Apenas Colegas de Apê escrita por Dreamy Girl


Capítulo 69
Problema


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEY!
Demorei e ainda vim com capítulo pequeno. Foi mal, bloqueio criativo mode on.
Espero que gostem pelo menos um pouquinho 💘



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Juntei coragem e bati na porta. A voz dela nunca foi tão rude quanto naquele dia.

– Entre.

Abri a porta e fui andando até a cadeira de sempre.

– É.. eu.. eu posso explicar.

– Então me explique o que tinha na cabeça pra fazer o banheiro da livraria de motel.

Ela estava sendo irônica. Só eu posso ser irônica em situações tensas.

– Me desculpa.. a gente perdeu o controle.

– Perderam o controle e as roupas também, né? Rachel.. eu achei que você se valorizasse mais. Entendo que vocês são novos e os hormônios afloram nessa idade, mas isso não significa que você tem que se comportar como uma vagabunda.

Meu sangue estava fervendo, mas fiquei quieta pra esperar até onde iria o discurso dela.

– Não saia por aí beijando qualquer um, e muito menos dando, né querida?

Aí eu não aguentei.

– Eu tô falando com você com respeito, então peço que faça o mesmo comigo.

– Eu vou respeitar quem não se dá o respeito? - arqueia as sobrancelhas.

– Se eu dou ou não respeito a mim mesma, é da minha conta. Agora, me fala, onde está escrito que você pode falar desse jeito com uma funcionária?- falo, da maneira mais irônica que encontrei, juntando as sobrancelhas.

– No mesmo lugar que está escrito que vagabundas podem transar no banheiro.

– Olha aqui, você me respeita, viu? E se quer saber, o cara que eu tava "transando" - Fiz aspas com as mãos. Isso não aconteceu - namorou comigo por quase um ano. Na vida inteira, só tive dois homens. E se eu quisesse ter cinquenta, o problema era meu, afinal, meu corpo, minhas regras. - eu levantei e falei olhando diretamente pra ela. - E dou minha vida se com a minha idade você já não tinha rodado a banca.

– Preciso dizer que está demitida? - ela grita.

– Preciso dizer que quem não tem argumentos parte pra ignorância? - falei, com a mão na maçaneta, e abri a porta em seguida.

A Gabi estava na porta ouvindo tudo.

– Rachel, me explica tudo o que aconteceu aqui! - sussurra, brava.

Eu nem respondi, peguei a mão dela e a puxei pro lugar dos armários.

– A história é longa. - falei.

Ela sentou e cruzou as pernas, como se disesse "Tenho tempo de sobra".

– Não, é sério. Não quero te prejudicar, de desempregrada, já basta eu.

– Você quer escapar. Que história é essa de transar no banheiro?

– Não quero escapar de nada! Me dá um motivo pra eu não querer te contar o que aconteceu? - ela ficou quieta. - Depois a gente conversa, okay? Prometo.

– Tudo bem. Quer ajuda com suas coisas?

– Que coisas? Acho que consigo carregar a minha bolsa. - falei e ela riu.

– Oh. - me para. - Eu não vou esquecer. Revirei os olhos e saí.

Eu estava triste.. Qual é? O Steve consegue ser minha maior alegria e meu maior motivo de tristeza ao mesmo tempo. Só me dá problemas..e eu não sei se isso é bom.

O tempo que fiquei sem ele, minha vida andou.. e agora, parece que tá indo pra trás de novo.

Liguei para o Sam. Chamou cinco vezes, e desligou. Era isso. Ele não quer falar comigo.

E então, quando fui guardar o celular, ele tocou. Era o Steve.

Decidi que faria como o Sam e não atenderia. Guardei o celular e continuei a andar.

***

Te encontro na Pizzarka às oito.

Gabi mandou. Eu quero mesmo falar sobre tudo isso com ela.. na verdade, isso estava me sufocando. Não falar pra ninguém é horrível.

– Onde vai? - Dyl me perguntou, enquanto eu colocava minha calça jeans. Sim! Está frio, bem frio, então eu coloquei calça jeans preta de cintura alta, cropped de manga comprida preta com uma jaqueta de couro vermelha, curtinha.

– Vou ver a Gabi. - falei.

– Nem chama..

– Não vai sair com o Peter? - ela parecia ter perdido o chão.

– Por que iria?

– Não se faz de idiota. - falei, colocando a bota.

– Para de tentar se esquivar do assunto. Tem alguma coisa rolando e você não quer me contar. Quando foi que eu deixei de ser sua melhor amiga?

Perdi a paciência.

– No mesmo dia que eu deixei de ser a sua.

Ela me olhou com uma cara de quem não estava entendendo.

– Por que não quer me falar que voltou com o Peter? - ela mudou a expressão. Tentou falar e só gaguejou. - Acho que eu não sou a única errada aqui. Confio em quem confia em mim, e se você não confia mais.. eu sinto muito.

– Rachel, para! Eu só.. só não queria falar ainda.

– E por que não? Para, não tem motivo.

– E com a Gabi você não briga, né? Ela tá com o Liam e continua negando.

– Eles não estão namorando. É bem diferente. Eu sei do que preciso saber, privacidade é privacidade.

– Quando se trata dela é assim, mas eu não posso ter minha privacidade com o Peter?

– Você voltou a namorar com o meu irmão! - gritei, já sem paciência nenhuma. - O que custava falar?

Ela não falou nada.

Peguei minha bolsa e saí do closet.

Droga, tem dia que o mundo acorda com vontade de ferrar comigo.

Percebi que ficar andando de táxi estava me deixando pobre e fui a pé, mesmo.

Coloquei Sugar pra tocar e tentei não me concentrar na sequência de coisas ruins que me aconteceu hoje.

Tá eu sei que eu tava errada. No banheiro?

Eu sabia que a qualquer momento alguém podia chegar, mas, sinceramente é impossível pensar em alguma outra coisa quando o Steve tá te beijando, tirando sua roupa e tal. E eu não poderia querer outra coisa naquele momento, a saudade dele só crescia.

E, ai, caramba! Por que ele tem que me trazer tanto problema? Ele deveria ser a solução de todos eles e tá fazendo o contrário!

Eu já não sabia mais o que fazer. (Na verdade, faz tempo que eu não faço alguma coisa tendo certeza dela).

Quando percebi, já tinha chegado lá.

A Gabi estava sentada em uma mesa perto da máquina de refrigerante e chope, bem do lado mesmo.

– Que cara é essa? - ela pergunta enquanto eu sento na cadeira da frente.

– Minha vida tá desandando de novo.. não tenho como estar com outra cara.

– O que houve?

– Do começo?

– Onde o começo começa? - dou uma risadinha.

– Domingo.

– Do começo, então.

– Eu estava em casa, no meu facebook, no perfil do Steve. Você sabe, eu peguei esse costume. Aí, eu ia mandar solicitação de amizade pra ele. Estava com o mouse bem no botão, quando a Dylan me deu um susto. Corri, apaguei do histórico e tal, e agradeci mentalmente por ela me livrar de fazer aquilo. Mas, quando cheguei da festa, entrei de novo e vi que ele tinha aceitado a solicitação, ou seja, na hora do susto, cliquei no botão sem querer.. aí, ele me chamou. A gente conversou pra caramba, falamos de tudo, e tivemos a conversa que precisávamos. Ele me pediu desculpa, eu aceitei e vice - versa. Conversamos até de mudrugada, por isso me atrasei ontem. Amiga, ele terminou com a namorada porque não me esqueceu.

– Cadê a parte que a sua vida desanda? Porque, até agora, você só me contou coisa boa!

– Calma. Ontem, quando saí do trabalho, fui no cinema sozinha. E adivinha? Ele tava lá. E não só ele. O Sam também. E o Taylor também. - ela começou a rir. - Foi muito tenso! E engraçado, também. Mas, tá, vou pular. Na saída, teve uma discussãozinha de ciúmes do Sam e tal, e eu disse que queria ficar com o Steve. - Dessa vez, abriu a boca, surpresa - A gente se beijou. Muito. Um cara teve que falar pra gente parar. Conversamos mais, e tal, e.. eu amo tanto ele.

– Ainda não encontrei a parte ruim.

– Espera, Gabriela! - ri. - Esqueci minha bolsa com ele, ele foi levar na AMB, me beijou, a gente entrou no banheiro e.. não chegou a rolar, porque a vaca interrompeu. Mas ela me pegou de sutiã e ele sem camisa. Aí eu fui demitida e tal..

– E...?

– E eu não falei dele pra Dylan, ela não me falou do Peter, ela me cobrou confiança, eu também cobrei dela e a gente brigou. No mesmo dia perdi meu emprego e briguei com a minha melhor amiga.

– Tudo por causa do Steve. - ela fala.

– Tudo por causa do Steve. - repito. - Sabe, Gabi.. eu fiquei pensando e cheguei à conclusão de que, sem ele minha vida é mais calma, sabe? Fazia tempo que eu não arrumava problema, e em pouquíssimos dias, ele já me trouxe dois.

– E agora você não sabe se prefere sua vida com ou sem ele? - assenti.

– É tão complicado.. - suspiro e apoio os cotovelos na mesa. - Depois de reencontrar ele, eu tive certeza de que ainda o amo. Se eu pudesse passar a vida inteira com ele, passaria. Mas aí, eu penso em quanto problema ele me traria em uma vida toda.

– Eu nem sei bem o que falar. Eu acredito muito no amor de vocês, sempre acreditei, você sabe. Mas, no seu lugar, eu não sei o que faria. Não sei se arriscaria ou se preferiria viver sem ele. Você já provou pra si mesma que pode viver muito bem sem ele por perto, mas eu tenho certeza de que sempre ficou aquele vazio..

– Ficou, mesmo.

– Agora, você tem que escolher entre a calmaria e a agitação..

– Na verdade, eu acho que já tomei minha decisão.

– E..?

– No momento, tô optando pela calmaria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Desculpem pelo tamanho, prometo que compenso no Próximo 💘
Gostaram? Comenteeeem 💓
Beijooo



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