Apenas Colegas de Apê escrita por Dreamy Girl


Capítulo 68
Sorriso congelado


Notas iniciais do capítulo

OEEEE
Quem aqui tá muito muito muito feliz? EU! hahaha
Não vou falar muito porque esse capítulo tá um amor. Não ficou muito grande, mas eu Gostei. Tem uma parte "hotzinha " ,mas já sabem meu estilo.
Vamboraaa



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Depois de vários beijos, abraços e carinhos, a gente foi sentar na praça de alimentação.

Sentamos um do lado do outro, e ele colocou a mão na minha cabeça, mexendo no meu cabelo.

– Eu senti tanto a sua falta.. - ele sussurra.

– Eu também.

– E o Sam?

– O que tem ele?

– Ele deve estar bravo, Ray. Devo ter estragado as coisas entre vocês. E, eu não sabia que estavam juntos. - se afasta, repentinamente, mas seu braço não sai de cima das minhas pernas.

– A gente não tá junto! - falei, meio alto.

– Ele sabe disso?

Me solto dele.

– Por que todo mundo tá falando isso? Que droga!

– Tá na cara que o cara tá louco por você.

– Tá, mas ele sabe que a gente não namora! A gente fica de vez em quando, mas não namoramos!

– Tá.. não fica brava. - cruzei os braços. Ele pegou meu rosto e virou, com uma mão. Me beijou de novo. Não resisti, e sorri. Beijo com sorriso..

Ele encerrou o beijo com um selinho.

– Sei que já pedi, mas.. me perdoa. Você nem imagina o quanto me arrependi por tudo que falei pra você naquela noite.

– Tudo bem. - falei, sem perdoar por completo. Ele me disse coisas horríveis, e nem mesmo o amando tanto eu sou capaz de perdoar facilmente.. aquelas palavras me machucaram demais, e as feridas finalmente cicatrizaram.. mas isso não quer dizer que esqueci. - Acho melhor a gente ir embora..

– Tem certeza? Tá tão bom.. - sorri. Inevitavelmente, sorrio também. - Só mais um pouquinho.. - pede. Fico olhando pra cara dele, e ele faz carinha triste, brincando. Eu ri.

Apertei as bochechas dele com uma mão, fazendo um biquinho com a boca dele, e o beijo.

– Assim eu não resisto. - falei e mordi de leve a orelha dele.

– E quem disse que é pra resistir? - ele me puxa pela cintura, cola os nossos corpos e me beija de novo.

– Espera.. agora são.. - olho no relógio - dez e meia. Onze e meia a gente vai?

– Meia noite?

– Onze e quarenta e cinco? - digo.

– Feito! - estende a mão. Eu dou um tapinha nele, de brincadeira, e ele beija minha bochecha.

– É.. não quero estragar esse clima bom, mas.. eu preciso fazer uma pergunta.

– Pode perguntar. - me olha, franzindo a testa.

– E como tá.. aquilo.. a doença. - pergunto. Ele Parece meio desconfortável. Se ajeita na cadeira e fala, me olhando.

– Mesma coisa. Nem melhorou, nem piorou. Mas, sabe, os médicos disseram que, apesar de pequenas, eu tenho chances de recuperação. E como não houve aumento no tumor, e nem tumores novos esses últimos meses, o meu estado é animador.

– Que notícia boa!

– Ahan. E eu nunca mais fui pro hospital. Tipo, só passei com os médicos de costume mesmo, mas não precisei ir por emergência.

– Eu fico muito feliz por isso. Durante esse tempo, eu sempre pensava se você tava bem.

– Não totalmente..

– Por que não?

– É impossível ficar 100% bem sem você por perto. - sorri.

– Ah, me conta sobre sua faculdade.

– É legal. Eu gosto do meu trabalho, do curso.. e você? Não vai fazer, não?

– Pretendo começar no ano que vem.. Já tô fazendo tudo que preciso, arrumando tudo, e tal..

– E o que vai fazer?

– Mudei de novo, jornalismo. E vou fazer especialização em cinema, música, ou literatura, pra poder comentar sobre essas coisas que eu amo tanto.

– Combina com você.

Ele sorriu e me deu um selinho.

– A Gabi, sabe? - ele assente. - Vai fazer comigo. A gente decidiu há pouco tempo, e a Dylan vai fazer, só que cinema.

– Faz tanto tempo que não falo com a Dyl. Acho que ela ficou brava comigo depois da nossa briga. Quando ela foi no apartamento buscar suas coisas, ela quase arrancou os meus olhos com as mãos.

Eu ri.

– Não era pra vocês se afastarem.. a culpa foi tão minha.

– Para, não fala assim. - revirei os olhos. - Acho que deu o horário..

Eu não queria ir, e ao mesmo tempo, queria.

Sei que não voltamos, não sei nossa situação agora.. amigos? Amigos coloridos? E o Sam?

Sinceramente, eu fiquei (estou) completamente perdida.

– Nos vemos?

– Claro. Qualquer coisa, só chamar.

Nos despedimos com um selinho e eu me virei pra ir embora. Quando dei um passo, ele me puxou de volta pelo braço. - Ei.

– Não consigo. Já perdi tanto tempo..

E me beijou de novo.

– Desde jeito não consigo ir embora.

Ele desce os beijos para o meu pescoço. A cada novo beijo, meu corpo arrepiava mais.. eu já não sabia mais onde isso ia parar.

– Com licença. - ouço uma voz e o empurro um pouco, pra ele parar. Agradeço essa pessoa, porque eu estava a ponto de fazer merda, no meio do shopping.

– Pois não? - Steve pergunta.

– O local é público, e apesar de mais vazio, ainda existem pessoas transitando por aqui. Peço que, por favor, parem.. sinto muito ser chato, mas aqui não é mesmo lugar pra isso.

Eu concordo e me envergonho na mesma hora. Meu Deus, as pessoas me viram naquela situação!

– Sim, senhor. A gente.. quer dizer, eu, já estou indo. - digo.

Dou uma olhada pra ele, dou um sorrisinho e saio.

No táxi, tive o meu ataque.

Comecei a associar todos os fatos da noite que se passou bem na minha cara.. ri sozinha, sorri sozinha, e o taxista me olhava como se eu tivesse algum tipo de problema. Quando ele parou em frente ao meu apartamento, eu me apoio no banco e olho pra ele.

– Eu não sou louca, juro. Mas, sabe aqueles dias que parece que o universo conspira ao seu favor, e aquilo que você tanto queria que acontecesse, acontece, do nada, sem você esperar? - ele balança a cabeça de forma positiva. - Eu tô nesse dia. Obrigada pela carona. - digo, sorrindo ,e entrego o dinheiro. Sei que carona não se paga, mas a felicidade me faz falar coisas sem sentido.

Entro no elevador com o sorriso congelado no rosto e aperto o botão do meu andar. Quando chego, percebo que minha bolsa não estava comigo. Instantaneamente, coloco a mão no bolso pra ver se o celular está lá, e dou um suspiro aliviado ao constatar que sim. Levei um susto quando ele começou a vibrar e um número desconhecido apareceu na tela.

– Alô?

– Não pergunte como consegui seu número. - Steve fala. Engraçado, quando ouvi a voz dele, foi a primeira coisa que pensei em perguntar.

– Oi, pra você também.. - brinco.

– Quanto tempo, né? - brinca também, mas logo muda o tom de voz - Nem parece que passamos as últimas 4 horas juntos.

– Por que não?

– Sei lá.. é que depois de tanto tempo sem ver você, é estranho, mas ao mesmo tempo, é como se a gente nunca tivesse ficado sem se ver.

Eu sentia exatamente isso.

Toquei a campainha.

– Ah, sua bolsa está comigo.

– Onde está sua chave? - Dylan abre a porta.

– Esqueci na AMB.

– Esqueceu na AMB? - Steve pergunta pelo telefone, rindo.

– Ah. Vai ficar aí fora? - ela pergunta, junto com ele.

– Sim! - respondo ao Steve.

– Vai? - Dylan pergunta. Steve ri.

– Não. Ai, dá licença. - empurro ela. Corro para o quarto e fecho a porta quando chego lá. - Olha a confusão que você me mete! - sussurro. Ele continua rindo, rindo mesmo.

– Amor, foi mal. - arrepiei em todos os lugares possíveis. - Continua a mesma, confusa que só você, mesmo.

– Também, olha a situação que você me coloca! - continuo sussurrando.

– Por que mentiu?

– Não quero falar pra ela que tava com você. E espero sinceramente que o Sam também não faça isso.

– Por que não?

– Sei lá.. só não quero mesmo.

– Tá. - ele deu um risinho.

Não sei de onde surgiu assunto, mas ficamos conversando por quase uma hora. Já era quase uma da manhã, quando eu estava deitada na cama como uma adolescente de 14 anos, que decidi desligar.

– Daqui a pouco a Dyl vem pra cá. Melhor eu desligar, senão rola sermão pro meu lado..

– Tá bom.. até mais. Boa noite.

– Boa noite. - eu ia desligar, quando ele diz:

– Rachel.

– O que?

– Eu te amo.

Dessa vez, meu coração parou por uns segundos, assim como minha respiração, mas não, não foi uma coisa ruim. Pelo contrário.. foi o frio, o calor, o fogo, a alegria, a paz que eu tanto procurei.

O frio que me dá só de pensar nele, o calor que o abraço tem, o fogo que o toque causa, a alegria de imaginar nós dois, a paz que a voz transmite.

E agora, foi tudo junto. Ele e a mania de me causar sensações estranhas, porém conhecidas, mesmo à distância.

Eu preferi não responder.. fiquei uns segundos em silêncio e ele desligou.

A Dylan abriu a porta e eu continuei estática, com o sorriso congelado no rosto novamente.

– Pode ir me contando. - ela diz.

– O que, exatamente?

– Você chegou e não desgrudou desse telefone, e pelo visto o papo tava bom, porque nem falando coisa com coisa você tava. Então, pode ir falando.

– Não tem nada.. era o Peter. - menti.

– Ops, mentira errada. Eu tava com ele no telefone há dez minutos atrás.

Eu fechei os olhos, coloquei as duas mãos no rosto, e me joguei na cama.

– Ah, que droga! - falo, com o Sim abafado pelas mãos.

– Fala! - ela se senta em sua cama e me sacode.

– Chata! - olho diretamente pra ela.

– Fala! - repete.

– Por enquanto não, amiga. É sério. Nem eu sei o que tá acontecendo, não sei te explicar. Espera as coisas se ajeitarem, e eu te conto detalhes.

– Não me enrola!

– Dylan.. me entenda.

– Você promete que me conta assim que puder? - pede.

– Prometo. Agora, eu vou tomar banho, preciso dormir.

Quem dera eu conseguisse pregar o olho essa noite..

***

Cheguei cedo na AMB, pra todos os efeitos. Perdoar uma mancada, okay. Agora, provocar um segundo perdão, já é abusar da paciência alheia.

Deixei minhas coisas no armário e fui para o banheiro, checar as malditas olheiras, consequência de duas noites mal-dormidas.

Olhei no espelho. Jesus.

Como sou uma branca quase invisível, qualquer marquinha me deixa parecendo um zumbi. Agora, imagina, a pessoa fica dois dias sem dormir e espera ficar linda.

Não.

Abri a porta e quase morri de susto quando fui puxada por alguém, que só dez segundos depois descobri quem era.

O próprio.

Já chegou me beijando, não tive tempo nem de respirar.

Mas, pra que respirar quando ele tá bem na minha frente querendo me beijar? Poupe-me, né, se for pra morrer sem ar, que seja por um longo beijo.

– Ei. - falei, quando tive tempo.

– Vim trazer sua bolsa.

– Ah. - ele me beija de novo. - Muito obrigada.

Voltou a me beijar.

O beijo estava meio desesperado, eu estava ficando louca. Ele abriu a porta do banheiro atrás da gente, nos enfiou lá dentro e fechou a mesma em seguida.

Steve me pressionou na parede e colou seu corpo no meu, sem um milímetro sequer de distância. Desceu o beijo para o meu pescoço e colocou sua mão por dentro da minha blusa, fazendo carinho nas costas, já quase nuas.

Ele interrompeu o beijo de repente e se sentou no chão, com as pernas cruzadas, tipo aquilo que chamavam de sei lá o que de índio quando eu era criança. Me mandou sentar no colo dele, e eu sentei, de frente, com as pernas entrelaçadas ao redor de sua cintura. Eu fiquei mais alta que ele, e ele olhou pra cima pra me beijar de novo.

Em poucos minutos, me livrei da camiseta azul que ele usava e ele, da minha blusa da AMB.

Ele ficou me encarando por uns segundos e começou a distribuir pequenos beijos pelo meu colo. Foi levantando e nos deitou no chão, a fim de ficar por cima.

Eu estava com tanto calor (vulgo fogo interno), que nem me importei com o chão gelado nas minhas costas. Aliás, eu estava tão quente que pensei na possibilidade de derreter o piso.

Sem aguentar mais nada, falei:

– Tá me torturando demais, para!

Ele pareceu não acreditar no que ouviu, e o seu movimento de pressa pra se livrar da roupa que ainda estava na gente, foi interrompido pela porta sendo aberta, pela pior pessoa possível..

– Rachel!

– Srta. Hunter. - nos levantamos rápido, no susto.

– Se vistam. Rapaz, vá embora. Rachel, pra minha sala. - e saiu.

Eu tratei de me vestir rapidamente, enquanto Steve ia com a maior calma. Ele estava me olhando.

– Me desculpa. - falou, quando coloquei a mão na maçaneta.

– Tá, depois a gente se fala. - respondi, meio seca e abri a porta.

Droga.

Ferrou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comeenteeeem!
Beijo, mozamores ❤



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