– Eu começo. Anunciou N girando a garrafa que calhou entre Gary e Serena.

– Serena. – Começou Gary. – Verdade ou desafio?

– Hum… Desafio.

– O desafio é beber uma lata de gasosa seguida!

– Hum, esse é fácil! – Disse abrindo a lata e a bebendo de um gole.

– 3, 2, 1… - Contou Gary. Para que seria?

– AU! MEU NARIZ! TENHO GÁS NO NARIZ! – Se queixava Serena, afinal beber uma lata de gasosa assim de empreitada dá nisso.

– AH! ESTA FOI DE MAIS! – Ria Gary se rebolando no chão.

– Agora é minha vês! – Dizia Serena segurando o nariz que ardia.

O jogo decorreu normalmente, umas coisas safadas aqui e ali, mas nada assim de outro mundo, até que chegou a minha vez de ser desafiada.

– Calhou entre mim e você. – Ria Ash com a situação.

– Diga logo!

– Desculpe, verdade ou desafio?

– Quero desafio! – Falei convicta e cheia de coragem.

– O seu desafio vai ser…ME BEIJAR! NOS LÁBIOS! – Gargalhou Ash apontando para seus lábios.

– Quê? Você está brincando certo? – Defendi-me.

– Eu não brinco com coisas tão importantes como um jogo, azulada! Você devia saber isso! – Indignou-se Ash, ele estava levando aquilo a sério demais.

– Tá bom, eu faço. Mas não se habitue. – Disse antes de o beijar. Foi um beijo curto, um selinho, mal deu para sentir fosse o que fosse, mas vou confessar… foi o meu primeiro…

– Eu nunca pensei que você o fizesse mesmo! – Espantou-se Ash. Assim o jogo pode prosseguir.

Algum tempo depois calhou entre Ash e Misty. Fiquei um pouco nervosa ao ver a cara de satisfação dos dois.

– Se quiser, pode girar outra vez lhe dou essa hipótese. – Provocou Ash com um ar de cumplicidade. – Você sabe que eu sou safado neste jogo.

– Sei, mas não preciso girar de novo. Conheço seu jeito. – Afirmou Misty com o mesmo ar de cumplicidade.

– Você é que pediu. Verdade ou desafio? – Perguntou Ash.

– Verdade. – Respondeu ela, não me surpreendi, afinal, ela é muito tímida.

– É verdade que você me ama? – Perguntou Ash prendendo uma gargalhada.

– Oh, bobinho, isso é evidente! – Riu Misty de volta. Eu senti qualquer coisa estranha, como se estivesse contra o que estava a acontecer, a May me falava de uma sensação assim de vez em quando, como é que ela lhe chamava? Ah! Sim! Ciúmes! Mas eu estava com ciúmes do Ash? Não, não podia ser… ou estaria?

As horas foram passando e o sol já nascia. Não pregamos olho toda a noite. Os desafios executados tinham ficado cada vez mais safados, maldito Ash! Ele desafiou a May a fazer um Streep ao Drew! Acho que ele exagerou do leite achocolatado! Saímos do edifício já todos com destino marcado, mas só ai vi que só eu e Ash íamos para o Poképarque.

– Os outros não vêm? – Perguntei vendo os outros tomar caminhos diferentes.

– Não. Eu e os garotos conhecemos isto de uma ponta à outra e as garotas parecem ter preferido ir com os outros.

– Isso significa que vamos sozinhos?

– Sim. Não tem mal pois não? Não se preocupe, eu não a como… a não ser que queira. – Provocou ele enquanto andava um pouco na minha frente.

– O que disse?! – Disse dando-lhe um tapa no ombro.

– Estava brincando!

Andamos um pouco lado a lado falando de coisas bem comuns, como o que veio primeiro? O ovo ou o Pokémon? Nenhum de nós conseguiu chegar a uma resposta. Ao fim de algum tempo chegamos a um muro branco com umas portadas enormes, por cima se localizava uma tabuleta a dizer “Poképarque”.

– Aqui está, o Poképarque. Pode decidir onde quer ir primeiro. – Sugeriu Ash. – Mas eu aconselho andar-mos na “Cascata do Gyrados” na parte de água do parque.

– É uma boa ideia! Mas me diga, qual é aquela ali grandona? – Perguntei entusiasmada.

– Aquela? É o voo do Rayquaza, mas acho que é muito fortinha para ti, azulada!

– Não me subestime! De qualquer maneira vamos começar por aquela que você sugeriu. – Disse agarrando-lhe a mão e correndo para a atração seguindo as setas.

O Sol tinha nascido há pouco tempo, eram seis da manhã e a luz ainda era baixa, havia poucas pessoas no parque, talvez por ainda ser muito sedo, assim entrámos diretamente na diversão. Era uma daquelas de água, em que se entra num carro sobe-se uma colina e caímos em seguida ficando completamente molhados. A atração estava completamente enquadrada com o lema. Sabem que os Magickarp evoluem para Gyrados, certo? Então no início havia um pequeno lago com Magickarp a nadar, à medida que subíamos a “montanha” para a descida os Magickarp iam desaparecendo e quando entramos numa caverna no seu interior só se viam desenhos. Desenhos como aqueles das tribos antigas pareciam contar a história da evolução dos Magickarp, ao sair da gruta vemos alguns Gyrados e caímos numa descida de dez metros!

– Ah! Esta é fraquinha. Devíamos tentar algo melhor. – Disse o Ash tirando a T-shirt para a secar.

– Está a pensar no quê? – Disse enxugando o gorro, virando-me para o encarar e reparei que ele não tinha a T-shirt. Fiquei muito corada, não sei porquê!

– Eu aconselho a “Torre de Lavender”, mas acho que você já teve a sua sensação forte. – Riu vendo a minha reação o vendo sem T-shirt.

– Hum? Que quer dizer? “Sensação forte”? – Perguntei confusa.

– Você é mesmo ingénua. Venha, a casa de Lavender é por ali. – Disse depois de vestir a T-shirt puxando-me para a parte Dark do parque. Que haveria ali?