Não Me Deixe Sozinho escrita por Gabriel Yared


Capítulo 10
Decepção


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas fiz.
A verdade, é que este capítulo ia ser escrito por outra pessoa, que furou comigo.
Então, tive que escrever eu mesmo, por isso demorou.
Eu tenho uma proposta: quem quiser conversar comigo ou dar dicas sobre o rumo da fic, saiba que estou querendo algumas ideias de leitores.
Me contactem pelo facebook: https://www.facebook.com/gabriel.yared.3
Obrigado!



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[...]

Então ele me abraçou bem forte e me deu um beijinho no pescoço, que me deu arrepios.

— Eu te amo muito e não imagino minha vida sem você, Leo — cochichou ele no meu ouvido.

— Eu também te amo e você é muito importante pra mim — respondi. Ele me deu um selinho. E eu dei um selinho nele. E nós começamos a nos beijar com muita vontade... e eu ouvi a porta do quarto ser aberta...

— O que está acontecendo aqui? — a voz da minha mãe irrompeu pelo quarto, furiosa... e Gabriel me afastou rapidamente.

— Mãe eu... a gente... — comecei, mas fui interrompido.

— Não adianta desconversar! Eu vi muito bem! Você e o Gabriel... estavam se beijando! — gritou ela severamente.

— Dona Laura... — Gabriel tentou.

— Eu bem que desconfiei! Leo começou a andar com você, Gabriel, não falava em outra coisa! Eu quero saber direitinho sobre essa história!

— Laura, querida, se acalme... — era a voz do meu pai.

— Não me acalmo nada! Você não sabe o que eu acabei de ver...

— Laura, acho que sei o que você viu. Gabriel e Leo estavam se beijando, não é?

Houve um momento de silêncio.

— Você... você sabia? — questionou mamãe, mais baixo, parecendo desconsertada

— Sabia... há algum tempo...

— E não me contou? — ela voltou a falar alto.

— Hum... eu conversei com o Leo... e nós combinamos que... quando ele se sentisse preparado... ele iria te contar...

Mais silêncio... eu precisava falar alguma coisa. Ia tentar quando mamãe diz:

— Gabriel... por favor, vai pra sua casa...

— Certo — Gabriel responde.

— Eu te acompanho, Gabriel — disse papai.

— Eu também — eu disse.

— Não, Leo. Você fica — mandou mamãe.

— Mas mãe... — reclamei.

— Leo, você fica — ordenou ela mais firmemente.

— Ah... tá, mãe!

— Então... tchau, Leo... até mais... — disse Gabriel.

— Tchau, Gabriel — respondi, melancólico.

Gabriel

Acompanhei o pai de Leo até o portão.

— Gabriel, me desculpa a cena que a Laura fez... — começou o pai de Leo.

— Tudo bem, Seu Carlos...

— Olha Gabriel, eu aceito completamente o que você e o meu filho estão construindo. É a vida de vocês, a felicidade de vocês. E vocês devem correr atrás. Vou fazer de tudo pra fazer com que Laura entenda que ela não pode tomar conta da vida do Leo para sempre. Não se preocupe, ok?

— Ok... mas... — hesitei.

— Fale, rapaz.

— Saiba que... que eu amo muito o Leo. Saiba que sou capaz de fazer qualquer coisa para fazê-lo sorrir. Não quero ter que separar dele, acho que aguento...

— Não precisa se separar dele, meu filho! Eu vou ajudar vocês. Vou convencer Laura. Ela vai aceitar.

— Obrigado, Seu Carlos...

— Vai ficar tudo bem, rapaz.

Eu cruzei o portão e ele o fechou atrás de mim.

— Boa noite, Seu Carlos.

— Boa noite, Gabriel.

Giovana

Mamãe me olhou assustada. Eu chorei mais ainda.

— Giovana... — balbuciou mamãe — você... está grávida?

Não respondo, somente a olho.

— Me... desculpa — dizer isso foi muito difícil.

— Giovana, depois de toda a nossa conversa sobre meninos, depois de tudo que eu falei sobre prevenção...

— Eu... eu não pensei naquela hora...

— Giovana, tinha que ter pensado! Ora! Eu não acredito! Agora você vai ter que tomar responsabilidade para cuidar de uma criança! E nem terminou a escola ainda... ah, mas você vai ficar de castigo, para pensar um pouco no que fez. E eu quero conversar com o William também...

Leo

— Então, Leonardo? — disse mamãe, depois que Gabriel foi embora e o papai voltou.

— Então o que? — perguntei irritado.

— Me explique direitinho o que há entre você e o Gabriel.

Resolvi que não adiante enrolar ou mentir.

— Estamos namorando. Vamos fazer dois meses de namoro.

— Ah, Leo... você deve estar confuso... tem certeza de que é isso que você quer...?

— Sim. Eu amo o Gabriel e pronto.

— Filho... isso não é certo... homens devem ficar com mulheres e...

— Mãe, eu não me importo. Eu amo o Gabriel e pronto — digo com mais força;

— Concordo com o Leo, Laura — meu pai entra na conversa — acho que ele já tem idade suficiente para decidir algumas coisas para a vida dele.

— Ele não pode! Ele não sabe o que ele está fazendo! Com certeza foi influenciado pelo Gabriel e...

— PARE DE FLAR DE MIM COMO SE EU NÃO ESTIVESSE PRESENTE! — eu explodo — E NÃO! Não foi o Gabriel quem me influenciou. Eu simplesmente comecei a gostar dele, e ele de mim. Eu sei muito bem o que eu estou fazendo!

— Ouviu, Laura? Leo sabe o que está fazendo. E você deve deixá-lo tomar a decisão dele.

— Mas Carlos... Leo é tão sensível... eu não quero que ele se machuque, que ele se decepcione...

— Mãe, me deixa em paz! — eu digo por fim, com muita raiva e vou andando depressa para o meu quarto – tão depressa que no caminho tropeço em alguma coisa e quase caio de cara no chão – tranco a porta e me deito na cama.

Eu e minha mania de não trancar a porta! Que ódio! Queria ter contado pra mamãe. Não queria que ela descobrisse assim.

Ouço meus pais ainda discutindo fora do meu quarto. E me encho de remorso. Eles nunca brigaram assim, não na minha frente. O máximo que fizeram foi discutir, mas sem elevar a voz, sem nenhuma hostilidade.

Fico tentando encontrar uma solução. E se mamãe estiver certa? E se o que eu estiver fazendo for errado? Nunca fui de acreditar totalmente em Deus... e se eu estiver certo, e não houver realmente nenhum problema em gostar de alguém do mesmo sexo? Que bom que pelo menos meu pai me entende. Será que mamãe vai contar ao pai do Gabriel? Espero que não... devo contar para minha avó? Ela sempre me ajuda quando eu preciso...

Me perco em meus pensamentos e durmo.

Giovana

São dez da noite, minha mãe foi dormir cedo. Ela tirou minha chave de casa, mas não sabia que eu tenho uma extra. E não me tirou o celular.

Marquei com o William na frente de casa. Disse que preciso contar uma coisa urgente. Ele me mandou uma mensagem quando chegou.

Abri o portão com muita cautela.

— Oi — disse ele.

— Shhhh! — reclamei — Fala baixo — completei sussurrando.

— Ok... — ele sussurrou — Tudo bem?

— Não muito — respondi —; vou falar de uma vez: estou de castigo.

— Por quê?

— Vou se direta: estou grávida... e é de você.

A expressão dele foi a de susto e incredulidade.

— Não é meu — respondeu ele, frio.

— Mas William... — lágrimas rebeldes começaram a rolar pelo meu rosto — eu... você...

— Foda-se, Giovana! — bradou ele — Não é meu — disse ele por fim, virando as costas e caminhando em direção a sua casa, me deixando sozinha, chorando de raiva e tristeza.


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Notas finais do capítulo

Bem, se gostaram, divulguem, favoritem, recomendem...
Se não gostaram, digam o qe pode ser melhorado.