Andámos um pouco até chegarmos na primeira cidade, como aquilo era nostálgico, chegamos em Twinleaf Town, minha cidade Natal.

– Ei, Dawn, não é aqui que você mora? – Perguntou Misty.

– É sim, na casa ali da frente. – Apontei para uma casa no meio de tantas outras.

– Porque não vai visitar seus pais? – Perguntou Serena sorrindo. – Eles devem ter saudades suas!

– É… Eles devem estar esperando eu passar aqui…

– Você contou-lhes? – Perguntou Ash, não intendi.

– Contei-lhes da jornada? Claro, eles autorizaram, acha que não sabem? – Respondi.

– Não é isso, boba! Contou de nós? – Perguntou um pouco nervoso, afinal, conhecer os pais da namorada é um grande passo.

– Oh, isso… Não… Só contei para minha prima mesmo… - Confessei. – Se calhar é melhor passarmos noutra altura.

– Não. Eu quero conhecer seus pais hoje. – Respondeu com um sorriso.

– Não é bem pelos meus pais… Minha prima está cá para iniciar uma jornada. – A minha prima não é a coisa mais calma do mundo…

– Melhor! Vamos ver se sua prima é gostosa! – Entusiasmou-se em tom de brincadeira.

– EI! – Fingi-me ofendida, convidei-os a vir na minha casa então, avisando-os de como era minha prima… vocês já vão ver… Toquei na campainha e esperei.

– EU VOU LÁ, TIA! – Ouviu-se o berro de dentro da casa, depois, um ser um pouco mais novo com o cabelo castanho até à cintura, olhos castanhos com um Umbreon do lado abriu a porta. – DAWN!

– Oi, Yasmin! – Acenei, aquela é a minha prima…

– TIA, A DAWN VOLTOU E TROUXE UMA CAMBADA DE RAPAZES ATRÁS! – Berrou para dentro de casa.

– O quê? DAWN, SAIO DE CASA UNS ANOS E TU COMEÇAS A COMPORTAR-TE COMO UMA VADIA? – Apareceu outro ser na porta, um homem alto com o cabelo azul, meu pai…

– Nada disso! São uns amigos… - Já perceberam porque eu estou num colégio de garotas, né?

– Filha! Você voltou! – Minha mãe se atirou nos meus braços para me abraçar. – Parece que fez bastantes amigos. Entrem, podem ficar hoje para comer e dormir!

– YEY! PIJAMA PARTY! – Gritou Yasmin correndo para a cozinha.

– Fiquem à vontade. – Pediu minha mãe fechando a porta depois de todos entrarmos.

– Mas não à vontade demais… - Lembrou meu pai olhando ameaçadoramente para meus amigos rapazes.

Fomos para a sala, todos se acomodaram, estavam prestes a estender os sacos de cama quando minha mãe entrou.

– Isso é que não! Vocês vão dormir no quarto de hóspedes. São convidados, não são sem abrigo. – Riu a senhora levando as coisas deles para o quarto de hóspedes.

Há muito que não entrava ali, normalmente, quem dormia ali era a minha prima quando vinha visitar-me, estava sempre bagunceado, agora estava tudo calmo.

– EI! Dawn, posso passar a noite com vocês? Posso, posso? – Pedia Yasmin.

– Bem… se eles não se importarem… - Encarei-os.

– Nadinha. – Respondeu May acariciando os cabelos da garota.

– LARGUE MEU CABELO! – Gritou a menor em defesa.

– Hum… tá… - Recuou May.

– CRIANÇAS! HORA DE JANTAR! – Gritou minha mãe, fazendo a gente descer e sentarmo-nos em redor da mesa, sentei-me do lado de Ash, iria contar para meus pais…

O jantar decorria de modo estranho, ninguém falava, nem Yasmin que fazia uma corrida contra Ash de quem comia mais depressa. Meu pai olhava todos os rapazes desconfiado, mais tarde, as garotas sentiam-se desconfortáveis com as perguntas de minha prima que eram tipo “Já têm namorado?”, “Como é ser menstruada?”, “O preservativo serve para quê?” e por ai além… A minha mãe ria com a animação da mesa, então decidiu fazer umas perguntas.

– Bem, filha, onde conheceu seus amigos?

– Pois, porque, se eu me lembro, você está num colégio só de garotas! – Lembrou meu pai com um ar de detetive.

– É… Serena e May já conhecem, são minhas amigas desde o fundamental, Misty é minha colega de quarto também, fortalecemos laços nas férias. – Esclareci sem tocar ainda nos rapazes.

– Oh, sim já me lembro! A Serena é aquela garotinha que ficou com a cabeça presa no nosso caixote do lixo, né? – Perguntou minha mãe com um sorriso.

– Sério, Serena? – Perguntou N tentando não rir.

– Senhora mãe da Dawn, não era para contar! – Lembrou Serena corada, mas já era tarde.

– Então e esses garotos? – Perguntou o meu pai desviando o assunto.

Ash parou de comer e olhou-me como quem perguntava “Vai contar?” eu acenei que sim, respirei fundo e comecei.

– Estes garotos conheci nas férias. Drew veio falar connosco e nos apresentou aos outros – apontei para o esverdeado quando falei seu nome. – Gary, Paul e N estavam com ele. – Apontei para cada um deles.

– Então e este comilão? – Interrogou minha prima, ela até que gostou de Ash.

– Bem… esse conheci um pouco depois. – Corei um pouco quando peguei sua mão e a puxei para cima da mesa junto com a minha. – Este é Ash… meu namorado… - Ambos coramos bastante e encarávamos a mesa… estava dito…

– O QUÊ?! – Meu pai cuspiu o vinho que bebia, não queria acreditar. – Filha, você é muito jovem, não se vá pôr a namorar já! Muito menos rapazes estúpidos como esse!

– Estúpidos? – Espantou-se Ash, ele sabia que era pervertido, mas estúpido não.

Ri com a reação dos dois, a cara de indignação de Ash estava tão engraçada…

– Oh, que bom! Felicidades, Dawn! – Exclamou minha mãe batendo palmas. – Já estava mais do que na hora de arranjar namorado. Não ligue ao casmurro do seu pai.

– Casmurro? – Agora era meu pai que tinha uma cara de espanto.

– Prima, prima! Posso ser a madrinha? – Pediu.

– Não chateie sua prima, fofa. Já basta ir com ela na jornada. – Lembrou meu pai.

– WOW! Pera ai. Ela vem connosco? – Perguntei, estava na esperança de que eles não se lembrassem…

– Claro, sua prima veio de Kanto só para te ver, não lhe faça a desfeita de não a levar. – Pediu minha mãe.

– Bem… mas…

– Claro que pode vir, vai ser demais! – Ash sorriu docemente.

– Obrigado, Ash. Vê, Dawn, seu namorado é mais simpático que você! – Ralhou minha mãe, sabe lá ela o que ele já fez…

A noite foi passando e meu pai teve de sair para trabalhar, então resolvemos fazer uma cessão de filmes de terror, não é preciso falar muito que todos estávamos cheios de medo, né? Eu especialmente… O FILME ESTAVA CHEIO DE POKÉMONS FANTASMA!