O mal mora ao lado escrita por Catharina Lima


Capítulo 2
The beginning




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Éramos 4 no início, eu, Talita, Lara e Mariana. Com o tempo fomos nos separando mais, era eu e Talita, Lara e Mariana, mas nunca deixamos de ser amigas. Mariana foi ficando chata e eu me aproximando de Lara. Éramos gurias, nossa amizade era perfeita, sem brigas, com sinceridade e parceria. Tínhamos muita coisa em comum, mas Lara tinha uma fama de puta no colégio e eu odiava isso nela.

Renata era lésbica e era apaixonada por Mariana, mas não era correspondida pelo simples fato de Mariana ser hétero e estar apaixonada por um menino que futuramente seria seu namorado.

Mas Mariana era cruel. Dava falsas esperanças para Renata e até chegou a dar alguns selinhos, mas nunca passava disso. Chegava a ser humilhante o jeito como Renata corria atrás dela, ela fazia de tudo para ter Mariana por perto, movia céu e terra.

Certo tempo depois, Mariana começou a namorar com David e Renata tomou ódio por ela.

Nesse tempo, Renata e eu já éramos melhores amigas, ela tinha jurado me amar e estar comigo pra sempre, típico, mas ela demonstrava ser fiel. Eu confiava nela e ela confiava em mim. Ela sabia que eu era psicopata e através de suas atitudes, descobri que ela partilhava do mesmo mal que eu.

Com o tempo, eu fui conhecendo cada vez mais a Renata e eu passei a usar isso ao meu favor. Como? Passava confiança para ela e pedia pra ela provar que me amava de verdade, com isso feito, era hora de por o circo para pegar fogo. Renata fazia absolutamente tudo o que eu queria. E em troca eu fingia ser só dela, já que ela era uma pessoa extremamente ciumenta e possessiva.

Psicopatas são assim, ótimos manipuladores e mentirosos. Raramente você reconhecerá um.

Teve um dia que ela me perguntou o que eu queria ser da vida e eu disse que queria mexer com química e ter um laboratório secreto e subterrâneo. Falei zoando mas ela levou a sério e surtou. Ela queria que eu estudasse e desenvolvesse uma fórmula da imortalidade para nós duas, ela não queria ser imortal sozinha. "Do que adianta passar o resto da minha vida vendo pessoas que eu gosto morrendo, pessoas destruindo o planeta em que vivo, sozinha? Quero você comigo para sempre".

Foi ai que eu comecei a brincar com ela. Não me sentia mal por fazer isso. Ela era fiel a mim, eu a tinha nas mãos. Era covardia ser cruel com uma pessoa assim, mas nem isso me parou, minha consciência foi bem filha da puta. Comecei a alimentar esperanças dela, fazer planos e usar alguns conhecimentos prévios e básicos que eu tinha reunido sobre o assunto para provar que era possível sermos imortais. E ela acreditava. E eu ria.


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