Apenas Colegas de Apê escrita por Dreamy Girl


Capítulo 62
Seis meses depois..


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho, eu seeeei.
Como estão?
Espero que bem
Esse capítulo tá meio sem acontecer nada, mas esclarecendo algumas coisas, contando outras.. então espero que gostem.
Vamosss



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Foram longos (ou não) seis meses.

Apresentei Dylan às meninas, que se identificaram de cara e desde então, nos tornamos inseparáveis, principalmente agora que ela e Peter terminaram.

Foi um choque pra todo mundo. Eles são o tipo de casal que a gente imagina feliz pra sempre, por isso, há dois meses atrás, quando eles se separaram, todos ao redor ficaram simplesmente sem acreditar.

A escolha foi dela, disse que queria um tempo pra ver se queria mesmo se prender à alguém por tanto tempo e tal, e ele se revoltou, disse que ela poderia ficar a vontade, pois agora ele que queria curtir e ser feliz sozinho.

Rumpf. Quem vê pensa que foi isso que ele fez. A verdade é que em 18 anos de vida, eu nunca vi meu irmão tão triste. Ele só sabia chorar, e se perguntar o que fez de errado, que dedicou a vida à ela e de repente, ela resolve acabar com tudo. Fiquei triste de verdade. Disse que ele deveria viajar por um tempo, e ele foi. Está no Canadá há três semanas e só volta para o Natal, como nossa mãe exigiu.

Essa é outra que tem me causado problema. Ela resolveu me ignorar completamente. Quando quero falar com ela, ela diz que tá ocupada, que está cuidando do Roger (filho do marido dela), que estava entrando no banho e qualquer outra desculpinha que desse na telha. Há uns meses, eu desisti e não nos falamos desde então.

Eu, Dylan, Anna, Gabi e Lizz não nos desgrudamos. Estamos sempre nas melhores festas, onde pessoas disputam por nossa companhia, garotos desejam um beijo nosso, meninas nos invejam. Tá uma vida bem doida, mas eu estou amando.

"E o Liam?"

Eu e ele continuamos melhores amigos, prometemos um ao outro que nada mais vai nos separar. Ele, inclusive, tem trocado umas ideias com a Gabi...

"E o Sam?"

A gente continua se encontrando, e sempre rolam uns beijinhos (continuo considerando os beijos dele os melhores no quesito pegada). Ele é um cara incrível, super legal, educado, engraçado e lindo.

"E o Diego?"

Também mantemos contato. Saímos para o cinema, tomamos café junto, e até já arriscamos uma "saída em casais". Eu, Sam, Diego e Thamy, a namorada dele que não sente o menor ciúmes de nós. E, apesar de eu insistir muito, dizendo que Sam e eu NÃO somos um casal, ele diz que só falta um convite formal pra isso acontecer.

Esses seis meses me fizeram perceber que eu não quero namorar de novo nem tão cedo. A minha vida está ótima assim, e vai continuar.

Sei que faltou uma pergunta...

"E o Steve?"

Desde o término, nós dois nos encontramos algumas vezes, por acaso, e eu me lembro de uma, em especial.

Ele também se tornou um grande frequentador de festas, e em uma delas, em um clube perto do shopping, a gente se viu. Foi há duas semanas, e eu me lembro com detalhes.

Eu estava sentada no banquinho do balcão de bebidas, esperando minha batida de maracujá, quando ouvi aquela voz.

Como em um choque interno, me virei, e nossos olhares se cruzaram novamente depois de todos aqueles meses.

A gente já tinha se visto outras vezes, mas nunca trocamos uma palavra. Nesse dia foi diferente.

Ele foi até o balcão, pediu vodka, e ficou esperando.

Eu não sabia se queria que minha bebida chegasse logo, pra acabar aquela coisa insuportável de ficar ao lado dele sem poder fazer nada, ou se eu queria que demorasse uma hora, pra olhar e olhar e olhar, tudo o que eu não tinha olhado.

E então, a surpresa aconteceu.

– Oi. - ele disse.

Fiquei um tempo parada.

Minha cabeça estava meio assim :

1 - Ele está falando comigo.

2 - Ele está mais lindo do que eu me lembrava.

3 - O cara ainda não chegou com a minha bebida.

4 - Novamente, ele está falando comigo!!!!!

5 - Eu tô com muita vontade abraçá-lo e dizer que a gente pode começar de novo, e eu não me importo.

6 - A voz dele continua linda...

7 - Eu não posso realizar o pensamento número 5, o que ele me falou foi horrível.

8 - Acho que já tá na hora de falar alguma coisa, mas, O QUÊ?

– Oi. - falei.

– Tá bem?

Eu queria falar a verdade: Eu tô perfeitamente bem, mesmo.

Mas se eu falar isso, ele vai achar que é pirraça, tipo: HÁ, SEU TROUXA, TÔ MUITO MELHOR SEM VOCÊ.

– Bem. - eu disse - E você?

– Indo. - falou.

Senti que o assunto tinha acabado, quando uma menina loira, baixinha, chegou perto dele, deu um beijo em sua bochecha e disse:

– Amor, tava te procurando.

Amor? Fiquei sem saber pra onde olhar. Ele apenas deu uma olhada pra ver como eu estava,pude ver pelo canto de olho, e eu estava brincando com o canudinho da minha batida, recém chegada.

– Eu.. tô esperando a bebida.

– Na verdade, eu estava te procurando e fiquei com sede. Vim aqui sem a menor pretensão de te encontrar.

– Tô aqui. - sorriu pra ela, que o puxou para um beijo. Ele colocou as duas mãos no rosto dela e eles ficaram se engolindo na minha frente.

Ela se separou dele e disse baixinho, mas eu consegui ouvir.

– Já são duas horas. Feliz 5 meses.

Não sei como consegui permanecer na cadeira. Cinco meses. Eles estavam juntos há exatos cinco meses, já que já são duas da manhã... o nosso término tem quase seis meses.

A rapidez com que ele arrumou outra me impressionou, e eu saí daquela festa desolada.

Chorei como não chorava há meses e coloquei na cabeça que esqueceria ele a qualquer custo.

Comecei a falar em voz alta que não gostava dele, pra ver se assim a minha cabeça se acostuma com a ideia.

Como diz o Vovô Pabbie, um troll do filme Frozen, "O coração não pode ser mudado com facilidade, mas a cabeça é fácil de convencer."

E foi o que aconteceu. Minha cabeça já respodia que não gostava dele quase que no automático, mas meu coração sempre tentava me mostrar o contrário. Ou melhor, falava que eu não gostava mesmo. Que isso era muito pouco perto do que eu realmente sentia por ele.

A música que mais tenho ouvido nos últimos dias é Leave My Heart Out Of This, Fifth Harmony.

"Eu digo para o meu coração sair dessa, guardar sua opinião para si. Eu deveria apenas ouvir a minha cabeça porque é a única que sabe o que é melhor. Ela me diz para não te amar, mas meu coração diz apenas para perdoá-lo. Ah, mas ele não está pensando claramente . Eu queria poder deixar o meu coração fora disso.."

Minha vida em uma música. Não sei, não, mas acho que esses cantores e bandas ficam se inspirando na minha vida pra compôr as músicas, fazem sucesso à minha custa, ou tem uma fonte que conta coisas sobre mim e eles ficam me mandando indireta.

Palhaçada, sempre tem uma música que tá completamente adequada ao meu momento, e o pior, elas aparecem pra ferrar com tudo mesmo. Pra acabar com o que ainda não acabou.

– Rachel, planeta terra chamando. - Sam estala os dedos na minha cara. Tenho uma raiva desse povo que fica acabando com as minhas brisas.

– Oi. - respondi, de má vontade. Ele estava na minha frente, com as bandejas dos nossos lanches, e com uma cara de quem estava implorando por ajuda.

Levantei, peguei uma das bandejas e coloquei na mesa. Só de olhar a batata frita minha barriga roncou.

– Tava viajando, né? - ele deu um risinho.

– Tava pensando. Minha vida mudou tanto em seis meses..

– Sua contagem começa no dia que você terminou com aquele babaca? - pergunta. A raiva que ele sente do Steve é tão grande que chega a ser engraçado. Maior, inclusive, do que a minha.

– É. E eu chego à conclusão de que talvez, mas só talvez, eu esteja mais feliz assim.

– Talvez, nada. Tudo bem, sei que você gostava - acentuou o "ava" - dele, ou mais que isso - com certeza mais que isso - mas, fala sério. Você é uma das meninas mais desejadas dessa cidade. Se quer saber, até a amiga de um amigo meu já comentou que queria te pegar. - falou e eu fiz cara de nojo. Essa é novidade pra mim. - Você sai sempre, tem um monte de gente no seu pé.. você trocaria isso tudo por uma tarde fria, debaixo das cobertas, com um filme de amorzinho na TV e esse cara do lado?

– Sim. - falei rindo, sem nem pensar. Ele bateu os braços, indignado. Mordi meu lanche, terminei de mastigar, e voltei a falar. - Não tô reclamando da vida, pelo contrário, você sabe muito bem que eu estou bem feliz assim, mas tem hora que a saudade aperta e eu tenho vontade de largar tudo e voltar pra ele.

– Mas aí você lembra que ele já te esqueceu e tá com outra, e para de pensar merda? - a sutileza dele me impressiona cada vez mais.

– É mais ou menos isso.. estar com outra pessoa não significa esquecer.

– Mas, pelo que me descreveu, a namorada dele é a Claire, e ela é enlouquecida de ciúmes. Aposto que ele não esconderia por cinco meses que ainda tá na sua, e se ela soubesse, com certeza saberia que é você quando te viu no bar.. e pelo que eu conheci dela, ela não deixaria barato. Então, só tem uma explicação que acho que você deve aceitar logo: a fila dele andou. Afinal, nem todo mundo é compreensivo assim que nem eu, que tô com você e ouço numa boa seus casos de antigos amores. - eu ri com o final. A gente combinou isso: estamos juntos, mas não estamos namorando.

Temos total liberdade pra ficar com outras pessoas, sair com outras pessoas e tal, mas sempre estamos aqui, um pro outro. É meio que uma amizade colorida.

– Sou muito sortuda, né? - brinquei, rindo.

– Bastante. - colocou a pontinha do dedo no ketchup e passou no meu nariz.

– Ai, seu corno. - xinguei, limpando com o guardanapo.

***

Oito da noite, eu estava na casa da Dylan, esperando a Gabi, e, mais uma vez, reclamando por ainda não termos tirado a carteira de motorista.

– Meu Deus, como faz falta! Combinamos com essa garota sete e meia, e ela não chegou ainda! - Dyl bufou e sentou no sofá.

– Calma, menina. Se estressar não vai fazer a Gabi chegar.

– Tô nervosa, amiga! - choramingou e prolongou o "amiiiigaaaaaa".

Foi ela fechar a boca, que ouvimos a buzina do carro.

– Aleluia! - olhou pra cima com os olhos fechados.

Entramos no carro, eu fui na frente, e encontramos uma Gabi desorientada, meio "na brisa", sabe? A primeira coisa que pensei foi: essa menina está se drogando.

Eu não disse nada a respeito, apenas dei uma olhada de canto de olho pra Dylan, como se estivesse dizendo pra ela ficar quieta e esperarmos o que ela ia dizer.

– Meninas, desculpem a demora. Eu estava com o Liam.. - suspirou. - E nem vi o tempo passar.

Então a droga dela tem outro nome... e sobrenome.

Olha, não sei o que houve, só sei que um louco ciúmes me subiu. Um ciúme de amigo, mesmo. A sensação de perdê-lo me enlouqueceu por dentro. E acho que foi isso que ele pensou no ano passado, quando eu fui deixando de ser sua melhor amiga e começando a virar "a namorada do Steve".

Acho que elas perceberam a minha cara, e começaram a rir.

– Ray, não fica com essa cara. - a Dyl passou a mão no meu ombro. - Calma, eles estão só se curtindo.

– E já combinamos que se formos nos envolver mais seriamente, você vai ser a primeira a saber, porque, segundo ele, vocês dois já fizeram um acordo de não deixarem nada afasar vocês, como uma vez já aconteceu. Então, pode relaxar. Somos seus melhores amigos e não vamos te deixar de lado.

– Ai, ai, Gabizinha, coitada de você. Você ainda não se tocou que eu sou a melhor amiga dela, né? - Dylan brincou, perguntando pra mim. Essa é, realmente, uma pergunta MUITO difícil. As duas são simplesmente incríveis comigo. As duas participaram de duas etapas importantes na minha vida, de um processo de transformação: o namoro com o Steve e o término com o Steve.

A Dyl está desde o começo, desde que me mudei para o Apê. Me ajudou na adaptação, me tornou uma pessoa mais sociável, e o que sou hoje, tem grande influência dela.

Já a Gabi, é mais recente, mas eu realmente a considero uma melhor amiga. Ela me ajudou na minha fase de "depressão", me deu conselhos, não me deixou chorar. Desde o começo me acolheu como uma amiga.

E elas vivem me fazendo essa pergunta idiota em tom de brincadeira.

Percebendo minha cara de desespero, a Gabi falou:

– Tudo bem, amiga, você não precisa falar que sou eu na frente dela.

A Dylan mostrou a língua e ela riu. Eu já ia dizer que não, que eu não conseguia escolher uma só, que as duas eram minhas melhores amigas, mas a Gabi parou o carro e anunciou que tínhamos chegado.

Era um barzinho calmo, ao ar livre, super gostoso. O tempo hoje estava cooperando, pois estava um ventinho fresco, refrescante.

Sentamos em uma mesinha perto do palco e chamamos o garçom.

Pedimos refrigerantes e camarão frito de entrada, como prato principal, arroz, strogonoff de frango e batata frita.

Quando o garçom foi embora, Anna e Lizz chegaram e se juntaram a nós.

Eu quem pedi pra gente se reunir em um lugar mais tranquilo pra fazer um pedido à elas.

– Bom, meninas, como todas sabem, esse jantar tem um motivo. - comecei.

– E trate de falar logo antes que eu morra! - Anna pediu.

– Como todas deveriam saber, e eu espero mesmo que saibam, mês que vem é meu aniversário, dia 16. E, ano passado, tive uma comemoração linda com o Steve - me lembrei. Foi tudo incrível. O cinema, o restaurante.. que é o mesmo de hoje. A declaração no palco, o anúncio da viagem pra Cancún.. - calma e romântica. Mas esse ano, quero uma coisa diferente. Nos dias 15, 16 e 17, convido todas a um passeio na praia. Ficaremos esses três dias lá, nós cinco e depois voltamos. E no dia 18, pedi pro Sam organizar uma festa com todas as pessoas que conhecemos nesses seis meses. Prometo que vai ser incrível. Topam?

– Claro que sim!

– Vão ser os melhores dias do ano!

Se eu já estava animada antes de contar, agora eu estou meio que morrendo de ansiedade e euforia.

Essa praia vai ser inesquecível, e a festa, então.. nem se fale!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo grandão, com os três dias de praia, por isso vai demorar um pouquinho. Tá bom?
Gente. PeLan. Acabou. 😭😭
Gostaram? Comentem 💓
Beijo :*