Revista TEENage,

12 de abril de 2019

A arte de correr atrás da felicidade

Tudo começou com um anúncio pregado no mural do colégio.

Em meio a tanta gente estranha, um garoto arrogante, convencido e irritante se ofereceu pra ser o meu colega de apartamento. E logo no início já avisou: é Apê.

De cara, não nos demos bem. Nossas personalidades, gostos e opiniões não batiam. Ele adorava me irritar, e conseguia fazer isso como ninguém.

Ficamos por uma noite inteira apenas compartilhando histórias, e pensei que a partir dali, as coisas seriam diferentes, mas não. E acho que a graça estava justamente aí.

Em apenas um dia, onde ele me obrigou a ir a um tal churrasco, eu conheci os meus dois melhores amigos, mesmo não sabendo disso. Essa foi a primeira coisa útil que ele fez por mim.

Com o tempo, eu (a Marrentinha) e ele (o Waters) fomos criando uma tentativa de amizade. Mas sempre deixamos claro a nossa atração. Ele me despertava um desejo louco.. e não, eu não queria assumir.

Um dia, o beijo rolou. Finalmente pude sentir o gosto de sua boca, e aquilo, ao mesmo tempo que me atiçou, me perturbou.

Depois de beijos, abraços, xingamentos, risadas, e muitas brigas, aconteceu uma pior do que todas. Por causa da minha cegueira, da minha insistência em negar o que estava rolando, a gente teve que ficar separado.. por dois doloridos meses.

E foram esses dois meses que me fizeram perceber e acreditar que eu estava apaixonada por aquele idiota. Foi uma pena eu ter descoberto dessa maneira, mas foi do jeito que tinha que ser. E, claro, esse tempo foi muito necessário pra nós dois.

Quando namoramos, vivemos meses difíceis, cheios de amor, felicidade, gente invejosa, e coisas pra nos atrapalhar, mas permanecemos firmes, não deixamos nada destruir nosso amor.

Me entreguei por inteira pra ele, ele podia me chamar de sua, porque eu era. Não tinha como não ser.

Aprendemos juntos, crescemos juntos, rimos juntos. E o pior aconteceu. Um obstáculo maior do que todos os outros apareceu, e esse não tinha escapatória. A única coisa que poderia nos fazer passar por cima disso seria o apoio, a paixão.

Ficamos mais meses vivendo intensamente. Cada dia era melhor do que o outro, pelo simples fato de podermos estar juntos!

Claro, não seria fácil. E eu fiz a besteira..

O ano em que ficamos separados foi, sem sombra de dúvidas, o pior de todos. Entre todas as coisas que passei na vida, e olha que foram muitas, ficar longe dele foi a maior e mais dolorida ferida que já tive. Por mais que cicatrizasse, alguma coisa sempre a fazia se abrir de novo. E cada vez, doía um pouquinho mais.

Serviu para aprender? Com certeza. Aprendi muita, muita coisa. A principal foi que eu não saberia mais viver sem ele depois de tudo o que já tínhamos vivido.

E depois disso, todo mundo já sabe. Fui feliz como nunca antes, amei como nunca antes, e fui amada muito além do que imaginei.

Essa é, resumidamente, a nossa história. Se fosse um dos meus livros, provavelmente daria mais de oitenta capítulos, se contada com detalhes.

Com isso tudo, eu entendi uma coisa: não temos controle nenhum sobre absolutamente nada. Temos como fazer nossas escolhas? Sim, mas ninguém pede nossa opinião pra ver que rumo a vida vai tomar.

Meu pensamento mudou muito durante os últimos anos, mas uma coisa sempre permaneceu: somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade. Temos o poder de escolher como aproveitar as coisas que a vida nos traz. Até mesmo as coisas ruins têm um lado bom, depende de com quais olhos você vê.

Acredito que tudo toma o rumo certo, por isso não me arrependo de nada. Deus sempre tem o melhor pra gente, mesmo que às vezes não consigamos ver isso..

Isso não é auto-ajuda. É realidade. É o que sempre devemos manter na nossa mente. É o que sempre temos que acreditar.

Já parou pra pensar que você pode ter deixado a felicidade passar reto? Ou que ela passou e você não soube aproveitar?

É a lei da vida: não sabemos aproveitar, e reclamamos quando perdemos.

O homem é um ser complicado.. será que um dia alguém vai entender a mente humana?

Bom, o que quero mesmo deixar pra todo mundo é uma frase, que já ouvi em algum lugar, mas não lembro onde.. é mais ou menos assim.. "Espere pelo melhor, mas seja feliz com o que vier".

O que veio pra mim, a princípio, eu não achava bom. Mas hoje, vejo que eu não poderia ser mais feliz.

Tudo se ajeita.. os caminhos tem pedras, mas você tem as pernas para desviá-las, os pés para chutá-las, e a voz para cantar a vitória.

(Ficou mais confuso do que era a intenção, porque é isso que ele sempre fez comigo.. mas acho que consegui deixar a mensagem que queria)

Rachel Simpson