Uns meses se passaram, eu e Ash já morávamos juntos, vivíamos numa casa no meio do campo, era ideal para nós, sossegado, perto do local de trabalho, de uma escola… E aquele cheiro a campo estava sempre presente! Hoje era o aniversário de Ash, eu estava preparando uma festa para meu marido (ai, eu ainda não me habituei a chamar-lhe assim!) no pátio havia alguns balões coloridos e a mesa do exterior tinha bastante comida boa, infelizmente não a posso comer…

– Bom dia, Dawn! – Ash finalmente acordara e saíra para me cumprimentar.

– Ash! Seu desleixado, vista uma T-shirt! – Pedi, ele tinha o hábito de andar em tronco nu pela casa.

– É assim que me trata no meu dia de anos? – Ash fingia-se indignado. – Você já não me ama! – Fingiu chorar.

– Oh. – Dei-lhe um beijo na face. – Parabéns, amor.

– Obrigado, azulada! – Ele me beijou, depois olhou para o pátio. – Eu disse que não queria festa.

– Eu sei, mas eu tinha de os convidar! Quero que todos saibam qual é sua prenda! – Eu expliquei.

– E qual é? – Ele perguntou curioso.

– É surpresa!

– Não faça isso comigo!

– Ahahah. – Eu ria. – Vá, vá dar uma volta com seus amigos, chamei Gary e Drew para passar o dia com você, volte por volta das três da tarde para a festa.

– Mas enquanto eles não chegam… não quer namorar um pouquinho? – Ele provocou.

– Ash… assim me deixa sem jeito… - Corei afastando-me.

– Vamos. Só uns beijinhos. – Ele pediu segurando meu queixo fazendo-me encarar aqueles olhos atrevidos.

– Uns beijinhos? Tá bom… - Corei um pouco entrando no jogo.

Mal respondi ele evadiu a minha boca com a sua língua, procurando a companhia da minha, abraçou-me pela cintura puxando-me para ele, coloquei um de meus braços em sua nuca e estiquei o outro até seu boné que estava um pouco ao meu lado. Coloquei-o na sua cabeça.

– Vá se preparar para sair. – Pedi recuperando o folgo.

– Vá, ainda temos tempo. – Ele sorriu voltando ao beijo e um pouco depois baixou-me a alça do vestido.

Oh, não, eu sabia o que ele queria, mas não podia deixar… não é aconselhado… para além disso… estamos na rua… mesmo que não tenhamos vizinhos… é constrangedor… Para minha felicidade, tocaram à porta, deviam ser Gary e Drew.

– Salva pelos rapazes, azulada. – Ele sorriu dando-me um último selinho. – Estou indo!

Ele foi à porta e recebeu os amigos, pouco tempo depois ouvi a porta fechar, eles tinham saído. Andei um pouco até à mesa e sentei-me numa cadeira, ainda um pouco zonza do que tivera acontecido. Nós já não eramos adolescentes, mas ele continuava pervertido, não que eu me incomodasse assim tanto com isso, mas… às vezes é constrangedor fazer tudo o que ele pensa e quer… De qualquer forma, não havia tempo para pensar nisso, os convidados deviam estar a chegar e eu ainda tinha de acabar com os preparativos.

Passei algumas horas a preparar a mesa para a comida, os últimos preparativos da mesa de som e por fim coloquei o bolo na mesa. Estava tudo perfeito.

– Porque não me deixas comer? – Disse olhando minha barriga que estava ficando gorda.

Ouvi a campainha tocar, fui abrir, eram May, Misty, Max e Yasmin.

– Oi, amiga! Como é a festa? – May perguntou cumprimentando.

– Cadê o Ash? – Misty perguntou.

– Ele ainda não veio. – Respondi.

– Você organizou isto tudo sozinha? – Minha prima espantou-se olhando a decoração.

– Sim.

– Oi, oi, oi! – Uma voz familiar fez-se ouvir.

–Serena! White! – Cumprimentei-as.

– Os rapazes? Não vêm? – Misty perguntou estranhando a ausência de Black, N e Paul.

– Eles estão só um pouco atrasados. – White explicou.

– Que estamos aqui a fazer? VAMOS LOGO PARA A FESTA! – Serena gritou com a sua energia habitual.

Enquanto Ash e os outros não chegavam, eu e as outras fomos aproveitando a festa, depois de um tempo, Black, N e Paul chegaram, podendo assim abrir a pista de dança. N, eu, Serena e o pequeno Max dançávamos que nem loucos, mas eu caincei-me um pouco rápido, tendo de me ir sentar.

– Ohayo! – Uma voz que eu desconhecia gritou ao entrar no pátio.

– Bom dia? Clemont, já é de tarde! – Serena parecia conhecer os dois estranhos que apareceram.

– Oi, Serena-kun! – A mais nova sorriu.

– Oi, Bonnie! – Depois de cumprimentar olhou-me. – Estes são uns amigos lá de Kalos, Clemont e Bonnie, eles também conhecem Ash, então decidi convidá-los.

– Tudo bem então… - Eu não queria discutir.

– Ei, já cá está toda a gente! – Ash entrara com os outros num sorriso.

– PARABÉNS! SEU TARADO! – Gritaram em coro.

– Tarado, eu? Nunca… - Ele usou um tom irónico, ao menos era assumido. – Então e minhas prendas, galera? – E parece que um pouco egoísta, também…

– Aqui tem a minha e de Misty. – Gary entregou. – Sei que vai gostar… - Ele prendeu o riso.

Ele abriu o embrulho azul e fez uma cara de espanto, depois riu.

– Sério, Gary? Vocês me deram um mangá hentai? – Ele riu, eu bati com a mão na testa.

– Você sabe como é, te conheço há muito tempo… - Gary riu também.

– Como você deixou que isto acontecesse, Misty? – Perguntei com uma gota na cabeça, pois depois eu é que tinha de aturar com aquele Hentai!

– Pareceu-me engraçado. – Misty desculpava-se sorrindo sem jeito.

– Agora nós! Agora nós! – May e Drew esticaram um embrulho roxo em conjunto.

Ash abriu e viu dois cosplays, eu já estava pelos cabelos, felizmente não era nada pervertido!

– Ena, um cosplays de Pikachu e outro de Piplup! Azulada, já temos cosplays para o próximo Iberanime! – Ele riu, eu também. – Obrigado, pessoal.

– Abra o meu agora! – Yasmin pediu estendendo um embrulho rosa.

Ash abriu o embrulho e logo ficou com uma gota na cabeça, era um presente muito à moda da Yasmin.

– Gostou? – Ela perguntou animada.

– Muito. – Respondeu sem jeito segurando no livro em que o título era “Ser secretário é muito divertido”. – Eu estava esmo a precisar de um livro sobre secretários… Obrigado…

Ele estava realmente sem jeito.

– Este é meu, do N e do Paul! – Serena estendeu um embrulho verde.

– Arigato! – Agradeceu Ash abrindo o embrulho. – Ena, um talão de presente do restaurante Le Wow, presente útil, pessoal.

– Oh, de nada! Foi só a economia de nós três durante três meses! – N sorriu.

– Agora o nosso. – Black estendeu o braço com um embrulho preto.

Ash abriu o embrulho, dentro tinha um servisso de mesa.

– Era mesmo disso que precisávamos! – Ash ficara surpreendido com a precisão do amigo.

– Como se mudaram à pouco tempo decidimos dar uma coisa para a casa. – White explicou.

– Obrigado mesmo. – Meu mairido (ai…) voltava a agradecer.

– Por fim o nosso! – Clemont mostrara um pacote. – Foi a Bonnie que escolheu!

Ele abriu o saco e viu um Torchic de pelúcia, tão fofa e tão cativante que era mal empregue dá-la ao Ash.

– Que kawaizinho, vou guardá-la bem. – Ash sorrira para os dois.

– Ei, eu também tenho uma prenda para você. – Max estendera uma caixa não embrulhada.

Ash abriu e sorriu, era um livro com o título “Como treinar seu Pokémon em dez simples passos.” O maior passou a mão pelo cabelo do menor.

– Estava procurando este livro há muito tempo, obrigado. – Agradeceu.

– Já me esquecia! Bianca, Íris, Trip e Cílon mandaram este postal. – Misty lembrou-se.

– E Brook e Tracey esta encomenda. – Max completou.

O rapaz de cabelos negros leu o postal soltando um sorriso, depois abriu a encomenda e viu outro mangá…

– Ei, é o volume final do mangá do Gary! – Ash riu com a prenda. – Vocês estavam combinados?

– Não sei, não sei… - Gary deu a entender que sim.

– Agora, pode dizer-me qual é seu presente, azulada? – Ash olhara-me, parecia que estava à espera daquele momento há muito.

– S-sim… - Hesitei um pouco.

Dei um passo em frente na sua direção, estava muito nervosa, não sabia se ele iria gostar ou não do presente, então encarei o chão, todos à minha volta ficaram um pouco preocupados.

– Não sei se vai gostar da prenda… - Preveni-o.

– Vamos, diga logo. – Ash sossegou-me.

– É que eu… eu… - Respirei fundo para completar. – Eu estou grávida… possivelmente de gémeos…

– Oh, parabéns, Dawn. – Misty sorriu.

Eu agradeci, mas eu estava à espera da reação de uma única pessoa, ele encarava o chão, ainda um pouco espantado pelo que eu acabara de dizer, olhou para Gary como se lhe estivesse a dizer algo, daqueles olhares que só melhores amigos entendem.

– Vamos, pessoal, é melhor deixarmos o casalinho sozinho. – Gary pedira.

Todos se encaminharam para dentro de casa, deixando-nos aos dois sozinhos no pátio.

– Ash, eu entendo que não tenha gostado… - Comecei. – Mas quero que saiba que não estou a fim de abortar!

Lágrimas já escorriam pelo meu rosto, mas logo foram enxutas pela mão de meu amado.

– Dawn… esse era o melhor presente que eu podia receber… - Ash abraçou-me.

– Oh, Ash… - Eu abracei-o de volta.

Ficámos abraçados um pouco, depois ele soltou-se um pouco de meus braços colocando-se de joelhos no chão, encarando o meu ventre, depois levantou um pouco a blusa deixando a minha barriga exposta, aproximou seus lábios macios de minha pele e começou a beija-la.

– O que está fazendo? Isso faz cócegas… - Eu não sabia se gostava ou ficava constrangida com o comportamento do futuro pai.

– Estou cumprimentando nossos filhos, futura mãe Dawn. – Ele divertia-se com a situação, começando a fazer cócegas com as mãos em minha barriga.

– Pare! Isso não tem graça! Ahahah! – Eu ria, quilo provocava-me muitas cócegas.

– Então porque está rindo? – Ele divertia-se com a minha vulnerabilidade.

Depois de alguma daquela tortura gostosa, ele levantou-se e voltou a beijar os meus lábios.

– Te amo, azulada, e vou amar formar família contigo. – Ele disse por entre o beijo.

Eu sorri, pois… nós iriamos ser pais… iriamos ser pais juntos…