O mal mora ao lado escrita por Catharina Lima
Notas iniciais do capítulo
Bom, como esse capítulo é só a introdução da história, será curto, mas os outros serão longos, prometo.
Bom, meu nome é Cecília e eu tenho 15 anos. Tem uns 2 anos que eu comecei a me interessar por terror ou coisas do gênero. Me afastei da igreja e dediquei o meu tempo para assistir filmes, ler e pesquisar sobre coisas bizarras. Com o tempo, passei a me sentir um pouco estranha. O mal habitava em mim. Sentia prazer em ver pessoas feridas, mortas, torturadas. Gostava de ver o ódio, o drama, a tristeza em seus olhos. Isso poderia ser simplesmente algum tipo de influência, mas eu sentia que não, acredito que se nasce com o mal dentro de si, mas é preciso de um empurrãozinho para que ele venha a se desenvolver.
Minha mãe notou que eu passava maior parte do tempo no meu quarto ouvindo música e achou que algo estava errado comigo, então ela decidiu me levar numa psicóloga.
Eu nunca fui de me abrir muito com as pessoas, acredito que meus problemas são apenas meus e ninguém precisa invadir a minha privacidade, mas com a Dr. Raquel foi diferente. Ela me passava uma confiança, era como se ela fosse a corda grossa que eu podia segurar e ser puxada do fundo do poço.
Desabafei e ela arregalou os olhos. Ela fez umas anotações e me disse que eu era uma psicopata. Fiquei chocada mas dei um sorriso. Eu gostava de como aquilo soava, minhas maiores inspirações em filmes eram psicopatas.
Pesquisei sobre a psicopatia e vi que eu realmente era um deles. Era simpática, tinha amigos, sabia me comportar e era extremamente educada e inteligente.
Em um certo dia, uma amiga das minhas amigas foi visitá-las depois da aula. Renata era o seu nome. Branca, muito branca e de cabelos vermelhos, na altura do ombro. Ela tinha um olhar forte e assim que eu a olhei sabia que tinha algo nela que eu precisava ter, sentir.
Começamos a conversar, viramos amigas do dia pra noite. Era como se ela fosse a minha alma gêmea. Sentíamos as mesmas coisas, compartilhávamos das mesmas coisas, gostávamos das mesmas coisas. Só ela me entendia e era uma coisa recíproca. Eu sentia nela uma confiança fora do normal.
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