Não Me Deixe Sozinho escrita por Gabriel Yared


Capítulo 8
Um Intruso


Notas iniciais do capítulo

Bom, demorei, mas aqui está.
Mil desculpas a vocês que estavam esperando tão ansiosamente mais um capítulo, mas eu estive ocupado fazendo alguns deveres de casa de férias e o meu computador deu bug.
Bem, espero que gostem desse capítulo... Ele foi escrito com carinho - e suspense...



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[...]

Eu saio e vou andando de mãos dadas com ela.

— Como cê tá? — ela pergunta.

— Tô bem. E você?

— Bem... não sei. Preciso te contar uma coisa — o tom de voz dela estava bem sério.

— Ai, Gi... fala.

— Olha... sabe... sobre a noite que eu tive com o William?

— Hum... sei.

— Pois é... Eu acho que tipo assim... no momento, eu não pensei direito nas consequências...

— Você tá querendo dizer que não gosta mais do William?

— Não, não é isso. Gosto muito dele.

— Então o que é?

— É que... tipo assim... minha menstruação tá atrasada. E ela nunca atrasou, você sabe.

Eu paro de repente, nervoso.

— Como é? — consigo perguntar, meio que falando alto demais — Gi, cê tá grávida?

— Porra, Leo, fala mais baixo! — exclamou ela — Acho que não ouviram na China!

— Como isso, Gi? — pergunto sussurrando.

— Ora, sendo! A gente ficou aquela noite e... rolou!

— Vocês não usaram camisinha???

— Quem lembra de camisinha numa hora daquelas?

— Todo mundo que tem juízo!?

— Ai, Leo, não adianta você ficar me repreendendo! Agora já foi! — disse ela irritada.

— Mas você... você vai abortar, não vai?

— Ai, Leo! Claro que não!

— Gi, você vai criar um bebê?! Você nem terminou a escola ainda! Você ainda é muito nova!

— Leo, eu não posso matar uma criança que não tem como se defender! Não poderia nem que ela se defendesse! Eu não vou abortar.

— Ok... mas você vai ter um filho então?

— É, né, geralmente é o que acontece quando uma menina está grávida.

— Nossa... Eu não consigo acreditar...

— Bem, a gente conversa mais sobre isso mais tarde. A gente tá chegando perto de casa e minha mãe tá recebendo o William.

Seguimos adiante e entramos na casa de Gi.

— Oi, tia Alice — cumprimento a mãe de Gi.

— Oi, Leo. Tudo bem?

— Estou bem, sim. E a senhora?

— Estou bem, também. Se vocês precisarem de alguma coisa, eu vou estar na sala.

— Ok, mãe — disse Gi.

— Oi, Leo — disse William.

— Oi.

Fomos para a piscina e eu tirei meu short e entrei na água de sunga.

A água espirrou em mim quando William pulou na piscina e Gi ficou rindo, pois eu me assustei quando isso aconteceu.

A campainha toca e Gi vai ver quem é.

— Oi Gabriel! — diz William.

— Oi, Leo, William.

— Oi — digo eu.

Começamos a conversar e Gi anuncia que vai ao banheiro. Ouço alguém se movimentando na água vindo em minha direção.

— Ei, Leo? — é a voz de William.

— Oi.

— Como é que tá seu namoro com Gabriel?

Fico em silêncio.

— Como assim? — balbucio.

— Ah, a Gi me contou. Não fica bolado, eu não conto pra ninguém.

— Hum... o namoro vai bem... e você com a Gi?

— Vai bem também.

— Legal.

Ouço ele se afastando. Depois ouço outra pessoa vindo em minha direção.

— Tudo bem, Leo? — é a voz de Gabriel.

— Sim, eu estou. E você?

— Também. Quer ir à minha casa amanhã?

— Quero.

— Então tá. Eu vou estar te esperando depois do almoço.

— Ok.

Ele se afasta e começa a falar com William sobre futebol.

— Gente, mamãe quer saber se vocês querem um lanche — disse Gi.

— Ah, eu quero — respondeu William.

— Eu também — respondemos eu e Gabriel juntos.

Saí da piscina e me sequei o quanto pude.

A mãe de Gi trouxe sanduíches de queijo e presunto e limonada e colocou numa mesinha perto da piscina. Gi me conduziu até a mesa e eu me sentei numa cadeira. Nós conversamos enquanto comíamos e depois voltamos para a piscina.

Alguns minutos depois, a mãe de Gi disse:

— Meninos, eu vou sair e volto logo, até mais — e eu ouvi o portão fechando.

— Ei Leo — chamou a voz de William.

— Oi?

— Beija o Gabriel.

— O que? — Gabriel estava confuso.

— Ele já sabe, Biel — eu expliquei.

— Hum... — murmurou Gabriel. Eu ouvi alguém se aproximar de mim nadando.

Gabriel – sim eu tenho certeza de que é ele – me envolveu em seus braços e me deu um beijo apaixonado que eu retribuí.

Depois de mais algum tempo de conversa – e beijos, não só entre Gabriel e mim, mas também entre Gi e William – Gabriel me acompanhou até minha casa.

— Leo, a chave — disse ele e eu peguei a chave em meu bolso e a entreguei a ele. Ouço o portão sendo destrancado. Ele devolve a chave para minha mão estendida. — Tchau, Leo — e no sussurrou no meu ouvido: — Eu te amo!

— Eu também te amo. Amo demais! — sussurro de volta.

Entro em casa e vou para meu quarto.

Giovana

William é o último a ir embora. Ele me dá tchau com um selinho.

Entro em casa e vou para o meu quarto.

Pois é, Giovana, você está grávida!, penso. Estou um pouco aborrecida comigo mesma, afinal, como Leo disse, eu deveria ter lembrado da camisinha. Mas aquele momento foi tão... bom...

Terei de contar para o William, mais cedo ou mais tarde. Ele é o pai do meu filho e eu o amo. E tenho certeza que ele vai encarar essa parada comigo. Um dia vamos nos casar... e seremos felizes.

Estou deitada em minha cama e percebo que será dez mil vezes mais difícil contar isso para a minha mãe. Ela vai ficar muito decepcionada comigo. Ela me disse tantas vezes que eu poderia fazer sexo, mas teria que me proteger...

Ouço então o portão se abrindo. Minutos depois, minha mãe entra pela porta do meu quarto.

— Giovana, seus amigos já foram? — pergunta ela se sentando na minha cama.

— Já, mãe.

Ela fica me olhando por um tempo.

— Filha, o Gabriel e o Leo... namoram?

— Ham...? — socorro — Não mãe... claro que não...

— Gi, eu sei quando você está mentindo.

— Ahhhh mãe... eles namoram, sim.

— Eu desconfiei... — ela fez uma pausa — E quando eu estava saindo, ouvi o William dizendo pra eles se beijarem...

— Mãe, a senhora não vai contar pros pais do Leo, vai?

— Não filha, eu não. Eu só fico preocupada com algum tipo de preconceito que eles possam sofrer, ou algo assim.

— Ah, mãe... isso é verdade. Mas eles não se beijam na rua, nem nada assim.

— Hum...

Silêncio desconfortável.

— E você, Gi?

— Eu o que?

— Está namorando alguém?

— Hum... sim...

— Quem, posso saber?

— O William...

— Ah, ele é um bom rapaz.

Eu sorri. Ela sorriu.

— Ele é muito bonito também — diz ela.

Nós duas caímos na gargalhada.

Gabriel

Leo entrou em sua casa e eu segui caminho em direção à minha.

Não sei se é coisa da minha cabeça, não sei se é real, mas sinto que há algo acontecendo com ele e ele não quer me contar. Eu estou preocupado, e um pouco aborrecido. Ele deveria confiar inteiramente em mim. Assim como eu confio nele. Mas não vou pressioná-lo a contar.

Entro em casa e vou direto para o meu quarto. Tiro minha roupa, pego uma toalha e vou direto para o banheiro. Gosto de tomar banho e lavar meus cabelos depois de voltar da piscina. Ligo o chuveiro na água morna. Fecho os olhos e sinto a água molhar e relaxar meus músculos. Pego o sabonete e passo por todo o meu corpo, depois me enxáguo e pego o xampu. Massageio com dedicação meu cabelo. Enxáguo. Aplico o condicionador. Enxáguo. Desligo o chuveiro. Puxo a toalha de onde a pendurei. Me enxugo. E uma ideia muitíssimo improvável me ocorre...

Leo

Larguei a mochila em qualquer lugar no chão do quarto e me joguei na cama. E, surpreendentemente, já estava dormindo.

Acordo com batidas na porta.

— Leo? — é a voz da minha mãe.

— Entra — respondo.

Ouço a porta abrindo.

— Leo, você não tomou banho ainda? Seu cabelo deve estar que nem palha de aço! — brigou ela.

— Ahhhh mãe, eu tava com preguiça! — me defendi.

— Ah, mas você já tem idade o suficiente para deixar a preguiça e começar a ser mais responsável!

— Tá mãe, ok! — disse eu me levantando. — Me dá uma toalha, por favor?

— Tá aqui, Leo — disse ela. Estendi os braços e peguei a toalha.

Fiquei parado com a toalha nas mãos.

— Vamos, vai tomar banho! — apressou ela.

— Sai do quarto mãe, eu vou tirar a roupa! — eu reclamei.

— Ah, até parece que eu nunca te vi pelado!

— Ah, mas foi quando eu era mais novo! A senhora ainda não viu... as atualizações!

Mamãe riu muito e muito alto e eu ouvi a porta do quarto fechar.

Eu enfim tiro a roupa e vou para o banho.

O Intruso

Vejo pela janela do quarto que a mãe de Leo acaba de fechar a porta do quarto, saindo às gargalhadas. Leo se despe e eu fico um pouco excitado por vê-lo nu, mesmo que de costas. Ele entra no banheiro, eu abro a janela e me forço para dentro de seu quarto. Tiro minha nova mensagem para ele da mochila e a ponho em cima de sua escrivaninha. Há uma camisa dele jogada no chão... não resisto ao impulso e a ponho dentro de minha mochila. Esse foi um erro fatal, pois vejo que ele acaba de abrir a porta do banheiro.

Meu coração para, e meu corpo também. Ele começa a andar em direção ao guarda-roupas – que está atrás de mim – e eu não sei o que fazer. Cerca de vinte centímetros antes dele encostar em mim, eu saio correndo e salto pela janela e uma vez fora do quarto, fecho-a com muita força, produzindo muito barulho...


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Notas finais do capítulo

Se gostou, compartilhe, divulgue, recomende, comente, etc.
Se não, diga o que pode ser melhorado, sugestões são bem-vindas, obrigado.

Taito.