Destino & Escolhas escrita por No Name


Capítulo 6
A Verdade Cruel e Nua


Notas iniciais do capítulo

Vou retomar o que disse no último capítulo. Agora em diante vou postar a cada duas semanas, na sexta.



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Eric esperava noticias na sala do hospital central da cidade. Andava de um lado para o outro, colocava a mãos nos cabelos bagunçados de tanta frustração e olhava a cada minuto para o relógio. Ele não entendia por que estava lá. Não era apenas um desmaiou?

Ao chegarem no local, o pai de Christine entrou na porta e desapareceu junto com a filha e vários médicos. O que estava acontecendo com a garota que amava? Era algo a mais do que apenas uma queda de pressão?

John saiu das portas duplas para encontrar o namorado de sua filha num estado pior do que o dele. Os dois estavam preocupados, mas Eric não sabia os motivos de estar assim.

–Ela vai ficar bem, por enquanto- avisou John aliviado.

–Como assim por enquanto?- Eric perguntou desesperado. O que estava acontecendo?!

–Acho melhor ela explicar- disse John com a cabeça baixa.

Os dois caminharam pelo extenso corredor branco, com várias portas de mesma cor. O pai de Christine parou numa delas e abriu com delicadeza. O cheiro de hospital invadiu as narinas de Eric e sentia um embrulho horrível no estomago. Entram no quarto sem decoração para encontrar a jovem deitada na cama, com as narinas entubadas e os olhos fechados.

Algumas máquinas apitavam no quarto fazendo um barulho irritante no ouvido de Eric. Porém, não ligo para isso, sua mente estava preenchida com várias perguntas sem resposta e todos os músculos estavam rígidos, esperando para o pior.

Christine sentiu a presença dos dois no ambiente. Não estava dormindo, apenas descansando os olhos. Um tímido sorriso abriu em seu lábio ao ver o rosto familiar de Eric. Entretendo, uma dor aguda atingiu seu coração. Teria que contar toda a verdade para ele.

A sua namorada não estava tão pálida como antes, mas ainda com a aparência cansada e destruída. Ele caminhou calmamente até a ponta da cama e segurou os dedos compridos e tortos da jovem.

John deixou os dois sozinhos, pois sabia como seria difícil a revelação para sua filha. Christine ia sofrer mais do que já estava. Mas agora era coração à ser machucado, consequentemente o seu também.

–O que esta acontecendo Christine?- questionou a pergunta que não saia da mente de Eric.

–Eu preciso contar uma coisa- ela começou a tremer enquanto falava. - Eu vou entender se não quiser ficar mais comigo- uma lágrima teimosa brotou dos olhos da garota.

Eric colocou suas mãos grossas no rosto fino de Christine, tentando acalma-la. Beijou delicadamente seus lábios, tomando cuidado com os tubos que cercavam suas narinas.

–Estou aqui e não vou embora- ele sussurrou em seu ouvido.

–Eu tenho leucemia, Eric- Christine disse de uma vez.

A verdade é e sempre será cruel e nua. Mesmo a mais simples delas. Ou aquelas como a de Christine, o que significava sua vida.

Eric inclinou seu corpo para trás e olhou no rosto da jovem que estava derramado em lágrimas e assim teve a confirmação do que ela dizia era a realidade. Seu rosto estava espantado e podia se dizer que quase tão branco com Christine naquela manhã. Ele abraçou sua namorada que estava desesperada, tentando segurar o choro que ameaçava começar.

–Me desculpe Eric. Perdoe-me -a doente pedia entre soluços. Ela sabia que nunca deveria ter se envolvido com ele, ou contado logo a verdade, não dando a chance dele se aproximar.

–Eu te amo, Christine- Eric disse enquanto estava hipnotizado pelos olhos da moça, que estavam levemente inchados.

Uma gota brotou nos olhos do garoto e desceu pelo seu rosto. Ele logo tratou de seca-la, pois deveria ser forte para Christine.

–Eu também- ela disse com a voz fraca.

–Nós vamos superar, mas agora você vai dormir. Eu já volto, porém não vou sair daqui. Ok?- ele disse se levantando da cama e caminhando até a porta.

Ela apenas assentiu e fechou novamente os olhos.

Eric encontrou John no corredor, olhando para a cidade através da janele, e logo tratou de se juntar. Era uma bela tarde. O sol estava em seu últimos raiares e a cidade noturna estava começando ter vida, assim como a lua brilhava no céu e as estrelas. Tudo estava normal, mas diferente ao mesmo tempo. Eric já não sabia mais como seria o dia de amanhã

–Ela tem quanto tempo?- perguntou Eric aflito.

–Os médicos não sabem. O tipo de doença dela não é muito conhecido ainda. Estão fazendo tudo que podem- respondeu o pai se sentindo derrotado.

–Vou chamar meu pai, ele vai cuidar dela- Eric disse sacando o celular. - Ele é médico, vai saber o que fazer.

–Não há muito que podemos fazer- anunciou John, ainda encarando a vista através da janela.

–Temos que tentar. Não podemos desistir- Eric disse com a ponta de irritação.

–Não somos nós que temos que desistir, isso depende dela. Christine esta cansada Eric, não sei se aguenta muito mais- então encarou o namorado de sua filha. – Você tem que ajuda-la.

–Eu irei. Isso é uma promessa.

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa

Trabalha como se vivesses para sempre. Ama como se fosses morrer hoje.

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