Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 38
Por ele, corrompidos :: 11:35


Notas iniciais do capítulo

GENTE TÔ SUMIDA DESDE MEU PÓS-NIVER, MEU DEUS. JÁJÁ TO QUASE COM 1.8 E ESSA PORCARIA TÁ SEM ATUALIZAR *se contém*
okok
acho que devo explicações né? Mas a coisa é simples. Tive raiva e ataque de perfeccionismo com essa fic. Odeio os capítulos iniciais e muita coisa que fui fazendo no começo foi pura bananagem e noobsse aleatória e hoje to aqui tentando colar durex nuns buracos. E a escrita... A escrita até agora não me agrada, pra falar a verdade. Vou tentar alterar o mínimo daqui pra frente. Vale lembrar que pelo menos os últimos 5 caps daqui pra frente já estão salvos no meu drive faz um tempo então... prossegue a escritinha básica de sempre + algumas alterações
AGORA ESTOU ALIVIADA POR EXPLICAR PRA VOCÊS UFA. ODEIO DÍVIDAS

Estou aqui também pra agradecer a Stelfs(você ressuscitou minha vontade pra essa história!!), a EsterNW(brigada pela recomendação, menina ♥), e o RedHead(continue me indicando os furos aa), por me darem esse gás de novo e entenderem meu desânimo.
Capaz que um dia essa história termine com algumas bobeirinhas, mas prometo pra vocês, leitorxs, que um dia essa bagaça vai ser reescrita lindamente e QUEM SABE vire uma cópia física pra nóis?


AI ENFIM
me desculpem a demora
Boa leitura



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[Kentin]

 

Deixei Elsie pra trás, sentindo um aperto no peito com a mentira. Por que menti? Porque foi necessário. Precisava conversar com Armin a sós com urgência; e talvez não houvesse uma forma melhor de despistar Elsie.

Cheguei à enfermaria sem muita cerimônia, encostando a porta da ala de Armin sob as costas e lá tava ele: com os braços apoiados por uma tipóia pra tentar empurrar o osso de volta pro lugar e os olhos grudados à uma tevêzinha caixote suspensa do outro lado do quarto.

— Como tão as coisas por aqui? — perguntei, indo de encontro da cadeira de visitas, próxima à cama.

— Bah, nada mal. — sorriu, fixado ao seriado. — The Golden Girls consegue ser um entretenimento melhor que as aulas do Faraize. Mas meio que me dá uma tristeza não poder mexer no PSP. — riu como quem não mede a própria desgraça.  

Ri fraco; pensativo. Armin notou, finalmente se desprendendo da tevê e me mirando com alguma inquietação.

— Você não tá preocupado com a Elsie, Armin? — fitei o teto branco.

— O que você acha? — ele instantaneamente largou a aura cheia de simpatia, bufando. -- Ela quem matou Lysandre. Eu vi. E, diferente de quando nos defendemos de Jade, ela não hesitou um momento sequer. Eu vi, Kentin, nos olhos dela.

A saliva desceu com dificuldade pela garganta. Estremeci com o tom de Armin: curto, grosso, e horrendamente sincero.

Por um momento, diante toda a situação que nos encontrávamos, relembrei sobre a Elsie que conheci na infância: brincalhona até dizer chega; a melhor parte das tardes encarceradas do hospital. E senti um sufoco no peito só de pensar em todas as coisas que deveriam estar na sua cabeça desde que Agatha faleceu, e nas quais eu não poderia ajudar.  

— E essa história só fica mais confusa quando ela diz que não se lembra de nada. --- continuou.

— Você acha que… ela se convenceu do que inventamos?

— Talvez ela descubra a verdade, provavelmente. Mas isso seria o fim. — sorriu com um ar de travessura sarcástica. — No final das contas, tentar confortá-la com ao menos as memórias de Castiel a deixou ainda mais confusa e faminta por explicações. Erramos feio nisso. Elsie é teimosa pra cacete. Ela não vai sossegar até se contentar com as respostas.  

Nós tínhamos toda a certeza do mundo: o surto de Elsie extrapolou as normalidades. Porra, pensa comigo: Castiel tinha ficado só o bagaço e Lysandre nem se fala. Algum bicho desgraçado tinha mordido ela. Pensamos que talvez ela estivesse sobrecarregada demais com tudo aquilo e acabou descarregando a energia pra fora; mas não sabíamos. Com isso, concordamos de poupá-la da verdade enquanto tentávamos descobrir o enigma por trás do comportamento sinistro de nossa colega. Pois é.

Para isso, sabendo que alguma hora o Relatório Diário sentenciaria o óbito de Lysandre, bolamos uma série de mentiras e decidimos jogar uma logo que Elsie acordou. Foi uma engasgação danada pra Armin e eu chegarmos num consenso sobre qual mentira seria verdade(faz sentido?) e no final resumimos com umas palavras mais ou menos assim: “Autodefesa. A gente fez isso enquanto você tava desmaiada. Nós dois. Foi horrível, sim. Como o Armin lascou o braço? Ele caiu do palco”.   

Elsie acreditou na lata. Ou fingiu que acreditou, ou quis acreditar; não sei. Mas como Armin tinha mencionado, caso ela viesse a descobrir, a quebra de confiança ia ser pesada.   

— Falando sobre Castiel… — extraiu Armin. — Acha que ele pode estar nos esperando abaixar a guarda?

Cocei a ponta do queixo.

Pensando bem, não havia qualquer cartão de homicídio no vestiário. Isso reduz as chances de Castiel ser um assassino a zero, já que isso -- eliminar(com exceção por autodefesa) sem usar um cartão -- seria uma puta de uma quebra nas normas.

Essa conclusão também me assusta; me faz pensar na possibilidade de que até alunos comuns tenham fortes desequilíbrios mentais. Sério! Quer dizer: que Castiel tem um humor meio ácido, até concordo, mas… Assassinar alguém e sair pela porta como se nada tivesse acontecido? Não fode. É loucura.

— Talvez Castiel fosse apenas um aliado. — declarei minha conclusão.

— Mas e se ele procurar vingança? Foi o amigo dele, o melhor amigo dele que foi morto, não foi? — ergueu as sobrancelhas.

— E você ainda acha que ele vai vir atrás da gente depois da surra que a Elsie deu nele? Só se for um masoquista.

Não pude deixar de me fluir um breve riso vingativo ao me dar conta do ocorrido. A situação que envolvia Elsie não tinha nada de cômico, mas imaginar o brutamonte que mete medo em todos sendo espancado por uma garota que ele mesmo já covardemente agrediu -- ah, isso me deixa deslumbrado!

— Ei. Já que falamos sobre “melhor amigo”, — Armin trouxe um timbre desafinado, quase falho, melancólico.  — você acha que…

— “Que…”?

— Você acha que… — parecia reunir fôlego de seu interior. — Alexy. Você acha que ele me perdoaria?

Senti um aperto no peito só ao ouvir aquele nome. Um nó na garganta. Sabe, a aflição de não saber quando ele voltaria para nós, só não era tão cruel quanto a incerteza de que ele voltaria. E -- justamente -- pra que esse mal não viesse nos atormentar, tentávamos sempre ao máximo não pronunciar aquele nome. Tipo um carma.

Aquela era a primeira vez que ouvia Armin dizer o nome do irmão com todas as letras desde o incidente. E isso significava bastante -- ou alguma -- coisa.

— Por que isso do nada? — dei um risinho fraco tentando controlar aquele revertério de angústia no estômago.

Armin encarou o próprio colo, pensativo; o cílio grosso e escuro abrindo e fechando.

— Eu tenho pensado bastante sobre. — confessou. — Elsie disse que Alexy não ficaria contente em me ver culpado. Isso me fez refletir; me fez pensar pela primeira vez sobre o que Alexy acharia de tudo isso.

— Pois eu concordo com a Elsie. Aquele sabichão nunca iria te culpar por nada. Ele sabe que quando você partiu pra cima dos estudantes só foi porque queria protegê-lo.  

— Você não tá entendendo. — Armin remexeu a cabeça.

— Hm?

— Eu não tô falando só sobre o que aconteceu durante aquela apresentação do Alexy. Falo de toda essa sujeira.

— Sujeira?

Armin na hora estourou:

Matar, porra! Eu matei pessoas, Kentin! Jade e professora Tillie!

Talvez eu te entenda, Armin. Sabemos o quão imundos estamos; corrompidos. Faz tempo que sinto isso(você sente o mesmo, não é?). Chega até a soar mesquinho quando dizemos que é por ele.

Porque, no fundo, nós sabemos que poderia ter sido de outra forma.

— Ele é o Alexy, Armin. — respondi, a voz baixa, agora mirando o chão. — Ele... Com certeza... entenderia.   

 


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