Apenas Colegas de Apê escrita por Dreamy Girl


Capítulo 79
All I ever need




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509263/chapter/79

Ficamos duas semanas turistando na Itália, de 29 de dezembro até 12 de janeiro, e voltamos pra casa. Tínhamos uma mudança para fazer..

Cheguei no apartamento com a Dylan e fomos arrumar as minhas coisas.

– Dá uma dó deixar esse lugar.. tudo que tem aqui a gente deu duro pra conquistar. - eu falo.

– Realmente.. mas, ele vai continuar aqui. A gente comprou esse apartamento, ele é nosso.

– Eu sei. Sabe o que eu tava pensando? Em dar pro Luke como presente por ter passado na faculdade. - falo, deixando as roupas de lado e me virando pra ela. - A gente sabe como é bom um lugar sem família na época da faculdade. Imagina ele naquela casa com o meu pai, a Angel, e tal.. é ruim, universitário precisa de espaço, de silêncio.

– Ele ia amar. E a Angel não deixa o coitado em paz um segundo.

– E não faz o menor sentido, o apartamento ficar aqui, abandonado, quando a gente pode deixar ele pra alguém..

– Então tá combinado, vamos dar para ele.

Sorri.

Continuo arrumando minhas roupas na mala. Durante o processo, eu separei algumas pra doar, porque não me serviam mais.

Depois de duas horas, o closet estava completamente vazio, sem roupas, sapatos, maquiagem, perfume, nada. Já estava combinado que eu levaria a penteadeira e o armário para o Apê, e a pequena academia de Steve ficaria menor, pois nós iríamos dividir: metade academia, metade closet.

– Que bom que a gente já adiantou as coisas, agora, semana que vem o caminhão vem e leva os móveis que você vai levar pra lá, e ainda dá tempo de todo mundo dar uma descansada antes de fazer sua mudança.. - ela fala, sentando no sofá toda esparramada.

– E depois, ainda vai ter a mudança do Luke.. - a imito.

– Já não tô mais achando essa mudança dele uma boa ideia.. - ela ri.

– Eu tô com fome. - mudo de assunto.

– Ih, nem tem nada aqui. Os armários estão fazendo eco..

– Prefere sair pra comer ou ir no mercado?

– Vamos no mercado, a gente aproveita e já faz umas comprinhas pra deixar aqui.

Concordo e subo pra trocar de roupa. Coloco shorts jeans, regatinha rosa e tênis, e desço pra gente ir.

– Eu dirijo. - ela avisa.

O carro ficou pra ela, já que, com o dinheiro do trabalho (ganho mil e quinhentos dólares por mês), eu pago a prestação de um carro pra mim.

Nós colocamos o Cd do Maroon 5 pra tocar e já nos animamos na primeira música.

– I'm hurting baby, I'm broken down. I need your loving, loving I need it now. When I'm without you, I'm something weak. You got me begging, begging I'm on my knees. - canto, dançando.

Dylan para no farol vermelho e aumenta o volume.

– Sugar. Yes, please. Won't you come and put it down on me. Oh right here, cause I need little love and little sympathy. - nós cantamos juntas.

Quando a música acabou, ela colocou pra repetir, e ouvimos até chegar ao mercado.

Entramos e pegamos um carrinho na entrada. Fomos andando e entramos no corredor das massas. Eu peguei dois pacotes de espaguete, pra fazer macarrão com queijo, e Dylan pegou macarrão instantâneo.

Compramos o que tinha que comprar (com exceções de coisas desnecessárias) e voltamos pra casa.

Depois de tudo guardado nos armários, fomos cozinhar.

– Meu aniversário tá chegando. - Dylan cantarola. O aniversário dela é dia 15, daqui dois dias, e eu ainda nem tinha comprado nada.

– E você vai ficar velha. - canto também. Ela me bate com o pacote do macarrão.

– A ideia de ter 21 anos não é muito agradável.

– Prefiro 21 do que 20. Não sei porque, mas acho mais bonitinho, é legal. Não vejo a hora de sair dessa idade feia.

– Nossa, você não é normal.

– Achei que em três anos de amizade já tinha constatado isso.

Colocamos a água pra ferver e ficamos conversando na cozinha, até terminarmos o macarrão com queijo.

Arrumamos uma parte da mesa, só dois lugares, e fomos comer.

– Ficou bom, né? - ela pergunta, comendo uma garfada.

– Depois do macarrão com queijo do Steve, nenhum é tão bom, na minha opinião.

– Acho que já comi o dele.. não lembro.

– É o melhor, sério. Até hoje não sei o que ele faz.

Ela ri.

*

Estaciono o carro no condomínio do meu irmão e desço com o embrulho branco.

Com o surto da Dylan de decoração, acabei comprando um criado-mudo pink pra ela colocar ou no quarto, ou no closet. É uma gracinha, a cara dela.

Entro no elevador e coloco a caixa no chão. Era bem pesadinho, e só de andar até lá, já estava com a braço doendo.

Ajeito o vestido floral levinho, que coloquei pelo calor infernal que está fazendo, dei uma última olhada pro coque trançado que fiz e apertei a tarraxa do maxi brinco.

O elevador chegou ao 14° andar, a cobertura (tô falando que o Peter quer pagar de riquinho), e eu saí do elevador, com o presente em mãos novamente.

Toquei a campainha e já ouvi Coldplay tocando. Ao receber "nada" como resposta ao toque, toquei mais uma vez. A música para e um tempinho depois, abrem a porta.

– E aí, maninha? - Luke cumprimenta. Sorrio e deixo o presente para abraçá-lo.

– E aí. - repito.

– Vem. A Dylan tá enlouquecendo que ninguém chegou ainda. - me dá passagem e pega o presente pra mim.

– Coitada. Mas aposto que daqui a pouco o pessoal chega. - falo. - Cadê ela?

– Tá lá em cima, nem terminou de se arrumar e já tá reclamando que o povo não chegou. - revira os olhos.

– Nunca vamos entender a Dylan.. deixa essa tarefa pro Peter.

Ele ri.

– E o Steve, onde tá? - a antipatia dele com o Steve acabou faz tempo, ele agora o tinha como um amigo e uma imagem de homem perfeito. Falo nada..

– Trabalhando.. chega às oito em casa e depois vem pra cá. - respondo, sentando no sofá branco.

– Vamos lá em cima, a festa vai ser na cobertura. - avisa. Eu concordo e nós vamos subindo.

Encontrei lá em cima o que esperava.. vários balões em todos os tons de rosa, o rádio potente com as caixas de som no canto, uma mesa cheia de coisas gostosas pra comer e uma outra, do outro lado da piscina, com o bolo branco e um monte de doces..

– Vamos ver o que tem aqui. - falo, me direcionando ao rádio, com o iPod conectado.

Coloquei na playlist "Bday da Dyl" (que a própria deve ter montado, olha esse nome) e lá tinha tudo o que eu gostava: Coldplay, Oasis, Taylor Swift, Ed Sheeran, Magic!, Austin Mahone, He Is We, Maroon 5, Boyce Avenue, e tal..

– Posso colocar alguma coisa? - peço.

– Pode.

Coloco, então, Wonderwall pra tocar, e vou pra mesa de salgados. Pego uma mini (mini mesmo, tipo, cabe na palma da mão) pizza de frango e catupiry com azeitona roxa (a Pizzarka fez especialmente pra ela, desse tamanho fofo, já que a gente mora lá, praticamente).

Sentei numa cadeira perto do rádio e fiquei comendo, cantando e curtindo a solidão do momento..

– Because maybe, you're gonna be the one that saves me.. - canto baixinho.

Quando essa música acabou, coloquei Magic do Coldplay pra tocar e continuei sozinha. Queria sinceramente saber onde o povo se enfiou. O Luke sumiu de um segundo pro outro, e eu preferia nem pensar na demora do Peter e da Dylan...

Ao fim de mais uma música e uma coxinha, os três aparecem, com Gabi, Liam e Nicole (ela e Luke estão juntos há mais de um ano, e mais firmes que nós seis juntos). Começaram uma discussão sobre a demora das meninas para se arrumar, eu ria, até que Dylan desceu novamente pra abrir a porta. Ela foi inteligente e colocou rasteira, junto com o macaquinho amarelo, já que teria que ficar subindo e descendo escada toda hora.

– Vocês dois ficam tão bonitinhos juntos. - comentei, pela milionésima vez. O Luke ficava morrendo de raiva quando eu ficava fazendo esses comentários, como se eles tivessem 12 anos, mas mesmo assim, eu falava. A Nic é toda baixinha, magrinha, com o cabelo lisinho, pele branquinha, estilosa e tal.. é super meiga, fofinha.. fora que ela tem 15 anos! É um bebê, praticamente (falou a idosa).

– Ah, Ray, você é um amor! - ela falou, enquanto o meu irmão tentava não fazer cara feia.

Ficamos conversando, até mais gente chegar. Sam, Liss, Anna, Diego, e uns colegas de faculdade da Dyl.

Me apavorei quando vi no relógio que já era mais de nove horas.. o Steve ainda não tinha chegado. Ele se arruma rápido, e o Apê é super perto daqui. Qualquer segundo que ele se atrasa me deixa preocupada.. e o motivo, eu nem preciso dizer.

Avisei que já vinha e desci com o celular na mão. Precisava ligar pra ele, e naquele barulho de música alta e gente falando, não dava.

– Oi, princesa! - ele atente, no segundo toque, com uma voz animada. Suspirei aliviada.

– Oi! Que demora é essa? Já tava ficando preocupada.

– Não é nada, não, relaxa. Teve um acidente aqui perto do shopping, e tá o maior trânsito. Mas eu já fui no Apê, tô pensando em dar um gato aqui pra chegar logo. - ele fala e eu ri.

– Não apronta, por favor. - peço.

– Tá bom, amor, eu já chego aí, tá?

– Tá bom. Te amo.

– Também te amo.

Desligo o celular com o mesmo sorriso bobo de 16 de setembro de alguns anos atrás..

A campainha toca. Por causa do barulho vindo de lá de cima, ninguém desceu. Olhei pelo olho mágico e vi meu pai e a Angel.

Abri e porta.

– Oi, pai. - cumprimentei com um beijo no rosto dele. - Oi. - digo, meio seca, pra Angel. Meu pai já começou a ignorar essa nossa falta de simpatia uma com a outra.

– Que barulhão. - ela fala com uma voz nojentinha. - Pelo menos pra música vocês têm bom gosto.

– Certas pessoas, nem pra isso tem.. - falei com um sorriso cínico. Ela vai na frente, ignorando o que eu disse e meu pai me olha com um olhar desaprovador, rindo em seguida, junto comigo.

Na metade da escada, a campainha toca mais uma vez. Falei pros dois irem subindo que eu ia atender.

– Vidinha!! - falei, depois de abrir a porta, abraçando o pescoço dele.

– Falei que ia dar um gato. - ele fala, beijando minha bochecha.

– Gatos dão gatos, certo?

– Prefiro dar outra coisa.. pra uma gata. - diz, e me beija em seguida.

Como eu estava de sapatilha, tive que ficar na ponta dos pés pra poder beijá-lo. Ele ficou com os braços em volta da minha cintura e eu ainda abraçando o seu pescoço.

– Assim eu não vou ter vontade de subir, pequena. - fala, quando dou um beijo na pontinha do seu queixo.

– Não tem problema, não. A gente não se viu essa semana.. - falei, olhando pra cima, pra ele, no caso.

– Bem que eu queria. Mas isso vai acabar logo, né? - dá um sorrisinho.

– Amanhã eu tô lá.. me espere.

– Tô te esperando faz tempo e você nem sabe.

Dou um selinho nele.

– Vou beber água, lá em cima só tem refrigerante, vodka e cerveja. - aviso.

– Aí sim. Essa é minha amiga! - ele ri, se referindo à Dylan. Mostro a língua pra ele e vou pra cozinha, enquanto ele vai subindo.

Pego uma garrafa na geladeira e um copo no escorredor (Dylan não sabe ser dona de casa). Enchi o copo e subi com ele na mão.

– Você se exclui da sociedade sem nem, Rach. - o Liam fala quando chego lá em cima.

– Por que? - pergunto, fazendo carinho no Will, que já estava enorme, com a mão livre.

– Você tá bebendo água. - ele ri.

– Não curto muito vodka e simplesmente odeio cerveja. Água mata a sede.

Ele ri de novo. Vou pra mesa de salgados enquanto toca "No way, no" e pego um mini hambúrguer.

E ficamos assim, dançando, comendo, conversando e bebendo (desci mais umas cinco vezes pra pegar água, até que trouxe a garrafa) até umas duas da manhã. Depois disso, estávamos apenas os seis de sempre, e o Luke, com a Nicole. Como só tinha casal, colocamos música lenta e ficamos só nos curtindo. O Will estava dormindo no quarto que tem lá em cima, e a música tocando baixinho.

Quando "I'm yours" terminou, começou "All I ever need", do Austin.

– Nossa música. - o Steve falou baixinho pra mim, nos primeiros acordes da música.

Apenas sorri e fiquei cantando bem baixo pra ele.

– You don't understand how much you really mean to me

I need you in my life, you're my necessity

Oh, believe me, you're everything that just makes my world complete

And my love is clear, the only thing that I'll ever see

You're all I ever need

Baby, you're amazing

You're my angel, come and save me..

(Você não entende o quanto significa pra mim. Eu preciso de você na minha vida, você é minha necessidade. Oh, acredite em mim, você é tudo que torna meu mundo completo. E meu amor é claro, a única coisa que eu vou sempre ver. Você é tudo o que eu preciso.. amor, você é incrível. Você é meu anjo, vem e me salva - Alguma coisa assim, gente, eu mesma traduzi, Dreamy).

Ele me beijou, e nessa hora percebi que todo mundo estava se beijando também. A Dyl e o Pet, o Luke e a Nic, a Gabi e o Liam.. era muito amor pra pouca cobertura.

Mas não tinha só a cobertura. A gente tinha o mundo. Nosso amor vai muito além disso, além de qualquer imaginação ou espaço. Ele é forte, verdadeiro e eterno, se Deus permitir.

Esse amor ainda vai atravessar barreiras.. e vamos chegar muito longe, graças a ele.

– Eu te amo demais. - o Steve sussurra, pondo fim no beijo.

– Eu te amo mais..


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tô fofa hoje...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas Colegas de Apê" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.