Enquanto andávamos o parque deixou de ter aquela decoração lindinha e kawai dos Pokémons de água e passou a ter uma decoração mais assustadora, com Pokémon Psíquicos, Dark e fantasma.

– Você está ficando com medo. – Provocou Ash.

– Não estou! É impressão sua!

– Sim, claro. É por isso que você está tremendo. – Apontou Ash para os meus joelhos.

– É do frio! – Mencionei a desculpa mais estúpida que me veio na cabeça.

– Se você o diz… OH MEU DEUS O QUE É AQUILO?! – Apontou Ash preocupado para um ponto atrás de mim.

– O QUÊ? ONDE? – Virei-me assustada, mas não vi nada. Comecei a ouvir o Ash a rir.

– AH! Devia ter visto a sua cara! Você estava tão assustada assim? AH! – Gargalhava o garoto segurando a barriga.

– Não me assuste assim! – Gritei dando-lhe um tapa no ombro.

– Como é? A nossa azulada está com medo? Isso não é nada seu! Se calhar é melhor não irmos na torre. – Disse apontando um edifício alto e arroxeado à nossa direita.

Engoli em seco ao olhar aquela torre, parecia bastante assustadora para não falar da música sinistra de Lavender que se ouvia vir lá de dentro. Eu não queria entrar ali, mas admitir que estava com medo estava fora de questão, então enchi-me de coragem e lá fui.

– Pffff! Eu com medo de alguns Pokémons fantasma? Nunca! – Disfarcei eu tentando não tremer.

– É esse o espírito. – Falou empurrando-me ali para dentro.

Mais uma vez não havia fila, entrámos diretamente. A primeira sala era uma sala bastante vasta e escura, não via metade do que ali estava, de repente começou a ouvir-se a música de Lavender, como era irritante! Vi uma luz roxa vir na minha direção… ERA UM GASTLY! Gritei como uma histérica, tenho más experiências com Pokémons do tipo fantasma.

– Já com medo? Isto ainda agora começou! – Gargalhou Ash divertido, eu é que não estava a achar piada nenhuma! Maldita a hora em que me lembrei de entrar ali! Eu e o meu orgulho! Agora só pensava em sair dali depressa! Então comecei a correr para a próxima sala. – Ei! Espere!

Na outra sala havia um salão de baile, tudo parecia normal até que apareceu um grupo de Litwicks, Lampents e Chandelure. Eu tenho pânico deles! Sabem o que a Pokédex diz deles, não é? Sugam a energia vital e levam as pessoas para o mundo dos mortos! Pior que isto só a historia das Banettes! Num reflexo, me segurei no braço de Ash e comecei a chorar.

– Ash, eu estou com medo!

– Hum? Que é isso, azulada? Está com medo? – Provocou o garoto me olhando abraçada no seu braço.

– SIM! Me tire daqui! Eu tenho pânico destes Pokémons! – Falei ainda sem o encarar.

– Então diga que eu sou melhor que você. Admita que não aguenta isto!

– Tá! Eu não aguento! Você é melhor que eu! Mas por amor de Entei, ME TIRE DAQUI! – Falei o olhando com os olhos em lágrimas.

– Puxa… Se deu mal mesmo. Venha, eu sei um atalho para a saída. – Reparou o garoto de cabelos negros enquanto me puxava para a saída.

Suspirei de alívio quando coloquei o pé fora daquela torre. Nunca me senti tão aliviada na vida! A minha cabeça estava a doer por culpa daquela bodega de música!

– Se sente melhor, Dawn? Se estava com medo dizia, não tem mal termos medo. – Consolou o Ash, nunca o tinha visto tão preocupado. Espera! Ele me chamou de Dawn?

– Você disse… Dawn?

– Sim, é seu nome não é?

– É, mas… você nunca me chamou pelo nome… - Corei um pouco ao dizer isto, deve ser por ser um pouco embaraçoso ficar chorando por ver um monte de Pokémons.

– Bem… nunca me senti à vontade para o fazer… - Confessou ele, corando também. Mas porque estaria corado? Acho que o envergonhei com aquilo… SOU HORRÍVEL!

– Desculpe… eu não o queria envergonhar…

– Hum? Envergonhar? – Perguntou confuso, se calhar não o envergonhei.

Se não o envergonhei, porque ele corou? Oh não! Deve ter apanhado um resfriado também! Eu sabia que não devíamos ternos posto naquela atração de água de manhã sedo! Hum, de qualquer forma, acho que vou ligar para a enfermeira Joy, segundo o livro que nos deram ao entrar é a ela que nos devemos dirigir quando ficamos doentes! Entretanto mudei o assunto.

– Ei, capitão! Vamos andar no voo do Rayquaza!

– Tem certeza disso, azulada? Olhe que é forte.

– Eu sei! Mas eu quero muito andar! Quer dizer… não tem Pokémons fantasma, pois não? – Questionei um pouco a medo.

– AH! Não, só voadores mesmo. – Gargalhou o rapaz, já não estava corado, mas eu vou ligar na mesma para a enfermeira Joy!

– Então vamos! O que é que estamos fazendo aqui? – Disse correndo na direção à zona dos Pokémons voadores, quanto mais depressa sai-se dali melhor!

– Espere! – Gritou o Ash vindo a correr atrás de mim, se calhar eu comecei a correr demasiado rápido…

Chegados à diversão vimos uma pequena fila para andar, a nossa sorte tinha acabado. Oh, quando disse que era uma pequena fila, estava só sendo simpática, FICÁMOS PARA AI DUAS HORAS À ESPERA! Na fila podíamos observar alguns Pokémons de tipo voador, variavam de tipo dragão, normal e fogo! Todos os tipos de Pokémons que voam! Quando entrámos nos carris aquilo arrancou numa velocidade alucinante! Ouviram-se imensos rugidos do Rayquaza nos momentos em que estávamos em grutas, enquanto estávamos com o sol a bater na cara só se ouviam os gritos das pessoas. A meio reparei que o Ash havia ficado em pânico. Porque seria? Quando aquilo parou eu sai muito animada e aos saltinhos, mas o Ash estava meio perdido.

– Capitão, você está bem? – Perguntei meio preocupada.

– Me tire daqui. – Pediu em pânico.

– Hum? Você se assustou? – Brinquei.

– Sim! Estou tremendo tanto que não me consigo mexer! – Choramingou o nosso “valente” capitão.

– AH! O poderoso senhor está com medo? Que exemplo quer dar? – Provoquei no meio de um ataque de risos.

– Se cale e me tire daqui!

– Vai já, vai já! – Me aprecei quando reparei que ele estava mesmo em pânico sem conseguir executar qualquer movimento. O tirei dali tentando polo em pé, mas todo ele termia e acabou por cair sobre o meu corpo.

– Oi… - Exclamou ele corando.

– Ah… oi… - Desviei o olhar, quando o voltei a encarar ele deu-me um selinho, fiquei muito inquieta e cheia de calor, que sensação foi essa? Eu acho que finalmente entendi… ELE ME PEGOU O RESFRIADO!