Os Olhos de Amber escrita por Vaalas


Capítulo 1
O Primeiro Adeus


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro melodrama, se alguém for ler, pegue leve. Nunca gostei do gênero, mas a ideia me veio em mente, então né.AVISO: Esta história será toda postada hoje, a cada uma hora porque eu simplesmente já quero tirá-la dos meus arquivos.Boa leitura



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Quando a conheci você não passava de uma criança. Tinha cabelos claros em tons de loiro e castanho, era pequena e de braços finos. Sempre parecera muito frágil e suas madeixas claras e seus olhos caramelos apenas aprimoravam a ideia de boneca. Você era uma boneca, de porcelana ou de vidro, não sei ao certo a diferença pois era você quem gostava delas. Apenas lembro que sua pele estava corada e seus cachos presos com uma tiara azul. Naquele dia de final de maio, você sorriu e andou na minha direção.

Nunca entendi bem o porquê.

Havia tanta gente em volta, apressadas, passeando. Havia livros aos monte e estantes e estantes, mas de alguma forma você me enxergou atrás do balcão e veio em minha direção, perguntando as horas e onde poderia encontrar um segurança. Havia se perdido dos seus pais, me lembro bem, lembro também que estava nervosa e que o segurança não notou o medo em seus olhos, mas eu notei, e agora me pergunto como pude. Sempre fui desligado, lembra-se? Mas de alguma forma você surgiu lá e me atraiu atenção, e creio que o motivo sempre seja uma incógnita em minha existência.

O segurança a deixou no lado do balcão e foi até o auto falante do lugar, informando a garota perdida, chamando o nome de seus pais e esclarecendo sua localização. Isso pareceu ter acalmado você, e me acalmou também, porque havia finalmente descoberto seu nome, que foi repetido três vezes no auto falante da feira.

Uma feira de livros. Um dia de Maio. Uma garota chamada Amber perdida.

E Amber era um nome que lhe cabia bem, pois sempre fostes como uma pedra preciosa, e seus cabelos claros sempre combinaram com teus olhos cor de âmbar, logo, não conseguia imaginar nome mais belo para você. Amber era perfeito, você era também.

Suas unhas já estavam todas ruídas por causa do sentimento nervoso que aos poucos lhe consumia, então eu, tentando acalmá-la, puxei conversa, e, graças à Deus — ou não — você curvou os lábios e me respondeu.

Acho que tinhas 12 ou 13 naquela época. Sim, sim, definitivamente tinhas uma dessas idades, então acho que eu tinha 16, perto aos 17. No entanto, ali ao seu lado buscando distraí-la, senti-me bem mais velho do que realmente era, como um adulto consolando uma irmã mais nova após sua boneca se quebrar — ou talvez eu fosse a criança e tu fosses minha boneca, a diferença é que eu jamais permitiria que se quebrasse.

Foi uma conversa bem curta, mas para mim havia sido o suficiente. Seus pais chegaram um pouco depois de nossa conversa e o alívio atravessou seu peito visivelmente. Tu viraste de costa para mim, acenou com um sorriso doce inocente — agora penso no quanto gostaria de poder congelar esse sorriso. Congelar e guardá-lo num lugar onde apenas eu teria acesso — e agarrou firme ao peito sua sacola recheada de livros, caminhando e logo sumindo com seus pais no meio das pessoas.

Aquele foi o primeiro contato. Ali, em meu pequeno emprego vendendo livros e juntando dinheiro para faculdade. Ali, em uma comum convenção literária.


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Notas finais do capítulo

A história não é um romance infantil, até porque seria estranho ela ter 12 e ele 16, não rolaria.Espero que não tenham dormido, acho a próxima parte mais legal, então, até lá!