você não é nenhuma idiota. –Alexander voltou a olhar Adam, que comia um lanche para não ficar mais fraco do que já estava.

–Brook está bem, não é nenhuma pobre coitada é uma vampira pai!

–Ela demora a se curar...

–O que?

–Ah, é claro que você nunca percebeu isso, só estava preocupada em ser a garota perfeita.

–Foi só um pulmão pai... E além do mais, eu fui um anjo comparado a tudo o que você já fez.

–Não use os meus erros para justificar os seus.

Beth ficou sem argumentos, olhou Adam a procura de uma resposta tão boa que iria fazer o pai cair duro, mas é claro que só conseguiu dar uns gritinhos e sair furiosa dali.

Alexander olhou a filha sair, ficou em silêncio, sabia que tinha feito à coisa certa.

Adam relaxou no sofá e olhou Alexander:

–Você não vai me mandar dar sangue para ela também, né?

Alexander revirou os olhos.

–Seus comentários nunca me farão rir, Adam.

–O que conversou com Will?-Cassandra perguntou a Cauê, ela o esperava para dormir.

–Armamos um plano.

–Que plano?-Cassandra estava curiosa.

–Foi uma conversa de homem pra homem, sinto muito por você ser mulher.

Cassandra observou o marido deitar-se na cama com um olhar de “conte-me ou irei te matar”:

–Boa noite, querida. –Cauê disse.