O abismo sem Fim escrita por Magnumcannon


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Zach, sua coruja, Mary e Jeff adentram o enigmático castelo do desconhecido inimigo nesse capítulo de +2.000 palavras. Espero que gostem, como sempre em caps, CRÍTICAS SÃO MAIS QUE BEM VINDAS. Agradeço por todo o suporte, MESMO. Como podem ver, a fic está acabando, PORÉM eu planejo fazer uma continuação, ou seja, mais exploração na história desse mundo, com novas criaturas, novos ambientes e....velhos protagonistas? Quem sabe....



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Apesar de grande, isso ainda não explicava como todos aqueles demônios tinham saído dele, mas enfim, prosseguimos em nossa busca pelas escadas, ou qualquer outra coisa que nos ajude a chegar ao topo. As salas eram muitas, cada uma com sua característica especial. Ainda havia alguns demônios lá, porém grande parte era fraca, patética, tenho que dizer. Era comum ver os móveis grudados no teto, ou parede, pois fazia parte daquela estranha e peculiar arrumação.

Depois de vários passos gastos pelo piso do castelo achamos uma estranha sala, diferente de todas. Enquanto as outras tinham um tema, como salas de jantar, cavernas, hospitais de cabeça para baixo, esta tinha uma aparência peculiar. Ainda mantendo os tijolos púrpuros e algumas velas, a sala não tinha tema algum, era apenas uma simples sala com uma espada no meio, cravada em uma pedra. É claro que isso levantou dúvidas e atiçou a nossa curiosidade, nos obrigando a investigar o curioso objeto.

Era o artefato mais lindo e incrível que eu já havia visto: Seu cabo era cinza, porém sua lâmina aparentava ser feita de cristal ou vidro, brilhando eternamente. Estava firmemente presa lá, até tentamos removê-la por curiosidade, porém falhamos. Tentei usar Unihacks, mas não deu certo da mesma forma. Por fim nós desistimos e resolvemos continuar a exploração.

Jeff já ia abrir a porta, porém o inesperado ocorreu... de novo! Ouvimos um grande estrondo atrás de nós, seguido do som que aparentava ser causado por uma lâmina. Viramos-nos preparados para o que tivesse lá, e estávamos preparados com razão.

Segurando a brilhante espada estava um demônio cinza, musculoso, com chifres espirais em sua cabeça, olhos azuis vazios, garras afiadas, porém pequenas. Asas de morcego vestigiais, pequenas e negras e por fim, uma aura cristalina, que contradizia com sua aparência.

Hgrrrr, Bheel Therz ï Fjón-tjol!

Disse o demônio em uma língua desconhecida, que eu não entendia uma única palavra até...

Äxis...

Uma força desconhecida me empurrou em direção ao demônio, criando uma barreira de cristal entre mim e Jeff e Mary, impossibilitando que eu escapasse ou que algum dos dois me ajudasse. Ao invés de me atacar enquanto estava no chão ele resolveu me esperar, demonstrando certo senso de honra na luta. Ao levantar agarrei rapidamente Azmarol, mas antes de atacá-lo fisicamente tentei usar uma Unihack:

Azanius Mjoldog Meo!

Sem efeito, como na última vez. Para ser exato, as palavras ditas foram em vão. A magia nem sem quer começou, para falar a verdade. Ignorando as possibilidades do que podia ter causado isso, ataquei-o com Azmarol em seu ombro esquerdo, porém a criatura defletiu meu ataque rapidamente com sua espada, e, com minha guarda para baixo, contra-atacando em seguida, atingindo-me em meu abdômen, causando um longo corte e uma queimadura. Recuei.

Não me dei convencido. Parei um pouco para ver a reação dos dois através da barreira cristalina, de Mary em especial. Pareciam preocupados como deviam estar. Percebi que a criatura não me atacou enquanto fiz isso, apenas me esperou. Ela definitivamente tinha um grande senso de honra em suas batalhas.

Concentrei-me, foquei-me na criatura e a ataquei, dessa vez um corte ascendente inclinado fortemente para a direita em seu braço direito. Apesar de o demônio ter defletido meu ataque, tratei de defletir o eu contra-ataque, deixando-o vulnerável para uma investida concentrada em seu tornozelo, fazendo com que o mesmo começasse a mancar. Recuei novamente.

Apesar da baixa mobilidade que tinha, eu respeitava sua defesa, rápida e precisa.

Gheã Thu-ti ï Bner! Ón-Vox....

Ignore o fato de a língua falada ser desconhecida, ela havia falado com certo tom de lamentação e sarcasmo. Dessa vez o esperei investir, coisa que demorou alguns minutos para acontecer, lentamente, quando a criatura finalmente decidiu se mover em minha direção, aplicando um golpe descendente reto, que tive a proeza de desviar, tentando golpeá-lo em suas mãos, com o intuito de fazer com que deixasse sua espada cair, o que não foi bem o que aconteceu...

Traiçoeiro, o demônio viu meu ataque, deixando a espada cair, porém chutando Azmarol para longe e em seguida desferindo um arranhão em meu abdômen, agarrando meu braço esquerdo e me arremessando com a maior facilidade contra a barreira de cristal. A criatura ria sadicamente enquanto eu fazia esforço para me levantar, esforços que depois de alguns segundos fizeram efeito. Agarrei Azmarol, que estava jogada logo ao meu lado. Ao mesmo tempo ele agarrou a espada brilhante.

Apesar de estar sentindo uma dor moderada eu ainda estava disposto a lutar. Enquanto me recompunha consegui ouvir uma voz, que vinha de traz de mim, da barreira de cristal. Uma voz abafada, porém consegui entender o que dizia:

Vai Zach, você consegue!

Um pouco motivado, corri em direção ao demônio. Ataquei-o falsamente com um rápido e incompleto corte pelo lado esquerdo, que ele acreditou que se tratasse de um real e tentou defender, abrindo sua defesa ao lado direito, que me deu a oportunidade de aplicar um forte e concentrado corte em horizontal, acertando em cheio o lado de seu torso, espirrando severas gotas de sangue púrpuro pelo chão.

Mrý-ti Thi hö!

Avançou com suas últimas forças em minha direção, porém defleti o poderoso ataque com Azmarol, que foi lançada para longe de minha mão, parando próxima ao muro de cristal. Fraco, exausto e pouco disposto a lutar estava o demônio. Aproveitei essa fraqueza para remover a espada de sua mão, que foi fácil com sua exaustão. Estava quase no chão, de costas para mim, fraco e vulnerável.

Sem piedade alguma daquela alma negra, o golpeei com toda minha força em seu pescoço, decapitando o demônio. Uma poça de sangue púrpuro formou-se no chão, espalhando pelo piso azul-claro e cristalino. Uma esfera carmesim se formou sobre o corpo sem vida do demônio, flutuando sobre a carcaça e indo em direção à espada brilhante, fazendo com que uma grande onda de energia elétrica fluísse pelo interior da mesma, fundindo os dois em um só.

A arma certamente tinha um grande potencial, sendo leve, afiada e aparentemente encantada com uma poderosa magia na qual não posso dizer o que fazia além de queimar, porém pareceu ter um forte efeito no combate, no qual não posso explicar. Resolvi levá-la comigo, chamei-a de Ragnarok, já que me pareceu um nome apropriado. Peguei Lavanda e dei para Jeff, já que minha mochila estava ficando cheia, apesar de não estar ficando nenhum pouco pesada.

Podíamos girar a maçaneta estranha da porta sem interrupção alguma. Foi o que fizemos. Subimos as escadas contidas nela, chegando ao andar que perdi a contar depois dos sobe-e-desse que demos pelo castelo. Mais guardas. Eram fracos, porém rápidos e chatos de lidar, mas saímos da batalha sem arranhões daqueles pequenos seres.

A espada havia demonstrado o mesmo comportamento de antes, sugando algo dos seres que sucumbiam a sua lâmina e, pelas minhas minuciosas observações, ganhando mais poder, ou seja, agudez e queimaduras maiores. Observações minuciosas pois as mudanças eram mínimas, porém seriam poderosas com muitas vitórias. Pergunto-me se o poder do ser em questão afeta o tamanho de poder fundido na espada....

Zanzamos pelo castelo, até que encontramos mais uma sala que merecia atenção, apesar de que eu não sei se chamo isso de sala, mas enfim...

Era extensa em largura, porém o mais intrigante era o fato de se passar em um grande campo nevado, cheio de árvores, grama coberta pela neve, que, de alguma forma caia sobre nós. Era noite, ainda com a púrpura lua sobre nós, com nuvens a cobrindo. Ignorando a estranheza do ambiente, prosseguimos, adentrando na curiosa taiga nevada, na qual não havia vida nenhuma em seu solo ou ar a não ser Serene, que voava pela floresta alegre.

Gasto um longo número de passos achamos em seu meio uma figura encapuzada. Vestia um manto marrom esfarrapado. Apoiava-se em uma grande foice feita de ossos, com uma lâmina feita de algo que me parecia energia, similar a Ragnarok.

Vi o que fizeram com Bub, nada mal. É uma pena que a jornada de vocês para o topo, onde se encontra o mestre, irá acabar. Nós vemos tudo. Nós somos o caos em dobro. Já destruímos o seu mundinho antes e iremos o destruir novamente! Sinta o poder de Baph!

Abaixando o capuz o demônio revelou sua face, esquelética, literalmente. Um crânio do que aparentava ser um chacal com dois longos chifres curvados para trás. Em um piscar de olhos o horror usou uma poderosa magia de Elemental de gelo, parando os movimentos de mim, Mary e Serene, deixando apenas Jeff na luta.

Apesar de imóvel eu podia ver a luta. Baph usava magias livremente, sem a exaustão que sentimos, e pior, não precisava invocar os longos nomes, apenas usava sua foice. Emitia uma aura negra de seu crânio ao usar ataques ofensivos e uma branca ao usar ataques defensivos. Mesmo podendo usar magias de forma rápida, sofria com o problema de ser previsível.

Depois de alguns Mjoldogs e Plasmaticas, Jeff percebeu o padrão, usando-o contra o inimigo. Tenho certeza que ele percebeu antes, porém não soube o que fazer, desde que não se tem muito tempo para pensar quando uma bola de fogo de 2 metros está vindo em sua direção.

A batalha conseguiu ser surpreendemente curta, durando menos de quinze minutos, creio eu. Jeff saiu vitorioso do campo de batalha, segurando a foice que a pilha de ossos não precisava mais. Descongelou-nos logo depois de agarrar a foice, que havia “Barghest” em uma pequena parte composta de madeira, a única feita de um material normal.

Pensamos em prosseguir até o fim da sala, porém a fácil derrota de Baph era suspeita demais. Encaramos o monte de ossos por um bom tempo para certificar que estava morto, e de fato, não estava. Ou ao menos Baph não estava...

O ar frio deixou de ser frio. As árvores brancas deixaram de ser brancas. A brisa deixou de ser calma...

O ambiente mudou repentinamente. As árvores começaram a queimar como velas, a lua começou a derreter, o solo começou a se avermelhar. Os ossos se moveram, puxando o fogo que estava por perto, formando uma entidade feita de fogo e ossos, com olhos flamejantes e asas feitas solenemente de chamas.

Derrotaram meu irmão Baph, não? Nem um pouco surpreso, aquele incompetente é fraco demais para ser considerado servo de Nyxta. Vocês irão sucumbir rapidamente à fúria de Meth!

Dessa vez estávamos nós três na batalha, portanto supus que íamos ter mais vantagens. Estava enganado. Era rápido como o som, suas magias inteiramente flamejantes eram poderosas, abrangentes em área e dolorosas. Cuspiu uma enorme nuvem flamejante, que conseguimos desviar com facilidade, recuando. Apesar disso, a criatura não estava mais visível, abrindo uma entrada para um ataque surpresa.

Achas que meu poder se iguala ao de Baph? Ha! Não compare minhas artimanhas poderosas com os truques baratos e genéricos daquele monte de ossos que com ódio possuo agora. Deixe-me dar um pequeno exemplo! Igítö Thi-Rél.

Um grande estrondo podia ser ouvido por toda a floresta. Ficamos em posição defensiva, esperando com que o demônio desse o primeiro passo. E de novo estávamos certos. Das chamas que se apagaram surgiu a besta, de corpo escamoso, como o de um caimão, e vermelho, de curto e grosso pescoço com cabeça de elefante, apesar de não haver tromba alguma. Andava sobre quadro patas, apesar de ficar ereto, como um humano. Tinha olhos flamejantes, que queimavam intensamente como o fogo eterno do inferno. Chamas cobriam em linha reta sua costa, especificamente sobre sua coluna.

Em seu musculoso braço esquerdo segurava uma Naginata com uma lâmina flamejante, porém de aparência afiada. Chamas saiam de sua boca toda vez que a abria, mesmo sem intenção de ataque. Movia-se rapidamente para o seu tamanho, causando pequenos tremores no chão e levantando as cinzas. Era um inimigo formidável, com a aparente força superior do que a dos dois anteriores. Levantamos nossas armas ao ar, iríamos chegar até o fim disso!


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Notas finais do capítulo

Um elefante em pé de quatro patas, flamejante e sem tromba. Faz com que as criaturas do abismo pareçam fofinhas...hihi



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