Charlie acordou no dia seguinte e suspirou. Ele tinha uma tarefa muito importante para fazer naquela manha. O policial se levantou, botou uma calça jeans,uma blusa xadrez azul e vermelha,um tênis preto e escovou o cabelo.Ele desceu até a cozinha,tomou café,entrou na viatura e dirigiu para alem dos limites da cidade.Seu destino era a residência do médico mais importante daquela cidade,que inclusive,era psicólogo de sua filha.

Após algum tempo, ele estacionou na frente da casa Cullen,saiu de seu carro e tocou a companhia.Após alguns minutos,a matriarca da família,Esme abriu a porta.

–Bom dia Charlie.

–Bom dia Esme.O Edward esta em casa?

–Sim, ele esta. Você quer alguma coisa com ele?

–Sim, eu tenho que falar com ele.

–Então entre.

O patriarca dos Swan entrou na casa e subiu as escadas até a sala de visitas no segundo andar, onde Edward estava sentado no sofá, lendo Romeu e Julieta.

–Edward, querido?Charlie quer falar com você.

Edward levantou os olhos do livro, e tentou ler os pensamentos de Charlie, que só pensava “Eu tenho que fazer isso, pelo bem da minha filha.”

Esme se retirou da sala e Edward se levantou.

–Bom dia Charlie. -O eterno adolescente falou, estendendo a mão.

–Bom dia Edward. -Charlie disse segurando a mão do garoto. -Eu preciso falar com você.

Os dois se sentaram no sofá e Charlie falou:

–Sue disse sim.

–Isso é ótimo.

–É claro... -Charlie suspirou e por fim falou- Bella vai ser uma das madrinhas. Eu preciso que você seja um dos padrinhos.

–Eu agradeço o convite, mas eu não acho que Bella vá querer que eu aceite isso.

–Edward, por mais que eu queira negar esse fato, mas a única razão pela qual a minha filha ainda esta viva é você. E sei que ela não quer falar com você, ou te ver, mas vocês dois tem que ficar juntos.

–Voltar com sua filha é a coisa que eu mais quero. Eu nunca amei ninguém como eu amo sua filha, e eu faria qualquer coisa por ela.

“Diga sim Edward” Pensou Esme.

–Eu aceito. -Disse Edward.

Charlie soltou o ar que estava prendendo, agradeceu a Edward e depois foi embora.

Na casa dos Swan,Bella tinha acabado de acordar.Na noite anterior,ela tinha chorado até pegar no sono,e,por causa disso,a blusa de Edward que ela dormiu abraçada,estava úmida.Ela levantou da cama e foi até a cozinha,onde Sue estava tomando café.Bella se sentou na mesa,pegou uma tigela de cereal,junto com café.

–Bella.-Disse Sue.

–Sim Sue?

–Eu quero que você seja a madrinha do meu casamento.

–O que?Casamento?Voce vai se casar com meu pai?

–Sim. -Disse Sue sorrindo.

–Isso é ótimo Sue!Parabéns!

–Obrigada querida. Entao,você quer ser madrinha do meu casamento?

–Mas é claro que sim!Quem vai ser o padrinho?

–Bom Leah e Seth serão madrinha e padrinho, eu não sei para quem Charlie pediu para ser o segundo padrinho.

–Bom dia!-Disse Charlie, abrindo a porta.

–Bom dia pai. -Disse Bella.

–Onde você estava Charlie?-Perguntou Sue

–Eu fui perguntar ao segundo padrinho se ele queria ser meu padrinho. -Respondeu Charlie.

–Quem é ele?-Perguntou Bella.

–É segredo querida.

–Mas ele aceitou?-Perguntou Sue.

–Ele aceitou.

–Como será a cerimônia?-Perguntou Bella.

–Vai ser pequena. Acontecerá no quintal dos fundos da nossa casa. -Falou Charlie.

–Tem que ser o mais rápido possível. -Falou Sue.

–Pode ser semana que vem. -Falou Charlie.

–Sim, claro. -Disse Sue animada. -Bella,você quer ir a Port Angeles comigo hoje?

Bella balançou a cabeça.

–Eu não posso. Eu tenho que tirar os pontos do meu pulso e depois eu tenho consulta com meu psicólogo.

Ela terminou de tomar o café e foi até o banheiro tomar banho. Após tomar banho, trocar de roupa, pentear o cabelo e escovar os dentes, ela olhou para o chão do banheiro.

Ainda havia sangue dela que havia sido derramado quando ela se cortou. Agora, ela até se arrependia de ter feito aquilo, mas naquele momento, tudo que queria era a morte. Mesmo não tendo coragem de fazer aquilo, o tão falado suicídio. Se Renée não tivesse se acidentado, Bella nunca teria se cortado, e os Cullen nunca teriam voltado. E hoje, não estaria indo para o hospital, tirar os pontos e ter uma consulta com o pai adotivo do seu ex-namorado.

Suspirando, ela saiu do banheiro, entrou na picape e dirigiu até o hospital. Assim que chegou ao local, deu de cara com o enfermeiro que havia feito o curativo nela quando ela iria sair do hospital.

–Bella Swan!-Ele disse, assim que a reconheceu.

–Mark, oi.

–O que você veio fazer aqui?

–Consulta, e tirar os pontos também.

–Isso é ótimo!

–Sra.Swan?Assine esse papel, por favor?-Chamou a secretaria.

Ela deu um sorriso para Mark e foi assinar o papel.

–O Dr.Cullen esta lhe esperando no consultório cinco. E ele também vai tirar seus pontos.

–Ok.

Então, a garota foi até o consultório cinco.

–Bella,que bom te ver!-Disse Carlisle,assim que ela entrou.

Ela se sentou na cadeira e perguntou:

–O que eu disser aqui, morre aqui, certo?

–Sim, é claro. Por quê?

–Eu senti vontade de me cortar de novo.

–Quando?

–Dois dias atrás. Estávamos na casa de lago da minha avó. Edward foi também. Nós entramos em uma briga muito grande. Eu corri, fui para o meu quarto, tirei o curativo, e pretendia fazer no mesmo lugar.

–O que te parou?

–Não foi o que. Leah me parou. Ela disse que meus pais me amavam e que Edward me amava, e que isso deveria ser forte o bastante para me parar.

–E foi forte o bastante para te parar.

–Sim.

–Bella,toda vez que você pensar em se cortar,ou pensar em alguma outra forma de suicídio,eu quero que você escreva uma carta para a pessoa que você mais ama.Você não tem que dar a carta para a pessoa,mas só escreva.

–Isso vai funcionar?Porque eu não acho que alguém tenha sentido tanta dor como eu.

–Toda dor é diferente. Quando você se cortou, aquilo foi o resultado de varias dores emocionais. Foi uma explosão de dor.

–Essa dor um dia irá embora?

–Não,diminuirá,perderá força, mas não irá embora. A dor precisa ser sentida.

Após conversarem mais um pouco, Carlisle tirou os pontos de Bella e fez outro curativo.

A garota saiu do hospital e foi para casa, com um pressentimento ruim.

Assim que chegou a casa, ela almoçou e ficou em seu quarto lendo Romeu e Julieta, esperando seu pai voltar.

–Bella!-Ele gritou do andar debaixo. Ela então pegou um caderno e uma caneta, já que pretendia ir para a clareira após falar com seu pai.

Assim que o viu, Charlie tinha uma expressão pálida, e parecia meio nervoso.

–O que houve pai?A Sue mudou de ideia?

–Não!

–Então, o que houve?

–Querida, ontem à noite... -Charlie hesitou. Ele não sabia qual seria a reação de Bella diante da noticia.

–O que aconteceu ontem à noite pai?

–Sua mãe, ela...

–O que aconteceu com a minha mãe?

–Ela... Ela... Ela morreu.

–O que?-Bella disse.

–Eu sinto muito. -Disse Charlie, abraçando a menina. Pouco a pouco, as lagrimas foram se formando nos olhos dela.

Ela se desprendeu de Charlie, esfregou os olhos, saiu de casa, mesmo com seu pai a gritando. Bella entrou no carro e dirigiu até a campina. As nuvens tinham ficado mais escuras, uma tempestade estava a caminho da cidade.

Ela parou sua picape no lugar de sempre, correu até a clareira, quando as lagrimas se formaram de novo. Quando chegou lá, ela sentou no chão e começou a chorar, soluçando e por fim, deu um grito, e dentro de seu coração, ela desejava que Edward estivesse ouvindo seu grito e viesse ao seu alcanço, mas, ele não veio.

Bella e Renée não eram filha e mãe, estavam mais para mãe e filha. Mesmo assim, Bella amava sua mãe, e não via seu mundo sem ela. Renée tinha ido embora e não tinha nada que ela pudesse fazer sobre isso.

Na casa dos Cullen,Edward ouviu o grito de sua amada.Mesmo com Rosalie insistindo para que ele ficasse,ele foi,fazendo o máximo para escutar os batimentos cardíacos de Bella.Havia começado a chover,ma mesmo assim,ele ainda foi capaz de ouvir o coração dela,mesmo com o barulho de trovoadas.

Assim que chegou à campina, deu de cara com sua Bella,ajoelhada no chão,completamente molhada por causa da chuva.

(musica )

Ela não parava de gritar, tudo que queria fazer no momento era retirar seu coração de seu peito e nunca mais precisar dele.

Mesmo com seu corpo sendo frio demais para o dela, Edward se ajoelhou e a abraçou. Ela o reconheceu, mesmo não abrindo os olhos, pois sabia que somente Edward iria ao seu encontro.

Ela o abraçou,e o segurou com o máximo de força que podia,deixando seus dedos brancos.

–Ela se foi. Minha mãe. Ela morreu Edward. -Ela falou ao meio de lagrimas.

–Meu amor, eu estou aqui com você. Eu não vou abandonar-te, nunca mais. -Ele disse, ao mexer no cabelo dela.

Ela continuou chorando, e a chuva havia diminuído, mas ele tinha certeza de que parte da água no rosto dela era lagrimas.

Somente quando ela começou a tremer, ele a levantou consigo, a botou no colo e correu até a picape.A botou no carro,a enrolou com uma manta que havia lá,entrou no banco do motorista,ligou o aquecedor e começou a dirigir.Em determinado momento do percurso,ela se apoiou sobre o braço dele.E ele deu um meio-sorriso.

Assim que chegaram, já tinha anoitecido e devia passar das oito horas.

–Obrigada. -Ela disse. -Você sempre esta lá quando eu preciso de você.

–E eu sempre estarei lá quando você precisar de mim.

Ele saiu do carro, abriu a porta dela e a levou até seu quarto. Após ele a deitar na cama e a cobrir, ela falou:

–Edward, por favor, fique comigo.

Ele, então se deitou na cama junto com ela. Bella se virou para ele e disse:

–Me desculpe.

–Pelo o que?Você não fez nada errado.

–Eu não gostei de ter brigado com você. Me desculpe por ter brigado com você.Eu nunca deveria ter feito aquilo.

–Esta tudo be...

–Não, não diga que tudo esta bem. Nós não estamos ok. Você é como uma droga feita somente para mim.

–Eu te disse isso.

–Eu sei. Mas é verdade.

–É mesmo. Eu não posso viver sem você.

–Nem eu.

–Então por que estamos assim?Separados?

–Não devíamos estar assim.

–Não devíamos.

–Edward, eu amo você.

–Eu amo você, Bella

Edward então, botou uma das suas mão no pescoço de Bella,e aproximou seu rosto do dela.Ela sabia o que ele iria fazer,e dessa vez,ela não iria pará-lo.

Ele assim, a beijou. E ela o correspondeu. Como Romeu e Julieta, eles se amavam, e não queriam ter o mesmo final que dois, que acabam cometendo suicídio.

Quando se afastaram, ela sorriu e perguntou:

–Você vai estar aqui quando eu acordar?

–Claro. Eu amo você.

E assim, Bella dormiu. Era a primeira vez que ela dormia tranquilamente. Seu salvador estaria lá quando ela acordasse. E tudo pela primeira vez em meses, ficaria bem.