O dia já ia alto e nos aproximávamos do hidroavião que nos iria levar às Ilhas Laranjas. Aquilo era grandioso, de meter respeito. Fiquei um pouco assustada com aquilo, mas eu sou a Dawn! Eu não posso ter medo! Eu sou durona!

– Ah, Dawn, você tem uma Buterfree no gorro.

– ONDE? TIRE, TIRE, TIRE! – Berrei assustada.

–Estava brincando. – Misty disse sem expressão.

– Você vai dizer-me porque não fala comigo? – Encarei-a.

– Estou falando.

– Você intendeu!

– Garotas, vamos dar o fora dai! Têm de apanhar o avião! – Gritava a professora.

– Sim, estamos indo! – Respondi.

Ao entrarmos no avião May e Serena se sentaram bem, bem, BEM lá no fundo, deixando a mim e a Misty “sozinhas” cá na frente.

– RICAS AMIGAS ME SAÍRAM! – Gritei eu para a outra ponta daquele gigante dos ares.

– VÁ SE FERRAR! – Ouvi May responder.

– Ingratas! – Matutei. – Então, Misty, o que quer fazer na viagem?

– Vou desenhar.

– É isso que você faz nesse caderno?

– Às vezes, outras escrevo o que se passa no dia-a-dia.

– Oh, entendo! Como um diário!?

– Mais ou menos.

– Você deve ter um garoto debaixo de olho e não nos quer contar! Vá, mostre lá! Somos colegas de quarto! – Cutuquei.

– Pode ver. – Disse ela dando-me o caderno para as mãos.

Comecei a ler, aquilo não era nada do que eu pensava. Aquele caderno tinha desenhos muito bem-feitos e impressionantes por todo o lado, mas os textos eram coisas sem interesse como “Hoje fui a melhor na aula de ginástica”, “O almoço foi pão com salsicha” e “A Dawn roubou-me o elástico do cabelo”.

– Misty, o seu caderno não tem muito interesse.

– Não é para ter. – Disse tirando-me o caderno das mãos.

– Misty, desculpe a pergunta, mas… porque você não se dá com a gente? – Perguntei.

– Bem… é que… - Deixou escorrer uma lágrima. – Vocês não querem se dar com uma pessoa como eu…

– Está chorando? Não precisa chorar, se não quiser falar não fale. – Disse apressadamente.

– Obrigado. – Disse voltando a desenhar.

A viagem de avião correu muito bem, só houve um pequeno contratempo a quem eu chamo Bonnie! Aquela garota tinha mesmo de se atirar para o eevee do piloto a gritar “ELE É FOFO”! Oh e a Bianca que não se conseguia decidir do que ia comer ao almoço, e só havia duas hipóteses! E não me posso esquecer da luta de papeis e… OK, HOUVE MUITOS CONTRATEMPOS! Na viagem aproveitei para conhecer melhor a Misty, ela não é assim tão antipática, só muito tímida. Claro que isso não é problema par a Dawn! Quando aterramos a professora levou-nos para uma “minicidade” onde iriamos ficar aquele mês.

– Muito bem, pirralhas, quer dizer, alunas… têm aqui as chaves dos vossos quartos. A equipa de professores voltará daqui a um mês. Entretanto tentem não arranjar sarilhos ou matar-se uns aos outros. Até mais! – Disse um professor antes de se ir embora com o ónibus.

– Então, May, onde vocês vão ficar? – Perguntei curiosa.

– No prédio Norte e vocês?

– Também! Ei, nós podíamos dar uma “pijama party” hoje à noite? – Pedi.

– Uh! Ótima ideia! Como é que é? Levamos rapazes? – Perguntou May com um ar safado.

– Claro! – Concordou Serena com o mesmo ar.

– Então vamos para o quarto nos preparar para ir conhecer garotos! – Gritei empurrando as três para dentro do edifício.

O edifício era grande e a decoração era bem ao estilo das Ilhas Laranjas, muito diferente de Sinnoh. Eu e Misty entrámos no quarto e largámos as coisas. A noite já ia alta, nos vestimos de gala, como estava referido no convite para irmos à cerimónia de abertura do plano de férias. Eu abri a minha mala e tirei o meu vestido de noite mais elegante que tinha (também era o único) e o vesti.

– Misty, acha que me fica bem?

– Fica.

– Não vai botar nada?

– Eu não vou.

– Como assim não vai? – Perguntei espantada.

– Vai lá estar muita gente.

– Sim. Incluindo rapazes giros que procuram uma namorada! Vamos lá, Misty!

– Hum… Tá...

Ela levantou-se e botou um vestido curto laranja a condizer com o cabelo. Mantinha o cabelo amarrado e calçou uns sapatos rasos.

– Tá linda, garota! Parece um membro da elite dos quatro! – Brinquei.

– É, é quase isso… - Misty envergonhou-se.

Fomos ter com as garotas à porta do edifício central, elas estavam fantásticas! Começamos a comentar sobre os nossos fatos, só Misty se mantinha calada do meu lado.

– Ei, Misty, fale com a gente. Nós não mordemos. – Lembrou May farta de a ver calada.

– Hum? Oh, sim… Sabem, é que eu não costumo socializar muito…

– Não diga… - Ironizei.

Aí aconteceu uma coisa estranha, olhei de relance por trás da May e vi um garoto de cabelos… que cor era aquela, mesmo? Não sei bem, acho que era cor de água suja… Depois olhei para o lado e vi um garoto muito, mas mesmo muito lindo! Um pouco mais velho que eu, tinha os cabelos negros e os olhos também, usava um colete negro com uma listra amarela e umas calças de ganga. Não sei o que aconteceu, mas o meu coração disparou automaticamente.

– Oi, garotas. O meu nome é Brock. Como é? Estão sozinhas? – Disse um rapaz alto de cabelo castanho ao se aproximar.

– Estamos. – Respondeu Serena amavelmente.

– Que é isso, Brock? Não é assim que se fala com as grotas! Olhe, eu lhe mostro. – Disse um rapaz de cabelo esverdeado agarrando nas mãos de May. – Oi, linda. Chamo-me Drew. Pode-me dizer o seu nome?

– S-sou May… - Disse ela corando.

– Tome, tem aqui uma flor como as que há no seu mês… Maio. – Falou piscando.

– Veio todo o mundo para aqui? – Perguntou um rapaz com uma fita no cabelo. – Oi, garotas, sou o Tracey.

Se aproximaram mais quatro garotos que também se apresentaram, um alto de cabelo verde com um cubo mágico ao pescoço que diz chamar-se N (apesar de eu não achar isso nome), um de cabelo… cor de água suja? Que se diz chamar Paul, um garoto de cabelo verde de nome Cílon e um garoto moreno que tem o nome de Gary. Olhei em redor, mas não vi o garoto de cabelos negros... Que fazer né? Entramos em grupo e dirigimo-nos para dentro do edifício onde decorreria a cerimónia de abertura.