Leo

Depois da discussão com a mamãe, eu voltei ao meu quarto e comecei a conversar com Gabriel por mensagens de texto.

Eu: Oi, tudo bem?

Gabriel: Sim, e com vc?

Eu: Também estou bem

Gabriel: Que bom

Eu: Que ce ta fazendo?

Gabriel: Nada, e vc?

Eu: Nada.

Gabriel: Hum...

Gabriel: E como estão as coisas por aí?

Eu: Ah, eu briguei com minha mãe, mas já disse pra ela que não adianta. Eu te amo e não vou abrir mão de você

Gabriel: E ela?

Eu: Ficou calada. Meu pai me apoiou

Gabriel: Ele conversou comigo ontem, antes de eu ir embora

Eu: O que ele disse?

Gabriel: Ele disse que vai fazer de tudo pra fazer a gente continuar juntos. Ah, eu conversei com o meu pai sobre eu e vc. Mas ele ta de boa. Vai apoiar a gente também

Eu: Ah, legal!

Gabriel: É

Gabriel: Ei, Leo

Eu: Oi

Gabriel: Agora que você disse pra sua mãe que não importa o que ela diga, vc vai ficar comigo, que acha de dormir aqui comigo hoje?

Eu: Eu quero! Vou perguntar pro meu pai

Gabriel: Ok

Depois disso, fico muito animado e vou direto falar com papai.

— Pai, cadê o senhor? — pergunto ao sair do quarto.

— Na sala, Leo — responde ele.

Dirijo-me à sala e sento no sofá.

— Que foi Leo? Precisa de algo?

— Hum... sabe... o Gabriel me chamou pra ir dormir na casa dele hoje — disse sem rodeios.

— Hum... por mim tudo bem, Leo. Mas, você vai ter que falar pra sua mãe.

— Ah... não... — lamento.

— Sim, espere ela voltar do mercado e você fala com ela.

— Mas ela não vai deixar...

— Se ela não deixar, você vai do mesmo jeito.

— Hum... ok...

Ficamos um tempinho em silêncio.

— Leo, vocês vão fazer sexo, não vão? — pergunta papai de repente.

— Hum... não sei... — respondo eu, baixinho.

— Olha, você não precisa fazer se não estiver pronto Leo. Sei que o Gabriel vai entender.

— Eu sei, acho que eu vou decidir isso mais tarde, né?

— É. Certo. Bem, por mim pode ir. Ah, e se forem fazer, usem proteção.

— Ah, certo... — senti minhas bochechas ficarem quentes.

Eu me levanto e vou voltando ao meu quarto, quando me lembro de uma coisa.

— Ah, pai, pode me ajudar em mais uma coisinha?

— Claro Leo. O que é?

— Me ajuda a fazer a barba?

Depois de fazer a Bárbara (uma nota do autor: para quem segue o Guilherme Lobo, que interpretou o Leo em Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, na rede social Instagram, sabe que o nome carinhoso que ele dá para sua barba é Bárbara – isso é só uma curiosidade pra descontrair), voltei ao meu quarto para passar mais mensagens ao Gabriel.

Eu: Gabriel, papai deixou eu ir

Gabriel: Legal, Leo!

Eu: Que horas?

Gabriel: Vem às sete.

Eu: Ok

Gabriel: Ei, Leo

Eu: Oi

Gabriel: Eu te amo muito e tenho muito medo de te perder

Eu: Eu também te amo muito muito muito e tenho medo de um dia nos separarmos

Depois disso, com imensa felicidade, fui arrumar minhas coisas para ir para casa do Gabriel mais tarde (com ajuda do meu pai para escolher as coisas, claro).

Mamãe chegou em casa lá pelas cinco horas (provavelmente passou pelo salão). Fiquei no meu quarto até dar seis e quarenta e cinco.

Pego minha mochila e vou para sala.

— Vamos, pai? — pergunto.

— Vamos — responde ele.

— Vão para onde? — pergunta mamãe.

— Vou deixar o Leo na casa do Gabriel. Ele vai dormir na casa dele — explicou papai.

— O quê? — gritou mamãe — Mas isso nunca!

— Eu vou sim, já decidi — eu disse — Eu já tenho idade pra isso.

— Ah, mas... — mamãe foi interrompida por papai.

— Ele decidiu e eu deixei. Volto daqui a pouco, Laura.

Ouvi passos fortes se afastando e ouvi uma porta batendo com força.

— Hum... já vi que vou ter que dormir no seu quarto essa noite, Leo... — disse papai.

Saímos de casa e fui então conduzido à casa do Gabriel.

Quando cheguei lá, toquei a campainha e Gabriel veio atender.

— Oi, Leo. Oi, seu Carlos — cumprimentou Gabriel.

— Oi, Gabriel — cumprimentou meu pai.

— Quer entrar, seu Carlos?

— Não, não. Já estou indo, só vim deixar o Leozinho aqui mesmo.

— Então tchau, pai — digo eu.

— Tchau, Leo. Se cuidem, meninos.

Entro então na casa do Gabriel.

— Seu pai tá aí? — eu pergunto.

— Não, ele saiu com uns colegas de trabalho dele. Só chega mais tarde.

— Hum. Quê que a gente vai fazer então?

— Ah, sei lá. Que cê quer fazer?

— Vamos “ver” um filme?

— Ah, sim. Loquei um DVD especial pra você. Tem opção de narração para deficientes visuais.

— Legal!

Sentamo-nos então no sofá da sala e ele põe o filme. Dessa vez ele não precisa ficar narrando pra mim, então tem bem mais tempo pra gente ficar se beijando.

Depois do filme, fomos para o quarto de Gabriel. Já devem ser umas onze horas da noite, estamos nos preparando para dormir.

Deito-me na cama de Gabriel. Sinto que ele se pôs em cima de mim, de maneira provocante, pressionando sua virilha contra a minha, me deixando excitado...

— Gabriel... — eu começo, mas sou interrompido por arrepiantes beijos no pescoço.

— Relaxe — sussurra ele no meu ouvido — e me deixe te fazer muito feliz...

— Gabriel... eu acho que... que não estou pronto... — digo, com muito esforço por causa da minha respiração

— Mas eu não posso esperar mais nem um dia...